O Caminho das Estrelas escrita por Paola Araujo, GabehLoxar


Capítulo 4
Suna no ue ni chi


Notas iniciais do capítulo

depois da confusão do site, acho que todas as minhas historias merecem um Up euheu
a começar por esta, na qual eu e a Lola (vulgo Panda apaixonada) amamos :3



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4° Capítulo
Suna no ue ni chi
Sangue sobre a areia





Seus joelhos ralavam sobre a areia. Vez ou outra emitia sons de dor. Ela rastejava sobre um bueiro coberto pela densa areia. Mas talvez, o que sente, é nada mais nada menos que uma maneira de acabar com a sua vida. Assim como todas aquelas na qual a sua lâmina ceifava.
Sua vida é de uma pessoa maligna. Sempre lutando, sempre banhada por sangue. Mas esta história tem um “porém”. Se ela quisesse sobreviver... Era o mínimo que podia fazer. O som que a torrente de jewells sobre suas mãos era o que a deixava alegre, pois conseguira mais alguns dias de vida. Mas achara ela, que sua nova amiga, não conseguiria fazer o mesmo papel, na qual ela era a protagonista principal.
A vida de Stella, ou Yuu como era chamada, nunca foi das mais fáceis. Sempre, em qualquer momento de sua vida, tudo o que havia era sofrimento.Matar uma pessoa, condenaria sua alma ao inferno. E ela já estava condenada.
Conseguira sair da armadilha de areia, na qual estava a cinco minutos atrás. Suspirou rapidamente, limpou a areia que havia tanto em sua capa rasgada e de suas pequenas roupas e ouviu o som de passos pesados, atrás de uma pilastra de mármore branco se escondeu. Virando o tronco devagar para observar seu novo inimigo. Uma armadura revestia o corpo magro, o metal pesado sobre seu corpo fora o que a fez perceber sobre sua presença.
O capacete escondia avidamente a face do homem. E Stella preferia assim, pois não teria que ficar se remoendo dentro de si e muitos menos vê-lo em seus sonhos. Saiu da pilastra e caminhou devagar até conseguir ficar perto do soldado. Porém, suas sandálias, rasparam no chão, fazendo um ruído árido e alto.
E antes que o soldado conseguisse tirar sua espada da bainha. Ele já jazia caído no chão. Enquanto sua garganta transbordava a vida que lhe foi tirada. E como se nada tivesse acontecendo atrás de si, ela continuou a sua missão. Deixando o corpo ante ao calor que estava preenchendo o local.
Padecendo sobre o local, sentiu uma forte dor de cabeça, que logo passou. Caminhou por uns três minutos, enquanto vangloriava a paisagem a sua frente. Cobertas por pinturas de uma rica princesa, herdeira da terra onde era feito os tais Grandes Jogos Mágicos. Sonhou ser uma maga poderosa, o suficiente para estar em um.
E logo supriu seus sonhos ao ser puxada pelos cabelos curtos. Um soldado a pegou. E sem pensar duas vezes ficou sua faca na cintura do mesmo, que rugiu pela dor que foi suprida pela morte quando lhe acertou na garganta. Por que sempre na garganta? Nem ela mesma tinha esta resposta.
E logo atrás um outra multidão de soldados. E se pôs a correr. Ousara usar as sombras como aliada e se escondeu em meio a elas. Pegou-se respirando pesadamente e tentou controlar a euforia que seu coração sentia. Olhou para seus trajes e sentiu o sangue ainda quente nelas. Aquilo lhe trazia um sensação desconhecida, mas ao mesmo tempo confortadora. Um sorriso sádico lhe desenhou no rosto.
E bem ali, ela gargalhou, isso atraiu um soldados a ela, que antes vagou por onde ela estava. Stella era perita naquilo que fazia, e era mais rápida também. Ficou escondida atrás de um pilar novamente e quando o soldado, já com a espada na mão olhava cuidadosamente a procura dela.
Novamente um sorriso lhe desenhou no rosto. Apareceu para o soldado, que achou que era brincadeira uma criança fazer tal estrago, mas ela lhe olhava com um olhar de criança travessa. O soldado, comovido com sua inocência, colocou a espada na bainha e disse que a levaria para casa.
