O Caminho das Estrelas escrita por Paola Araujo, GabehLoxar


Capítulo 3
Kikenna Yume


Notas iniciais do capítulo

Gomen pela demora, mas havia me esquecido que estava postando aqui também ;x

Beijos e boa leitura.



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Era um dejavu que estava sentindo. Os mesmos sentimentos que pareciam lhe manter a ficar ao lado de Stella, sua amiga de cabelos curtos e escarlates, fluiam para essa menina também. Como se uma magia os prendesse.

Uma atitude eminente, algo inevitável parecia estar escondido por entre linhas que temia desaparecer. Com apenas uma ação. Estes sentimentos, aparentam não serem reais. É como a regra de ter a sua visão de volta. São sombras que inevitavelmente o perseguem, forçando-o se ocultar em meio ao que lhe sobrou.

Perguntas e mas perguntas sobre si mesmo parecem lhe invocar estes sentimentos, como uma ilusão. Ele parece estar invisível, e sua cegueira, parece deixar ele sem suas próprias respostas.

Sua própria fraqueza parece ser desnecessária, esta realidade parece desnecessária. Apostando sua vida em suas verdades, mergulhando em sonhos onde acha que encontraras as respostas. Pois é dentro de seus sonhos, que ele consegue ver nítidamente tudo aquilo que sempre imaginou ver. As cores. As flores. Os sentimentos. Seu presente. E seus pesadelos.
Seria dificil desvendar tudo aquilo que viria a sua frente. E com suas próprias mãos escalar cada montanha que viria com elas. Um começo de era sem magia, na qual sempre ouvira falar que existiu, agora viria. E com ele grandes problemas.

Algumas pessoas estavam acostumadas, de mais a usarem seus poderes. E sem sua magia, é como ter um coração sem pulsação.

Ele se pergunta, se ele era um mago. Pois não lembra de nada e é cego. E conforme ele ouvira, todos os magos tiveram um efeito colateral quando suas magias desapareceram. Queria ele saber qual era sua magia.

No momento tudo que conseguia era ter seus outros sentidos melhores. Seu olfato e sua audição eram espetaculares. Podia saber dizer que havia o Chefe de covil onde morava com Stella e agora com a mais nova amiga Yumi. Ele estava andando de um lado para outro com passos pesados, o que significa que estava nervoso. Ouviu dizer que queria que a ruiva fosse roubar mais uns jewells, pois precisam enviar algumas coisas para "Eles". Sempre quisera saber quem era eles.

–Shin... - chamou a ruiva novamente. - Mas que raios você esta fazendo? - perguntou com os olhos o fuzilando.

–Vão te mandar roubar mais jewells. - disse simplesmente.

–Ótimo, mais sangue a ser derramado por mim. - dissera longiquamente. E sentiu sua nova amiga tremer um pouco.

–M-matar... - gaguejou ela.

–Sim, no caso de que eu for pega. - respondeu já indo para longe. Mais uma missão que ela voltaria amando.

Stella adorava derramar sangue. Mas ele nunca soubera porquê. Sua audição se apurou novamente e percebeu o ruído de pessoas pedindo por água. Esquecera de dizer que a estação na qual predominava naquele momento era o Verão. E o pior que vivier em um deserto não era nada agradável nesta estação. Ouvira as reclamações que o chefe estava fazendo e novamente sentia um frio na nuca.

Eles viriam machuca-lo novamente.

Stella viera se dspedir, mas antes deixara com Yumi, um de seus punhais. Dissera que era por preucação de mandarem-na para alguma missão antes que ela voltasse. Percebera que Yumi talvez estivesse analisando a lâmina e achou estranho a respiração que a mesma estivesse trocando de personalidade como sua velha amiga.

–Está tudo bem? - perguntou.

–Que preocupação é essa? - a voz de Stella ecoou.

–Não é com você. - falou rispidamente.

–Yumi esta bem. - ouviu-a responder.

–Que gente estranha entra cada vez mais nesse buraco. - Stella já estava se despedindo e indo para sua mais nova missão.

E sentiu a tristeza abater sua nova amiga, quando ouvira ser chamada de estranha. Mas todos que estavam ali eram estranhos. Até mesmo o sol que se levantava preguiçosamente ante as nuvens escuras da noite, era estranho. O vento que perpassava, a comida. Tudo que era relacionado com aquele lugar era estranho, não tinha como não ser estranho.
Matar e roubar, não eram as unicas opções que o destino poderia ter dado a todos que ali viviam. Os sons dos passos de Stella terminaram quando ouvira pisar profundamente na areia que ficava fora do lugar onde viviam.

–Não dê bola para o que ela fala. Ela também é outra estranha. - dissera para quebrar o silêncio que ficara depois da partida da ruiva.

–Eu gosto do frio. - falou ela, mudando de assunto. - É melhor que o calor que sinto neste momento.

–Nunca senti o inverno, mas talvez seja melhor sim. -sorriu levemente.
E o sol adentrou por entre a abertura que havia no pequeno lugar que estavam. Ajeitou-se melhor onde sentara e fechou os olhos, estava na hora de sonhar. O cabelo desgrenhado pousava sobre uma pequena rocha, que lhe fazia doer a cabeça. Então sentiu ser puxado. Abriu os olhos rapidamente, mas não vira nada diferente do que já estava acostumado, o escuro.

–Deite-se aqui. - a voz baixa pareceu melodiosa a ele.
Sentiu sua cabeça deitar-se sobre as suas pernase seu cabelo era afagada pela criança. E logo seus olhos se fecharam e adentrou profundamente em seus sonhos.
Onde um céu tingido nas cores do pôr-do-sol, era seguido pela dança das libélulas. Ele tinha a visão extesa de ver a si próprio brincar juntamente com outras crianças. E uma delas, com os cabelos longos e escuros lhe apontou o dedo e disse "Não Fuja...". O olhar amargo em seu rosto, lhe fizera rir.

