Harry Potter em outro ponto de vista escrita por Ruby


Capítulo 62
Relíquias da Morte- Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

VOLTEI e com más notícias, porque esse aqui vai fazer vocês sofrerem aksljdlakj boa leitura!



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Dentre todas as dores que eu já tinha sentido, essa era a pior delas. A mistura da dor física com a sensação de ver Fred com seu corpo sem vida estava me machucando como nada havia feito antes. Minha respiração doía e eu precisava de mais ar por conta das lágrimas.

Eu conseguia lembrar o som de sua risada, de sua voz, de como ele ficava feliz quando conseguia irritar profundamente alguém junto com Jorge, ou quando estava voando. Ficava frustrado quando era pego e levado para detenções, mas nem por isso deixava de fazer o que lhe deixava feliz. Eu conseguia lembrar do prazer estampado em seu rosto quando finalmente conseguiu dar sucesso ao plano de fugir de Hogwarts e ir com Jorge abrir a própria loja. Eu conseguia lembrar de como ficou feliz e tagarelando sobre Angelina ter aceitado namorar com ele. Fred ficou jogando na cara de Jorge pelo resto do mês que ele era mais bonito só por estar namorando.

Eu nunca mais ouviria sua voz ou risada novamente, e isso me devastava por dentro. Na verdade, eu nem sabia ao certo se eu viveria para ouvir algo novamente. A dor em minha barriga doía cada vez mais, e a primeira reação que tive quando Greyback retirou as unhas dali ao mesmo tempo que rasgou ainda mais meu corpo, foi largar minha varinha e colocar minhas mãos no local, para tentar cobrir e parar o sangramento.

— Garota tola. – ele ri e chuta minha varinha para um canto. – Você não é nem um pouco do que falam por aí. Na verdade, eu só concordo com a parte de ser “chata”.

Vocês lutaram bravamente, mas em vão. — a voz de Voldemort, nome o qual eu não tinha mais medo de dizer, volta a penetrar na cabeça de todos. O lobisomem parou o que fazia e passa a prestar atenção, assim como os outros. – Eu não queria isso, nunca foi minha intenção derramar sangue-bruxo. Por isso, peço que todos meus aliados se retirem do castelo, para que vocês deem um futuro digno a seus mortos.

Voldemort faz uma pausa e Greyback me encara. Logo em seguida, ele se envolve na fumaça pretam, que os comensais utilizam para voarem, e se prepara para sair dali.

Harry Potter, eu falo diretamente com você agora. — ouço a voz de Voldemort, mas ignoro-a em minha cabeça. — Você deixou seus amigos morrerem por você hoje.

Juntando todas as forças que tenho, dou um impulso até onde minha varinha está e me jogo no chão, pegando-na. Assim que toco nela, Greyback sai voando, mas eu acompanho sua fumaça preta passar por cima de mim e, mesmo estando ainda escuro, eu miro e lanço o primeiro feitiço, fora a maldição imperdoável, que veio em minha mente.

— Sectumsempra! – digo com a voz rouca e vejo uma pessoa caindo em cima de algumas pedras que antes eram o telhado daquele corredor. Pela voz reclamando da dor, consigo distinguir que eu havia acertado.

Encontre-me na Floresta Negra e nenhum sangue-bruxo mais será derramado. Se não fizer isso, eu não vou poupar nenhuma pessoa até encontrar você.

A voz dele para de falar e eu relaxo no chão. Solto minha varinha e vou com as mãos até a ferida novamente, que creio ter se abrido mais com o pulo que dei no chão. Encaro o céu acima de mim e vejo de fato os comensais saindo do castelo.

— Levem todos ao Salão Principal. – ouço a voz de McGonagall andando pelo pátio e respiro fundo, juntando o máximo de forças que consigo e isolando algumas lágrimas.

— Aqui! – digo o mais alto que posso e levanto um braço. Nesta hora, eu não ouvia mais os gemidos de dor de Greyback, mas via sua mão caída em umas pedras, o que significava que estava morto.

— Alissa? – ouço a voz de Jorge e vejo dois ruivos pulando a mureta que me escondia. Um deles era o que perguntou por mim e o outro era Gui.

— Eu sinto muito, não consegui fazer nada. – desabo em lágrimas ao ver Jorge e aponto para onde Fred caiu. Enquanto o mais novo congela e corre até o corpo, eu seguro minha varinha e Gui me pega no colo, tomando cuidado para não piorar meu ferimento, e me leva para dentro do Salão Principal.

— Madame Pomfrey! – ele a chama enquanto me deita em uma maca no chão. Faço uma careta de dor e ele volta a chamar pela enfermeira, que chega rapidamente. – A Alissa está muito ferida e já perdeu muito sangue.

— Ferida de lobisomem. – resmungo. – Ele cravou as unhas em mim.

— Vamos fechar isso logo, calme querida. – ela abre o zíper do meu casaco e vai pegar algumas coisas, e eu vejo Jorge trazendo Fred no colo, colocando-no ao meu lado.

— Eu sinto muito, não consegui impedir. – digo quando viro a cabeça para encara-lo, e volto a chorar.

— Não foi sua culpa, eu vi o comensal que acertou ele. – para minha surpresa, é Percy quem diz isso. Não sabia que ele havia feito as pazes com a família.

