Harry Potter em outro ponto de vista escrita por Ruby


Capítulo 34
Cálice de Fogo- Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

OLÁÁÁ gostaria de dizer que é o ultimo cap desse livro/filme, então.... vejo vcs nas notas finais



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Quase duas semanas passaram desde a segunda tarefa, e uma pessoa foi morta bem na floresta: Bartô Crouch. Mas Hogwarts conseguiu fazer com que nenhum de nós déssemos muita importância, só que infelizmente fomos nós quatro e Hagrid que encontramos o corpo. Sempre com a gente.

Não sei se cheguei a comentar o quão chata as aulas do Snape estavam. Pelas barbas de Merlin, o que custa não fazer uma aula teórica? Acabou sendo que eu, acidentalmente, dormi na aula dele. E depois discuti com ele. Preciso mesmo dizer que consegui uma detenção? E o pior, eu tinha que limpar o chão do banheiro feminino. Pelo menos tinha um lado bom, era o banheiro da Murta, ninguém vai lá há muito tempo.

Quando deu o horário, fui cumprir minha detenção enquanto McGoganall ficava observando para ver se eu iria mesmo limpar.

– Por que o professor que me deu a detenção não veio? Estava ocupado? – provoco ainda brava com Snape.

– Não adianta ficar brava com ele, você que dormiu na aula. – ela me culpa. – E sim, ele esta com outro aluno menos problema em detenção.

– Obrigada pelo elogio. – rio e vou limpar os resíduos do ralo. Eca. – Tinha que ser um dia antes da tarefa? E por que as aulas dele estão tão chatas?

– Porque ele está querendo dar aulas teóricas, é um novo método. E não é para conversar em detenções, volte ao seu trabalho.

Reviro os olhos e limpo um resíduo que fedia muito, mas eu já tinha sentido esse cheiro antes. Cheiro melhor e percebo que era Poção Polissuco.

Torço o nariz e mostro para McGoganall.

– É poção polissuco, alguém andou fazendo.

– Que cheiro horrível! – ela coloca para longe.

– O gosto é pior. – deixo escapar e ela fica me encarando. – Eu disse que deve ser pior.

– Sei...

– Quem será que está fazendo essa poção?

– Vamos descobrir logo. Agora volte a limpar isso, tenho mais o que fazer.

–---------

O dia da terceira tarefa era hoje e todos os três campeões com quem falo estavam muito nervosos. Ced e Harry estavam empatados em primeiro lugar, mas Fleur estava em último, e mesmo assim ela estava preparada para lutar por, pelo menos, o segundo lugar. O que era possível se ela conseguisse pontos suficientes.

Uma arena foi construída especialmente para isso. Assim como na primeira tarefa, cheguei cedo para conseguir um bom lugar. Dessa vez, não sabíamos o que seria o desafio, mas aparentemente aquilo era um labirinto.

Quando todos estavam lá, até uma fanfarra tocava enquanto os campeões entravam. Dumbledore nos explicou como seria a tarefa e que, se tivessem problemas, seria apenas liberar faíscas vermelhas com a varinha que iriam tirar o campeão da competição. O objetivo era encontrar a taça tribruxo.

Os primeiros a entrar seriam Cedrico e Harry, já que estavam em primeiro lugar. Depois entrariam Krum, e em seguida Fleur. O canhão soou e eles entraram.

Vi o pai de Ced na arquibancada, até ele veio torcer. Aposto que ele não perderia por nada o filho ganhando o torneio tribruxo. Ao lado dele, reparei que estava o sr. Weasley, acho que veio torcer por Harry.

– Ei ruivos, o pai de vocês está ali. – chamo a atenção dos gêmeos e de Rony, que estavam ao meu lado.

– Jorge guarde as apostas, se ele vir vai contar para a mamãe.

– Já fiz isso.

Rio e reparo que o cabelo deles precisa urgentemente ser cortado.

– Será que com o dinheiro que vocês conseguirem, vocês cortam o cabelo? – falo bagunçando o cabelo deles.

– Sai daqui. – eles me empurram para a frente e eu rio mais.

– Ei gente. – chamo Rony e Hermione. – Perceberam que esse ano foi o mais tranquilo?

Eles me olham como se não achassem que eu tinha dito aquilo mesmo.

– Foi o ano que a gente teve um Torneio Tribruxo e você fala isso?

