O Lado Escuro da Lua escrita por MaeveDeep


Capítulo 52
Capítulo Cinquenta e Dois




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O Lado Escuro da Lua – Capítulo Cinquenta e Dois

Apolo deixou que a água quente desfizesse os nós em seu pescoço e ombros, cessando a tensão dos músculos. Estralou o pescoço e, ainda sob a água, respirou fundo, o vapor morno praticamente desintoxicando sua cabeça.

Quanto tempo já havia se passado? Dez, quinze minutos? Desligou o chuveiro e se secou, seu cabelo cheirando ao shampoo de Artemis. Deveria ter se lembrado de trazer o seu, mas mal tivera tempo de pôr roupas limpas na mochila, tamanha sua pressa em vê-la.

Vestiu a calça, mas não conseguiria pôr a camiseta naquele banheiro tão abafado. Voltou com ela para a mochila e abriu a porta, encontrando Artemis na cama, recostada contra a cabeceira, o notebook no colo.

– Demoramos duas semanas para adivinhar a senha da wi-fi – comentou, distraído.

Artemis ergueu o rosto para ele, e levou tempo o bastante o observando para que Apolo se sentisse auto-consciente, até que finalmente o respondeu.

– Poderiam ter pedido. Quem foi que adivinhou?

– Anna. Mas ela usou métodos ilícitos de programação de computadores – acrescentou. – O que você está fazendo?

– Nada. – Quando Apolo continuou olhando para ela, Artemis elaborou: – Escolhendo o figurino para a apresentação. David me pôs em contato com aquela estilista amiga dele, e ela é realmente incrível.

Apolo só havia perguntado para saber se ela não estaria fazendo algo pessoal demais; já que não, subiu na cama e sentou-se ao seu lado. Na tela, havia vários modelos de vestidos para festa e uma capa que parecia parte de uma fantasia. O site era arrojado, com letras pequenas e design minimalista, e ele sabia que qualquer figurino que Artemis escolhesse não sairia nada barato.

– A diretora deixou que você escolhesse? – perguntou, arrumando um travesseiro atrás das costas.

– Tudo vai passar pelo crivo dela – Artemis replicou, distraída, descendo a página. – Mas acredito que ela confie em mim. A Academia tem uma verba generosa para a produção dos espetáculos, então não acho que dinheiro seja problema.

Considerando o tamanho da banheira de mármore do banheiro de Artemis, Apolo podia acreditar que dinheiro não fosse um empecilho.

– Gabriel me disse que vocês haviam tido problemas no ensaio de hoje – comentou. – O que aconteceu?

Aquilo fez Artemis revirar os olhos com impaciência. Ela não se virou para Apolo ao respondê-lo, contudo, muito ocupada digitando uma mensagem na página de contato do site.

– Estou cercada de inúteis, foi isso que aconteceu. Já estamos em setembro e os bailarinos daqui não começaram a treinar com metade do empenho com que deveriam.

Bailarinos daqui, ela havia dito, não meus colegas. Em dezenove anos, Apolo nunca havia feito parte de qualquer grupo cuja maioria não gostasse dele. Não fazia ideia de como seria.

– Vocês brigaram por culpa disso?

Artemis primeiro terminou de digitar sua mensagem, e então a enviou. Foi só aí que se virou para Apolo, e com certa relutância.

– Foi culpa do seu Festival, na verdade. Vai ser no primeiro sábado de setembro, não é isso? – Antes que Apolo pudesse confirmar ou sequer começar a se sentir culpado, Artemis já estava terminando, muito objetiva. – Eles queriam folgar durante todo o fim de semana. E eu não deixei.

Provavelmente queriam poder aproveitar a festa sem se preocupar em ensaiar no dia seguinte, e também relaxar antes do show, se arrumando e descansando após uma semana toda de treino. Incerto, Apolo buscou pelo que dizer.

– Achei que treinar no fim de semana fosse opcional.

– Era. Eu conversei com a professora Victoria e ela os tornou obrigatórios na semana passada. Os folgados de tutu não gostaram muito – admitiu, desviando o olhar.