Ele não deveria ter virado as costas para ela. Mas ele já jazia no chão, como o outro que ela matara. E notou algo curioso. Os cortes que fazia nas gargantas saiam mais sangue que nos outros lugares. Deu de ombros e deixou o soldado, ali agonizando pela sua vida.
Caminhou se esquivando de grandes grupos que protegiam o local, sempre procurando pela sala que estava coberta com sua liberdade. Ouvira ela, que se dessem muito dinheiro para aqueles caras, eles a libertariam. Então quisera ela levar muitos ouros para seus amigos também conseguirem a sua liberdade.
E caminhando com esses pensamentos, encontrou o que mais queria. Porém havia dois guardas ali, cuidando daquela sala. E ar ficara mais denso que o normal. Respirou fundo duas, três vezes, antes de correr em direção aos guardas que logo se colocaram sobre ataque.
Stella correu em direção a um, onde usou o corpo do mesmo para saltar e acertar aquele que estava ao seu lado. Caiu sobre seus ombros e sem pensar duas vezes, segurou a cabeça dele e o golpeou na garganta.
Fora atingida no rosto por um chute daquele que faltara morrer, o que a deixou com raiva. Nunca em hipótese alguma, alguém lhe tocou em uma missão. Decidiu fazê-lo sofrer, pelo que lhe fizera. Segurou a sua faca com força nas mãos e atingiu na área aberta de suas pernas, fazendo-o cair. Sentou-se sobre ele e afundou a faca em seu braço esquerdo e depois no direito. Os urros de dor ecoavam no hall. Os olhos do soldado pediam clemência, enquanto os seus pediam por mais. E sobre sua roupa, o sangue saltou lhe sujando com o líquido escarlate.
Levantou-se devagar e caminhou até a porta. Suas mãos que tremiam, tocaram na maçaneta e depois de abri-la, caiu ante ao que achou ser brincadeira.
**
Fora chutada. Golpeada no rosto. Ela havia apenas trazido uma carteira. O som do ouro tilintar dentro dele, fora o que fez seu Chefe pedir por ele, mas com isso a acertou sem explicação.
–Sua desgraçada! - gritou ele. - Como ousa voltar para casa sem nada!.
Ela não ousara repelir as palavras, muito menos de ataca-lo, pois sempre estava no meio de tantos homens, que era capaz dela ser morta em três segundos.
Outro chute, e ela batera com as costas contra a parede. Ela gritou quando sentiu seus ossos se partirem com o ataque. Ficou se perguntando, por que seguia esta vida. Sabendo que não havia futuro nela. Mas não tinha para onde ir, e sabia muito menos para onde ir. Não se lembrava de nada antes de ver aquele buraco que hoje chama de casa.
Suas lágrimas, começaram a cair sobre o terreno arenoso. Ela não teria futuro nesta vida precária. E viu uma sombra erguer-se sobre si. Diante de si apareceu, um homem que segurava uma espada e mostrava um rosto sem medo.
–I-Impossível. - ouviu a voz de seu chefe se embriagar. - E-Ele n-nos a-achou.
–O soldado invencível. - disse outro ladrão. Vestido com calças escuras e uma camiseta branca larga, com armaduras nos antebraços e ombros, segurando com força um espada. Seu rosto, com barba e cabelos da cor de um pôr do sol, mostrava o semblante sério e duro.
E o viu correr contra a gang, enquanto o líder mandava eles não recuarem. Renomado como Soldado Invencível, os ladrões com quem lutava, eram marcados e destroçados. O Chefe indagou-se gritando, tentando não demonstrar medo.
Mas bem a frente de seus olhos, ele espalhava sangue, de uma forma mais que simples. Com medo e o desejo de fugir, seu chefe relutantemente tentou resistir. E em suas costas, sem piedade, um golpe fatal. De seu cadáver, recolheu seu tesouro.
Stella olhou para tudo aquilo e ficou petrificada. Nunca vira tamanha matança ocorrer na sua frente. E todos eles estavam caídos, mortos e seu sangue espalhado por sobre a densa areia.
O soldado, conhecido como Invencível, virou-se para ela. E logo o medo lhe penetrou. Caminhou em sua direção e lhe afagou a cabeça. E sua voz repercutiu, no lugar que chamava de lar:
–Não se machucou, tudo bem se ficar sozinha? Ou deseja vir comigo?

