Não voltei a sala de Poções após minha saída desesperada, pois já estava no fim e eu não queria ver Sev. Fui direto para a aula de DCAT, esperando que Amanda, Mari ou até a menina da Corvinal lembrassem de pegar minhas coisas. Quando entrei na sala, Amanda estava lá com a minha mochila. Agradeci a ela, e não respondi quando ela perguntou onde eu estava.

Fiquei encarando Sev conversar com a irmã Black morena, Belatrix, não faço a menor ideia de como ela passou ou porque estava lá, já que a coisa dela é Arte das Trevas.

Eu não prestei atenção na prof. até ela começar a falar sobre o Patrono, um feitiço que eu daria muito para aprender.

–Observem!- Ela falou o feitiço e de sua varinha saiu um enorme jato de luz prateado e um gato igualmente colorido, nem todos pareceram surpresos, já que ela fazia esse feitiço a mais ou menos 50 anos. -Quem gostaria de tentar?

Senti minha mão voar no ar, mas a de outra pessoa foi mais rápida e ela chamou este individuo para fazer. Quando vi os cabelos despenteados pretos e os óculos quadrados eu quase voei em Potter por roubar minha oportunidade de conjurar um Patrono.

Os Marotos sorriam para ele como se soubessem que ele ia conseguir, coisa que eu esperava que ele fracassasse humilhantemente.

–EXPECTO PATRONUM! -Potter gritou antes mesmo da professora explica-lo como fazer o feitiço e de sua varinha saiu um viado prateado que deu voltas em seu conjurador. Todos, até a prof. o encaravam impressionados.

–Mais 50 pontos para a Grifinória- Ela disse e ninguém se opôs, nem mesmo os alunos da Sonserina ou Corvinal ali presentes. -Mais alguém gostaria de tentar?

Minha mão foi ao ar na hora, dei um sorrisinho irônico para Potter, que provavelmente esperava que ninguém se atrevesse a tentar ser melhor do que ele.

–Srta. Evans, venha. Pense em algo muito, muito feliz. -A Prof. disse

Fechei meus olhos e meu pensamento imediato foi um dia que meu pai nos levou de carro para a praia, eu devia ter 7 ou 8 anos. O som da gargalhada de minha mãe, jogando seus longos cabelos cor de morango para trás, o cheiro do perfume de meu pai, enquanto ajudava Tuney, que ainda não me odiava, e a mim a montar um castelo de areia. Gritei o encantamento e, quando todos se calaram, abri os olhos, na minha frente, uma corça prateada estava parada, me encarando, ela ou ele fez algo parecido com uma reverencia e sumiu quando eu dei um gritinho.

–O que foi Evans?- Falou um garoto da Sonserina- Não estava acostumada com feitiços por causa de seu sanguinho ruim?

–Menos 10 pontos para a Sonserina- A professora disse- E mais 50 pontos para a Grifinória.

Eu sorri e não pude deixar de reparar que Sev também sorria.

No caminho para o almoço fui bombardeada de perguntas sobre o Patrono. Eu ria de meninas, amigas de Mari, que ficaram bobas quanto contei que meu Patrono era corpóreo.

Me sentei ao lado de Molly, que comia como se fosse o último momento de sua vida, enquanto via Mari desaparecer na multidão.

–É verdade que você consegue conjurar um Patrono? -Molly disse eu fingi que não ouvi, pois estava tentando fazer Sev, que estava falando algo que fazia Amelia Greengrass jogar a cabeça para trás e enrugar os cantos dos olhos de tanto rir, queimar até a morte.

Ela provavelmente percebeu, pois revirou os olhos e falou baixinho: "Foi você que se afastou." Eu estava prestes a retrucar um "Como se ele não tivesse me dado motivos" quando Arthur Weasley chegou sorrindo, e Molly se jogou, no sentido literal, nos braços dele.

Eu sai do Salão Principal sem comer e fui caminhando sozinha para o patio. Lá eu me sentei na fonte encarando o horizonte, quando ouvi alguns barulhos vindo de trás de um pilar. Eu fui ver, escondida o que estava acontecendo e quase dei um grito de exclamação quando vi Sirius Black agarrando a menina da Corvinal que mais cedo havia divido a mesa na aula de Poções comigo. Ele beijava o pescoço dela e ela estava quase jogando a blusa dele nos ares. Os olhos castanhos impassíveis de Elena estavam olhando para cima e seus cabelos como a mesma cor dos olhos, previamente arrumados em um lindo coque, estavam caindo nas costas de Sirius. Eu estava boquiaberta quando senti um braço no meu ombro e uma mão na minha boca, me impedindo de gritar. Não consegui me virar até estar a uma distancia considerável de Sirius e Elena. Quando me virei, assustada e vi que era James eu lhe dei um tapão na cara.

–Droga, Evans! -Ele disse- Você adora me esbofetar não?

–O que foi isso? E como assim, Sirius e... Elena? Sério?

–Bom, ele não namora ela nem nada mas essa não é a primeira vez que eles.. Bem... Você viu né?

–Que horror! Não horror mas... Você viu! -Eu disse

–Me desculpa por ter que agarrado pelas costas -James disse- Eu só queria deixar ele aproveitar um pouco.

–Tudo bem. -Em um dia normal eu já teria ido a McGonagall, mas hoje eu não quis. Me perguntei se ele tinha tomado um frasco de Feliz Felicis ou algo assim.

Ele sorriu e eu sorri de volta. Ficamos nos encarando por alguns momentos, mas, quando eu decidi sair, ele segurou meu braço e me puxou para perto, muito perto, deixando nossos narizes colados. Uma voz na minha cabeça dizia "Beije-o como Elena beijava Sirius! Vai lá! Beije-o" Me perguntei, novamente, se ele tinha tomado um frasco de Feliz Felicis.

Quando as mãos de James, que estavam em meus pulsos subiram para meu pescoço um arrepio subiu junto. Meu estomago estava se revirando, eu sentia tudo que havia comido dançar sapateado.

Seus lábios eram tão vermelhos e deviam ter um gosto tão delicioso... Beije-o! A vozinha repetia incansavelmente.

Ele foi chegando mais perto, e mais perto...