O Lado Escuro da Lua escrita por MaeveDeep


Capítulo 77
Capítulo Setenta e Sete


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores! Caso vocês não tenham notado, eu venho postando um Especial Daviel desde o último capítulo. Este aqui deve ser lido antes do próximo, só aviso. Sim, duas atualizações num dia só - não sou uma princesa? Espero que gostem!



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O Lado Escuro da Lua – Capítulo Setenta e Sete

Artemis tinha o rosto molhado de suor e lágrimas quando se sentou de novo no sofá da casa dos Wright. Mal havia dado por si, contudo, e estava na cama do quarto de visitas, tentando entender o que a mãe de Apolo lhe dizia, seus dedos apertando o edredom com força, sua respiração falha saindo pelos lábios.

Precisava tanto de Apolo. Queria seu abraço e queria sua voz macia, a curva do seu pescoço e suas mãos gentis. Ouvia enquanto a mulher à sua frente falava sem parar, naquele tom baixo e transtornado, parte dela sabendo que Artemis não realmente a ouvia. Como poderia?

(Bailarina, quase ruiva.)

(Fraca, como a sua mãe.)

(Um nome, Artemis.)

(Um nome.)

E aquele estampido ensurdecedor...

Fechou os olhos e começou a chorar de novo, não conseguia evitar. Ouvia o próprio coração alto demais, morreria de medo se a deixassem sozinha. Queria o colo de Apolo sabendo que não poderia tê-lo, o garoto sequer a amava mais. Novamente, como poderia?

Deu por si com sua mãe ajoelhada à sua frente, mas de repente o ruivo havia cedido lugar ao loiro e era a mãe de Apolo – o queria tanto, por Deus –, ainda assim não o bastante, não seria nunca, queria--

– Eu sei, Artemis, eu sei – e talvez só estivesse a ouvindo porque a mulher agora chorava também, lágrimas escorrendo. – Mas não posso te levar até ele agora, compreende isso? Você não está bem...

E o resto se perdeu de alguma forma, a mera negativa já nublando a cabeça de Artemis. Toda sua percepção de tempo vinha estado alterada, ela fechou bem os olhos e, quando os abriu de novo, estava sozinha. O quarto já estava na penumbra, mas ela não havia saído do lugar, sentada na beirada da cama com o edredom bem preso entre os dedos.

Olhou para o quarto sem vê-lo, não ouvia nada e, ainda assim, aquilo não queria dizer que não houvesse barulhos. De repente com medo, ainda de costas fez seu caminho até o meio da cama, sem tirar suas calças jeans ou até mesmo suas sapatilhas. Demorou uma eternidade a se cobrir, com medo de algo que não sabia bem o que era, afundou o rosto no travesseiro e tentou não pensar em nada, respirou fundo, sem saber o que fazer consigo mesma.

Mas estivera deitada daquele jeito quando ele viera naquela noite. Você passa o resto dos seus dias comigo ou o envia para seu túmulo?, seu pai havia lhe perguntado, manso e sereno, acariciando seu cabelo enquanto Artemis ouvia seu coração quase que explodir.

A contragosto lembrou-se de como passara uma hora na estação de trem, seu pé batendo no chão cada vez mais rapidamente, a ansiedade se acumulando até que ela finalmente soubesse. Ele não vem.

Chorou mais ainda, inflexível o nó em sua garganta. E então era David quem vinha até ela, Apolo e Gabriel estavam no carro, Artemis, e os dois já desciam as escadas com pressa, ele fingindo não ver que ela já chorava – porque se acontecera de novo, perdera também Apolo, ele lhe doendo mais do que todos os outros...

(No quarto ao lado, Apolo tinha o mais doce dos sonhos com ela.)

Harry havia ficado de partir o coração em seu leito, assustado ao ver o próprio sangue, fantasmagórico e sem nada da confiança que Artemis conhecia tão bem. Não suportaria sequer imaginar Apolo daquela forma, o ar lhe saindo raso por entre os lábios, os olhos castanhos cheios do medo mais puro de todos – vou morrer, não vou?, ele tinha lhe perguntado, desesperado, antes que seu pai a afastasse dali...

Abraçou um travesseiro e se encolheu, todas as lembranças vindo e se misturando até que por fim as lágrimas não caíssem mais, seus olhos doendo, os nós de seus dedos brancos. Essa garota vai acabar sozinha...

A fúria de Elizabeth não só quebrara seu telescópio como marcara por anos a fios seus braços com feridas de beliscões e tapas, suas mãos elegantes e de unhas vermelhas surpreendentemente capazes de provocar tanta dor.

Não chore na frente da sua mãe, Artemis, e então ela nunca entendeu... (como ele pudera...?) Está chorando? E quase podia sentir o aperto em seu braço, mordendo o lábio com força para não dizer nada, os olhos ardendo, o sentimento de culpa a consumindo por completo...

Eu sinto tanto...

{...}


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Notas finais do capítulo

Estou mais para bruxa do que para princesa, não é mesmo?