Engoliu em seco enquanto analisava o homem a sua frente. O capuz sobre sua cabeça, escondia parcialmente seu rosto, mas ainda deixava a mostra o cavanhaque amarronzado com as cores do por do sol.

Embora ele acaba-se de ter eliminado boa parte dos soldados, seu corpo não parecia tenso, e em seu rosto havia um sorriso amigável, como se estivesse encontrado um tesouro.

Stella piscou os olhos atônita enquanto tentava assimilar tudo. Olhou novamente para o rosto do Soldado Invencível, e quase teve um ataque. Ele realmente a salvara. Ele a livrou de seu sofrimento. Libertou-a para bem dizer.

Assassinou o Chefe da gang, e boa parte de seus capangas.

Se perguntou porque ele não á havia matado. Merecia morrer. Tinha apenas nove anos, mas já havia matado tantas pessoas... sabia que nem sempre fora assim. Sabia que havia um tempo em sua vida, em que ela amava.

Amava de verdade.

Sempre se pegou imaginando como era sua vida antes de ser jogada naquele inferno considerado seu lar.

Lar...

Casa...

Abrigo...

Família...

Shin!

Havia esquecido de seu companheiro cego. O surgimento do Soldado Invencível a distraiu, e esqueceu-se de uma de suas promessas.

Levantou-se em um pulo, agindo rapidamente. O Guerreiro que a salvou a fitava, enquanto saia disparada sem responder a pergunta feita por ele. Correu pelo hall a procura do amigo e sentiu que o Guerreiro a observava, mas sabia que ele não a seguiria.

Aproximou-se da cela na qual era seu dormitório e espiou dentro. Estava com a porta aberta, mas não havia ninguém dentro.

–Shin!- Ela gritou, e pode ouvir passos no corredor. Um dos soldados de seu chefe surgiu. Ele a olhou de forma suspeita e andou em sua direção. Stella sacou sua adaga pratada e o soldado pegou sua katana. Os dois se encararam por alguns segundos e quando Stella deu um passo em sua direção, o homem gritou. Stella congelou no lugar. O corpo do soldado caiu para a frente e revelou uma garotinha segurando um pedaço de vidro quebrado ensanguentado em mãos. Ela ofegava, e estava manchada de sangue. Havia um pequeno corte sobre sua sobrancelha direita e ela parecia ter apanhado.

–Stella!- gritou a menina, soltando o vidro de sua mão. Ela se virou para trás e puxou um garotinho pela mão, passando pelo corpo caído no chão, que ainda rosnava em fúria.- Natsuko-chan, venha. Stella voltou.

Stella guardou sua adaga e correu em direção a sua nova família.

Assim que se aproximou pode ver que havia um novo hematoma em Shin. Suas mãos já sujas nas palmas, agora possuíam alguns cortes sobre elas. Percebeu que o loiro andava com certa dificuldade e suspeitou que havia-o machucado seriamente nas pernas. Stella se culpou por isso.

–Desculpe Shin.- ela disse segurando a outra mão do garoto. – Eu deveria ter voltado antes mas...

–Tem passos no corredor. Eles vem vindo rápido, e são muitos.- Alertou o garoto interrompendo a fala da ruiva.

Sacou novamente sua adaga.

–Yumi-chan, está com aquele pedaço de vidro?- ela fez que não co a cabeça.

–Não gosto de fazer o que fiz. Já tem coisas ruins demais em minha vida, não queria a tornar pior.

