"Era um fim de tarde agradável o sol iluminava a pequena clareira e um barulho suave de água se escutava. A clareira era cheia de flores, o clima estava quente, perfeito para um fim de tarde.

No meio da clareira uma criança brincava feliz.

Muitos podiam jurar que era a criança mais linda que já tinham visto.

Possuía cabelos loiros que caiam em cachos em suas costas, seus olhos eram duas esmeraldas brilhantes de tão verdes e alegres que pareciam e tinha em seu rosto um sorriso encantador.Girando em torno de si ela soltava pequenas gargalhadas.

Isso despertava um sentimento na jovem que estava parada na borda da clareira.

Foi com uma grande surpresa que ela percebeu que seu coração não batia mais e que na verdade ali ela era uma vampire. Mas observar a pequena criança encheu seu peito de paz e como se depois de tudo que ela já tinha passado, finalmente se sentiu completa.

A morena nas sombras das árvores era em si delicada e forte, dona de cabelos castanhos que caiam em cachos por suas costas e olhos extremamente dourados que facilmente lembravam ouro derretido. Possuia a postura e a aparência que para os humanos era muitas vezes comparadas as de uma deusa.

–Mamãe! Papai!.

A menina claramente estava feliz,mas a jovem estava confusa,mas ao mesmo tempo, ansiava para que isso fosse verdade.

–Vamos amor!.

Olhando ao seu redor, então ela percebeu a figura masculina que exalava confiança ao lado dela.

–Jasper!.

Foi involuntário procurar a mão dele só para que o famoso sentimento de segurança e amor enchesse sua alma.

Como se fosse a primeira vez que eles realmente tivessem se conhecido, ela se permitiu analisar minuciosamente cada cicatriz, cada parte de seu corpo e se deixou ficar tonta com a beleza que ele realmente tinha agora que tudo era muito mais claro para ela com sua nova condição de vida. Poder vê-lo claramente era uma das melhores visões, ela decidiu naquele momento.

Com todas as cicatrizes que ela conseguiu ver, a certeza que ele era um anjo de beleza única era cada vez mais certa.

Jasper puxou sua mão e ambos foram em direção a menina que continuava com seu sorriso no rosto.

–Qual é o seu nome, princesa?.

Jasper perguntou se ajoelhando em frente da menina junto com Bella.

Uma gargalhada gostosa foi ouvida. Seu sorriso era igual ao de Jasper, percebeu Bella. Era simplesmente impossível não retribuir.

–Melissa pai!. A pequena menina abraçou cada um deles dando um beijo em suas bochechas. -Logo eu vou estar com vocês, eu já amo muito vocês! Vamos brincar bastaaante!

Aos poucos ela foi se afastando e sumindo por entre as árvores. O sorriso inocente ainda intacto em seu lindo rosto. Os brilhantes olhos verdes exibiam algo… poderoso e orgulhoso.

–Espera!

Isabella levantou pronta para ir atrás da menina, mas sentiu quando um par de braços a segurou no lugar.

–Jasper!!Me deixe ir.

Virando pra ficar de frente para o vampiro, tentando ver se ele a soltava. Ele com certeza sentia a urgência dela. Não queria que aquela menininha linda ficasse distante. Precisava desesperadamente de sua presença.

–Ela vai voltar. Você ouviu,logo estará conosco, meu amor.

A calma que ele exercia sobre ela dava pra ser vista de longe.

Bella acordou atordoada, olhava freneticamente todo o quarto. Precisava encontrar aquela menina novamente. Não se lembrava direito do que havia sonhado, mas a saudade que sentia por aquela criança era dolorosa.

Jasper estava ao seu lado, num instante a acalmando, mas não parecia surtir efeito. Ele a olhava com a testa franzida e olhar intrigado.

– O que houve? Por que não estou conseguindo acalmá-la? Você está se sentindo bem?

Bella se desvencilhou das mãos geladas que afagavam suas costas e se afastou com irritação.

– Estou bem! Só preciso de um banho e depois vou ligar para o Charlie... Voce não conseguiu me acalmar?

A risada de deboche ecoou pelo quarto, enquanto ela deixava um Jasper boquiaberto e paralisado na cama. Ele a olhou ir em direção ao luxuoso banheiro e trancar a porta, expressando claramente com essa attitude que queria privacidade.

Engolindo a decepção, ele se levantou e foi em direção a grande cozinha onde estava preparada a bandeja de café da manhã , que continha todas as comidas humanas preferidas de Bella. Ele se sentiu idiota, afinal, mulheres humanas tinham atitudes imprevisíveis, sua humana apenas queria espaço.

Estava retirando os alimentos da bandeja, quando ouviu o fraco som de um soluço. Em pânico, em menos de um segundo estava na porta do banheiro, sua mente conseguiu processar o fato de que não havia cheiro de sangue. Mas logo sua esperança foi destruída pelo desespero de concluir que aquilo não dizia nada!

Ela poderia ter caído e quebrado ossos, haviam lesões internas, cerebrais. Se lembrou dos casos que lia nos livros de medicina de Carlisle. Humanos que ficavam até a morte em estado vegetativo e irreversível por acidentes considerandos simples.

– Bella! Voce está bem? Fale comigo, querida! Está machucada? Por que as lágrimas? Vou arrombar a porta e te tirar daí, apenas mantenha a calma.

