I Hate Love escrita por The Stolen Girl


Capítulo 1
Batendo a porta na cara do amor


Notas iniciais do capítulo

Ooi, esse cap é pequeno, porque eu ñ consigo escrever caps grandes. Não odeiem o amor, please! Boa leitura *-*



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O amor é uma porcaria. Eu tenho uma filosofia de vida, que é a seguinte: se o amor bate à sua porta, mande-o embora. Olha, não aguento esse mimimi de casalzinho apaixonado, que vive dizendo que encontrou o amor verdadeiro. A maior mentira do mundo é essa história de que um amor de verdade aparece só uma vez na vida, porque esse amor tá me perseguindo e aparece toda semana. Meu nome é Davika, apesar de não te interessar. É um nome feio, eu sei, mas me torna diferente. Pode achar que eu sou doida, ou pensar que só estou decepcionada e inconformada por não encontrar o amor, porque eu nem ligo. Na verdade o amor veio pra mim umas cem vezes, e eu sempre consigo um jeito de “bater a porta na cara dele”. Se você o deixa entrar, aos poucos ele vai te envolver na sua teia e quando você quiser sair, vai ser tarde demais. Digo isso porque quase aconteceu comigo, e depois desse trágico acontecimento de “quase-amor”, eu aprendi a lição. Eu sei, eu sei, só eu penso assim. Mas quem pensa errado são esses casais que acham que o amor é eterno e bla,bla,blá. Você acha realmente que é necessário dizer eu te amo com uma semana de namoro? Acho que não. Em uma semana você nem conhece seu parceiro direito, como pode amar ele? E eu não critico as pessoas, critico o amor mesmo, o sentimento. As pessoas não podiam usar outra coisa no lugar do amor? Tipo, sei lá, dizer “eu gosto de você”. Gostar é bem melhor, porque é algo mais real. Você pode gostar de alguém no momento em que a vê, assim como você pode gostar de um sabor novo de sorvete só de provar uma única colherada.

Eu já tentei espalhar minha filosofia, trazer outras pessoas pro meu lado. Mas só consegui um aliado, que é também meu melhor – e único – amigo. Kyle pensa igual a mim, só que nunca passou pela experiência do “quase-amor”. Consegui mostrar pra ele o quanto é melhor gostar, antes mesmo que ele conhecesse o famoso e hipervalorizado amor. E a gente se gosta, só que sem decepção, ciúme e raiva. A gente só se gosta. Nunca ficamos, nem essas baboseiras todas. Pra mim é como se ele fosse minha pizza de sabor preferido, e eu pra ele sou o sushi do melhor restaurante da cidade. Ele adora sushi. Nos conhecemos há pouco tempo, mas já somos bem próximos. Amizades são melhores que amores.

Enquanto eu tento – inutilmente – te convencer da minha filosofia, Kyle está vindo aqui pra casa. Temos que fazer um trabalho muito chato sobre formações geológicas. Odeio trabalhos.

-DAVIKA! – escuto Kyle me chamando lá embaixo. Desço as escadas e atendo a porta. Ele entra sem nenhum cumprimento, porque a gente se relaciona assim. Em outras palavras, ele já é de casa. Antes de subir Kyle assalta minha geladeira. Eu sempre tenho sushi em casa, apesar de odiar aquela coisa. Enquanto ele come, eu aguardo na poltrona acolchoada da sala. Depois subimos pro meu quarto. Estamos sozinhos, já que ninguém para na minha casa. Minha mãe trabalha o dia todo e meu irmão vive na casa da namorada. Outro perdido no amor.

Kyle tem um estilo bad boy diferente dos típicos bad boys. Ele tem uma personalidade inconsequente, é daqueles que não mede o que diz, principalmente na hora da raiva. O que o diferencia eu não sei explicar, só sei que ele é diferente e que também odeia trabalhos escolares. O trabalho que nós vamos fazer é escrito e não precisa de apresentação, ainda bem. Odeio admitir, mas sou meio antissocial e não gosto de apresentar trabalhos. Enquanto Kyle pesquisa eu estou deitada em minha cama. Percebo que ele está distante hoje, muito pensativo. Mas é melhor não dizer nada.

