Harry Potter em outro ponto de vista escrita por Ruby


Capítulo 63
Relíquias da Morte- Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

voltei com o último cap antes do epílogo! Mds nem acredito que já to aqui, parece que ontem eu tava escrevendo o segundo..
enfim, boa leitura! Espero que gostem.



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— Quem é aquele que Hagrid está carregando?

Pisco algumas vezes por conta da luminosidade, e me sento eretamente. Não havia ninguém vivo naquele Salão Principal. Olho para baixo e vejo meu casaco fechado. Abro o zíper e retiro o casaco, olhando minha ferida marcada na camisa do uniforme.

Movendo com os dedos a parte de tecido rasgada, vejo uma fina cicatriz onde antes estava sangrando. Madame Pomfrey estava certa, a poção iria funcionar. Eu devo ter ficado em uma espécie de coma, já que o tempo foi muito grande para um simples desmaio.

Viro minha cabeça para o lado e vejo Fred ainda deitado ali. Seguro o choro na garganta e me levanto devagar, desviando o olhar. Começo a me dirigir para a saída do Salão Principal, correndo os olhos pelos corpos estendidos no chão, lado a lado. No caminho, reconheço um casal de mãos dadas.

O casal era Lupin e Tonks. A primeira coisa que me vem à cabeça é o filho deles. Eu soube que é um menino e chama Ted, em homenagem ao avô. O garoto iria crescer sem os pais, e isso era terrível.

— Harry Potter está morto!

Viro a cabeça em direção à saída, limpando uma lágrima que escorria pela minha bochecha. Risadas seguiram a fala de Voldemort, mas eu me recusava a acreditar que o que ele disse era verdade. Ando até a porta e vejo todos os comensais rindo juntamente com Voldemort. Paro ao lado de McGonagall, encarando Harry, nos braços de Hagrid, imóvel.

— Harry Potter está morto! – Voldemort sorri, coisa que acredito que nunca tenha feito. – De agora em diante, depositarão sua fé em mim. – um silêncio se instala nos destroços de Hogwarts. – Deem um passo a frente e juntem-se a nós. Ou morram.

Ninguém se move. O sorriso já havia saído do rosto de Voldemort, agora ele estava apenas esperando alguém se manifestar.

— Draco. – Lúcio sussurra do outro lado e eu procuro Draco com os olhos pela multidão. – Draco, venha.

Encontro-o quando ele vira a cabeça para trás, olhando para o Salão Principal. Escondo-me atrás de um pilar, para ele não me ver e não ficar. Tenho certeza de que ele seria o primeiro que Voldemort mataria se fizesse tal coisa.

— Draco, filho, por favor. – Narcisa pede e ele vai.

— Muito bem, Draco. – Voldemort abre os braços e o abraça. Realmente estava de bom humor. – Muito bem.

 Enquanto ele é acolhido pelos pais, Neville dá alguns passos a frente mancando e segurando o chapéu seletor em uma mão.

— Confesso que esperava alguém melhor. – Voldemort diz e provoca risadas entre os comensais. – Qual o seu nome garoto?

— Neville Longbottom. – ele se apresenta e provoca mais risadas, principalmente de Bellatrix.

— Tenho certeza de que acharemos um lugar para você, garoto.

— Na verdade, eu gostaria de dizer uma coisa.

 - Muito bem. – Voldemort reluta um pouco para dizer isso, mas como estava de bom humor, decidiu deixá-lo falar. – Tenho certeza de que ficaremos fascinados com o que tem que dizer.

— Não importa que Harry tenha morrido.

— Neville, pare.

— Não Simas! – ele continua. – Pessoas morrem todos os dias. Perdemos Fred, Tonks, Lupin, Alissa. E perdemos Harry. – ele coloca a mão no peito. – Mas eles continuam aqui, conosco. Eles não morreram em vão. – Neville vira novamente para Voldemort. – Mas você vai! Harry fez isso por nós, por todos nós. – ele retira a espada de Godric Gryffindor do chapéu. – Isso ainda não acabou!

Em um movimento rápido, Harry pula dos braços de Hagrid e cai no chão. Imediatamente, comensais começam a aparatar, fugindo do local. Harry foge e desvia de todos os feitiços que Voldemort tenta lançar até ele. No meio dessa zona, ando rapidamente para perto de onde Hermione e Rony estavam.

— Acho que hoje é dia dos mortos voltarem à vida. – sorrio e eles me encaram, sorrindo e me abraçam.

— Temos que destruir a cobra, assim só vai faltar ele. – Harry diz assim que chega e Shacklebolt põe um feitiço de proteção, que Neville passa e é atingido por um feitiço estuporante. – Alissa, bom te ver.

— Você também. Já volto. – faço o caminho contrário que Harry fez, indo abaixada para os comensais não me verem. Do lado oposto, vejo o corpo de Greyback ainda ali. Ignoro e contorno os comensais que entravam no castelo, indo atrás dos Malfoy. – Draco! – o chamo enquanto ele andava pela ponte com os pais. Ele se vira imediatemente e para, mas eu continuo andando até ele.

