O Lado Escuro da Lua escrita por MaeveDeep


Capítulo 50
Capítulo Cinquenta


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, esse vai para o Lucas. Tenho todos os motivos para acreditar que veio dele essa inspiração súbita, ou é apenas Afrodite me fazendo ver tudo através de lindos óculos cor-de-rosa com armação em formato de corações. (Amo você, meu amor, mesmo quando você quer dar uma voadeira na criatura mais fofa do mundo a.k.a Gabriel.)



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O Lado Escuro da Lua – Capítulo Cinquenta

Artemis telefonou para o seu pai ainda naquela noite. Sentou-se na cama, apenas de calcinha e uma camiseta azul clara, e passou o cobertor ao redor dos ombros como se para criar um casulo. Quentinha e protegida dos monstros, tudo ficava muito mais fácil.

Falaram sobre o outono em Boston e sobre a Opera House de Sidney, mas foi só quando comentaram a respeito da apresentação que Artemis realmente se encolheu.

– Não terei muito tempo, os ensaios estão realmente corridos... – “E quando foi que eu te atrapalhei?” Artemis rira baixinho. – Eu sei, eu sei, me desculpe. Eu só... estou muito ansiosa. É isso. – “Ansiosa com a apresentação ou é alguma outra coisa?” A risadinha esperta fizera com que ela se sobressaltasse. – Alguma outra coisa? – “Bailarinos nunca foram seu tipo, mas e os músicos?” Artemis podia ouvir, com toda clareza, a menor das batidas do seu coração. De todas as pessoas, pai, você não... – Por favor, sabe que eu nunca... – engolira em seco, seu tom de desdém de repente falhando. – Não depois de tudo aquilo.

Comparável à de Apolo, a voz de Sebastian Lancaster podia assumir um tom calorosamente gentil às vezes. Ele lhe disse palavras brandas e macias, que poderiam ter feito Artemis chorar se ela não estivesse muito ocupada se consumindo de acusações. Quando seu pai finalmente se calou, Artemis percebeu que não havia ouvido uma palavra do que ele havia dito – o que era uma pena, já que Sebastian sempre conseguia acalmá-la.

Quase. Ele não conseguiu daquela vez, não foi?

Artemis teve que respirar fundo para estabilizar a própria voz.

– Obrigada. – Alguma vez conseguiria ter aquela conversa com ele? Contar-lhe tudo, aliviando a própria consciência, só para que ele a pusesse no colo e lhe enumerasse todos os motivos pelos quais estava errada? E, Deus, o que eu não daria para estar errada... – É só difícil de acreditar que não seja minha culpa – se ouviu dizendo, em um pequeno soluço, antes que pudesse se conter.

Sebastian suavizou ainda mais a voz ao lhe garantir que não era, mas sem perder a firmeza. Era uma garantia que beirava uma promessa, e Artemis ateve-se a ela de todo o coração, tentando não fazer a pergunta que sobrava – se não é minha culpa, de quem é? E, mais importante, por quê?

Mas seu pai, ainda mais a meio mundo de distância, não poderia lhe trazer a resposta. Ele desligou logo depois, provavelmente sentindo que Artemis não estava bem. A garota deixou o celular de lado na cômoda, esfregando os olhos para se impedir de sentir sono. Não queria deitar-se para dormir, não ainda. Sabia que não conseguiria, e que descansar a cabeça no travesseiro só lhe traria mais horas de preocupações e angústia.

Foi distraída por um barulho estranho. Desconfiada, virou-se na direção da janela. Moony não era de sair da Academia, e, além do mais, estava gordo demais para conseguir escalar os quatro metros do chão ao parapeito, então o que...?

É claro.

O vândalo do seu namorado – loiro, lindo e absolutamente perfeito, mas ainda assim um vândalo – estava tranquilamente passando para dentro do seu quarto, saltando para o chão com a agilidade de um gato e então fazendo um sinal para quem quer que estivesse lá embaixo.

Quando ele se virou para Artemis, todo prosa, tinha o melhor e maior sorriso do mundo nos lábios, e a garota não teve escolha se não se perguntar que tipo de rumo absurdo sua vida havia tomado.