Apolo conteve-se para não rir do apelido, impressionado a contragosto. Nunca agiria assim. Preocupava-se em fazer tudo dar certo, mas detestava desapontar os interesses dos seus colegas. Era difícil que brigas acontecessem quando ele estava no comando, e talvez fosse por isso que a discussão de mais cedo o houvesse afetado tanto. Não sabia o que dizer para Artemis, porque não seria sincero se lhe dissesse que ela havia feito o certo.

Acabou se fazendo mais confortável na cama, apoiando a cabeça no encosto e erguendo o rosto para observar o teto.

– Tive problemas hoje, também. Não é nada para você se preocupar, mas meus colegas estão mais interessados no Festival do que na sua apresentação. Não pode culpá-los – acrescentou, na defensiva. – Eles se comprometeram com a Academia, mas o Festival... Esperamos por ele durante todo o ano.

– Eles só estão preocupados com o Festival, eu sei – ouviu Artemis dizer, inexpressiva. – Nenhum dos seus colegas liga realmente para a apresentação do fim do ano.

Apolo não conseguiu se virar para olhá-la.

– É – admitiu, quieto. Lembrou-se de Krist, o que tem de tão importante nessa droga de apresentação? Eles nem gostam da gente, para o inferno com essa orquestra! – Entrei em uma discussão feia hoje.

– Não consigo te ver discutindo com ninguém. – Pelo seu tom de voz, Artemis parecia estar achando graça. Ela então soltou um suspiro, conformada. – E tudo bem. No lugar deles, eu também me preocuparia com o que fosse mais importante para mim.

Apolo não a respondeu de imediato, observando o teto e perguntando-se como Artemis poderia abraçar daquela forma defeitos tão feios. Orgulho, arrogância, egoísmo... Ela não os escondia, não os mascarava por trás de qualquer outra coisa. E ele? Havia sido ensinado a ser cortês, a ser modesto. A não se vangloriar, jamais, e a nunca deixar os outros desconfortáveis.

Até onde aquilo havia levado os dois? Artemis era odiada por praticamente todos que a conheciam. Ele era amado, mas ninguém o respeitava como líder porque ele nunca se impunha. Artemis era mais temida do que respeitada, era verdade, mas entrar num consenso sobre o que era melhor talvez fossem lhe tomar várias horas.

Acabou virando-se de novo para ela, permitindo-se um assomo de sinceridade.

– O meu Festival vai ser muito melhor do que a sua apresentação. Isso é um fato. – Fez uma pausa, observando o rosto da garota. Compreensão. É claro. O que mais esperar de alguém que aceitava como natural o lado ruim das pessoas? – Mas assumi uma responsabilidade com a diretora Lee e, principalmente, com você – prometeu. – Vou fazer dar certo.

Artemis demorou a sorrir, mas, quando o fez, suas maçãs do rosto se ergueram de uma forma adorável.

– Eu sei que vai. Confio em você para isso. Quanto a um show bagunçado de música moderna ser melhor do que a minha apresentação... – estalou a língua em desaprovação. – Não acho que vá acontecer.

– Você vai ver – Apolo se ouviu dizendo, escorregando tão fácil para a vaidade que era como se nunca houvesse sido modesto. – Eu já escolhi o que vou tocar, e os outros estão incríveis também. Você vai, não vai? – perguntou, percebendo de repente que Artemis não havia dado indício algum de querer ir.

– Não sei – ela encolheu os ombros, voltando-se para o seu notebook e fechando tudo o que estava aberto, desligando-o em seguida. – Não gosto de muitas pessoas, ainda mais se elas estiverem suadas, pulando e fedidas.

Apolo cedeu à vontade de rir, imaginando Artemis paradinha, revirando os olhos no meio da multidão ensandecida que se aglomerava perto do palco.

– É, não daria certo. No Fenway não dá para armar áreas reservadas, mas posso te arrumar um lugar no backstage. Nas laterais, dá para se ter uma boa visão do palco. E fica mais fácil para eu te encontrar depois – Apolo acrescentou, percebendo como poderia, em poucos segundos, tramar um plano brilhante. Talvez fosse ele o gênio, e não Anna. – O que você acha?

