Harry Potter em outro ponto de vista escrita por Ruby


Capítulo 57
Relíquias da Morte- Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

TCHARAN primeiro cap da parte dois, espero que gostem!



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A primeira coisa que decido fazer foi tomar um banho. Pego uma roupa limpa de Fleur e vou para o banheiro. Abro o chuveiro em uma temperatura quente, muito diferente das poucas vezes em que nos deixaram tomar banho na Mansão Malfoy. Deixo a água escorrer pelo meu ombro e sinto meu corpo arder em algumas partes, como meu ombro e minha maçã do rosto.

Após demorar um pouco e tentar ao máximo sentir que toda a sujeira havia saído de mim, saio do calor da água e me enrolo em uma toalha, observando meu reflexo no espelho.

Eu tinha mudado desde o dia do trem: estava mais magra, minha clavícula saltava sem que eu fizesse esforço, estava com olheiras profundas e isso provavelmente se deu graças aos meus últimos dias, também tinha cicatrizes e marcas agora. Olho fixamente em meus olhos no espelho e passo meus dedos pelos cortes em minha bochecha, com a memória de Bellatrix fazendo-os. Movimento minha mão para meu pescoço, onde um risco roxo dava a volta nele, marcado pelo chicote que quase me enforcou. Paro com o movimento antes de chegar ao meu ombro, com medo de que doesse. Precisava colocar algumas ataduras.

Me troco colocando uma calça jeans, uma regata preta e um suéter por cima. Troco o papel que Dumbledore deixou para mim do bolso da minha calça para esta que eu estava usando agora e vacilo na hora de pegar o colar que Draco – Malfoy, tenho que me corrigir de agora em diante – me deu. Mesmo assim, o coloco no pescoço.

Volto para o banheiro na tentativa de pentear meu cabelo. Ele havia mudado também, estava na altura da minha cintura, não tão brilhante como costumava ser, e estava cheio de nós. Procuro no pequeno ármario atrás do espelho e encontro uma tesoura. Hesito quando seguro meu cabelo, mas o corto até onde consegui desfazer os nós. Com um aceno de varinha, limpo os fios no chão e me olho novamente, agora com o cabelo um pouco abaixo do ombro.

Respirando fundo, desço as escadas para me encontrar com os outros. Recebo olhares e sorrio fraco, me sentando à mesa, enquanto Gui nos servia alguma coisa para comermos. Vejo que Olivaras não estava ali, provavelmente o colocaram para descansar em um quarto. Grampo também não estava, mas supus que ele simplesmente não quisesse nossa companhia.

— Ok, eu não queria saber nada ano passado, mas quero agora. – digo olhando para Rony, Hermione e Harry. – Me contem tudo e onde estiveram depois do ataque ao Ministério, porque eu parei de ter notícias de vocês nessa parte.

— Como soube disso? – Rony franze a testa.

— Você-Sabe-Quem fez questão de me contar pessoalmente.

— Ah. – os três falam ao mesmo tempo e eu encaro Hermione.

— Você está melhor? – ela assente com a cabeça e eu abaixo um pouco a blusa, para mostrar meu ombro. – Bellatrix gosta de conversar, não é?

— É melhor nos contar primeiro Ali, acho que sua história é mais curta. – Harry sugere e eu começo a contar tudo. Bem, quase tudo.

Começo contando de quando me pegaram no trem e que Você-Sabe-Quem me esperava na Mansão Malfoy para extrair informações, não aceitando o fato de que eu não sabia de nada. Nada de falar sobre Draco penso. Não havia razão para falar sobre ele, sobre nós. Não tinha motivo para causar uma confusão sobre meu namoro com ele sendo que não estávamos mais juntos. Estávamos em guerra, minha vida amorosa podia definitivamente esperar.

