Do you want to build a snowman? escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Toc Toc Toc


Notas iniciais do capítulo

Casal mais amor do mundo ♥



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Era inverno. A neve se espalhou por todo o reino de Arendelle como um manto gelado. As crianças brincavam de guerra de bolas de neve, alguns se arriscavam na pista de patinação no centro da praça. Olaf estava divertindo um grupo com uma de suas canções maravilhosas sobre o verão, ele aguardava ansioso para o retorno da estação. Todos se divertiam nas atrações do solstício de inverno.

Ou quase todos estavam se divertindo.

Toc toc toc

— Do you want to build a snowman?

— Go away, Jack Frost.

Jack suspirou, encostando as costas na porta, escorregando pela madeira até sentar no chão com as pernas esticadas e o cajado escorado na parede.

— Vamos, Elsa. — ele insistiu — todos estão aguardando sua chegada.

Houve silêncio.

A rainha Elsa estava trancada em seu quarto, alegando indisposição. Ela prometera à Anna que caso se sentisse melhor, participaria da festa. Anna concordou sem muito reclamar, mas um visitante distante estava testando a paciência da jovem rainha.

Elsa podia ouvir a risadinha de Jack do outro lado da porta. Ela girou os calcanhares e caminhou até a janela, suspirando pesadamente. Era inverno, e estava tudo sob controle.

Quase tudo.

Toc toc toc

— Elsa? Eu não vou desistir. — Jack bateu na porta mais uma vez, usando seu cajado. — Posso fazer isso durante todo o dia. — ele já estava novamente de pé. — Eu sou um guardião, posso ficar aqui pela eternidade...

Dentro do quarto, Elsa balançou a cabeça irritada. Queria ordenar que Jack Frost fosse embora de seu reino. Mas as crianças ficariam desoladas, afinal, foram elas que trouxeram o guardião Jack Frost. Ele chegou e conquistou a todos com suas brincadeiras divertidas, seu sorriso encantador e sua gentileza.

Toc toc toc

— Vamos, Elsa. — Jack sussurrou, encostando a testa na porta. Ele segurava a maçaneta com uma mão e na outra o cajado. — Eu prometo que aquilo não vai mais acontecer.

Aquilo ao qual ele se referia ocorreu após o jantar, na noite passada. Jack convidou a rainha para um breve passeio pelas montanhas. A princípio Elsa disse não, mas depois de ver Jack voando ao seu redor, estendendo a mão para ela, não pode recusar.

A sensação era maravilhosa. Primeiro a de voar, sentindo-se livre como um pássaro. E segundo, os braços de Jack a confortavam e protegiam. Proteção ao qual Elsa jamais sentira antes. Assim que pousaram, no topo da montanha, o vento cortante espalhava os cabelos da rainha. Jack riu, ajeitando alguns fios rebeldes dos cabelos dela.

Elsa não pode evitar o contato visual, sequer impediu o guardião quando ele se aproximou e acariciou a pele de seu rosto com os dedos. O toque macio e doce. Elsa segurou a mão de Jack, temendo então a aproximação. Ele sorriu novamente, tranquilizando-a, dando um passo para trás.

As lembranças da noite passada ainda estava fresca na memória da rainha.

Ela sentou-se na poltrona, olhando para suas mãos, recordando-se do toque macio de Jack segurando-as e os dois rodopiando de mãos dadas, sob a neve que caía.

Toc toc toc.

Elsa fechou os olhos, sentindo o coração disparado no peito, suas mãos estavam mais sensíveis, pois pareciam suar. A indisposição que sentira pela manhã aumentava. Seu estômago parecia ter vida, como se milhões de flocos de neve se agitassem lá dentro. Ela se levantou, caminhando pelo quarto enquanto ouvia Jack contar uma história sobre um menino que não queria ir brincar na neve, porque seus pais não haviam lhe dado um novo par de botas, igual aos que seus amigos haviam recebido de presente de seus respectivos pais.

Elsa não entendeu onde Jack queria chegar contando aquela história. Mas deixou que ele terminasse narrativa.

— Então ele entendeu que os amigos não se preocupavam se ele usava botas antigas ou novas. Todos eles apenas queriam se divertir na neve, como sempre faziam.

Silêncio...

— É isso? — Elsa perguntou.

— Sim. — Jack respondeu, caminhando de um lado para o outro no corredor, girando o cajado. — O garoto enfrentou seu medo.

— Ora, essa. — Elsa aproximou-se da porta. — Eu não estou com medo.

— Então porque não abre a porta? — Jack parou um instante, olhando fixamente para a maçaneta que moveu alguns centímetros.

Elsa segurava a maçaneta, mas não teve coragem de abrir.

— Eu não estou me sentindo muito bem. Seja qual for a minha indisposição, não acho muito adequado expor minha situação aos convidados do castelo.

Ela falou, inflando o peito. Aguardando ansiosamente a resposta de Jack. Eles possuíam uma tendência em criar longos diálogos onde um tentava rebater o outro com argumentos diversos.

Mas a resposta não veio. A mão de Elsa escorregou pela maçaneta e ela afastou-se da porta. Talvez fosse cedo demais para acreditar que a solidão havia finalmente se afastado.

A rainha soltou os ombros, estava em seus aposentos, sozinha, ninguém a recriminaria por relaxar. Ela jogou o corpo na suntuosa cama, mas o corpo não pedia para ficar ali. Desejava sair, correr pela neve, soltar no ar suas rajadas congelantes e criar bonecos de neve.

Elsa deixou a cabeça descansar no travesseiro e, deitada, observou a janela. Para sua surpresa, ela não estava sozinha.

Imediatamente Elsa se levantou e abriu a janela.

— O que faz aqui espiando os aposentos da rainha? — Exigiu explicações para um jovem guardião que rodopiava pelo céu, segurando seu cajado.

— Bem, você foi a grande culpada disso. — Jack pairou próximo a janela. — Disse que não desejava expor sua situação para um convidado. Fiquei curioso para saber. Achei que seus cabelos reais estavam para cima, como um belo ninho de mafagafos.

— Como ousa?

Jack gargalhou.

— Vamos, majestade. Venha comigo. — Jack estendeu a mão para Elsa. — Eu prometo, majestade. Prometo...

— Jack, eu... — Elsa sentia as mãos tremerem, mas logo que Jack as segurou firmemente, encarando-a com seus belos e amáveis olhos, a tremedeira passou.

— Vamos nos divertir. — Jack Frost levou a rainha Elsa de Arendelle para um passeio pelas montanhas cobertas de neve. Um passeio ao qual ela não pode, nem desejou se arrepender.


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Notas finais do capítulo

aiai Lindos.