I Hate Love escrita por The Stolen Girl


Capítulo 2
Meu trágico e inesperado fim


Notas iniciais do capítulo

Ok , o fim não é exatamente trágico, só pra Davika, mas com certeza inesperado pra ela. Ninguém acompanha ainda, mas resolvi postar a fic td logo. Boa leitura !



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Há uma semana não vejo ou falo com Kyle. Ele ainda estuda, é claro. Mas eu faltei essa semana, porque simplesmente fiquei cheia da escola e das pessoas de papel que circulam por lá. Pessoas que não são elas mesmas, que fazem parte daquilo no anonimato porque não mostram seu verdadeiro eu. Preferem se esconder atrás de roupas e popularidade.

Pensei que rapidamente ouviria boatos do tipo: “o amigo da esquisita mudou e tá namorando.” Mas não ouvi nada. Talvez a noticia só não tenha se espalhado ainda. Que se dane.

Hoje é sábado. Não tenho, como sempre, nada programado. Ninguém em casa, mais uma vez. Me acostumei à solidão diária. Me viro sozinha desde sempre, porque ninguém é presente em minha vida, só eu mesma.

Resolvo repetir minha programação do sábado anterior: dormir. Dormir pra mim é a melhor coisa que existe, porque enquanto eu durmo todos os pensamentos e aflições desaparecem. Eu nunca sonho. Dizem que o período mais profundo do sono é quando estamos sonhando. Então eu nunca durmo profundamente. Mas isso também não importa. Nada importa agora, não enquanto eu luto pra parar de pensar que minha amizade com Kyle foi destruída pelo impiedoso amor.

Sei que é clichê, mas eu sinto falta dele. Só que se alguém me perguntar se eu me arrependi por tê-lo escorraçado de minha casa ou se eu vou voltar atrás, a resposta será uma só: não. Sou daquelas que não dá o braço a torcer nunca. Só que não é exatamente esse o motivo. Na verdade eu acho que não cabe um retorno ou mudança de decisão nessa situação. Ele escolheu o que queria.

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Acordo com batidas ansiosas na porta de entrada. Levanto meio tonta e desnorteada, lavo o rosto e desço. Quem seria?

Abro a porta e me surpreendo. Kyle. Um Kyle triste e abatido. Ninguém diz nada, até que eu o puxo pra dentro. Ele parece envergonhado, aflito.

–Eu não consigo mais voltar Davika. – ele enfim rompe o silêncio constrangedor. Fico em silêncio por um minuto, mas digo por fim:

–Você devia ter me ouvido Kyle.

–Eu te ouvi. – não entendi o que ele quis dizer, até que ele completasse. –Eu te ouvi e tentei fugir. Não corri atrás e no fim, bem, você pode ver o fim. – um fim trágico e infeliz. É assim que ele está aparentando estar agora.

–Mas você foi atrás do amor. Você quem quis isso.

–O amor que veio atrás de mim. Enquanto eu lutava sozinho pra tirá-lo da minha cabeça e do meu coração, ele me perseguia insistentemente. Mas a verdade é que eu resolvi deixar o amor pra trás naquele dia que nós discutimos.

–Eu ainda não te entendo. Como é que você tá assim, se fugiu, se ficou escondido do sentimento todo esse tempo?

–O sentimento não saiu de mim, Davika. Eu tentei e não consegui. Deixei meu amor aqui, com você, mas ele ainda tá comigo mesmo que eu não queira. – silêncio. Ensurdecedor e dolorido silêncio. Ele deixou o amor comigo. Ele me ama. Ele me ouviu. Ele me ama. Essa é a verdade então? Eu estive errada o tempo todo? Quer dizer que de nada adianta fugir? Sem reação. Assim que eu me sinto agora. – Eu te amo.

E eu choro. Choro como nunca. Choro por perceber que defendi coisas inúteis o tempo todo. Choro por estar confusa e sem rumo. Choro por não ter o que fazer agora. Choro por ele, e por mim. Choro pelo amor. Amor que eu pensei nunca sentir. Amor que eu jurava não existir. Amor que agora tá dentro de mim e nunca mais vai sair. Choro principalmente por perceber que prendi meus sentimentos por tantos anos, pra no fim desabar como se fosse uma torre de cartas no meio do relento. Choro porque também amo, sem poder amar.

–Eu não posso. – respondo num fio de voz e me permito desabar no chão e chorar ainda mais. Me surpreendo com o poder de um simples abraço quando Kyle se abaixa e passa seus braços em torno de meu corpo trêmulo de tanto chorar. Conforto e calma é o que sinto agora, é o que quero sentir para sempre.

–Todos nós podemos. Você tem que se permitir Davika. Não tenha medo, já chega de se afastar. – e o que eu faço em seguida surpreende até a mim mesma. Um beijo preso há muito tempo, que lutava para sair. Um beijo de desespero e tranquilidade, ao mesmo tempo. Um beijo de libertação. E agora eu me sinto melhor, como nunca me senti antes. Me sinto eu. Uma garota que necessita de amor, apesar de não acreditar nele. Mas não precisamos acreditar, só sentir. As melhores coisas não tem explicação.

E as seguintes palavras foram, pra mim, as mais libertadoras de todas:

–Eu te amo.

E eu não posso, nem quero, terminar essa história com um felizes para sempre, porque pra sempre não existe. Cabe a você acreditar que eu tentei e fui pelo menos um pouco feliz enquanto tudo durou. O fim é você quem faz.


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Notas finais do capítulo

Então é isso, acabou. Espero que tenham gostado. Me alegrem com reviews bem legais ok ? Bjs *-*