– De verdade? – foi a primeira coisa que conseguiu dizer, ainda surpresa demais para raciocinar direito. – Minha janela, a essa hora da noite? – Levantou uma sobrancelha, de repente desdenhosa. – Você realmente leuCrepúsculo, não leu?

– Eu sei que está feliz em me ver e, não, não li – Apolo disse, tranquilo, limpando as mãos nas calças jeans. Vestia um casaco escuro, e parecia completamente à vontade. Artemis sentiu uma pontinha de ciúme ao imaginar que tipo de experiência o garoto teria em invadir quartos femininos na surdina. – Mas assisti a um dos filmes. Não acho que o Edward use uma escada.

– Você usou uma escada? – Artemis franziu o nariz. – É prático, mas não muito romântico. Deveria ter usado suas mãos nuas.

– Eu sei, e as arranhado nos espinhos das rosas, esse tipo de coisa – Apolo gesticulou, suspirando.

Artemis sorriu.

– Sente-se. – E ela não estava se referindo ao sofá do canto. Afinal, estava perfeitamente segura, usando o edredom de capuz e o lençol de coberta, totalmente protegida daqueles olhinhos castanhos. – Estou impressionada ainda assim. Quem te ajudou com a escada?

– Logan. Ainda vou te apresentar a ele. – E Apolo se sentou em sua cama, é claro que sim. Teria que estar fora de si para recusar aquele convite. – Ou a Anna vai, mas, nesse caso, ela te apresentaria à cabeça dele em um espeto.

– Eu notei que ela tem andado mais mal-humorada do que o normal – Artemis observou, curiosa. – Seu primo tem algo a ver com isso?

– Logan tem um dom para irritá-la que é fora do normal – Apolo admitiu, também parecendo tão perdido quanto Artemis. – Eu nem sei te explicar. Ele simplesmente a enlouquece. É o tipo de coisa que acabaria em romance, se fosse um livro.

– Ou um filme. – Artemis então pausou, voltando a pensar no que estivera a preocupando. – Acabei de falar com o meu pai. Ele chega na próxima segunda.

– É, você disse isso mais cedo – Apolo então franziu os lábios, e, quando tornou a falar, seu tom foi meio acusativo. – Me avisou em cima da hora.

– Eu não sabia como te contar – Artemis desculpou-se. – Tinha esperanças de que ele não viesse.

– Não é tão ruim assim – Apolo disse, um pouco desconfiado. – É só continuar o que já estamos fazendo. Ninguém suspeitou de nada, por que ele desconfiaria?

Mas Artemis balançou a cabeça.

– Ele é mais esperto do que a maioria.

Apolo a observou por um tempo, pensativo, e Artemis permitiu que ele a estudasse o quanto quisesse. Dava-lhe tempo para pensar, para procurar por uma desculpa caso ele perguntasse--

– É por causa do seu pai que estamos fazendo tudo isso escondido?

Artemis apertou o edredom entre os dedos, querendo gritar que não. Mas para lhe explicar tudo, teria que falar de Harry, de Will, da fuga e de tudo o mais... e logo a Apolo, que lhe roubava flores e queria ensinar música a crianças!

Entreabriu os lábios para mentir, mas então percebeu que não queria. Já lhe escondia coisas demais, seria justo que mentisse a ele, também? Mordeu o lábio inferior, arruinada.

– Eu não posso te contar tudo. Não agora – acrescentou, diante das sobrancelhas bem levantadas de Apolo. – Não ainda. Talvez um dia. – (Se ela tivesse muita, mas muita sorte mesmo. Ou se estivesse muito acabada.)

Como sempre, Apolo foi compreensível em um nível que Artemis não merecia.

– Eu vou cobrar. – O canto de seus lábios subiu um pouco. – Ele fica quanto tempo? Virá te ver aqui na Academia?

– Ah, sim, e provavelmente de surpresa – Artemis disse, tranquila, conhecendo bem os hábitos de seu pai. – Ele não deu muita certeza, mas deve ficar por no máximo duas semanas.

