Harry Potter em outro ponto de vista escrita por Ruby


Capítulo 60
Relíquias da Morte- Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

to brava com vocês, eu não recebi reviews no último cap. Sabem quanto isso desmotiva? pois é. Mas to aqui postando porque to ansiosa pra escrever essa parte, então POR FAVOR deixem uma review nesse, não custa nada.
Espero que gostem do cap!



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No dia seguinte, depois das aulas, Neville e Gina disseram que repararam em atitudes estranhas dos comensais para com eles. Segundo eles, os comensais começaram a cerca-los mais e observar cada passo deles. Ficou difícil até de vir para a Sala Precisa, mas eles conseguiram e não foram vistos.

— Será que eles suspeitam que estejamos aqui? – Luna pergunta receosa.

— Provavelmente. – Neville cruza os braços, andando de um lado para o outro. – Alguém viu vocês ontem?

— Muita gente. – sou honesta. – Mas não acho que tenham visto atentamente nosso rosto, sabe? Passamos bem rápido até a multidão.

— Alguma chance de um sonserino ter visto vocês?

— Nós nos misturamos com eles.

Enquanto Neville andava preocupado, eu estava sentada apenas encarando-o. Gina e Luna estavam ao meu lado, sendo que isso basicamente ocorreu desde ontem. A ruiva não nos largou nem por um minuto, apenas quando foi para as aulas.

— Se misturaram com eles? – Neville ecoa e eu concordo com a cabeça, assim como Luna. Ele passa uma mão pelo rosto e vejo que estava muito preocupado.

— Relaxa, ninguém viu a gente. – tento confortá-lo, mesmo não sabendo se estava certa.

— Temos notícias de Harry! – Simas entra na sala correndo e todos voltam suas cabeças para ele. – Ele invadiu Gringotes e saiu de lá voando em um dragão.

Me entreolho com Luna e falo baixinho enquanto todos comentam sobre Harry.

— Acho que devíamos ter ido com ele, teria sido mais divertido.

— Pois é. – ela ri e eu a acompanho.

— Para onde acham que ele vai agora? – Gina corre os olhos entre Luna e eu.

— Não sabemos, nós só sabíamos que eles iam para Gringotes.

— E agora sabemos que deu certo. – completo o que Luna disse.

Vejo que Gina começa a roer as unhas de nervosismo, um hábito que eu tenho e que só não estou fazendo ultimamente porque minhas unhas já estão todas na carne. Sem saber o que dizer, que não fosse mentira, decido checar pela milésima vez o pergaminho da herança de Dumbledore.

Nada, como sempre. Eu estava começando a achar que o diretor havia me deixado um pergaminho em branco e nunca aconteceria nada, ou eu nunca estaria me sentindo segura o suficiente para ele mostrar algo. Bufo irritada e recoloco o objeto no meu bolso da calça jeans que peguei emprestada de Fleur.

Luna e eu havíamos vindo com roupas trouxas por baixo do uniforme de Hogwarts, e definitivamente as calças deram mais trabalho para esconder. Tivémos que cobrir com a capa enquanto andávamos com os alunos. A minha era preta, deu menos trabalho, ao contrário de Luna que escolheu uma calça lilás e uma blusa azul com algumas flores bordadas. Acidentalmente na pressa, eu havia me esquecido de pegar uma blusa para colocar depois, então fiquei com a camisa do uniforme de Gui, que cortei por conta do comprimento, e um casaco vinho que Gina me emprestou.

 Depois de um tempo, quando a agitação sobre a invasão de Harry à Gringotes acabou, a hora do jantar estava quase chegando e eles não estavam voltando para o salão comunal.

— Vocês não têm que voltar para o salão comunal? O jantar é daqui a pouco.

— De vez em quando não vamos, mas eles nem ligam mais. – a ruiva explica. – Na verdade, eles ligam, só que nunca nos descobrem.

— É, e um de nós sempre vai até lá para ver o que está acontecendo. – Simas se intromete na conversa. – E é a sua vez hoje, Weasley.

— Droga. – ela revira os olhos e levanta. – Já vou lá então.

— Você não está de uniforme. – Luna comenta. – Eles vão implicar.

— Eles já me odeiam mesmo. – ela dá de ombros e sai da Sala Precisa.

Não muito tempo depois, e antes do jantar terminar, eu vejo o quadro da irmã de Dumbledore se mover, tentando chamar a atenção.

— Neville? – o cutuco e aponto. – Ela quer algo.

— Aberforth deve estar chamando. – ele levanta e abre a passagem do quadro, revelando um túnel muito escuro e longo. – Quer vir?