– Hermione, pensa bem. A gente não foi atacado por nenhum professor, não tem nenhum basilisco tentando matar a gente e nenhum prisioneiro atrás do Harry. – faço uma pausa e vejo eles pensando sobre o assunto. – Sem contar que, eu briguei com Harry e Hermione, estou namorando, Hermione teve um caso, Rony foi envergonhado pela família por causa da roupa, nós fomos a um baile e esses dois gêmeos estão viciados em apostas. – aponto para os dois que resmungam um “ei!”. – Foi o ano letivo em que fomos mais normais.

– Até que você tem razão. – Rony fala depois de pensar um pouco, depois para e fica olhando apenas para o céu. – Quanto tempo essa tarefa vai demorar? Já anoiteceu.

– Não sei... – Hermione responde. – Mas acho que vai demorar, é um labirinto gigante.

– Ei olhem ali. – Fred me cutuca e aponta para umas faíscas vermelhas em um canto do labirinto bem longe. – Quem vocês acham que é?

– Fleur. – os três respondem em conjunto e eu apenas fico encarando eles.

– Alissa admita que sua prima não tem se saído tão bem nesse torneio.

– Ok admito, mas não gosto de pensar que essas faíscas representam perigo. – rebato e vejo os professores e mais alguns bruxos adultos indo buscar quem quer que seja que tenha disparado as faíscas.

Alguns minutos depois, voltam com Fleur que estava tão branca quanto um fantasma. Colocam-na sentada junto com algumas alunas da Beauxbatons e a Madame Maxime, eu não penso duas vezes e começo a descer.

– Alissa... ah, esquece, ela sempre está no meio das confusões. – Hermione tenta me parar, porém desiste ao ver que não adiantaria nada.

Depois de passar por todo mundo sem cair, chego até o gramado e ando até onde Fleur estava. Me ajoelho para conseguir falar melhor com ela, já que estava sentada.

– Você está bem? O que aconteceu?

– Estou sim... mas Krum me atacou lá. – arregalo os olhos. – Havia algo estranho com ele, parecia estar sob um feitiço.

– Já falou com Dumbledore?

– Sim, ele disse que vai procura-lo e tirá-lo do labirinto antes que machuque mais alguém.

– Estou feliz que você esteja bem. – mordo minhas unhas pensando em Krum enfeitiçado para matar todo mundo.

– Eles vão ficar bem também Ali.

Após quinze minutos, que pareceram uma eternidade, Krum foi trazido até nós e eu fui rapidamente em sua direção. Dizer que eu estava ciente de que ele não tinha culpa seria mentira, e Fleur veio atrás de mim, tão brava quanto eu.

Porém, assim que cheguei perto notei algo diferente. Algo com seus olhos parecia diferente e eu não sabia o que era. Fiquei ali apenas encarando ele, e ele me encarando de volta, até que descobri o que era.

– Olhe os olhos dele. – cutuco Dumbledore, que me dá atenção. – As pupilas estão dilatadas, não estamos no escuro total para estar desse jeito. – puxo minha prima para o lado dele. – Vê? As dela estão normais, e as de todas as outras pessoas também.

– Finite Incantatem. – o diretor não pensa duas vezes ao lançar o feitiço. Assim que atinge Krum, deixa-o confuso.

– Como eu vim parar aqui?

– A Maldição Imperius. – ele sussurra e parece estar tentando lembrar de alguma memória que deixou escapar. – Sr. Krum, alguém enfeitiçou você. Consegue se lembrar quem?

– Não... – ele franze a testa. – Não consigo.

Volto com Fleur para onde ela estava e ficamos conversando. Provavelmente ela estava tentando distrair-me de pensar no que estava acontecendo naquele labirinto. E então, foi quando ouvi o barulho de alguém caindo no chão.

Viro-me imediatamente e vejo Harry segurando Ced deitado. Corro na direção deles até quando chego perto o suficiente para ver que Cedrico não havia se movido. Na verdade, ele não havia se movido nem para respirar.

Minhas pernas vacilam e eu caio de joelhos perto de seu corpo. Eu chorei como nunca tinha chorado em toda minha vida. Ced tinha que se mover, ele tinha que mover os olhos esbugalhados, ele tinha que respirar, ele tinha que viver.

– O que aconteceu? – eu consigo falar entre os soluços para Harry.

