Harry Potter em outro ponto de vista escrita por Ruby


Capítulo 42
Enigma do Príncipe- Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

UHUUU LIVRO/FILME 6! tive pouquíssimas reviews no ultimo cap, mas como eu amo vcs e tava louca para escrever, o cap ta aqui. Espero que gostem!



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Essas haviam sido as piores férias da minha vida. Por mais que meu pai quisesse tentar fazer tudo parecer normal, não estava, e até a Ella notou isso.

Faltava pouco mais de uma semana para meu retorno à Hogwarts, e eu nunca quis tanto isso. Eu precisava parar de pensar na ameaça que Você-Sabe-Quem fez, e isso não era nada fácil. Meu pai não estava a salvo aqui, e graças a alguns livros de feitiços, ideias vieram na minha cabeça, uma pior do que a outra, porém todas o protegiam.

Logo depois do ocorrido no Ministério, Lúcio Malfoy foi preso. Pelo visto, quebrar a profecia lhe custou mais do que o esperado, pois Você-Sabe-Quem não o resgatou até agora. Ainda bem, mas sinto pena de Draco, deve ser horrível ter o pai preso, mesmo ele sendo uma pessoa horrível. E, por mais que eu negasse, eu tinha pensado no abraço até demais.

Apesar de tudo acontecendo, Fred e Jorge conseguiram abrir a tão esperada Gemialidades Weasley no Beco Diagonal. Eu ainda não havia tido a oportunidade de conhecer a loja, mas estava com a intenção.

Quanto mais perto a volta para Hogwarts chegava, mais uma ideia martelava na minha cabeça. Com o coração partido de fazer isso, recolho todas as minhas coisas e guardo em uma bolsinha com o Feitiço Indetectável de Extensão. Saio do meu quarto, olhando cada canto pela última vez, fecho a porta e desço as escadas procurando pelo meu pai.

– Me procurando Lis? – ele aparece do meu lado.

– Estava sim. – sorrio. – Queria um abraço.

Ele me abraça e eu o aperto forte.

– Carente? – ele pergunta quando me solta.

– Um pouco. É que o dia de ir para Hogwarts já está chegando...

– Hogwarts? – ele me interrompe. – Você não vai esse ano, é perigoso demais. Já disse.

– Eu sei que já discutimos isso, mas eu vou sim. E não tem problema, lá é seguro. A Ella até já fez minha mala.

– Então mande desfazer. Você não vai para lá esse ano, e nem ano que vem.

– Ok. – suspiro e desvio o assunto. – Pode pegar uma flor do vaso para mim?

Ele se vira para pegar o que pedi e eu tiro minha varinha do bolso, apontando diretamente para ele.

– Obliviate. – digo concentrada e sem deixar emoções à mostra. Não usei o feitiço da memória para apagar definitivamente tudo, mas sim para alterar a memória dele.

Agora, Patrick Snow não existia mais, seu nome era William Branwell, um homem que tinha perdido a esposa antes que os dois tivessem filhos. Por causa da perda, ele havia decidido deixar tudo para trás e ir morar em outro lugar longe da guerra que iria começar, provavelmente iria para a Austrália ou para a América do Sul, preferi não saber a localização.

Conforme eu alterava a memória dele, fui vendo fotos minhas desaparecendo de quadros, e Ella surgiu ao meu lado para ver a cena. Assim que acabei o feitiço, puxei a elfa pela mão para fora e pedi que ela aparatasse na Toca. Minha coruja, Margo, já tinha ido entregar uma carta para Fleur dizendo o ocorrido e que não era para mencionar meu nome se meu pai aparecesse por lá, e depois ela iria até a Toca.

A sensação de um aperto no umbigo veio e logo a casa dos Weasleys estava na minha frente. Com os olhos vermelhos, mas tentando não deixar isso transparecer, bato na porta sorrindo.

A sra. Weasley abre e fica surpresa.

– Alissa! Que surpresa boa! – ela me abraça e eu rio fraco. – Ninguém me avisou que você estava vindo.