— Por uma passagem que não está no Mapa Maroto e é escuro, além de suspeito? – encaro-o e dou de ombros, levantando. – Claro, por que não?

Sento-me na beirada antes de subir para o túnel, que era um pouco distante do chão. Tanto eu quanto Neville, iluminamos nossas varinhas e fechamos o quadro atrás de nós.

— Uau, é bem escuro mesmo. – reclamo no meio do caminho e meu estômago ronca.

— Já com fome? – ele ri. – Vou ver se Aberforth tem algo para você comer.

— O jantar deve ter acabado mesmo. – dou de ombros. – Sinto falta da comida daqui, mas não posso sair e ir comer.

— Não mesmo. – chegamos até o final do túnel e damos de cara com uma porta de madeira. – Vamos ver o que ele quer.

Empurramos essa porta e vemos Harry, Rony e Hermione encarando o quadro de Ariana, e agora, nos encarando.

— Neville! Você está...

— Horrível. – ele termina a sentença de Harry. – Não viram o Simas, ele está pior.

— Está mesmo. – sorrio ao lado dele. – Oi pra vocês também.

— Ei Ab, temos mais gente vindo. –ele fala para o homem no local e eu encaro-o.

Aberforth era muito parecido com o nosso antigo diretor. Assim como Alvo, o seu irmão tinha barba e cabelo compridos, porém se vestia mais desleixadamente.

Subindo em uma mesa, Hermione e os outros dois ficam quase a nossa altura. Me encarando, ela apenas mexe os lábios e levanta uma sobrancelha.

— Não fique encarando.

Murmurro um desculpe e viro-me de costas, já andando um pouco até o túnel para ir iluminando o caminho. Ouço o quadro se fechar e Neville aparece ao meu lado, com o trio atrás.

— Não me lembro dessa passagem no Mapa Maroto. – Harry comenta.

— É porque ela não está lá. – digo rapidamente.

— Todas as antigas passagens foram fechadas no começo do ano. – Neville explica. – A única maneira de sair é por aqui.

— Deve ser horrível ter Snape como diretor. – Rony pensa alto.

— Nem tanto, quase não o vemos. É com os Carrow’s que temos que nos preocupar.

— Carrow’s?

— Irmão e irmã. Eles lecionam agora, incluindo Arte das Trevas. – ele mostra uma cicatriz no rosto. – Queriam me obrigar a torturar um primeiranista, mas eu neguei.

— Gostam da violência. – comento.

— Nem imagina como. – ele ri sem humor. – Hogwarts está mudada.

— E para pior. – adiciono.

— Muito pior.

Continuamos andando e, faltando um pouco para chegarmos, viro-me para o trio.

— Se eu soubesse que vocês iam voar em um dragão, eu teria ido junto para Gringotes. – sorrio.

— Pois é, foi meio improvisado. – Hermione responde. – Mas perdemos a espada para Grampo.

— Eu disse para não confiarem nele. – pontuo.

— Sabia que iria dizer “eu disse”. – ela tenta imitar minha voz.

— Eu não falo assim. – reviro os olhos e esbarro as costas no quadro. – Ouch.

— Fiquem atrás de nós. – Neville coloca a mão para empurrar o quadro e se posiciona ao meu lado, cobrindo o trio. – Eles ficarão muito felizes quando virem vocês.

Assim que empurramos a porta, todos viram para nos encarar.

— Temos uma surpresa. – anuncio.

— Não é mais comida, né? – Simas faz uma careta. – Não consigo comer mais nada daquilo.

Neville e eu nos entreolhamos e sorrimos, abrindo espaço para todos verem Harry, Rony e Hermione. Pulo dali de cima e ajudo os outros a descerem, enquanto todos da Sala Precisa aplaudem Harry e vêm para abraça-lo. Ouço Neville pedindo para alguém avisar Remus e os outros de que eles chegaram, então o garoto vai até o rádio dizer que o Raio caiu.

— Então Harry, qual o plano? – Neville cruza os braços, esperando uma resposta e todos encaram Potter.

Sem saber o que fazer, Harry hesita por um tempo. Aparentemente, ele não sabia como era ou o que era. Algumas pessoas ficaram desapontadas, estavam esperando algo pronto, rápido e provavelmente fácil de fazer. Depois de um tempo pensando em como explicar que existe uma maneira de uma pessoa dividir a alma, sem realmente dizer essas palavras, ele tenta ser o mais objetivo possível.

— Temos que achar algo da Corvinal. – ele encara mais precisamente Cho e Luna. – Pode ser pequeno.

— O professor Flitwick? – sugiro e algumas pessoas riem.

