Acho que agora deu certo. – Fred levanta um frasco com a poção do envelhecimento e a observa. Ele a coloca perto do meu rosto. – O que acha?

Estávamos de uniforme, depois da aula, sentados no chão em uma parte mais escondida do nosso salão comunal, preparando a poção para os gêmeos conseguirem se inscrever no Torneio.

– Acho que sim, pelo menos a gente seguiu tudo certo. – observo com cuidado.

– Então vamos logo, não temos mais dias extras. – Jorge se levanta e eu estendo a mão. – Folgada. – ele reclama, mas me levanta mesmo assim.

– Sempre. – falo enquanto prendo o cabelo em um rabo de cavalo.

– Tem certeza que não vai querer se inscrever? – Fred me pergunta enquanto segura a poção em dois frascos e começamos a andar até o quadro. – Acho que tem poção pra você também.

– Certeza absoluta. – começamos a ir até o salão principal. – Não preciso da glória eterna.

– Não vamos fazer pela fama, vamos fazer pelo prêmio final. – Jorge lembra.

– Ah sim, o dinheiro.

– Queremos começar nosso negócio, lembra que tivemos a ideia em Hogsmeade? – confirmo com a cabeça e Fred continua. – Então, precisamos do dinheiro se quisermos abrir uma loja.

– Precisam de ideias também né? Ou já sabem o que vão fazer? – paro olhando para os dois na porta do salão.

– Ainda vamos pensar nisso, mas precisamos do dinheiro primeiro. Vamos? – Jorge aponta com a cabeça para o a porta e eles entram, comigo seguindo, enquanto comemoram que conseguiram fazer a poção, recebendo aplausos.

– Não vai funcionar. – Hermione cantarola.

– E por que não? – eles ficam um de cada lado dela e eu apenas observo.

– Porque... – ela fecha o livro que estava lendo. – Estão vendo aquela linha ali em circulo? Então, Dumbledore que a colocou ali, ele não se deixaria enganar por uma poção tão obvia quanto a de envelhecimento.

– Por isso é genial.

– Ela é muito óbvia. – Jorge completa a frase de Fred e eles trançam os braços no ar com a poção em mãos. – Pronto Fred?

– Pronto Jorge. – eles bebem e pulam dentro do circulo, sem serem jogados longe.

Várias pessoas os aplaudem e eu rio da felicidade deles.

– Por acaso tem algo a ver com isso?

– Quem, eu? – me faço de desentendida. – Hermione, não é como se eu ajudasse eles a lembrarem de poções para envelhecimento ou ajudasse eles a fazerem a poção. Eu não faço isso.

A morena revira os olhos rindo e eu volto a prestar atenção nos gêmeos colocando os papéis com nomes no cálice. Por um momento, parecia ter funcionado, mas o cálice solta algumas chamas azuis e, não só joga os papeis fora, como também atinge os gêmeos e eles caem longe.

Quando eles se olham, ambos estão idosos e todo mundo ri deles quando eles começam a brigar.

– Foi sua ideia!

– Não! Foi sua! – eles diziam enquanto se rolavam e todos riam sem parar.

Eu estava rindo bem na frente, quando sinto alguém cutucando minha barriga por trás. Olho na hora.

– Por que você sempre está no meio das confusões? – era Ced.

– Porque se não, não seria eu. – respondo e saio dali, indo com ele para um canto com menos gente. – E aí? Veio colocar seu nome?

– Já coloquei. – arregalo os olhos e o abraço em seu pescoço. Logo solto.

– Não achei que iria se inscrever.

– Por que não? – ele franze a testa.

– Porque achei que não queria. – dou de ombros.

– Foi ideia dela! – ouço os gêmeos dizendo em uníssono e levantando em minha direção.

– Preciso ir, te vejo depois Ced. – dou um beijo na bochecha dele e saio correndo fugindo dos dois velhos.

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Mais tarde, todos os alunos foram até o salão principal para esperar o resultado de quem foi sorteado para o Torneio. Como faltava ainda uns dez minutos para começar, resolvi ir falar com Fleur, coisa que não tive muita chance de fazer desde que ela chegou aqui.