Mal concluiu a frase e ouviu um grito vindo de dentro do cômodo.

– Já disse que estou bem! Apenas preciso de uma droga de tempo sozinha! Voce não entendeu isso? De que adianta ser imortal, extra forte e não entender um simples gesto? ME DEIXE EM PAZ!.

– Eu… tudo bem… er… estarei lá embaixo, o seu café da manhã está pronto…

Ele desceu as escadas completamente espantado. Deveria haver alguma coisa errada com sua humana. Ela não agiria assim normalmente. Um pensamento o fez estacar.

Será que havia a machucado na noite passada? Sabia que a consumação do vínculo que os unia, seria exaustiva para ela, mas tinha certeza que havia tomado todos os cuidados possíveis com ela.

Havia controlado sua força, havia caçado até seu limite, para que sua sede não estragasse o momento. Havia, acima de tudo, sido o mais carinhoso possível; O pensamento de ter feito mal a sua companheira o deixava quase insano.

Quando tomou a decisão de ligar para Alice, seu celular tocou o fazendo sorrir.

– Baixinha! Sempre usando esse timing perfeito não é? Como voce está? Aquele idiota está te tratando como merece?

Imediatamente, um profundo e furioso rosnado foi ouvido por ele o fazendo sorrir ainda mais.

– Não me faça te matar, criança; Isso deixaria minha garotinha infeliz, mas ainda posso querer correr o risco.

A voz zangada de Alice, o fez desejar que Bella voltasse a agir normalmente e o deixasse chegar perto dela novamente.

– Felix! Não ameace o Jasper! Ele só estava brincando com voce. Jazz…

O rosnado voltou ainda mais ameaçador. Ele quase podia ver o revirar de olhos de Alice, antes de ouvir o suspiro exasperado.

– Eu não estava ameaçando-o, garotinha. E chame-o pelo nome, não por um maldito apelido.

– Tudo bem, Jasper . Eu vi que você precisava conversar comigo e liguei imediatamente. O que está havendo?

Ele respirou fundo e contou em detalhes o que aconteceu. A única coisa que o estava impedindo de tirá-la daquele banheiro para se assegurar de que ela estava mesmo bem, eram os movimentos que ouvia do quarto. Ela estava se secando e se vestindo.

– Ah, Jasper! Isso é completamente normal em humanas. Os hormônios em seus corpos sempre as deixam assim, imprevisíveis. Quanto ao fato de que ela aparentemente o bloqueou… Preciso falar com Eleazar para ter certeza, mas acho que você já sabe o que houve não é? Ela será muito poderosa!

– Sim, mas há algo mais além disso… Preciso investigar, observá-la melhor. Obrigado pela ajuda, baixinha! Fico te devendo essa.

– Não há o que agradecer, sempre que precisar de mim, estarei a sua disposição. Entrarei em contado com Eleazar imediatamente e tenha um pouco de paciência! Companheiros tendem a ser confusos e irritantes as vezes…ou na maioria delas, logo tudo ficará… PARA FELIX!O JASPER…

As gargalhadas de Alice eram ouvidas, mas logo foram silenciadas pelos sons de suspiros e gemidos, logo seguidos por grunhidos do outro vampiro. Ele encerrou a ligação exasperado, a última coisa de que precisava era ouvir essas coisas.

O dia passou e ele observava cada attitude de Bella. Suas emoções estavam ilegíveis para ele, mas suas atitudes demonstravam que ela estava instável emocionalmente. A cada tentativa dele de acalmá-la, uma parede era reforçada entre ele e o sentimento de objetivo.

Sua humana passou o dia inteiro numa variedade de emoções que o confundiu totalmente. Após o banho, ela tomou o café da manhã em silêncio, ignorando as tentativas de conversa de Jasper, depois quando ligou a televisão, se aconchegou a ele no sofá e o beijou com carinho.

Mas depois que ele tentou retribuir o beijo, foi acusado de ser “insensível” seguido de uma crise de choro que o deixou em pânico. Depois de conseguir fazer com que ela dormisse após chorar por toda a manhã, um “exausto” Jasper, velou o sono da humana, se perguntando o que diabos havia de errado com ela.

A surpresa maior foi quando ela, após acordar e vê-lo ali ao seu lado na cama, se sentou em seu colo e o beijou com todo o entusiasmo. Ele retribuiu feliz. Sua Bella estava de volta ao normal afinal;

Ledo engano. Quando seu sutiã foi retirado e ele já estava se despindo da camisa, ela o surpreendeu por ter comandado o sexo, sendo totalmente agressiva.

Ele chamaria Carlisle, decidiu. Havia algo definitivamente errado com ela. Ele a olhou enquanto ela o observava fascinada e maliciosa, ele tocar uma de suas músicas preferidas no violão que achou num dos muitos quartos desocupados da casa.

Ela o surpreendeu quando o acompanhou no refrão, a voz era melodiosa e suave. Era linda e doce , igual sua dona.

Naquele momento, ele finalmente conseguiu burlar seu bloqueio ao redor de suas emoções e o que sentiu o deixou nervoso e perplexo:

Uma gentil, amorosa e muito poderosa presença se deliciava com o som da voz de Bella.