– Duas semanas – Apolo repetiu, assentindo. – Vou tentar manter distância. Mas, se eu fosse você, não fechava a janela à noite.

Artemis encolheu os ombros, contendo o sorriso.

– O tempo tem andado bom – concedeu, sem se comprometer. – Acho que posso dormir com um pouco de ar puro no quarto.

Apolo sorriu.

– É. Acho que sim.

Artemis sorriu de leve, e por algum motivo seu capuz improvisado caiu. Ela o repôs sobre a cabeça, ignorando o olhar distrativo que Apolo lançou ao seu arranjo com as cobertas, como se houvesse notado pela primeira vez o quão enclausurada ela estava.

– Isso tudo é frio?

– Conforto – Artemis contrapôs, erguendo as pernas para abraçar os joelhos, fazendo com que Apolo tivesse que se levantar para que o lençol viesse junto. – O que vocês decidiram do Festival, mais cedo? Será você a tocar primeiro?

– É, como no ano passado. Vou ser o primeiro e o último.

– Já escolheu quais músicas vai tocar?

– Sim – Apolo a respondeu sorrindo, deixando Artemis apenas a imaginar os motivos por trás daquilo. – Como vão seus ensaios?

– Ótimos. – Gabriel estava usando as palavras “tortura intensa medieval”, mas era porque tinha uma tendência para o drama. – A audição pelo papel masculino vai ser no fim do mês.

– Audição?

– Andrew também quis o papel principal masculino – Artemis explicou. – Então teremos uma audição.

– Entre ele e o Gabriel?

– Sim – Artemis confirmou, confusa com a pergunta.

– E quem ganhar o papel vai dançar com você? – Apolo conferiu.

– Sim – Artemis repetiu, ainda sem entender.

Apolo assoviou baixinho.

– Nunca quis tão bem ao Gabriel antes. É sério – disse, quando Artemis revirou os olhos. – Não suporto o Andrew.

Aquilo fisgou a atenção de Artemis, e ela levantou uma sobrancelha, curiosa.

– Você tem uma tendência a gostar de pessoas que são geralmente odiadas. Nunca pensei que fosse, abre aspas, não suportar uma pessoa. O que tem de errado com o Andrew?

– Além do fato dele não conseguir ficar sem dar em cima de você um minuto sequer?

A atitude subitamente protetora fez Artemis rir, deliciada.

– Possessivo? – provocou.

Apolo a olhou como se ela tivesse enlouquecido.

– Eu te fiz dormir em uma camiseta minha – a lembrou, de repente achando graça. – Achei que minha possessividade já estivesse bem clara.

– Eu não havia visto dessa forma – Artemis admitiu, tentando não se focar na sensação maravilhosa em seu estômago. Por anos achara um absurdo um homem se achar no direito de chamar uma mulher de sua, mas qualquer coisa em Apolo tornava aquilo mais romântico do que machista. – E não se preocupe. Eu preferiria sair em um encontro com o Gabriel a passar mais de dez minutos em um lugar fechado com o Andrew.

Apolo fez uma careta solidária.

– Isso é muita vontade de não ficar em lugar fechado com o Andrew.

Artemis riu, arremessando um travesseiro em sua direção.

– Não fale assim do Gabriel!

Apolo pegou o travesseiro, parecendo encantado com a reação de Artemis.

– Não acredito que está o defendendo! É o Gabriel!

E Artemis teve que rir, porque, de fato, quando havia pensado que defenderia um metro e sessenta de insinuações sexuais e cantorias despropositadas? Seu riso morreu com ela mordiscando o lábio inferior, observando Apolo e se perguntando se ele não estaria planejando passar a noite ali.

– Seu primo está te esperando lá embaixo? Seria engraçado se ele fugisse com a escada.

– Eu adoraria – Apolo confessou, muito honesto. – Então eu seria obrigado a passar a noite aqui.

– Não me surpreendo – Artemis suspirou, conseguindo sua resposta. – Só para a sua informação, caso ele fuja com a escada, você saltará da janela para a morte – avisou. – Não vou dormir com você essa noite.