– É, eu decidi de última hora, e como eles sempre me convidam, achei que não tinha problema. – dou de ombros. – A minha elfa, Ella, pode ficar também? Ela te ajuda em tudo, sério.

– Não tem problema algum, entre, por favor. Você pode ficar no quarto da Gina com a Hermione também, tem espaço para as três. E sim, a Ella pode ficar. – ela vai indo para a cozinha e minha elfa fica de mão dada comigo ainda. – Chegou bem a tempo do café da manhã, vou colocar mais um prato.

Assim que entro na Toca, olho cada detalhe e adoro todos. De repente, Gina, Fred, Jorge, Rony e Hermione chegam e começam a me encarar.

– O que aconteceu? – Gina me encara.

– Estava morrendo de saudades de vocês também, um de cada vez para os abraços, por favor. – falo irônica e ela levanta uma sobrancelha. –E não aconteceu nada, eu só vim passar o resto dos dias aqui. Não pode? – tento disfarçar.

– Pode, mas os olhos vermelhos não. – Hermione rebate.

– Gente não é nada, é porque assim que eu aparatei com a Ella, levantou um vento e entrou algo nos olhos.

– E teve que trazer a Ella por quê? – Rony cruza os braços.

– Porque a elfa é minha, e eu pensei que seria bom para ajudar sua mãe.

– Mãe, nós vamos subir um minutinho para ajudar a Alissa desarrumar a mala, e também mostrar a casa para ela. – Fred fala alto para a sra. Weasley.

– Já voltamos, ok? – Jorge termina e os cinco me puxam para cima, para o quarto de Gina. Trancam a porta logo em seguida e param todos de braços cruzados me encarando.

– Pode ir falando. – Fred manda e antes de eu abrir a boca ele já adverte. – E sem mentiras, sabemos quando você tá mentindo.

Suspiro.

– Vocês vão me julgar, não quero contar. Já não basta eu mesma me julgando.

– Conta para eles, senhorita. – Ella insiste. – Não acho que vão fazer isso.

– A elfa tem razão. – Rony apoia ela. Desisto de tentar esconder.

– Eu... apaguei a memória do meu pai.

– O QUÊ?! – eles falam todos juntos e eu reviro os olhos.

– Obrigada por não julgar gente. – falo quase chorando.

– Por que você fez isso? – Gina se senta ao meu lado na cama.

– Porque vocês viram o que Você-Sabe-Quem disse. E vocês definitivamente não viram o jeito que meu pai ficou durante o verão. – fungo para segurar o choro. – Ele já informou que eu não iria para Hogwarts no momento em que cheguei em casa. Depois disso, ou ele ficava no quarto chorando, ou estava me espionando para ver se estava tudo bem comigo. Até mandou a Ella ficar do meu lado toda hora para me proteger. – sinto o gosto salgado de lágrimas na minha boca e ignoro. – Ele estava ficando paranoico com a perda.

– Eu conheci o sr. Snow quando ele estudava em Hogwarts, não se parece nada com agora. – Ella comenta.

– É verdade, o brilho brincalhão em seu olhar se foi, tudo o que restou foi medo. – eles me abraçam. Sorrio. – Obrigada gente.

– Agora tenta disfarçar esses olhos vermelhos de choro e vamos descer para tomar café, alguns de nós precisam ir trabalhar. – Jorge abre a porta e nós descemos para comer.

–----

Quando a noite caiu, jantamos e um tempo depois ficamos as três no quarto conversando. Hermione decidiu ir colocar o pijama e escovar os dentes, e Gina começou a ler um livro encostada na janela enquanto eu apenas observava, de bruços na cama, um quadro que peguei da minha antiga casa, o único sobrevivente do feitiço apresentava uma foto de nós três rindo de alguma piada que meu pai havia contado. Sorrio lembrando do momento.

– Vou beber uma água, quer? – Gina levanta bruscamente. Nego com a cabeça e ela desce.