— Alissa! – ele sorri e anda até mim. Quando chega perto, me abraça. – Achei que estivesse morta. Eu vi você morrendo.

— Não morri. – o solto. – Obrigada por me salvar.

— Draco, vamos embora. – Lúcio aparece ao lado dele e eu o encaro.

— Da próxima vez que quiser amaldiçoar seu filho, lembre-se de que eu vou te fazer pagar. Sabe que não tenho medo de você. – o ameaço e Narcisa para do outro lado do filho.

— Como assim?

— Não soube? Seu marido rogou a maldição Imperio em Draco para que ele matasse Harry. – Draco pega minha mão e vem para o meu lado. – Por sorte eu o livrei dela.

— Como pôde...? – ela encara Lúcio com ódio.

— Ela está mentindo.

— Eu vou com a Alissa. – Draco finalmente diz algo. – Precisam de nós lá dentro.

— Mas Draco...

— Mãe, eu vou. – ele beija a bochecha dela. – Nunca quis ser um comensal mesmo.

Dito isso, ele me puxa pela mão para dentro do castelo. Estávamos prestes a entrar quando um vento gelado percorre nossas costas. Viramos e, com varinhas em mãos, vemos três dementadores vindo em nossa direção. Aperto a mão de Draco mais forte e torço para dar certo.

Expecto Patronum! — falamos os dois ao mesmo tempo.

Uma raposa corre ao lado de uma doninha para espantar os dementadores, que fogem. Eu nunca havia tido êxito em realizar esse feitiço, era a primeira vez. Não sei se realmente cheguei a pensar em alguma coisa. Talvez eu tenha amadurecido, ou no meio do caos eu encontrei algo para me trazer felicidade, esperança. Só sei que funcionou.

— Você sabia fazer o feitiço, certo? – Draco pergunta, respirando aliviado e eu me viro para ele. – Porque eu não fazia ideia, só a teoria.

— Se te faz se sentir melhor, sim, claro que sabia. – sorrio. – O seu patrono...

— Não termine essa frase. – ele me interrompe.

— É uma doninha! – rio. – Abaixe-se. – ele obedece e eu estuporo um comensal que vinha em nossa direção. – Isso é perfeito. Nunca mais vou te deixar em paz. – ajudo-o a levantar

— Nem eu sabia disso, se não eu nunca teria feito ele na sua frente. – ele se vira para entrarmos no castelo. Assim que colocamos o pé no Salão Principal, quatro comensais apontam suas varinhas para nós. – Os da direita são meus.

— Ótimo. – solto sua mão e viro para encarar dois comensais. – Estupefaça!

Acerto os dois facilmente e Draco também, então andamos mais um pouco para dentro. É então que uma voz fina e estridente fala o mesmo feitiço que eu havia dito alguns minutos antes. Protejo-me rapidamente e encaro Bellatrix.

— Draco, o que está fazendo do lado deles?

— Estou do lado certo, tia. – ele volta a lutar com outros comensais e Gina vem ao meu lado.

— A Weasley vai querer lutar? Bonitinha. – ela começa a tentar nos acertar com diversos feitiços, e uma outra comensal decide lutar comigo. Quando me livro dela, vejo Gina quase sendo acertada pela maldição da morte.

Molly Weasley imediatamente tira Gina do duelo e toma seu lugar. Puxo a ruiva de lado e observamos a briga.

— Minha filha não, vadia. – a sra. Weasley começa a lançar alguns feitiços na direção de Bella, que logo revidou e partiu para o ataque. Por um momento, me preparo para intervir algo dê errado, e vejo que Gina faz o mesmo. A verdade é que nem foi preciso, pois Molly começou a lançar novamente os feitiços, dessa vez mais perigosos. Em um deles, ela consegue acertar Bella e a congela. Sorrindo, ela destrói Bellatrix Lestrange em pedacinhos.

— Isso foi... demais. – digo olhando a cena.

— Me lembre de não te desobedecer mais, mãe. – Gina sorri.

Aos poucos, fomos nos livrando de todos os comensais do castelo. Estávamos em maioria, coisa que não ocorreu no começo. Só restava a Harry matar Voldemort, e tenho certeza de que tudo acabaria.

Entretanto, alguns comensais estavam realmente determinados a nos matar, tendo esperanças de que venceriam. Vi na escada Fleur sendo atacada por dois comensais. Vou imediatamente para o local, a tempo dela se livrar de um e perder a varinha. De costas para mim, o comensal estava pronto para rogar um feitiço, provavelmente mortal, porém eu o estuporei antes.

— Quer uma ajudinha? – sorrio e ela me abraça muito forte. – Estou sendo sufocada. Você vai me fazer quase morrer de novo.

— Achei que tinha perdido você. – Fleur me solta e eu dou de ombros.

— Sou cheia de surpresas. Ah, e vaso ruim não quebra fácil. Eu sempre disse isso.

Olho por cima do ombro dela e vejo Neville descendo com Rony e Hermione atrás. Nev ainda estava mancando, e se esforçava para descer as escadas.

— Falei de você e Harry à toa no discurso. – ele fala enquanto me encara. – Se soubesse, nem falava nada.

— Eu ouvi tudo, e obrigada por me mencionar.