Aquilo ergueu uma sobrancelha de Apolo.

– Ah, não? – e ele pareceu divertido. – Vamos lá, um bom motivo. Sei que é péssima com eles.

Artemis revirou os olhos.

– Eu tenho que acordar cedo amanhã.

– E com isso você quer dizer que eu vou te manter ocupada a noite toda, atrapalhando seu sono?

Artemis detestava – absolutamente detestava – sentir seu rosto arder daquela forma, ainda mais se Apolo ainda sorria daquele jeito.

– Não, sua criatura depravada. Quero dizer que meus colegas não podem te ver saindo daqui.

Apolo deu de ombros.

– Posso sair de madrugada. E o Logan não vai fugir com a escada, então é só eu descer por ela. Ninguém usa o estacionamento de manhã cedinho.

– Isso está parecendo um plano bem elaborado – Artemis observou, desconfiada.

– Todos os meus planos são bem elaborados – Apolo se gabou. – Exceto pela chuva aquele dia no observatório – acrescentou, de repente bem menos orgulhoso. – Aquilo foi um erro da natureza.

– Claro – Artemis disse, cética. – E eu não estou nem aí para o seu plano. Você não vai dormir aqui.

– Por que não? – E agora Apolo estava engatinhando para perto dela, fazendo com que Artemis se afundasse em seu casulo de cobertores. – Desde aquele fim de semana eu tenho demorado a dormir. Não é nada elegante me fazer passar vontade por três semanas inteiras.

Como o garoto já estava perto demais, Artemis pôs um dedo em seus lábios, com medo de que ele dissesse mais alguma coisa que a persuadisse.

– Três semanas e um dia – disse, a voz macia. – Você pode voltar amanhã. – Por que os lábios de Apolo estavam se entreabrindo? Artemis não podia se focar naquilo, então recomeçou a falar, nervosa. – E nem deram exatamente três semanas, ainda faltam dois dias para--

O resto da frase se perdeu quando Apolo beijou seu dedo. Ele então segurou sua mão na dele, maior e mais quente, e também a beijou, como havia feito anos atrás, quando tudo o que Artemis quisera fora um beijo de verdade.

Imóvel, tudo o que ela pôde fazer foi observar enquanto Apolo fixava os olhos castanhos nos dela. Estava sorrindo.

– Por que não hoje?

Artemis adoraria ter lhe dado pelo menos uma vintena de motivos, mas não pôde pensar em nenhum. Além do mais, a habilidade de formar palavras inteiras parecia ter-lhe fugido por completo, sem nem uma despedida chorosa.

Mas então Apolo escorregou a mão por seu braço, e a eletricidade que a percorreu lhe devolveu o magnífico dom da fala. Pena que, no choque, tudo o que saiu fui a mais sincera verdade.

– Porque, se eu soubesse que você viria, teria vestido algo apropriado para dormir com você – Artemis disparou, afastando-se do alcance dele muito nervosamente.

Apolo pareceu, por um segundo, recusar-se a acreditar naquilo. Quando enfim percebeu que ela estava falando sério, balançou a cabeça em exasperação e sorriu.

– Você dormiu com uma camiseta minha lá em casa. Isso dificilmente seria “apropriado”. Além do mais, por que disse isso para mim? – perguntou, parecendo ser esse o verdadeiro motivo de sua incredulidade. – Agora eu não vou embora sem ver o que você está vestindo.

– Vai sim – Artemis teimou, trazendo mais as pernas para perto de si e amaldiçoando-se por não ter levado em conta a curiosidade safada do seu namorado. – Será um prazer dormir com você amanhã. Mas já aviso que eu treino no sábado, então você terá que ir embora antes das nove.

– Fica tranquila, eu volto amanhã. O que não quer dizer que eu não vá dormir aqui hoje também, é claro.

Artemis grunhiu, frustrada.

– Quer dizer, sim. Eu não vou aceitar que invada o meu quarto todas as noites.