Então depois de uma hora pesquisando e editando o trabalho, nós finalmente terminamos e decidimos descansar. Ele continua distante, então resolvo perguntar o que houve:

-Kyle, o que aconteceu? Você tá estranho. – ele demora algum tempo pra responder.

-Eu... preciso te dizer uma coisa.

-Diz logo. – também sou impaciente.

-Acho que estou me apaixonando Davika.

-Quê?! Você tá de brincadeira né?

-Não é uma brincadeira. – ele responde sério e me faz explodir.

-Como assim?! Você dizia que concordava comigo, que também não acreditava no amor! E nem vem me dizer que essas coisas a gente não controla, porque você sabe que isso é só mais uma desculpa.

-Esse é o problema, eu nem tentei controlar. – Kyle diz de cabeça baixa. – Eu sei que você pensa diferente, e eu sempre concordei com suas ideias. Mas não tá dando mais pra mim. Eu me apaixonei. Não to pedindo pra me entender.

-Ainda bem, porque vai ser impossível pra mim. Você devia ouvir o que eu digo. O amor destrói, consome tudo de bom na gente, o amor te leva, mas não te traz de volta Kyle. Vai ser tarde demais quando você perceber a burrada que tá fazendo. O amor não presta, ainda mais quando você deposita ele em uma pessoa inútil que não vai poder te fazer feliz nunca!

-Nem você mesma consegue defender sua teoria. Quem acredita em algo não chora defendendo seu ponto de vista Davika. – eu levo minhas mãos ao rosto e percebo que estou chorando, e muito.

-Vai embora. Depois não diz que eu não tentei te avisar. – eu desço as escadas correndo e ele vem logo atrás. Abro a porta da sala pra ele sair, mas ele para a um passo da saída, me abraça e sussurra em meu ouvido:

-Desculpa. – e vai embora.

******************************************************************

Está sendo uma longa noite. Não penso em outra coisa além da briga que tive com Kyle. Muitos devem estar pensando que fui egoísta, que eu não quis dividir meu amigo com quem quer que fosse a pessoa pela qual ele está apaixonado. E você não vai me entender nunca, mas pra mim isso foi um tipo de traição. E eu perdi um amigo porque eu odeio o amor, mas e daí? O amor não presta mesmo, porque se prestasse não destruiria amizades. Quantas vezes as pessoas não deixam os amigos de lado por conta de um namoro que vai acabar daqui um mês? Ia ser a mesma história comigo e Kyle. Em dois dias ele estaria dizendo eu te amo pra alguém e iria me esquecer, porque eu sou a amiga que nenhuma namorada quer pro namorado. Você gostaria de ver seu namorado com uma amiga que odeia e repudia o amor? Claro que não. E então ele me deixaria de lado, pra não contrariar sua tal namorada. Eu sei que posso estar exagerando, já que ele ainda não namora com ela, que eu não faço a menor questão de saber quem é. Mas a paixão é o começo de tudo. O início das coisas ruins, que vão vindo cada vez mais rápido à medida que você se aproxima do amor. Um amor de mentira, que nunca vai existir realmente. Kyle aparenta ser forte, mas eu sei, pelo curto período em que fui amiga dele, que no fundo ele é frágil e ingênuo e que ele nunca acreditou realmente no meu ponto de vista. Também sei que ele vai sofrer, porque é isso que o amor traz: sofrimento. O pior é que ele não passa e, quando passa, demora muito tempo pra pessoa ser o que era antes. Eu lamento muito ter perdido um amigo tão maravilhoso como ele, mas minha opinião ainda é a mesma. O amor é uma porcaria.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem por favor. Bjs u.u



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