— Senhorita Snow, eu disse para ficar quieta. – Madame Pomfrey volta e joga algo na ferida, me fazendo grunhir de dor. – Isso vai doer.

— Alissa! – vejo Draco correndo até onde estou e se ajoelhando ao meu lado, o oposto de Fred. – Não...

— Malfoy, saia daqui. Achei que Voldemort tivesse dito para saírem do castelo. – Madame Pomfrey é ríspida.

— Ele está comigo. – reclamo em meio à dor e faço uma careta. O que quer que ela estivesse fazendo, doía muito. – Pode confiar.

— Uhm. – ela resmunga e volta a fazer o trabalho.

— Madame Pomfrey, é a poção Limpa Ferida? Porque não está cicatrizando. – Draco vai observar o estrago. – Ela precisa de uma para repor o sangue também, perdeu muito. – ele observa a mancha vermelha ao meu redor.

— Eu sei que não está cicatrizando, a ferida acertou alguns órgãos e danificou os tecidos, vai precisar de muita poção. – ela joga mais e eu resmungo mais alto.

— Lis, calma, isso vai passar. – ele aperta minha mão. – Vamos salvar você. Não vou deixar você morrer, de jeito nenhum.

— Dói... – falo quase sem voz.

— Não, não, não, não. – ouço Fleur vindo até mim e ela para atrás de Madame Pomfrey, com a mão cobrindo a boca. Passando pelo espaço que Draco deixou, ela vai até minha cabeça e a coloca em seu colo. – Alissa, por favor, não faça isso. – minha prima encara os dois. – Ajudem-na!

— Estamos tentando, senhorita Delacour. – a enfermeira fala impaciente e olha para Draco. – Vá pegar mais desta poção ali naquele armário. – ela aponta e ele vai buscar. – Fique calma, falta pouco.

— Ainda dói muito. – sou sincera e começo a tossir. Quando retiro a mão da boca, vejo que havia sangue nela. – Não está funcionando.

— Fique quieta, vai funcionar. – Draco diz afobado e coloca mais poção na ferida. Aquilo volta a queimar e eu me contorço um pouco.

— Alissa? – vejo Hermione vindo com Rony em minha direção, e ela para do lado de Fleur, enquanto o ruivo vai para o outro lado, ver o corpo de Fred, mas ao mesmo tempo ficar do meu lado também.

Olho para a entrada do Salão e encaro Harry, parado e vendo a todos nós, os feridos e mortos. Forço um sorriso quando seus olhos param em mim, mas de nada adianta. Ele sobe as escadas e eu o perco de vista.

— Não sabia que entendia de ferimentos, Malfoy. – Hermione o encara.

— Não sabe muita coisa sobre mim, Granger. – ele responde grosso e sorri, ainda respirando pesado. – Pronto, a ferida fechou.

— Por fora. – Madame Pomfrey acrescenta. – Temos que esperar pelo melhor, ver se o corpo consegue reagir antes de parar de funcionar. A poção fará efeito, é verdade, mas não sabemos em quanto tempo. Pode ser em segundos, minutos, horas... ou vai falhar.– ela retira um frasco da bolsa e entrega para Hermione. – Aqui, dê para ela beber. Vai ajudar a repor o sangue.

Fleur ergue minha cabeça um pouco e Hermione, com as mãos tremendo, coloca o frasco em minha boca. Bebo o líquido, que por sinal tinha gosto de ferro, e poucos segundos depois engasgo novamente, cuspindo mais sangue.

— Não... – Draco perde a felicidade momentânea que passou por seu rosto. – Vai funcionar. Tem que funcionar, não posso perder você.

— Ei. – sorrio e aperto a mão dele. – Você vai ficar bem.

— Você também. – Gina se vira para mim.

— Já perdi meu irmão Ali, não posso perder minha melhor amiga também. – Jorge diz com a voz mais clara que consegue e observo seu rosto vermelho por conta do choro.

— Concordo com Jorge. – Rony me encara também.

— Todo mundo aqui ama você. – Draco fala e eu o encaro. Vejo que ele estava a ponto de desabar em lágrimas também. Forço um sorriso e aperto sua mão.

— Eu sei. – olho para Fleur e depois para os outros enquanto vou falando. – Mas não sei se tem muito que eu possa fazer. – sinto meus braços e pernas ficarem moles e eles formigam. Uma lágrima escorre por minha bochecha. – Pelo menos verei minha mãe.

— Não, você não vai. – Hermione diz com voz de choro. – Por favor, não vá.

— Eu... – minha visão começa a ficar em borrões e sinto o sangue fervilhando no local da ferida. Olho para o rosto de cada um e penso em tudo o que vivi nesses dezessete anos, e foi muito mais do que algumas pessoas vivem em uma vida completa. Tudo isso graças a eles. – Obrigada por tudo.

— Não feche os olhos, Alissa, não se atreva. – Fleur da umas batidinhas em minha bochecha.

Mas eu não consigo obedecê-la, minha visão escurece e meus olhos se fecham. Antes de perder totalmente os sentidos, a última coisa que escuto é meu nome dito por várias pessoas diferentes e no mesmo tom de desespero.


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Notas finais do capítulo

TCHARAN
foi pequeno de propósito, quero deixar esse final dramático kasjkasdj
me digam se gostaram nas reviews!