–Bom, isso vai ser um problema.

Podiam ouvir os passos rápidos, e isso significava que ele estavam chegando perto das crianças e Stella se posicionou a frente dos dois. Yumi passou um braço de Shin sobre seus ombros e segurou sua cintura para mantê-lo em pé.

–Shin-san. – Stella fez uma pausa enquanto olhava por sobre o ombro para o garoto- são quantos?

–Sete. – ele ficou quieto por um segundo- Não. Nove.

Droga! Pensou Stella. Não sabia se iria conseguir aniquilar todos eles.

Então os soldados entraram no campo de visão deles. Stella engoliu em seco. Yumi murmurou algo e Shin pareceu ficar paralisado.

–Lá estão eles!- gritou um dos soldados que vinha mais a frente.- Deve ter sido aquela garota estúpida que matou o chefe!- Stella se perguntou o que ainda estava fazendo com aquela roupa ensanguentada. Certamente foi por isso que eles a culparam.

Lembrou-se novamente do Soldado Invencível e se perguntou se ele ainda estaria ali. Torceu para que sim.

Os soldados brandiram espadas e outras armas de guerra na direção deles e Stella fez algo no qual tinha certeza de que nunca mais faria. Fechou os olhos.

...

Só o abriu os olhos quando ouviu o som de uma espada caindo no chão. Pode ver a capa caindo com leveza enquanto o Soldado Invencível acaba com mais um serviço. Yumi deu um grito assustado atrás de si, e Shin pareceu relaxar.

Stella sorriu de canto enquanto via o cara de cabelo cor de por do sol matar os outros caras que a amedrontavam. Quando deu por encerrado a matança, o homem de capaz se virou para o trio.

–é errado ameaçar crianças indefessas.- olhou para Stella com a adaga na mão, e para os outros dois atrás dela, e sussurrou algo como “eles se encontraram”.- Talvez não tão indefessos.

–Por que esta aqui?- Pediu Shin já imaginado que seria.

–Vim porque uma de suas colegas não respondeu uma de minhas perguntas. –ele se agachou a frente de Stella e perguntou novamente..- Tudo bem se ficar sozinha? Ou deseja vir comigo?

–Não estou sozinha.- Ela guardou sua adaga e andou até o lado livre de Shin apoiando um dos braços do rapaz em seus ombros.- Tenho minha própria família.

Yumi a olhou com certo espanto. Era o primeiro dia em que haviam conversado, e Stella já a considerava parte da família.

–Mas conseguiram se virar sem algum adulto?

–Me virei durante nove anos sozinha.- Disse Stella.- Assim com Shin e...- olhou de canto para a amiga.- Zima. Eles sofreram muito nos poucos anos de vida. Qualquer um assim, é considerado parte da família.

O ruivo assentiu.

–Então deixa eu contar uma historinha...

“Eu já fui casado, mas tive que deixar minha esposa porque meu serviço não disponibilizava eu ficar em casa. Eu a deixei grávida, sem saber. Então eu conheci um garoto depois de um tempo- olhou vagamente para Shin- e o criei como meu filho. Levei-o para meu novo lar e lá ele passou a viver. Foi lá em que pude ter vários filhos não legítimos, mas que todos se partirem, farão falta. Esse garoto no qual me apeguei, havia perdido o pai aos sete anos de idade e não achei justo. Então, eu tive que partir em uma missão que duraria muitos anos, mas eu fracassei e não consegui completa-la. Quando retornei para onde havia deixado meu pupilo, descobri que possuía uma filha. E que ela me procurava a muitos anos.

Sabe o que é o pior na minha historia?

Perdi minha Magia, algo essencial para mim, e junto com ela, perdi muitos dos meus filhos. Tenho vagado por esse mundo a procura de uma coisa especial que possa trazê-los de volta. Mas até hoje não encontrei nada.

Eu sinto falta dos tempos em que criava o moleque. Por isso eu deixo a pergunta. Tudo bem se ficar sozinha? Ou deseja vir comigo?”


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