O jogo decisivo de Quadribol era hoje. Os olhos de todos brilhavam em expectativa. Torciam pela casa de Godric Gryffindor: Lufa-Lufa e, obviamente, Grifinória. E para a casa de Salazar Slytherin: Corvinal e Sonserina. Estranhava o fato que Corvinal e Sonserina estavam próximos. Muito assustada.

Minha amiga, Elena, da Corvinal também estava assustada. Se Corvinal e Sonserina unissem forças, o mundo magico seria massacrado, a morena dizia sem parar. Sem querer desmerecer a minha casa ou a de Helga Hufflepuff, mas os inteligentes e astutos juntos já era para o resto...

Acordei 30 minutos antes do jogo. Troquei de roupa em 10 minutos e nem parei no Salão Principal. Fui correndo, comendo apenas um sapo de chocolate de café da manhã, para o campo. Corria tão rápida e distraidamente que trombei com alguém e cai, batendo a cabeça com força no chão.

–Me desculpa, eu... –O garoto falou, e depois me olhou e nos reconhecendo, a expressão dele mudou por total. –Ah, Evans... Não consegue ficar longe de mim, né?

A voz de James Potter invadiu meus ouvidos quando ele me ajudou a levantar. Ele sorria como a Mona Lisa e eu o olhei, meio que boquiaberta.

–Me deseja sorte, Evans? –Ele falou enquanto eu encarava os cabelos morenos rebeldes. -Evans?

Demorei um pouco, mas acordei o transe. Eu coloquei as mãos na gola da blusa dele e o abaixei deixando-o da minha altura, como havia feito no sonho. Eu o beijei ali, para quem quisesse ver. Ele parecia surpreso, pois não me atacou como sempre fazia e me deixou beija-lo como eu quisesse. Sorri nos lábios do apanhador e o senti fazer o mesmo.

Não foi um beijo demorado e ninguém nos viu, o que me fez achar que era uma sorte muito grande. E foi sim, pois a Grifinória ganhou de 450 a 20.

***

A festa no Salão Comunal foi até depois das 4 da manhã e tudo que restou na sala foi uma quintanista reclamando da vida, um Sirius apagado, um Pettigrew bêbado e um Lupin pegando minha melhor amiga. E claro, um James super consciente, tirando fotos de tudo que pode. Quando ele acabou, me olhou com carinho e pensei por instante que ele sabia sobre os pesadelos, mas depois percebi que ele olhava para minha boca. Ele queria me beijar? Queria, com certeza. Eu queria beija-lo? Queria com certeza. Por que nossos lábios não estavam se tocando? Isso eu não sei. Eu não ia beija-lo primeiro, ele que venha aqui.

–Ei Evans! –Ele falou- Vamos nos beijar?

Eu o olhei com uma sobrancelha levantada e depois dei de ombros.

–Pera ai... Você quer me beijar? Você, Lily Evans está querendo me beijar por vontade própria?

–Você quer ou não, James?

–Vamos para o quarto.

Eu assenti com a cabeça e, quando voltei a mim, estava no mesmo lugar balançando a cabeça. Bufei com raiva. Estava tendo muitos sonhos acordada ultimamente.

Fui dormir, ainda bufando com raiva, deixando uma Amanda que provavelmente iria conceber um filho naquela noite.

***

Acordei com a cabeça latejando. Amanda acordou junto, porque gritei. Molly roncava e Miranda, a outra garota, nos encarou com seus olhos azuis escuros e cabelos escuros caindo no rosto.

–O que fo... –Amanda ligou o abajur e gritou, acordando Molly- MEU DEUS! ALGUÉM VAI CHAMAR A ENFERMEIRA, AGORA!

–O que foi? –Passei a mão no travesseiro e senti um liquido com uma textura que deixava claro que não era agua. O aroma também.

Potter apareceu assustado no topo das escadas, mas não consegui entrar. Como ele acordou? Amanda me levou a porta, onde Potter conseguiu encostar-se a mim. O apanhador da Grifinória passou a mão por baixo de minhas pernas, me levantando. Ele me levou correndo para a enfermaria, onde Madame Pomfrey esperava preocupada.

–O que aconteceu? –Ela disse, desperada- Meu Merlin Querido! Da onde é isso?

–Eu acho que hoje, mais cedo, quando ela caiu, uma ferida abriu e começou a sangrar agora. Faça alguma coisa, por favor! -James explicou, falando gaguejando de tão rápido.

–Oh, meu rapaz... –Ela disse – Todos saiam, por favor.

Amanda saiu meio hesitante, Black demorou mais e Potter não moveu um músculo, parecia determinado a ficar ali.

–Eu não vou. Amolfadinhas vai, mas eu não saio sem minha Lily, bem e saudável, daqui.

“Oh, James!” Eu queria falar com ele, mas não tinha forças. Agradeci os braços fortes do apanhador ao meu redor, pois teria caído dura no chão se ele não me segurasse com tanta determinação.

–Então fica Sr. Potter, mas se você ficar vai ter que passar a noite.

James assentiu com a cabeça e isso é a única coisa que me lembro da semana inteira.

***

Acordo uma semana depois, com um Potter agarrando meu braço com força, uma Amanda conversando com um Lupin meio doente e uma Mari com um olhar cheio de ternura e carinho.

“MARI!” Eu queria gritar mas não consegui e antes de apagar novamente, vi Potter sorrir.

***

Dumbledore me olhava com seus olhos azul-piscina quando acordei. Sorri ao ver Potter do seu lado e do outro minha mãe, com os cabelos ruivos caindo nos olhos.

Antes de apagar, senti os dedos de Potter passando por minha perna.

***

Acordei depois de duas semanas apagada e pesadelos terríveis.

–Evans! –Potter me chamou e virei para olha-lo- Um dia antes do meu aniversario, isso que é presente!

Ele me abraçou, mesmo comigo deitada. Vi Black sorrindo, assim como Amanda e Mari.

–Mari! ONDE VOCÊ ESTAVA? EU QUASE MORRI DE PREOCUPAÇÃO! –Eu berrei – Mari!

–Visitando meus pais. Meus avós foram encontrados há algumas semanas. Mortos por comensais. Vovó por ser uma nascida-trouxa e vovô por ter se casado com ela.

Meus olhos foram até Potter e acho que todos, inclusive Madame Pomfrey, perceberam.

–XÓ! – A enfermeira falou, expulsando meus amigos- AGORA!

Todos foram embora, acenando e mandando beijos com as mãos. Menos Potter. Ele ficou um pouco mais, me olhando nos olhos. Castanho e verde se encaravam quando ele ficou de joelhos, com os braços apoiados na beira da cama. E me beijou. Assim, na frente de Pomfrey. Por um momento, meus olhos ficaram abertos, depois se fecharam, fazendo todo o meu corpo se focar na doçura dos lábios úmidos de Potter.

–Eu te amo, Lily. –Ele disse e saiu antes que eu pudesse respondê-lo.

Quando a porta de carvalho se fechou, eu o respondi. “Também te amo, James Potter.”