– Ele voltou! Ele voltou, Voldemort voltou. – ele chorava também. – Não consegui fazer nada, eu... não! Me deixe aqui! – Harry reclamou com Dumbledore que queria tirá-lo dali. Com algum sacrifício, ele conseguiu.

Logo senti mãos me puxando para longe dali, mas o máximo que conseguiram foi me tirar de cima, eu não sairia do lado dele. Quando percebi que era Fleur, a abracei e comecei a chorar em seu ombro. Meus olhos estavam embaçados, mas mesmo assim consegui ver Olho-Tonto mudando de um cabelo loiro velho para um castanho escuro novo.

– O cabelo mudou. – sussurro.

– O que? – ela me encara e eu levanto andando desesperada até Dumbledore.

– Diretor... – chamo-o, porém sou ignorada. – Diretor eu preciso falar uma coisa...

– Querida, volte para a arquibancada, por favor. – é a única coisa que ele me diz.

– PRESTE ATENÇÃO EM MIM! – grito estressada.

– O que aconteceu? – McGoganall responde por Dumbledore, que ficou me encarando.

– Moody, ele... Harry... – o choro começa a voltar e eu não consigo terminar a frase.

– Ela disse antes que o cabelo mudou. – Fleur fala em inglês com eles.

– A poção, é ele. – digo por fim. Não fazia sentido nenhum o que eu dizia, mas acho que ela entenderia.

– Alvo, temos que ir atrás deles. A srta. Snow achou resíduos de Poção Polissuco ontem, e se ela viu o cabelo dele mudando, descobrimos quem é. – ela o puxa para o caminho de volta para o castelo.

– Salve ele, por favor. – eu agarro seu braço antes de ir. Ela assente com a cabeça e eu volto a abraçar Fleur, chorando por causa de Cedrico.

Não sei por quanto tempo chorei, ou quanto tempo fiquei ali, só sei que quando consegui me acalmar um pouco não havia restado mais ninguém lá além de mim e Fleur, que ficou comigo até eu conseguir sair daquela arena.

–-----

– Ali... – Hermione me chama delicadamente. – Acorda, tem o funeral.

– Eu nem dormi direito, não tem como acordar. – sento na cama e nem me preocupei como eu aparentava. – Não foi um pesadelo não é? Foi real.

– Foi... Ali eu sinto muito. – ela me puxa para um abraço. Seguro o choro em minha garganta, eu já tinha chorado muito e ainda teria o funeral.

– Eu também. – me desfaço do abraço e limpo uma lágrima que caiu. – Vou me trocar, me espera para descer?

– Claro.

Lavei o rosto e prendi o cabelo, que estava todo embaraçado, em um coque. Coloquei uma roupa e desci com ela. O Salão Principal em vez de estar com as bandeiras das casas estava com bandeiras pretas. Tinha um caixão e, ao redor, estavam flores. Sentei-me com meus amigos em alguma fileira e ouvi o que o diretor tinha a dizer.

– Tivemos uma perda terrível. – Dumbledore começa sentado e logo se levanta. – Cedrico Diggory era, como todos sabem, excepcionalmente esforçado, justo, e o mais importante, um grande amigo. Agora, eu acho que vocês têm que saber exatamente como ele morreu. – ele faz uma pausa. – Cedrico Diggory foi assassinado por Lorde Voldemort. O Ministro da Magia não queria que eu dissesse isso, mas se eu fizesse isso seria um insulto à sua memória. – respiro fundo e seguro o choro em minha garganta. – Toda essa dor que nós sentimos com essa perda terrível me faz pensar, ou melhor, nos faz pensar que mesmo que venhamos de lugares diferentes, falemos línguas com sotaques diferentes ou nem falemos a mesma língua, nossos corações batem como um só. As amizades que fizeram esse ano deverão ser mais valorizadas do que nunca. Lembrem-se disso e Cedrico Diggory não terá morrido em vão. Lembrem-se disso e nós nos lembraremos do garoto que foi gentil, honesto, corajoso e verdadeiro até o fim.

Ele terminou de falar e, aos poucos, todos começaram a sair. Alguns vieram falar comigo, perguntar se eu estava bem ou apenas dar os sentimentos.

– Eu estou bem, obrigada. – era o que eu dizia juntamente com um sorriso fraco.