Continuo contando as vezes em que me torturaram, o dia em que Grampo chegou e o dia em que Luna se juntou à nós também. Conto como descobri que Greyback não possui uma Marca Negra por ser um Comensal da Morte. Conto como aprendi que consigo fazer magia simples sem varinha. Conto tudo, menos sobre Draco Malfoy.

— Ah, e sinto muito por não contar antes, mas as Relíquias da Morte são reais. Sabem? O conto dos Três Irmãos do livro que Dumbledore deu para Hermione. – termino dizendo isso.

— Suspeitamos que Vol...

— É TABU! – Rony interrompe Harry gritando. O olho confusa e ele explica. – Cada vez que dizem o nome de Você-Sabe-Quem, descobrem a localização.

— Ok, desculpe. – Harry volta a falar. – Suspeitamos que Você-Sabe-Quem já possui a Varinha das Varinhas.

— Como sabe que elas são reais? – Hermione me olha de testa franzida. Observo Luna, mexendo em um enfeite de conchas na porta, me olhando com olhos que não entendiam porque eu não havia mencionado Malfoy.

— Eu tive, no quinto ano, a Pedra da Ressurreição. – eles arregalam os olhos. – Desculpe, é que vocês iam me chamar de maluca por conversar com a minha mãe morta. – Rony abre a boca para falar algo e eu o interrompo. – Foi minha mãe quem me deu a Pedra, ficava pendurada em minha pulseira. – mostro o acessório em meu pulso. – Descobri sem querer ela. A primeira vez que a vi funcionando foi no jogo de Quadribol em que caí e bati a cabeça, lembram? – eles concordam com a cabeça. – Então, eu havia visto Cedrico na arquibancada. – faço uma pausa para beber o suco que estava ali, já que Fleur me olhou feio. – Depois, eu estava mexendo na pulseira após a morte de minha mãe e ela apareceu ao meu lado.

— Eu me lembro do pingente. – Hermione comenta. – O que você fez com a Pedra? – ela olha para meu pescoço. – Onde conseguiu esse colar?

— Ela ganhou do... – Luna começa e eu a corto.

— Ganhei do meu pai, nas férias. Não tive coragem de usar antes, então usei no dia do trem e estou com ele desde então. – minto rápido e volto a falar da pedra. – Quando à pedra, dei para Dumbledore. Ela estava me fazendo mal e ele me abriu os olhos para isso.

— Ótimo, mais uma coisa que Dumbledore não nos contou. – Rony bufa, irritado.

 - Agora me contem onde se meteram desde o casamento. – exijo saber e Harry conta tudo.

Harry diz que sabiam que Você-Sabe-Quem tinha feito sete horcruxes, ou seja, dividido a alma em sete e separado em objetos, como o anel que causou a mão danificada de Dumbledore e o diário que quase nos matou no segundo ano. Depois, conta que logo depois do casamento, foram atacados em uma lanchonete por dois comensais da morte e decidiram ir para o Largo Grimmauld, que agora pertencia a ele.

Então, quando olhavam os quartos, encontraram o dormitório de Regulus Black, irmão de Sirius. Na porta, continham as iniciais R.A.B, as mesmas do medalhão falso. Por sorte, descobriram que Monstro, o elfo da casa, estava escondido em um armário, ouvindo tudo. Após algumas perguntas e ordens, descobriram que tinha sido mesmo o irmão de Sirius que havia roubado o medalhão verdadeiro, mas não conseguiu destruí-lo. Monstro contou que Mundungo Fletcher apareceu uma noite na casa e roubou muitas coisas, incluindo o medalhão.

Com a ordem de Harry, o elfo passou a procurar o ladrão, que foi encontrado dias depois, trazido também com a ajuda de Dobby. Sob pressão, Mundungo confessou que roubou o medalhão e o vendeu por uma merreca a uma funcionária do Ministério, que por coincidência, era Umbridge.

