Amores De Uma Vida escrita por Sany


Capítulo 2
Molly.


Notas iniciais do capítulo

Capitulo com algumas mudanças.



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Lembro-me perfeitamente do dia em que a vi pela primeira vez. Os cabelos ruivos em um vermelho vivo, os olhos castanhos e o sorriso tão doce que jamais tinha visto igual. Era primeiro de setembro e eu estava em uma das cabines do expresso de Hogwarts pronto para iniciar mais um ano letivo. Cabelos ruivos não eram raros ainda sim não eram tão fáceis de se ver por ai, e assim olhei pela janela meus olhos foram levados diretamente a ela. Não demorei para reconhecer os dois rapazes mais velhos e igualmente ruivos que a acompanhavam Gideon e Fabian Prewett estudavam na Grifinória assim como eu, embora estivessem alguns anos na minha frente os conhecia assim como grande parte do castelo. E foi naquela mesma noite durante a seleção das casas que descobri seu nome Molly Prewett.

Embora ela tenha entrado na Grifinória não nos tornamos amigos, claro que nós nos cumprimentávamos quando nos víamos pelos corredores ou no salão comunal, afinal Molly era muito educada e simpática com todos exceto talvez com alguns sonserinos, mas quem pode julga-la por isso?

Desde seu primeiro dia Molly demostrou ser extraordinária, uma das melhores alunas de seu ano, além de inteligente sempre foi muito comunicativa sempre leal aos amigos e a família era o tipo de garota que encanta em pouco tempo. Mas a verdade é que quando um garoto tem treze anos ele nunca percebe muito as coisas ao seu redor, e comigo não foi diferente, aos treze eu estava mais interessado em conseguir uma vaga no time de quadribol e nas novas vassouras do que olhar as diversas qualidades da minha colega.

Foi apenas durante meu sexto ano que passei a observa-la melhor, era monitor da Grifinória e sempre a via ao voltar das minhas rondas ela se sentava sempre em uma mesa próximo a janela e estudava até muito tarde. Ela havia crescido tão rápido e aos catorze anos era a garota mais linda do mundo.  Posso afirmar que nunca tive qualquer problema em falar com o sexo oposto e tinha tido alguns encontros durante o ultimo ano, mas nessa época sempre que eu estava perto dela algo congelava em mim, nunca sabia ao certo o que falar e me atrapalhava com frequência.

Demorei muito para perceber o porquê me incomodava tanto vê-la com outro cara, e quando percebi imaginei que ela jamais me olharia de outro modo. E foi nessa época que nos esbarramos em nossa última visita a Hogsmeade daquele ano, e foi naquele esbarrão que as coisas começaram a mudar.

Estava andando distraído pelo povoado indo ao encontro dos meus amigos quando nós nos esbarramos e eu acabei derrubando os livros que ela segurava juntamente com uma garrafa de cerveja amanteigada, eu realmente não sabia direito o que fazer, pedi varias vezes desculpa enquanto a ajudava a pegar os livros do chão. E em uma tentativa de me desculpar ofereci lhe pagar uma nova cerveja amanteigada, mas ela apenas sorriu e disse:

— Quem sabe outro dia Arthur, mas agora eu realmente preciso voltar para o castelo.

Foi nesse momento que me ofereci para ajudá-la a levar os livros até o castelo, mesmo relutante ela aceitou. O caminho de volta a escola nunca passou tão depressa conversar com ela naquele momento longe de todos foi tão natural. Falamos sobre os professores, as matérias e quando dei por mim já estávamos entrando no salão comunal da Grifinória.

— Obrigado por me acompanhar. – ela agradeceu antes de sorrir e subir para o dormitório feminino.

Naquele momento tive a certeza de que gostava daquele sorriso e nada que fizesse mudaria isso. Os dias se passaram e a cada dia eu a observava melhor, Molly era linda e mesmo quando eu não a via pensava nela, mas nada mudou entre nós. Eu sabia que ela namorava um dos monitores da Corvinal desde o inicio daquele ano, mas não conseguia deixar de pensar naquele dia, por muitos dias esperei por uma oportunidade de conversar com ela mais uma vez, mas com as provas finais, as tarefas de monitor e os treinos de quadribol quase não sobrava tempo sem contar que ela nunca estava sozinha o que tirava toda minha coragem.

Meu sexto ano acabou sem que eu disse-se uma única palavra sozinho com ela outra vez. Mas quando eu estava esperando meus pais na King´s Cross ela passou ao meu lado e sorriu antes de dizer:

— Tenha um bom verão Arthur.

Eu me senti um idiota por não dizer nada e ficar ali parado com as orelhas vermelhas enquanto ela continuou seu caminho em direção a família dela. Naquele verão eu passei boa parte do meu tempo tentando tomar coragem de lhe escrever uma carta, mas todas as vezes que pegava um pergaminho me faltava o que dizer. Ainda hoje não consigo me lembrar de quantos. “Cara Molly” ou “Querida Molly” escrevi e amassei em seguida.

Quando o verão terminou estava determinado a esquecê-la, sabia que ela jamais olharia para mim, ela tinha um namorado rico, inteligente com um futuro promissor, ele até mesmo fazia parte do Clube Slughorn enquanto eu. Bem eu tinha sonhos apenas sonhos a oferecer. A verdade era que não tinha nenhuma chance, mas o destino gosta de nos surpreender e quando embarquei no expresso para iniciar meu último ano pude ouvir da minha cabine duas garotas conversando sobre ela no corredor.

— Você soube da ultima? Molly Prewett terminou tudo com o monitor da Corvinal nesse verão, quero só ver como eles vão lidar com isso já que agora ela também é monitora da Grifinória.