E então, foi como em um filme, só restava eu no Salão, todos saíram e apenas eu fiquei ali onde estava, encarando o caixão sem conseguir me despedir.

Decido me levantar e caminho até ele. Dentro do caixão, Ced aparentava estar dormindo tranquilamente; com os olhos fechados ele parecia tão inocente... e era.

– Como você quer que eu diga adeus para você? – eu falo com melancolia na voz, sentindo o gosto salgado do choro em minha garganta. – Eu já pensei em várias maneiras de dizer adeus para você e nenhuma delas incluía você desse jeito. É Ced, eu pensei em um futuro, sabe? Eu pensei que você sairia esse ano de Hogwarts e terminaríamos, e mais tarde eu odiaria a garota que você namorasse, mas ficaria feliz pelos dois depois de um tempo. Também pensei na possibilidade de continuarmos namorando mesmo depois disso, e como conseguiríamos nos ver e se realmente duraríamos. Talvez continuássemos amigos depois. – as lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto sem que eu consiga controla-las. – Você foi meu melhor amigo por um tempo e depois meu namorado. Foi a pessoa com quem eu mais tinha coisa em comum e com quem eu não... eu não consigo ficar sem você para sempre!

Desabei em um choro e sentei no banco da primeira fileira. Como uma pessoa pode, simplesmente, não estar mais presente?

Ouço alguém entrando e seco rapidamente as lágrimas, ficando de pé e olhando para ver quem era. Respiro fundo para definitivamente não chorar.

– Se você quer me atormentar, juro que escolheu a pior hora possível.

– Ei, eu desprezo um pouco o sentimento das pessoas, mas nem tanto. – Malfoy se defende e se aproxima, ficando na minha frente. – Eu só queria dizer que sinto muito pela perda. – franzo a testa e o encaro. – O que? Eu tenho compaixão também.

Solto um riso fraco. – Obrigada. – estendo a mão.

– O que é isso?

– Uma mão. – digo óbvia e reviro os olhos. – Geralmente eu abraço as pessoas que me dão os pêsames, mas eu não gosto de você e não quero ser mal educada, então pensei em um aperto de mãos.

– Boa escolha. – ele sorri de lado e apertamos as mãos. – Era só isso mesmo.

Malfoy vira as costas e começa a sair. Ainda fico incomodada com o que aconteceu e decido me garantir.

– Sabe que eu ainda te odeio, certo? – falo alto.

– O sentimento é retribuído. – ele sai.

Volto a olhar para Cedrico e passo a mão em seu cabelo e depois em seu rosto. Suspiro.

– Adeus.

–----------

As escolas estavam indo embora no último dia de aula, o clima em Hogwarts conseguia ficar cada vez pior. Me despedi das minhas primas e de mais algumas pessoas que ainda quiseram me dar os pêsames.

Harry me contou que nosso professor de DCAT na verdade era um comensal da morte tomando a poção polissuco para fingir ser o verdadeiro Alastor Moody. O comensal era o mesmo que aparecia em seu pesadelo ajudando Você-Sabe-Quem, e agora ele estava de volta.

Quando a carruagem da Beauxbatons saiu voando e o navio da Durmstrang mergulhou, Rony, Harry e Hermione surgiram perto de mim.

– Que ano não? E você falando que era o mais tranquilo. – Rony passa o braço ao redor do meu pescoço.

– É, mas foi antes. – falo enquanto começamos a andar.

– O que é a vida sem alguns dragões? – ele me faz sorrir um pouco. – O Harry é a prova disso, mais problemas que ele você nunca vai ter.

– Fico feliz em ser exemplo de vida ruim.

– Vou te escrever nas férias Ali. – Hermione promete quando paramos em uma sacada, observando a paisagem. – Vocês dois também vão, não é?

– Claro. – Harry fala rápido com um tom de mentira na voz.

– Todos os dias. – Rony completa e eu rio.

E nós ficamos ali, observando o horizonte, onde podíamos ver um pouco da carruagem das garotas. Acho que, se for colocar em uma balança, ela ficará equilibrada com a quantidade de alegrias e tristezas. Deve ser assim, não dá para ter muito de um sentimento só, sempre ficará balanceado.

E eu tenho meus amigos para me ajudarem com essa balança.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Querem me matar? askljklaj sério nao me odeiem e deixem uma review, adoro saber o que vcs acharam do cap



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