Ao ouvir o nome dela, olho para minha mão e vejo ainda as cicatrizes que restaram dos castigos que ela aplicava. A história continua e ele relata que foram ao Ministério e pegaram o medalhão, mas foram pegos enquanto aparatavam ao Lago Grimmauld e então abandonaram a casa, passando a ficar em florestas. Nessa confusão de aparatar, Rony acabou estrunchando e eles tiveram que andar por muito tempo.

Quando descobriram, depois de muito tempo, que a espada de Gryffindor que Dumbledore deixou para Harry destruía as horcruxes, Rony surtou. Até agora, eles não haviam conseguido destruir o medalhão e, cada um que usava, ficava mais nervoso, irritado, e o ruivo estava usando quando brigou feio com Harry e os abandonou, vindo para o Chalé das Conchas. Sem querer, Harry também descobriu que no pomo de ouro estava escrito “abro no fecho”, apesar de não entender o significado, já era alguma coisa.

Nessa época, já era dezembro e o Natal se aproximava. Achando que poderia haver algo em Godric’s Hollow, a cidade em que tanto Harry quanto Dumbledore viveram, eles foram para lá na noite de Natal. Infelizmente, era uma emboscada e eles foram atacados por Nagini, a cobra fiel de Você-Sabe-Quem. Não apenas isso, a varinha de Harry richoteou um feitiço e se partiu em duas.

Fugindo para outra floresta, durante uma das noites, Harry entrou em um lago congelado para pegar a espada de Godric Gryffindor que estava no fundo dele. Ameaço interromper sua história para insultá-lo, mas ele não deixa. Harry continua dizendo que quase morreu por causa da horcruxe, que se voltou contra ele.

Para sua sorte, Rony apareceu e salvou sua vida, pegando também a espada. Juntos, eles destruíram o medalhão. Rapidamente, Harry diz que Hermione teve um acesso de raiva ao ver o ruivo e teria batido nele, se não tivesse a segurado. Rio pensando na cena e Harry finaliza dizendo que foram visitar Xenofílio Lovegood, pai de Luna, mas ele queria Luna de volta, portanto chamou os comensais da morte até sua casa. Fugidos, foram para uma floresta e os sequestradores os pegaram, levando-os para a Mansão Malfoy.

— E depois você já sabe. – ele gesticula com a mão, apontando todos nós na cozinha de Fleur e Gui.

— Os meses foram mais legais pra vocês. – sorrio. – E agora duas pontuações. Primeiro: Harry, você é burro? – me inclino e dou um tapa em sua cabeça. – Mergulhar em um lago congelado? Poderia ter morrido de hipotermia!

— A espada estava lá embaixo. – ele resmunga.

— E daí? – encaro Rony dessa vez. – Como encontrou os dois?

Vejo Hermione e Harry revirando os olhos, o último rindo.

— Uma luzinha saiu do desiluminador e foi direto para meu coração. Ela tinha uma voz. – o ruivo aponta para Hermione. – A voz dela.

— E você acreditou? – movo meu olhar de um para o outro, segurando uma risada.

— Ei! É verdade! – Rony reclama e Gui, que escutava a conversa, ri junto comigo.

— Ali, e o Draco? – Harry pergunta. – Você pareceu bem nervosa quando me pediu para socar ele. Não que eu quisesse ter um motivo para fazer isso, mas o que ele te fez?

— A Alissa e o Malfoy... – Luna começa de novo e eu a interrompo, igual da outra vez, dessa vez lançando um olhar fuzilante para ela.

— Nós brigamos duas vezes. – não deixava de ser verdade o que eu disse, então não conta como mentira.

— Então nada fora do normal. – ele ri rápido.

— É, nada fora do normal. – forço um sorriso e, sem querer, toco meu pingente de floco de neve.

— Ele não ajudou em nada? – para minha surpresa, é Gui que pergunta. – Vocês sempre estudaram juntos, no mesmo ano, não é possível que ele não tenha tentado nada.

— Não... ele não tentou. – não o encaro.