— Não, Ali, não. – Harry para de falar e ri também.

— Tem o diadema. – Luna comenta.

— Mas não há ninguém vivo que o tenha visto antes, Luna. – Cho quebra essa hipótese.

— O que é um diadema? – Rony franze a testa.

— É como uma tiara. – ela explica e ouvimos a porta da sala fechando. Todos olhamos para o mesmo lugar e vemos Gina voltando.

— Harry! – ela para no lugar e eles se encaram por um tempo.

— Eu fico meses sem vê-la e não ganho nem um “oi”. – Rony reclama comigo.

— Ela tem muitos irmãos, mas só um Harry. – dou dois tapinhas em suas costas enquanto Simas diz isso e rio.

— Cale a boca Simas. – ele me encara. – E pare de rir.

— Snape sabe. – ela finalmente diz algo. – Ele sabe que você está aqui e está chamando todos os alunos para o Salão Principal. Imediatamente.

Todos se entreolham e decidem rapidamente o que fazer. Eles iriram para onde Snape mandava e Luna, Hermione, Rony e eu ficaríamos esperando os restantes membros da Ordem chegarem. Pego o Mapa Maroto com Harry, para vermos quando seria seguro saírmos da Sala Precisa e empresto a capa que era de Gui para ele usar e se misturar com os outros.

Não muito tempo depois que eles saíram, o retrato de Ariana abre-se e eu vejo muitos rostos conhecidos, incluindo os dos gêmeos. Sorrio e espero eles descerem para abraça-los.

— Senti falta de vocês.

— Nós também. – Fred começa.

— Ficamos sabendo que você, na verdade, nunca veio para Hogwarts em setembro, não é?

— Pois é, me capturaram no trem e fiquei hospedada na Mansão Malfoy. – dou de ombros. – Mas já passou, agora estamos todos aqui e, honestamente, preferiria estar em outro lugar.

— Por quê? Só porque vamos morrer ao amanhecer? – Fred ri e nós acompanhamos. – Esse é o Mapa Maroto? Saudades dele.

— Eu juro solenemente não fazer nada de bom. – digo e o mapa nos mostra Hogwarts. Observo todo o local e os alunos juntamente com os comensais já estavam no Salão Principal. Aumento o tom da minha voz, para todos ouvirem. – O caminho está livre, podemos ir.

Durante o caminho, eu ficava cutucando minha unha, ou pelo menos o que tinha restado dela, e ficava cada vez mais nervosa. Eu sempre achei que uma guerra viria a acontecer, mas não sei se eu esperava participar. Agora era real, a adrenalina estava em minhas veias com uma mistura de medo.

— Bem, acho que você tem um sério problema no seu sistema de segurança. — ouvimos Harry dizer assim que chegamos à porta fechada e empurramos. – Aliás, um bem sério. – ele faz uma pausa e todos cochicham sobre o que estava acontecendo. – Como ousa tomar o lugar dele? Conte a eles! Conte como olhou nos olhos do homem que confiou em você e então, o matou.

Em um movimento rápido, Snape empunha a varinha e aponta para Harry, porém McGonagall empurra o garoto e toma seu lugar no duelo. Os dois trocam alguns feitiços e o diretor consegue fugir, enquanto a professora o chama de covarde. Os outros comensais já haviam aparatado antes.

Não tivemos tempo de comemorar, ou de fazer algo. Um ruído entrou na minha mente e na de todos, e eu já conhecia o incomodo que ele causava. Provavelmente era um feitiço Legilimens em larga escala. Não sei se era porque eu já tinha recebido esse feitiço e lutado muito contra ele, ou se simplesmente o barulho era realmente cortante, mas eu gritei e tapei meus ouvidos. Fleur estava ao meu lado e me abraçou, tentando me acalmar. Em outro canto do Salão, outra pessoa também. E depois, veio a mensagem.

Seus esforços são em vão, vocês não podem vencer-me. Eu não quero derramar sangue-bruxo, não é minha intenção. Entreguem-me Harry Potter e serão poupados. Entreguem-me Harry Potter e eu não farei um mal à escola. Entreguem-me Harry Potter e serão recompensados. Vocês têm uma hora.

O recado de Você-Sabe-Quem foi bem claro. Ninguém soube o que fazer a seguinte. Bem, ninguém exceto Pansy.

— O que estão esperando? Alguém pegue ele!

— Cale a boca Pansy. – falo alto e claro enquanto todos da Ordem se aproximam de Harry, para protegê-lo.