Fechando seu notebook e o pondo sobre a cômoda, Artemis considerou aquilo por um tempo. Quando se virou para ele, tinha seu sorriso malvado preferido nos lábios.

– Todos os bailarinos da Academia vão me odiar ainda mais se souberem que eu assisti ao show ainda mais perto do que eles, depois de não ter lhes dado a folga. – Os olhinhos azuis brilharam. – Posso aceitar o seu convite.

Apolo riu, passando um braço ao redor do seu ombro e a trazendo mais para perto. Deus, havia sentido falta daquilo.

– Eu sei que o seu motivo secreto é me ver tocar. – Roçou os lábios em seu cabelo ruivo, e correu os dedos por seu braço. – Mas tudo bem, pode usar a desculpa de que é para enraivecer seus colegas. Você é mesmo boa nisso.

Arrumando-se no lugar para ficar mais confortável, Artemis ergueu um pouco o rosto para ele. Tinha uma das mãos apoiadas em sua barriga, quase que com medo de tocá-lo sem nenhum tecido os separando.

– Em fazê-los me odiar?

– Em camuflar seu amor por mim. – Era inacreditável como não havia nenhuma sarda na pele pálida da garota. – Mas nisso também.

Se bem que pálida era uma palavra imprecisa; fazia com que Apolo se lembrasse de doentes. A pele de Artemis era cremosamente branca, linda de se ver e deliciosa de se tocar. Enquanto ela lentamente se acostumava àquela posição e à sua semi-nudez, Apolo distraiu-se acariciando seu braço, reparando, em um cantinho da sua mente, no quanto Artemis lentamente ia se fazendo confortável, a mão sobre seu colo tocando realmente sua pele, o corpo dela finalmente relaxando contra o seu.

Qualquer mal estar já havia lhe abandonado por completo, e a dor de cabeça sumira quando ainda estava no banho. Talvez houvesse tido alguma coisa de errado com todas as suas ex-namoradas, ele supôs, porque nenhuma delas havia lhe feito tão bem. Ou talvez aquilo fosse destino, ou algum efeito colateral dos nomes dos dois.

Apolo e Artemis eram irmãos. Ele percebeu – enquanto, traçando desenhos na pele sensível da sua barriga, Artemis fazia os pelos em sua nuca se eriçarem – que mesmo que não dessem certo, mesmo que acabassem terminando logo, ou porque ela iria para a Rússia ou porque simplesmente não o quisesse mais, não conseguiria abandoná-la por completo.

Mesmo que não fosse mais seu namorado (secreto ou não), Apolo ainda gostaria dela. Mesmo que não a amasse mais, ainda gostaria dela. Faria questão de saber se ela estaria bem, se estaria feliz, se precisava de alguma coisa. Iria querer que ela estivesse feliz, como uma verdadeira melhor amiga.

Mas Anna era sua melhor amiga.

Beijando o topo da cabeça de Artemis, Apolo teve a vaga consciência de que nunca havia se caído tão feio por alguém antes. Não como uma melhor amiga, então. Como uma irmã gêmea, ao menos teoricamente.

– Qual deles é mais novo? – perguntou. – Apolo ou Artemis?

– Está falando de mitologia?

A voz de Artemis saiu um pouquinho mais baixa, e Apolo não pôde evitar segurá-la com um quase-nada a mais de força.

– É.

– Artemis é a mais velha. Ela assistiu ao parto de Apolo, e ficou tão horrorizada que decidiu nunca ser mãe. Por isso é a deusa das donzelas. Por quê?

– Por nada.

Apolo preferiria que fosse o mais velho. O irmão mais velho era sempre o guia, o protetor, o mais sábio. Observou Artemis encolhida contra si, contudo, e percebeu que estava diante apenas de uma mínima porção da garota. Quietinha e mansa, assim, Artemis era tudo o que alguém deveria proteger – mas havia ferocidade, ali, também, e um olhar capaz de fazer tremer um homem feito.