– Ah, não? – Apolo deu um jeito de segurar sua mão de novo, entrelaçando seus dedos nos dela. – Eu acho que vai. – Sorriu quando tudo o que Artemis fez foi erguer os olhos para o teto em exasperação. – Vamos lá, Artemis. Eu sei que você gostou de dormir comigo.

Ela o encarou.

– E será maravilhoso repetir a experiência amanhã – enfatizou, separando as sílabas.

Apolo sorriu.

– Hoje.

– Amanhã.

– Hoje e amanhã – ele decidiu, feliz.

Artemis rosnou.

– Nunca mais.

Apolo riu.

– Nunca mais? – provocou, chegando ainda mais perto. Já estava ajoelhado ao lado de Artemis, ainda envolvendo a mão dela na sua. – Você não vai querer dormir mais nenhuma noite perto de mim? Nenhuma?

Apolo era uma verdadeira peste, disso Artemis tinha certeza. Ela respirou fundo, desviando os olhos dele para evitar ser arrebatada por aquela provocação delicada. Sentiu a respiração dele chegar mais perto, e congelou no lugar. Os olhos fixos no próprio armário, encolheu-se quando ele beijou sua bochecha.

– Nenhuma?

O murmúrio morno a fez fechar os olhos, e achou ter sentido Apolo sorrir quando ele a beijou de novo, dessa vez mais próximo dos lábios.

– Todas elas – suspirou a própria confissão. – Todas e todas as noites. – Entreabriu os olhos, apenas para ver Apolo pelo canto deles. – Mas não essa.

Os olhos de Apolo lhe diziam que ele poderia fazê-la mudar de ideia. Que ele poderia beijá-la até que Artemis não conseguisse dizer outra palavra que não sim, ou talvez seu nome, ou talvez – Deus – por favor. Artemis não duvidava de nada daquilo, e foi com medo que esperou pelo próximo movimento do garoto.

Mas Apolo acabou encerrando a distância entre eles com cuidado, e com um suspiro de derrota.

– Tudo bem – murmurou, a centímetros de seus lábios, antes de lhe dar o beijo mais casto do mundo.

Derretida por dentro, Artemis sorriu, acariciando a mão dele que ainda segurava a sua enquanto retribuía ao beijo. Afastou-se então milímetros dele, plenamente satisfeita com o melhor namorado do mundo (mesmo que secreto).

– Te espero amanhã – sussurrou, sorrindo de leve. – E falei sério sobre o ensaio no sábado.

– Você sempre fala sério sobre ensaios – Apolo a beijou uma última vez, e então se afastou de verdade. – Boa noite, Artemis.

Ela não deveria apreciar tanto a decepção em seus olhos e a demora com que o garoto se levantava, mas aquelas eram as verdadeiras maiores confissões de amor do mundo. O garoto se afastou na direção da janela com todo o pesar do universo, e Artemis não pôde deixar de se sentir a criatura mais desejável da espécie humana.

– Boa noite, Apolo. Agradeça ao seu primo por mim – lembrou-se de dizer.

Apolo riu, já empoleirando-se no parapeito. O garoto era realmente ágil, e Artemis se viu imaginando se ele seria um bom dançarino.

– Vai agradecer amanhã – ele disse, virando-se para ela com ar matreiro. – Vou matar de verdade minha saudade de você.

Artemis sorriu de puro embaraço, sentindo o rosto esquentar.

– Eu vou ver isso como uma ameaça – avisou, muito digna.

Apolo sorriu.

– Talvez seja. Até amanhã – e, com uma piscadela, ele saltou para a noite escura.

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Notas finais do capítulo

Crianças, esse capítulo está tão cheio de pistas sobre o passado da Artemis que até me dói o coração postá-lo. Mentira, não dói nada – reli vezes o suficiente para ter certeza de que vocês não extrairão as conclusões corretas U-U Sou uma mestra dos passados obscuros, com a licença de vocês. E esses dois não são absolutamente adoráveis? Vou entrar na fila, atrás do Gabriel, por um filho deles *u*
Gostando, meus amores? Beijinhos da Maeve.