Coloco o quadro de lado e afundo a cabeça em um travesseiro. Por que tudo ficou tão complicado? Juro por Merlin, se Hogwarts, meu único lugar de paz, ganhar outra Umbridge, eu não respondo por mim.

– Mãe, quando o Harry chegou? – ouço Gina perguntar lá em baixo.

– Harry? Que Harry? – a sra. Weasley responde com outra pergunta, confusa.

– Harry Potter, claro.

– Você não acha que se Harry Potter estivesse em minha casa, eu não saberia? – Molly desce as escadas e, há essa hora, eu já estava olhando do meu andar com Hermione.

– A mala dele está aqui e a coruja também.

– Eu duvido muito disso.

– Alguém disse Harry? – Rony surge em um lance de escadas abaixo de nós.

– Eu disse, ele está aí com você? – Gina pergunta para o irmão.

– Não.

– Sou só eu que estou ouvindo uma coruja? – Hermione fala ao meu lado.

– Você não o viu, não é? Aparentemente ele está andando aqui pela casa.

– Aqui em cima ele não está. – comento.

– Sério?

– Sério. – ouço uma voz conhecida e achamos Harry. Enquanto descia as escadas, Gina o abraçava. Claro, se encararam por um tempo e realmente eu espero que esse ano eles fiquem juntos, não aguento mais esse charminho dos dois.

– Harry! – Hermione, com uma escova de dente em mão, abraça ele e Rony foi depois. Sorrio e o abraço também.

– O que você está fazendo aqui? – ele pergunta, surpreso também, já que nunca vim passar as férias aqui.

– Te conto depois. – falo baixo e o solto. A sra. Weasley é a próxima a abraçá-lo.

– Por que não me disse que estava vindo?

– Eu não sabia, foi o Dumbledore que me trouxe. – ele sorri do entusiasmo de todos.

– Ah, aquele homem! Mas o que seríamos sem ele.

Ao lado de Gina, nós começamos a olhar para Rony, movendo a mão até o rosto de Hermione e removendo um resto de pasta de dente perto da boca dela. A ruiva e eu nos entreolhamos pensando exatamente a mesma coisa “eles se gostam e não admitem”. Até a sra. Weasley e Harry pararam para olhar.

– Tinha um pouco de pasta de dente.

– Obrigada. – ela sorri sem graça.

Ficamos lá embaixo conversando os quatro, enquanto Gina e sua mãe foram dormir. Harry queimava um Profeta Diário.

– Então, quando vocês chegaram aqui? – ele pergunta para Hermione e para mim.

– Alguns dias atrás. E nem tinha certeza se eu viria. – ela responde primeiro.

– Eu cheguei hoje bem cedo. Aparatei com a Ella bem na porta.

– Você nunca vem, o que aconteceu?

– Meu pai não lembra da minha existência. – ele me olha confuso. – Literalmente. Eu apaguei as memórias que ele tinha de mim, e troquei seu nome também, além de mandá-lo viver em outro lugar longe de Londres.

– Por que fez isso?!

– Primeiro de tudo, não conte para a sra. Weasley. Segundo, eu fiz isso para protegê-lo. Não sei se você reparou, mas tem uma guerra vindo aí, e Você-Sabe-Quem ameaçou ele.

– Ela tem razão Harry, até meus pais que são trouxas repararam nas coisas mudando.

– E minha mãe surtou semana passada. Disse que Gina e eu não temos nada para fazer em Hogwarts, lá é muito perigoso. – Harry tenta reclamar e Hermione o dá uma bronca. Rony continua. – Enfim, levou alguns dias, mas meu pai conseguiu fazê-la mudar de ideia.

– Meu pai tinha me proibido de ir para Hogwarts também. – comento lembrando das diversas vezes que ele repetia a mesma coisa. – E não ia mudar de ideia.

– Mas... estamos falando de Hogwarts. Temos o Dumbledore, não dá pra ficar mais seguro. – Harry tenta argumentar.

– As pessoas estão dizendo que Dumbledore está ficando velho. – Hermione diz hesitante.