Draco havia ajudado em diversos aspectos. Não só de vez em quando ele nos levava alguma coisa para comer, como também levou cobertores no frio, aliviou minha dor psicológica de estar sozinha lá. Além disso, salvou minha vida. Mas eu não disse isso a eles. Para os outros, Draco Malfoy era apenas o comensal da morte que inevitavelmente encarou seu destino possuindo a Marca Negra.

— Roubamos as varinhas de todos, se quiser pode ficar com a dele. – Rony sugere e eu balanço a cabeça positivamente. Ele olha para os outros. – Vamos falar com Olivaras para identificar as varinhas e depois com Grampo, que tal?

Observo eles saírem da mesa e Luna, em seguida, se senta à minha frente. Já até sabia o que ela ia dizer. Para minha sorte, Gui foi chamado por Fleur para ajuda-la com alguma coisa da casa.

— Por que não contou para eles? – ela pergunta, falando baixo. – Sobre Malfoy.

— Não havia necessidade. – resmungo. – O que quer que nós tívessmos, já acabou.

— Mas Ali, era você e Malfoy! Não dá para agir como se não fosse nada!

— Por isso mesmo não contei. – sussurro. – Ia dar o maior trabalho explicar tudo para dizer, no final, que não temos mais nada.

— Mesmo assim... – ela começa depois de uma pausa, considerando que eu estava, em parte, certa.

— Não vou contar. – a interrompo e levanto, indo até a janela, conseguindo ver uma pedra a uma distância escrita “Aqui jaz Dobby, um elfo livre”. Suspiro. – Sinto falta de Ella.

— Ela ficou muito preocupada quando dissemos que você foi pega no trem. – ela faz uma cara triste. – E desculpa não ter te contado antes, mas Margo morreu.

Encaro-a e provavelmente fiquei mais pálida. Minha coruja estava morta. Margo, a coruja que eu passei tantos anos pedindo e finalmente, dias antes de eu ir para Hogwarts, meus pais me deram.

— Eu ia conversar com ela algumas vezes e alimentá-la, mas ela continuava triste. – Luna continua. Franzo um pouco a testa quando ela disse que ia conversar com a coruja, mas ignoro. – Então, um dia quando eu fui lá, ela tinha morrido. Sinto muito.

— Obrigada por me dizer. – sorrio fraco. – Acho que devíamos visitar seu pai, avisá-lo que você está bem, não acha?

— Seria ótimo! – ela se anima. – Mas você está forte para aparatar?

— Claro que sim, eu só aparento estar fraca. – sorrio. – Podemos ir amanhã, depois nós...

— Não vão não. – Fleur chega de braços cruzados.

— Fleur...

— Não! – ela desata a falar francês e vejo Gui e Luna olhando, assustados. Atualmente, Fleur só falava francês quando estava irritada, seu inglês tinha melhorado muito. – Alissa, eu fiquei sem saber onde você estava por meses! Você não vai simplesmente sair pela porta da frente e ficar de novo sem dar notícias, ou se meter em problemas de novo. Você é a única prima que eu realmente me importo e eu tive um ataque quando descobri que você não estava em Hogwarts...

 - Fleur, calma. – a interrompo. – Eu estou bem. Fico feliz que se importe comigo, mas a gente só vai visitar o pai de Luna. – digo calma. – Imagina a preocupação dele também, os comensais pegaram ela para Xenofílio parar de publicar coisas contra Você-Sabe-Quem. Ele entregou Harry para salvar Luna. – vejo suas feições suavizando. – Nós só vamos visitar ele.

— Resolvo isso depois. – ela resmunga. – Mas por hoje, nada de sair! – ela aumenta o tom de voz e volta para o inglês. – Ninguém vai sair dessa casa hoje. – minha prima olha o marido. – Não me olhe como seu fosse louca Gui, sabe que eu gosto de proteger as pessoas que gosto.


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Notas finais do capítulo

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