O Acordo escrita por Sophie Valdez


Capítulo 17
Feliz Natal


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, desculpem a demora imensa, mas estava meio bloqueada para essa história, e escrevi esse capitulo muitas vezes.

Espero que gostem dele, boa leitura!



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Prendi meu cabelo com um laço que sempre uso no Natal, uma superstição para dar boa sorte, mas no momento eu sinto que nem uma plantação de trevos de quatro folhas pode me ajudar. James se trancou no quarto desde que Emma revelou tudo sobre nosso acordo. Não deixa ninguém entrar, nem sua mãe, seu pai, Sirius... E muito menos eu.

_ Vamos Lily, anime-se... É Natal, tudo vai se acertar. – Dorcas diz abraçando meus ombros. – No momento certo.

_ Eu perdi o momento certo Dorcs. – respondo abaixando meus olhos para minhas mãos. – Perdi...

_ Pare de drama Lily! – Marlene exclama jogando o casaco de lá sobre os ombros. – Fazer a depressiva não vai te ajudar em nada. Eu avisei que isso ia acabar mal, agora você tem que parar de se lamentar e pensar em um jeito de mostrar ao Jay que ama ele.

_ Do jeito que ele gosta dela, acho que não vai precisar de muito. – Dorcas diz suspirando.

_ James merece muito. – digo baixinho. – Eu não sei o que fazer! Ele... ele está tão decepcionado comigo, eu vi nos olhos dele.

_ Lily, James te ama, você ouviu ele dizer isso para a Emma...

_ Não fale o nome dela Lene! – exclamo torcendo as mãos. – Aquela vadia!

_ Enfim... Ele se declarou, aquela hora e muitas outras vezes. – Marlene continua. – E se esse amor é tão forte quanto eu imagino, vocês só precisam conversar.

_ Como? Ele se trancou no quarto!

_ Sério? Uma porta trancada é obstáculo suficiente para Lily Evans? – Dorcas indaga com as mão na cintura. As duas me encaram com as sobrancelhas arqueadas e eu suspiro, agradecendo mentalmente por ter amigas tão legais.

_ Não... Mas eu não sei o que vou fazer quando a porta for aberta. – digo engolindo em seco.

_ Simples: James, eu te amo e aceito me casar com você e ter lindos filhos. – Lene diz revirando os olhos.

_ Harry, Katherine e Elizabeth Potter. – Dorcas acrescenta rindo.

_ Ok, eu vou lá antes de me afogar nas besteiras que vocês dizem. – digo me levantando e respirando fundo.

_ Nós vamos estar na sala comemorando o Natal. – Lene diz me abraçando. Saímos juntas do quarto e elas descem as escadas enquanto eu rumo ao quarto de James. Respiro mais uma vez tentando fazer meu coração parar de acelerar e minhas mãos a tremerem, bato na porta três vezes e espero alguma reação.

_ Já disse que desço perto da meia-noite Sirius! – ouço a voz dele abafada.

_ N..não é o... Sirius. – respondo com a voz tremula e me xingo em silencio logo depois. Onde está a Lily Evans confiante? – James... – chamo com a voz mais firme. – Podemos conversar?

Não escuto nada dentro do quarto, suspiro e torço minhas mãos tentando parar o nervosismo. Encaro a porta fechada a minha frente e sinto um bolo se formar na minha garganta.

Você não vai chorar Lily Evans.

_ Ok, se não quer abrir vamos conversar por aqui mesmo. – digo firmemente encostando a testa na porta. – James, eu sinto muito por ter te enganado, mentido e ajudado Emma com esse plano maluco. Na época eu achava você um idiota e... também achava que não gostava de você. Por o fato é que eu sempre gostei de você. Meu coração ficava acelerado toda vez que você se aproximava, mas eu preferi interpretar isso como algo negativo, porque você era um galinha, egocêntrico e metido, e eu não podia estar gostando de alguém assim. Mas você mudou, e eu não percebi... Só fui perceber quando Emma veio falar comigo. Eu achei o plano simples, era só ajudar ela a te conquistar, mas a coisa fugiu do controle. Você não sabe o quanto eu chorei depois daquele encontro em Hogsmeade, porque foi um encontro perfeito... mas depois de te beijar você me chamou de Emma, eu era a Emma... e aquilo foi horrível. – seguro um soluço e fecho os olhos. – Depois daquele dia eu comecei a ver como você realmente era, e você não era perfeito... longe disso, mas era, de uma forma esquisita, perfeito para mim. Eu sei que você está chateado, decepcionado, mas eu peço que me dê uma chance para te mostrar que eu mudei de opinião... Você e meus amigos são as únicas pessoas que eu tenho nessa vida... Você é a mais importante...

Levantei meus olhos para a porta procurando algum sinal, mas nada aconteceu. Respirei fundo tentando em vão tirar o bolo da minha garganta e me afastei na madeira, girei os pés e comecei a dar passos em direção a escada, sentindo uma pontada no peito a cada passo.