— Já acabou? – ele pergunta. – Eu matei a cobra.

— E nos salvou. – Rony adiciona.

— Nos livramos de quase todos os comensais do castelo já. – observo o andar de baixo. Vejo um último comensal aparatando para longe do castelo, provavelmente.

— Significa que vencemos? – Hermione pergunta, sorrindo.

— Se Harry matou Voldemort, então sim. – vejo-o entrando no Salão Principal e aponto. – Vejam.

Descemos a escada, ajudando Neville e o colocamos sentado. Draco aparece ao meu lado e segura minha mão antes de irmos falar com Harry. Vejo que Rony e Hermione estavam de mãos dadas também. Sorrio ao ver que, finalmente, os dois conseguiram se acertar. Passaram anos e anos nutrindo sentimentos um pelo outro e nunca nada aconteceu.

— Alissa Snow e Draco Malfoy. – McGonagall surge ao nosso lado. Viramos para encara-la e sorrio. – Eu sempre soube.

— Eu disse que ela ia ficar feliz. –falo para ele.

— Verdade.

— Estou feliz que você tenha sobrevivido, querida. De verdade. – ela põe uma mão em meu ombro e vai falar com outra pessoa.

— Sempre gostei dela. – comento e Harry vem até nós, depois de falar com Hagrid.

— Querem dar uma volta?

Vamos andando todos até a ponte que Harry tinha sido trazido morto no colo de Hagrid. Ele explicou que era uma Horcruxe, então o próprio Voldemort tinha que matá-lo. Depois que ele foi morto, recobrou a consciência e Narcisa ajudou a acobertar que ele permanecia vivo.

— Minha mãe sempre soube o que era melhor a fazer. Ao contrário do meu pai, ela nunca foi uma comensal da morte. – Draco confessa. – Ela aceitou tudo aquilo porque, bem, era uma Black antes de ser Malfoy. Em seu sangue sempre esteve o preconceito com nascidos trouxas. – ele faz uma pausa e encara os três. – Eu era um babaca, sei disso. Sinto muito ter sido uma sarna com vocês.

— Está perdoado. – Hermione é a primeira a quebrar o gelo e Rony a olha como se fosse louca. – Mas se fizer algo para machucar a Alissa, juro que acabo com você.

— Nunca faria nada com ela. – ele se apressa e sorrio. – Além do mais, já tenho medo dela.

Rimos e eu lembro de tudo o que passamos até aquele momento. Já quase morremos diversas vezes, exceto Draco, que só sofreu em nossas mãos.

— Qual ano vocês acham que foi o mais tranquilo? – pergunto enquanto andamos. – Eu diria que foi o terceiro.

— Pra mim foi o sexto. – Rony fala. – Menos o final.

— Eu acho que o quinto. Só que sem o final também.

— Em todos tinha alguém querendo me matar. – Harry dá de ombros e sobe em uma pedra, perto do abismo da ponte. Ele pega uma varinha e nos mostra. – É a varinha de sabulgueiro.

— Uma das relíquias da morte? – Draco se interessa.

— Sim. E, bem, era sua.

— O quê? – ele franze a testa.

— Quando Voldemort matou Snape, ele achou que a varinha pertencesse à Snape. Mas na verdade, quem desarmou Dumbledore na Torre de Astronomia foi você, Draco. – Harry faz uma pausa. – Porém, na sua casa, quando eu te desarmei, a varinha trocou de lealdade.

— Então... – Hermione começa a concluir a frase.

— É minha. – ele faz um gesto com ela. – Mas eu não quero.

— O quê? – Rony e eu dizemos incrédulos.

— Pense no que você poderia fazer! – o ruivo continua.

— Ela já causou problemas demais. Além do mais, eu não quero uma varinha super poderosa, já tenho uma boa. – ele pega os destroços de sua antiga varinha, que foi atingida por um feitiço, e a conserta. – Eu só precisava dela para isso. – rapidamente, ele quebra a Varinha das Varinhas ao meio. Meu queixo cai instantaneamente, assim como o dos outros três, ao vê-lo jogando as metades no penhasco.

Assim que Harry desce dali, dá mais uns passos para frente de onde estamos e encara o horizonte. Hermione dá a mão para Harry e Rony, enquanto eu seguro a mão do ruivo e de Draco.

Ficamos ali, apenas olhando o horizonte. Estava amanhecendo e era lindo. O céu estava tomado por tons de laranja, e observar isso me acalmou muito.

Franzo a testa um momento e solto a mão dos dois. Eles me olham, estranhando, e eu pego o pergaminho que ganhei de Dumbledore. Pela primeira vez, letras começam a surgir nele, assim como surgem no Mapa Maroto quando dizemos o juramento.

— Gente. – os chamo, sorrindo. – É um endereço na América do Sul. O pergaminho que Dumbledore me deixou revela onde meu pai está agora. – encaro Draco. – Eu não podia te contar isso, quase nem contei para eles. Mas não importa. – leio o endereço novamente, ainda sorrindo. – Eu vou conseguir ter minha família de volta.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Deixem nas reviews! Logo logo eu posto o epílogo, fiquem de olho