— Alunos fora da cama! Alunos pelos corredores! – Filch chega com Madame Norrra no colo, gritando desesperado. Não consigo segurar um sorriso. Apesar de tudo, senti falta desses dois. Principalmente da gata.

— É onde eles deveriam estar, idiota. – McGonagall o responde, curta e grossa. – Mas já que está aqui, queira levar, por favor, a senhorita Parkinson e os outros alunos da Sonserina para... as masmorras.

Após comemorações de todos os outros alunos e Filch leva-los dali, a professora vem até Harry.

— Potter, do que precisa?

— Tempo. O máximo que conseguir. – ele diz e logo vira as costas, mas ela o chama antes.

— É bom te ver de novo.

Harry sorri e dessa vez sai pelo Salão Principal, assim como grande parte dos outros. Após eu cumprimentar McGonagall, Hermione me puxa pelo braço para irmos atrás de Harry.

— Rony teve uma ideia, é brilhante. – ela diz enquanto me puxa.

— Eu estou envolvida? – ando rapidamente com eles, para alcançarmos Harry. – Ali está ele. – aponto.

— Harry! – ela grita. – Espere! – paramos em sua frente. – Rony teve uma ideia. É brilhante. – ela repete o que disse para mim.

— Não adianta você achar a Horcruxe se não tiver como destruí-la, certo? – Rony começa a explicar e Harry concorda com a cabeça. – Então, estive pensando, acho que sei onde encontrar algo para destruí-la.

— Certo. Então levem o Mapa, assim podem me encontrar depois. – ele procura algo no bolso e franze a testa, não encontrando. Puxo do meu bolso e entrego para eles. – Ah, certo, estava com você.

— Eu vou ajudar os outros, encontro com vocês depois. – digo e desço as escadas rapidamente, de volta para o Salão Principal, e vejo McGonagall saindo com Simas e Neville em sua cola.

— Então quer dizer que temos autorização para fazer isso? – Neville pergunta sem acreditar. – Explodir a escola? Bum?

— Bum! – ela repete e eu sorrio.

— Mas como vamos fazer isso?

— Pergunte ao sr. Finnigan. Pelo que me recordo, ele tem facilidade em explodir as coisas.

— E eu? Vou com eles ou precisa de ajuda? – seguro Neville pelo braço e pergunto a ela.

— Pode ir, você também tem facilidade em destruir as coisas.

Pensei em argumentar, mas apenas dou de ombros. Era verdade. Eu não explodia como Simas, mas sempre me interessei por aprontar em Hogwarts, então conhecia muito bem alguns feitiços de caos.

Sigo Neville e Simas, e no caminho vamos ouvindo alguns professores e membros da Ordem colocarem feitiços de proteção ao redor do castelo. Dentre esses, McGonagall disse um que as estátuas de pedra que decoravam Hogwarts começaram a se mover e ficaram em formação.

Fui com eles até a ponte e encontramos Gina pelo percurso. Comecei a andar com Neville até o final da ponte, e antes de passar, vi o escudo que os professores criaram se fechando na minha frente. Ao mesmo tempo, vejo um grande número de comensais da morte correndo e gritando em nossa direção. Para nossa sorte, o escudo destruía em pedaços quem quer que tentasse passar, e vimos isso funcionando em dois que vinham na frente.

— Você e o exército de quem?! – Neville grita para todos ouvirem, provocando-os. Rio com ele.

— Acho que deu quase certo o plano de vocês, mas gastaram suas vozes gritando a toa. – continuo as provocações.

 De repente, vejo alguns feitiços tentando destruir a barreira, e apenas conseguiam fazer buracos, nada grande. Mesmo assim, agarro o braço de Neville e dou uns passos para trás, fazendo ele me imitar. Após alguns feitiços, um em larga escala consegue, aparentemente, destruir a barreira. Seguro mais forte minha varinha enquanto o comensal da frente da um passo em direção a nós, e não é destruído em pedaços. O mesmo grita e começa a correr com todos para a ponte.

Enquanto desviamos de feitiços, Neville e eu corremos na direção oposta, até que na metade da ponte eu lanço um feitiço de destruição de um lado da ponte e ele me imita, lançando do outro lado. Aperto meu ritmo para não cair junto com eles e pulo na última parte, antes que o chão caísse completamente.

— Neville! – ouço Gina gritar e olho para trás, vendo apenas um buraco e nada dele. Então, uma varinha é jogada para a ponte e eu me levanto, com medo de ser um comensal. Respiro aliviada ao ver o garoto se apoiando com os braços.

— É, deu certo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem uma review! Vou tentar postar mais rápido esse, da ultima vez estava em provas e tal, mas já passaram.