Eu o havia perdido, pedido sua confiança e seu amor em uma maldita aposta.

Porém, meu coração deu outro salto quando ouvi a porta ranger. Segurei a respiração antes de virar novamente e encarar seus olhos castanhos. James parecia em conflito com si mesmo, a testa franzida, os músculos tensionados e os lábios presos.

_ Você... você ouviu...o que...eu...o que eu...disse? – pergunto tremula, tremula demais. James acena afirmativamente com a cabeça. –E então?

_ O que você fez me magoou Lily. – ele responde com a voz rouca. – Me decepcionou, porque...porque aquilo mostrou o quando não se importava comigo. Você não pensou antes de aceitar aquele acordo, você não pensou em mim. E não é legal saber que a pessoa que você pensa o dia todo, não pensa em você. – ele para um minuto para respirar e eu pressiono meus lábios para impedir meu coração de fugir por ali. – Mas, infelizmente, eu sou muito...burro, eu acho. – eu franzo minha testa com isso. – Eu não consigo ficar bravo com você a ponto de te ignorar, e brigar com você, e nunca mais falar com você... Até porque era isso que eu tinha que estar fazendo, mas estou aqui, falando com você.

_ James, me desculpe... – digo cautelosa. – Mas o que você quer dizer?

_ Que eu não consigo te ignorar. – ele repete entre dentes. – Apesar de achar que era o certo. –James dá um passo em minha direção e levanta a mão como se fosse me acariciar, mas para no meio do caminho. – Lily, eu não posso esquecer tudo muito rápido, não consigo ficar... com você agora, como eu gostaria, entende?

_ Sim... quer dizer, não... – respondo balançando a cabeça. – Você... não consegue ficar comigo... Nós dois...juntos... Não ainda...? É isso?

_ Isso. – ele afirma meio nervoso. – Eu ainda to nervoso, muito nervoso. Mas não vou conseguir ficar longe de você. – com isso ele leva a mão no meu cabelo. – E te prometi que esse Natal seria perfeito, e não posso cumprir isso trancado no quarto e bravo com você.

_ Ok, então... então estamos... bem?

_ Sim.

_ Amigos de novo?

_ Por hora. – ele responde dando um risada que logo vira uma tosse. E apesar do aperto no peito eu abro um pequeno sorriso. O “por hora” me dava esperanças.

_ Cara, vocês são as pessoas mais estranhas que eu já conheci. – uma voz dia atras de mim e eu me viro encontrando Sirius, Remo, Marlene e Dorcas nos encarando.

_ Cala a boca Sirius. – Dorcas ralha. – Você interrompeu o momento de reconciliação!

_ Reconciliação? Eu consideraria isso um regresso! – Marlene exclama. – Amigos? Amigos? Fala sério!

_ Apesar de meio contrariado, eu concordo com a Marlene. – Remo diz coçando a nuca.

_ Vocês são um bando de intrometidos! – exclamo olhando de canto, James revirar os olhos. – Deviam estar felizes por nós dois nos resolvermos!

_ Resolveram como? – Dorcas pergunta arqueando as sobrancelhas. – Eu ouvi a maior parte da conversa e fiquei super confusa... Afinal, James, você perdoou a Lily por ajudar a Emma?

_ Perdoar... – James repete pensativo e eu o olho com expectativa. – Acho que sim, quer dizer... depois do que ela disse ali na porta, é claro que eu a perdoou. Eu entendi o lado dela.

_ Sério? – pergunto sorrindo.

_ Sério. – ele responde sorrindo de volta. Nos encaramos, ele estava bem perto de mim agora, e eu não ligava mais para os outros até que...

_ CRIANÇAS! DESÇAM LOGO! – ouvimos a Sra. Potter gritar. – James! VOCÊ TAMBÉM!

_ E o premio de quebradora de clima vai para... - Sirius diz revirando os olhos.

_ Vamos descer! – Dorcas exclama puxando Remo e Marlene, a última puxando Sirius, escada abaixo. E me deixando sozinha de novo com o moreno que é meu... amigo...

_ Vamos milade? – ele diz sorrindo um tanto sem jeito.

_ Vamos. – e descemos juntos até a sala. A arvore que nós decoramos brilhava, rodeada de pequenas fadinhas douradas, o cheiro da ceia fugia da cozinha fazendo Sirius ( ou qualquer um com sanidade) salivar. O Sr. Potter bebericava um pouco de licor e conversava com uma mulher de roupa verde e sapatos vermelhos e um homem de rosto redondo que eu conhecia de algum lugar.

_ Lily? – me viro para as poltronas e abro um sorriso ao ver o casal sorridente ao meu lado.

_ Alice? Frank! – exclamo correndo e abraçando os dois, que sempre foram meus amigos inseparáveis. Mas eles haviam se formado o ano passado. – Oh meu Deus, que saudade!

_ Eu estava morrendo de saudade de você foguinho! – Alice exclama rindo e me soltando. – Como você esta? Dorc e Lene me contaram que... JAMES! Que bom te ver!