De fato, Artemis se encaixava muito melhor como irmã mais velha. Respeitada e severa, é verdade, mas doce e gentil por dentro. Se fossem irmãos de verdade, Apolo tranquilamente poderia vê-la o pondo na cama no horário certo, nenhum minuto a mais, mas também o surpreendendo com chocolate quente quando ele menos esperasse, aquele sorriso secreto nos lábios.

E ele também não destoava por completo de um irmão mais novo. Ciumento, louco de vontade de protegê-la. Minha, só minha. O verdadeiro apego de uma criança. Ouvindo cada palavra dela com atenção, não entendendo sua relutância ao deixar que estranhos acariciassem seu cabelo na rua, o elogiando e de brincadeira ameaçando roubá-lo.

Seu, só seu.

– Você disse que hoje mataria de verdade sua saudade de mim – Artemis o lembrou de repente, antes de aninhar-se mais nele, seus cílios roçando sua pele quando ela fechou os olhos. – Mas ficar perto de você assim me deixou com sono.

– Você está cansada. Provavelmente, depois de brigar com seus colegas, treinou três vezes mais do que deveria, só para dar o exemplo – Apolo percebeu, achando graça. – E eu estou matando minha saudade de você, Artemis – acrescentou. – É bom ficar assim.

Como a criatura teimosa que era, contudo, Artemis desvencilhou-se dele.

– Eu vou acabar dormindo – protestou, olhando-o nos olhos com verdadeira obstinação.

Apolo não pôde evitar sorrir.

– E você quer que eu te impeça de dormir?

Ela revirou os olhos.

– Não use essas palavras nesse tom. – Encarou a coberta por um tempo antes de puxá-la, até cobrir-se na altura da cintura. Voltou a fazer-se confortável contra ele, parecendo agora mais à vontade com a falta da camisa. – Só me distraia com alguma coisa. Não vou deixar que durma aqui sempre, e estamos ambos ensaiando muito de dia, então é bom que o nosso tempo juntos valha a pena.

Não era como se alguma vez ele não houvesse valido. Apolo entendeu tudo aquilo como um pedido por mais dele, e não pôde evitar beijar o topo da sua cabeça de novo.

– Tudo bem, então. Me conte uma história.

– Eu? – Artemis soou realmente surpresa. – Por que você não me conta uma?

– Porque a minha voz iria te pôr para dormir.

Artemis ainda levou um tempo para voltar a falar – provavelmente procurando falhas naquele argumento, a pequena teimosa – , e, quando o fez, soou hesitante.

– Eu não conheço muitas histórias. Podem ser mitos gregos?

– O que você quiser. Vá em frente.

– Você provavelmente os conhece – mas Artemis soou incerta, como se não realmente acreditasse naquilo.

Claro, ele havia perguntado qual dos dois era o mais velho. Qualquer pessoa deveria saber daquilo. Apolo conteve o sorriso.

– Não tão bem quanto você. Anda.

Artemis não demorou muito a começar. Falou de Cronos e de Réia, de Ariadne e de Narciso. Falou dos deuses, dos heróis e das ninfas, enumerou os doze trabalhos de Hércules e citou discrepâncias entre Homero e Hesíodo. Impacientou-se quando Apolo não a ajudou a se lembrar do nome de uma das Musas ("você tinha a obrigação de saber!", mas o garoto afetuosamente a ignorou); confessou que nunca tivera facilidade para o grego, o que era uma pena, porque adoraria aprender.

Apolo prometeu levá-la à Grécia um dia, contou que nunca havia lido nem Homero e nem Hesíodo, tendo aprendido tudo com filmes. (O que, segundo Artemis, explicava por que ele não havia aprendido nada direito.) Admitiu que o mito de Narciso era embaraçoso, e recusou-se a comentar algo de Jacinto. Disse que gostaria de aprender arco e flecha um dia, porque era preciso ter mais cuidado e precisão do que força.

– E é mais seguro, também – Artemis apontara. – Os arqueiros não vão para o meio da carnificina.