Não consegui ouvir o resto já que elas entraram em uma cabine, mas aquela noticia deixou meu dia melhor, claro que sabia que era errado ficar feliz com isso, mas para mim era como se o destino estivesse me dando uma nova chance e eu estava determinado a não perde-la.

Nos dias seguintes passei a observá-la melhor e tentar descobrir se os boatos eram mesmo verdadeiros, e para minha felicidade tudo indicava que sim. Eu não os tinha visto juntos em nenhum momento e nas reuniões da monitoria eles não se sentaram um ao lado do outro nenhuma vez. Ela andava pelos corredores sempre com as amigas o que me manteve afastado. Mas foi com o anuncio da primeira visita ao povoado que tomei coragem e fui procurá-la.

— Oi, posso me sentar?

Ela estava na biblioteca em uma das mesas mais afastadas, era ano de N.O.M.s para ela então era comum vê-la ali estudando, isso quando não estava fazendo nenhuma tarefa da monitoria.

— Oi! Claro que pode. – ela sorriu assim que me sentei, ela sempre sorria.

Estava realmente nervoso e não sabia bem por onde começar, abri um livro qualquer que havia pegado em uma das estantes e comecei a folheá-lo, ela olhou para o livro e sorriu mais uma vez.

— Ano de N.I.E.M.s deixa as pessoas nervosas não é? – ela começou a conversa enquanto fazia algumas anotações no pergaminho, se ela soubesse que meu nervoso não tinha qualquer ligação com os N.I.E.M.s que prestaria no final daquele ano letivo. – A gente nunca sabe ao certo o que estudar. – foi só então que notei que segurava um livro de contos infantis, senti minhas orelhas ficarem vermelhas aquilo não estava começando bem.

— Verdade, é sempre bom estudar de tudo. – ela voltou a se concentrar na leitura enquanto eu pensava em um jeito de convidá-la para o passeio ao povoado. Ficamos ali por um tempo quando notei que ela estava guardando os livros, eu sabia que precisava ser naquele momento ou não teria coragem de falar com ela novamente.

— Molly, eu estava pensando que como amanhã tem visita a Hogsmeade e eu ainda te devo uma cerveja amanteigada, talvez se você quiser poderíamos ir juntos. – eu falei tudo tão rápido que tive medo dela não ter entendido e particularmente acredito que não conseguiria repetir o pedido.

— Claro! Eu adoraria. - eu poderia ter dado pulos de felicidade ali mesmo, mas me contive em sorrir e combinar tudo com ela para o dia seguinte.

Nosso passeio foi no mínimo especial embora não tenhamos feito nada de muito grandioso conversamos muito, Molly conseguia ser divertida, além de muito inteligente, falamos sobre diversos assuntos enquanto andávamos pelo povoado, ela me contou sobre seus irmãos e seus pais, os amigos mais íntimos, seus livros favoritos, contei a ela o quanto gostava de coisas trouxas, sobre minha família, ali com ela era tudo mais fácil, era natural.

Foi no final do dia pouco antes de entrarmos no castelo que me aproximei, e por alguns segundos achei que ela iria se afastar, mas ela não o fez então a beijei e ela correspondeu meu dia não poderia ter ficado melhor.

Depois daquele beijo não demoramos a assumir nosso namoro, com Molly era tudo tão fácil, ela era mais do que eu imaginei não havia nada mais importante do que os momentos em que passávamos juntos e foi sem medo que a levei em casa para conhecer minha família no natal e foi pouco antes de voltarmos do feriado que conheci os pais dela. Nosso namoro era perfeito era como se tivéssemos sido feitos um para o outro.

Me formei naquele ano e confesso que ver Molly embarcar no expresso em setembro foi uma das coisas mais difíceis até aquele momento, e os dois anos seguintes foram cheios de saudade, embora eu fosse ao povoado de Hogsmeade em todos os finais de semana de passeio, nos visemos nos feriados, nas férias e trocássemos cartas vários dias na semana não foi fácil. Só quem namora a distancia sabe como é isso, mas meu amor por ela só cresceu nesse tempo e eu faria de tudo por ela.

Porém embora Molly estivesse segura dentro das paredes do castelo, o mundo bruxo estava passando por uma seria crise, Você-Sabe-Quem e suas ideias anti-trouxas estava ganhando cada vez mais força, bruxos e trouxas não estavam mais seguros. Então assim que ela se formou eu a pedi em casamento, muitos nos acharam loucos embora muitos casais estivessem fazendo o mesmo, a verdade era que não sabíamos como seria o dia seguinte, se estaríamos vivos se as pessoas que amávamos estariam bem, então fazíamos de tudo para ficamos juntos a elas tentando protegê-las ao máximo.

Ver Molly andando em minha direção em seu vestido de noiva naquele verão e dizer: Eu aceito foi um dos momentos mais felizes da minha vida, assim como vários outros que vieram com o decorrer do nosso casamento. Não vou mentir e dizer que tivemos uma vida perfeita porque não foi.

Perdemos muitas pessoas que amávamos com as guerras e com o tempo, tivemos problemas como todo casal. Muitas vezes desejei dar a ela uma vida melhor, uma casa melhor embora ela jamais tenha reclamado e ambos gostarmos da Toca já que foi ali que começamos nossa família que foi aumentado assim como nossa casa. Foi ali que tivemos a primeira de varias brigas assim como a primeira de varias reconciliações, foi ali que meus filhos nasceram e cresceram.

E ainda hoje anos depois daquele dia no expresso quando a vi pela primeira vez. Eu chego em casa e vejo minha mulher me esperando com aquele mesmo sorriso de quando éramos adolescentes, então tenho a certeza de que tudo valeu a pena. Por que eu sei que não tenho uma vida perfeita com Molly mais tenho o mais próximo da perfeição que a vida pode chegar.

 


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