_ Lice! – James diz abraçando a morena. – Como você está?

_ Ótima!

_ E Frank! – James continua abraçando a rapaz. – Como está a treinamento? E o casamento, quando sai?

_ James, não lembre a Alice do casamento! – Frank geme, apesar de sorrir e levar um tapa da garota.

_ Você que me pediu em casamento, agora agüente! – Alice diz se sentando ao lado de Remo na sala. – Na verdade, quando os Potter chamaram meus sogros para o Natal eu fiquei muito feliz em vir, para matar as saudades, e para falar do casamento. Vocês estão convidados é claro, mas eu também quero chamar as meninas como madrinhas...

_ O QUE? – Marlene grita enquanto Dorcas solta um gritinho. – Oh meu Merlin! Vamos ser madrinhas!

_ Lice, isso é incrível! Obrigada! – digo rindo das meninas que pulam e comemoram.

_ Aff, para que tudo isso? – Sirius indaga dos olhando assustado. – Vocês só vão usar vestidos iguais e ficar paradas no altar.

_ E do outro lado será você. – Frank diz. – Eu ia gostar que meus padrinhos fossem os Marotos... Só não vai dar para chamar o Pedro, porque meu primo vai ser padrinho também, mas eu nunca fui muito amigo dele, então acho que não vai se importar.

_ Também, acho que não. – Remo concorda. – E será um prazer ser padrinho de vocês.

_ Vamos fazer a melhor despedida de solteiro do mundo. – James exclama sendo apoiado por Sirius.

_ Ótimo, então Alice também terá uma despedida memorável! – digo empinando o nariz e todos nós rimos. Em meio a conversas animada sobre tudo isso nós ficamos até a hora da ceia.

Me sentei de frente para James, e não pude deixar de olhar para ele de minuto a minuto, encontrando seus olhos na maioria das vezes, o que me fazia suspirar ou rir, e os outros a revirarem os olhos para nós.

_ Que vaca. – Alice exclamou quando nos sentamos na sala para esperar a meia-noite e eu a contei sobre Emma. – Mas você também vacilou hein?

_ Eu sei... – respondo a contra gosto. Os meninos estão do outro lado da sala rindo de algo, menos Sirius, este ser sumiu com a Lene alguns minutos atras. – Acha que eu e o James ainda ficaremos junto?

_ Na verdade eu não entendo porque ainda não estão. – Alice responde com um risinho.

_ Eu o ignorei por anos, e agora ele precisa de tempo para... recuperar o ego dele. – digo rindo um pouco com a última parte. – Eu o entendo.

_ Mas eu não entendo vocês. – Alice diz revirando os olhos e dando um pulo logo em seguida. – Meia-noite! FELIZ NATAL! – ela grita pulando no pescoço de Frank e lhe dando um beijo. Dorcas abraça Remo e logo em seguida me abraça. Nos desejamos feliz Natal e eu continuo abraçar todo mundo, Remo, Frank, Alice, os Longbottom, a Sra. Potter e o Sr. Potter, esse me abraçou de uma forma que me deu vontade de chorar, já que me lembro meu pai.

_ Tudo bem querida, pode chorar. – ele diz me apertando. – Mas saiba que ele continua com você ham? Seus pais sempre estarão com você, não precisa ficar deprimida com isso.

_ Eu sei. – digo me afastando e limpando o rosto. – Só sinto saudades deles, especialmente no Natal. – ele assente e se afasta para abraçar Sirius, que surgiu do nada e sinto uma mão no meu ombro.

_ Era para você estar feliz, não chorando. – James diz. – Aposto que sua irmã não esta chorando, então eu não estou cumprindo minha promessa.

_ Eu tenho certeza de que meu Natal esta muito melhor do que o dela. – afirmo sorrindo. – Obrigada Potter.

_ Foi um prazer Evans. – ele responde rindo. – Feliz Natal.

_ Feliz Natal. – digo me aproximando mais dele. Sinto sua respiração próxima a mim, e sua mão tocar minha bochecha levemente. Mas então ele engole em seco e se afasta devagar.

_ É... Feliz Natal... – ele murmura de novo e se vira para abraçar o pai, eu me viro torcendo as mãos e encontro Sirius, Marlene e Alice revirando os olhos.

Ficamos até tarde rindo e conversando até Alice, Frank e seus pais irem embora e nós irmos dormir. Mas fiquei um bom tempo encarando um teto, pensando no meu último Natal com meu pai, em como esse foi legal apesar das confusões, em como eu não sabia com certeza como estava com James...

Mas no fundo, era bom saber uma coisa. Eu o amava. E agora era só uma questão de tempo, eu acho. E não tinha acordo entre nós agora.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Acharam confuso tudo?
Desculpem, mas não podia fazer eles ficarem juntos assim rapidinho, mas não vai demorar, juro. Foi só para dar continuidade a história.

Comentem!
Beijos!



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