Apolo nunca havia visto por aquele ângulo antes. Desviou os olhos para o relógio sobre a cômoda, levantando as sobrancelhas ao ver que já passava da meia-noite. O tempo tendia a voar quando estava com Artemis, infelizmente.

– Você vai treinar amanhã, e eu preciso ir embora antes disso. É melhor irmos dormir – disse, estralando as costas.

Mas, afastada dele, Artemis mordeu o lábio inferior, balançando a cabeça.

– Não vai ter treino amanhã. Eles ficaram realmente furiosos porque eu não quis dar aquela folga, e foram todos passar o fim de semana fora em um gesto ridículo de rebelião – julgou, incomodada.

Apolo juntou as sobrancelhas, observando a garota com renovada preocupação.

– Até Isabella e Andrew?

Eram os únicos que, até onde ele sabia, conviviam pacificamente com Artemis.

– Isabella vai voltar à tarde, havia marcado salão para amanhã de manhã antes dessa confusão toda, já faz um tempão. Quase morreu de pedir desculpas. Andrew... – ela franziu os lábios antes de continuar. – A audição dele e do Gabriel é na segunda-feira depois do Festival, então ele pediu muito para ter o domingo de folga. – Suspirou. – Foi um dos primeiros a ir embora.

E era tão errado que Apolo se alegrasse com aquilo, mas não pôde evitar. Escondeu o sorriso.

– E o Gabriel?

– Ele me adora.

Apolo abriu o sorriso que estivera contendo. Orgulho, arrogância, egoísmo, vaidade. Observou o rosto de Artemis emoldurado pelas ondas ruivas, e perguntou-se como poderia não amá-la.

– É claro que sim. – Abaixou o olhar para a cama, afastando uma almofada para o canto. – Por que tem tantas coisas aqui em cima? – Perguntou a Artemis, genuinamente curioso. – Você não pode usar quatro travesseiros.

Artemis ergueu a coberta enquanto se deitava, mas, após se fazer confortável, se cobriu com cuidado.

– Eu gosto – disse, aninhando-se no colchão, uma mão por debaixo do travesseiro. – Dá para apagar as luzes pelo interruptor do seu lado da cama – o informou. – Caso você não queira se levantar.

É claro que Apolo não queria. Apertou logo o interruptor, mergulhando o quarto em uma escuridão bem-vinda. As janelas estavam abertas, mas, com as cortinas cerradas, pouquíssima luz entrava. Deitou-se na cama e se cobriu, virado para Artemis por uma questão de princípios.

A garota não demorou muito a aproximar-se dele. Feliz que seu sorriso não fosse visível, Apolo permitiu que ela, hesitante, apoiasse uma mão em seu ombro e recostasse a cabeça na curva do seu pescoço, quietinha como se não estivesse fazendo nada.

Quando apoiou a mão na sua cintura, ele apreciou o suspiro baixo que isso a fez soltar.

Já havia a elogiado de diversas formas, feito o que podia para impressioná-la e conseguir mais tempo em sua companhia. Já havia confessado que estava se apaixonando. O que mais poderia dizer, honestamente?

Ergueu uma mão para correr os dedos por seu cabelo, a trazendo para ainda mais perto. Fechou os olhos e esperou que o sono viesse, mas, quando Artemis adormeceu poucos minutos depois, ainda estava acordado. Respirou fundo e se chamou de caso perdido, mas não conseguiu dormir ainda assim.

Já conseguia ver o quarto com clareza, acostumado à escuridão. Abaixou os olhos para o corpo ao lado do seu, mas os fechou antes de murmurar o eu te amo mais baixo do mundo. Soltou o ar devagar depois daquilo, sem saber se chamava de desapontamento a falta de reação de Artemis. Ela estava dormindo, afinal de contas.

Talvez fosse melhor assim.

Fez-se mais confortável ao seu lado, e, então, não precisou de mais nada para adormecer.

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Notas finais do capítulo

Não estou aceitando contas de dentistas de ninguém aqui, essas cáries todas são problemas de vocês U-U E ssh, tem Logan e Anna nos próximos capítulos - e, sim, no plural! *U* Gostando, amores?