– Não, ele só tem... quantos anos ele tem?

– Cento e cinquenta? – sugiro.

– Um a mais, um a menos. – Rony completa e nós rimos. Era bom tê-los por perto.

–-----

No dia seguinte, fomos até o Beco Diagonal visitar as Gemialidades Weasley. Estava tão empolgada, esperei as férias inteiras para ver o resultado da obra prima deles.

A loja estava lotada. Conheci vários rostos de Hogwarts, era bom saber que a propaganda feita por nós lá na escola havia funcionado. Sorrio enquanto observo quanta coisa eles produziram.

– Finalmente você resolveu aparecer!

– A quem devemos a honra de sua visita? – os dois chegam, um de cada lado meu.

– Eu disse que viria, não finjam não saber. – cruzo os braços.

– Então fique à vontade, madame. – rio e reviro os olhos. Há tempos eles não me chamavam de “madame”.

– Ah, e para você tem desconto. – Jorge pisca para mim. – E não conte para ninguém.

Vou em direção às prateleiras e pego uma maleta do Kit Mata-Aula, alguns fogos iguais aos que eles usaram para saída de Hogwarts, orelhas extensíveis e um produto chama Pântano Portátil. Esse último, como o próprio nome já diz, forma o ambiente e o odor no lugar desejado.

Quando me dirijo ao caixa, ouço Rony pedindo um desconto para os irmãos.

– Quanto custa?

– Cinco galeões.

– E para mim? – ele insiste.

– Cinco galeões. – os gêmeos respondem de um jeito óbvio.

– Mas eu sou seu irmão!

– Dez galeões.

Rio baixinho e vou pagar as compras, mas antes tive que passar pela área da Poção Bruxa Maravilha, uma poção do amor capaz de causar paixonite por um período curto de tempo.

Depois de pagar, saio com Harry, Rony e Hermione para fora. Infelizmente, a loja era uma das únicas restantes no Beco Diagonal, até o Olivaras estava fechado e aparentemente ninguém sabia onde o fabricante de varinhas estava.

Curiosos do jeito que somos, entramos na loja de varinhas abandonada, que estava irreconhecível. Estava toda empoeirada, suja, bagunçada, e sem ninguém cuidando. Nem parecia a velha loja que todos nós conhecíamos.

– Ei, sou só eu que acho ou o Malfoy e sua mãe não querem ser seguidos? – Rony nos cutuca, apontando para os dois lá fora. Ambos estavam olhando os cantos, como se realmente não desejassem serem seguidos.

– Estamos esperando o que então? – Harry se dirige a porta assim que os dois entram na Travessa do Tranco.

– Nós vamos mesmo... – vejo os olhares inconformados nos rostos de cada um deles e decido não perguntar. – Vamos.

Seguimos eles até a Borgin & Burkes, onde paramos e demos a volta, escalando até o telhado da loja mais próxima, só para podermos observar tudo. De terno, Draco Malfoy analisava um guarda-roupa muito antigo que havia ali na loja.

E então, nossa visão foi interrompida por uma criatura alta, forte e um cabelo preto desbotado. Assim que ele se vira, arregalo meus olhos e fico cheia de ódio.

– Greyback. – falo entredentes enquanto Harry me puxa para baixo, para não sermos descobertos espionando.

– Alissa, se acalma, ok?! – ele me encara com aqueles olhos verdes esmeralda. – Se você for lá, vai acabar morrendo e matando todos nós. É isso que você quer?

– Eu não ia fazer nada. – bufo e reviro os olhos.

– Ia sim, conhecemos você. – Rony rebate enquanto Hermione olha por cima do telhado.

– Fecharam as cortinas. Vem, vamos descer.

Fomos encontrar os outros para irmos para a Toca, e nós quatro ficamos pensando a mesma coisa: o que eles estavam fazendo naquela loja estranha?


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Notas finais do capítulo

as vezes eu fico com dó da Alissa, eu faço ela sofrer demais kafjklasjd
Enfim, deixem uma review! por favooooooor



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