Aproximou-se do local e pareceu brincar com elas. Rindo alto e caçando libélulas, borboletas e outros insetos. E logo as estrelas começaram a banhar a eles com suas luzes. Deitara-se sobre um gramado verde, sentindo a atmosfera lhe atingir vagarosamente, enquanto o som das cigarras o cegava mais para o uturo que lhe esperava.
Aparentemente ele queria poder trazer Stella e Yumi para seus sonhos, assim poderia saber como elas eram. As crianças a sua volta já estavam dormindo, enquanto ele observava as estrelas. Elas se divertiam naquele extenso manto escuro. Porém, sempre achou que elas lhe sussurravam algo.

Sentiu ser agarrado por uma das crianças. Virou seu rosto para ela e alisou uma de suas bochechas. Dormia como um anjo. E a sua frente ele enxergou uma luz que brilhava fortemente. Tentou sentir o ar, mas não conseguia. E aquela luz parecia vir em direção a ele. Chamou a crianças que se segurara nele, mas ela não acordava. Mas ele também era uma criança. Talvez ele fizesse o papel de mais adulto entre as que conhecia, mas não poderia fazê-lo, se apenas tinha oito anos.

Empurrava e gritava para que acordassem, mas nada acontecia. Começou a puxar todas juntas para ficarem longe daquela monóta luz que lhe aflingia. E o medo lhe atingiu tão rapidamente quanto o fogo que começara a queima-lo.

E as crianças não acordavam. E descobriu por si só. Que suas roupas estavam se chamuscando, e seu corpo transbordava estas chamas.

Ele era culpado, pelo fogo?

Acordou achando que sua casa pegava fogo. Acabou que não passava de puro calor. A menina ainda lhe afagava os cabelos e quando despertou de súbito, por conta do sonho, a menina fez um chiado com a boca.

–Shiii.- A menina fez alisando seus cabelos.- Pode dormir. Parece que você não descanse da maneira correta a dias.

–Acho que não sou o único.- a menina fez uma careta, embora ele não tenha visto.- Foi só o calor deste lugar. Chamo-o de casa já que é tudo o que tenho. Não passa de um covil para esse ladrões repulsivos.

–A quanto tempo está aqui?

Shin pensou por algum tempo. Já havia perdido a conta dos dias, ele não podia simplesmente fazer riscos na parede para contar.

–Pouco menos de um mês. Eu acho. A ultima vez que estive realmente ao ar livre foi no dia em que achei um sobrevivente. Eu não sei o nome, mas...- Shin esticou as mãos a sua frente como se pudesse velas.- Eu ainda sinto o toque de sua mão. E isso não faz muito tempo.

Yumi pigarreou.

–Como é por aqui?

–Não é uma casa. É um covil de bandidos, que se utiliza de nós, crianças, para fazer suas malditas missões.

–Quantos anos tem, Natsuko-chan?- pediu a menina parando um segundo de remexer o cabelo loiro de Shin

–Oito.

–A mesma que a minha.

–Stella tem nove. Mas não como se ela ficasse no comando do nosso “grupo de guerreiros pela liberdade”. Meio que ela deixa as coisas para mim fazer.

–está falando serio?- Pediu incrédula Yumi enquanto fitava os olhos cinza do garoto, que vagavam pelo aposento.

–Sim. Olha, eu tenho esse negocio de ser cego, mas isso meio que ajuda. Eu posso ouvir mais do que pessoas comuns, e também meu olfato é mais apurado. Eu consegui distinguir o cheiro de chuva que à em você, mesmo com toda essa fuligem e sujeira. É um cheiro fraco, mas cada um tem seu próprio. O da Stella por exemplo, me faz lembrar... ann... sangue? Não... talvez ferro, já que é algo que tem no sangue. Mas não diga isso a ela, pois se não, com certeza seria um menino morto.

Yumi riu embora ainda tentasse entender como ele conseguia sentir aquilo. Uma nostalgia se abateu sobre si ao ter o pensamento de que cheirava a chuva.

Ela farejou o ar e cutucou a barriga do menino.

–Você tem cheiro...- farejou novamente.- hm... de coisa antiga.

–Isso é porque não me deixaram tomar banho neste últimos dias.- ele disse sorrindo e Yumi riu novamente

–Eca seu porquinho!- ela disse brincando.

Passos ecoaram em um lugar do covil e vinham em direção ao local onde estavam. Seu sorriso antes brincalhão sumiu e foi substituído por uma testa franzida.

–O que foi?- Yumi pediu enquanto o menino loiro sentava-se ao seu lado, quieto.

–Tem passos...- ele fechou os olhos embora não fizesse muita diferença.- tem alguém vindo...- ele se levantou e foi para perto da porta trancada e encostou o ouvido.- e não é a Yuu.

Yumi se pós de pé, mas recuou quando Shin recuou também.

–não acho que eles venham buscar você. Acabou de chagar. Quer dizer...- ele se aquietou e escutou atentamente.

“...eles. Traga-os. Sei que ele se afeiçoou a garota... vai ser só mais um jeito de fazer ele falar...”

–Não...-Shin segurou suas próprias mãos. Queriam ele novamente, para mais uma das sessões “fale a verdade”. Mas desta vez, queriam a garota também.

Seria melhor ter continuado sonhando com as estrelas e com o fogo.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de nos contar o que acharam do capítulo.



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