– Não acredito que vou te aguentar por um ano letivo inteiro. – cutuco Fleur e ela se levanta, me abraçando. Por algum motivo, provavelmente costume, eu falei com ela em francês e várias pessoas ficaram encarando como se eu fosse alguma gênia ou algo parecido.

– Ainda bem que você sabe francês Ali, eu não sei falar nada em inglês! Meu sotaque é horrível! – ela reclama.

– Eu sempre disse que você precisava treinar seu inglês, da próxima vez trate de me escutar. – minha prima revira os olhos. – Então, se inscreveu?

– Claro, vim aqui para isso. – ela dá uma olhada no salão. – Sabia que sua escola não é tão ruim quanto pensei?

– A sua é mais chique, mas aqui é mais acolhedor, admita.

– Verdade. A Gabi não gostou muito, mas ela não gosta de ficar longe de mim, então vai ficar aqui mesmo sem se inscrever.

– Entendi. – vejo Dumbledore indo para o meio do salão, perto do cálice. – Vou lá com meus amigos ok? Te vejo depois, boa sorte Fleur.

Volto até aonde todos da Grifinória estão e não vejo um lugar para sentar, então subo na mesa e apoio meus pés no banco, ao lado de Hermione.

– Agora é a hora que todos ficaram esperando, a escolha dos campeões! – o diretor fala alto para todos ouvirem e diminui as chamas das velas para fazer mais suspense.

Ele encosta no cálice com ambas as mãos e se afasta; todos observamos as chamas mudarem de azul para vermelho quando o primeiro papel é sorteado.

– E o campeão de Drumstrang é... Vitor Krum! – o garoto cumprimenta Dumbledore e se dirige a uma salinha atrás da mesa dos professores.

O cálice volta a ter chamas vermelhas e solta mais um papel, dessa vez um pouco mais decorado. Dumbledore pega o papel e anuncia a próxima campeã.

– A campeã de Beauxbatons é... Fleur Delacour! – aplaudo e grito, junto com as alunas de Beauxbatons e os outros alunos. Enquanto isso, Fleur vai até Dumbledore e segue o mesmo procedimento que Krum, indo para a sala atrás da mesa dos professores.

As chamas vermelhas voltam e agora é a vez do campeão de Hogwarts ser anunciado.

– O campeão de Hogwarts é Cedrico Diggory! – todos os alunos de Hogwarts, principalmente os da Lufa-Lufa, aplaudem Ced. Ele se levanta da mesa em que estava, cumprimenta Dumbledore e segue o caminho dos outros.

– Bem, agora temos nossos três campeões! – Dumbledore faz todos ficarem quietos. – Mas no final, apenas um ficará para a história. Apenas um levará o prêmio... A Taça Tribruxo! – ele aponta para o troféu.

E então, algo bem estranho acontece. O cálice começa a ficar com as chamas vermelhas de novo, coisa que não deveria acontecer. É como se o cálice em si se recusasse a jogar o papel para fora, ele estava tentando recusar, mas um outro papel foi jogado e Dumbledore pegou.

– Harry Potter. – ele fala baixo e fica balançando a cabeça em negativo, mas se recompõe logo. – Harry Potter! – ele chama mais alto e nós encaramos Harry. – HARRY POTTER.

– Vai logo Harry. – Hermione empurra ele. – Vai logo.

– Estava dando certo demais para ser verdade, não acham? – comento com quem estava perto e ouço alguns resmungos concordando.

Harry anda, sem entender nada, até Dumbledore para pegar seu papel. Logo que faz isso, apesar das reclamações, ele segue o caminho dos outros campeões.

Dumbledore logo vai até aquela sala, junto com os outros professores, e nós apenas ficamos ali, comentando.

– Como acham que ele fez isso? – Rony é o primeiro a reclamar.

– Não acho que foi ele. – Hermione rebate.

– Eu acho que foi, ele deve ter pedido para alguém mais velho colocar o nome dele. – Simas diz, também emburrado.

– Não sei o que falar, faz sentido ele ter colocado porque afinal, ele sempre está em problemas. Mas por outro lado, podem ter colocado o nome dele sem ele saber. Viram a cara dele? – eu entro no assunto.

– Ele pode ter aprendido a atuar. – Simas fala um bom argumento.

– Como ele conseguiu e nós não? – Fred e Jorge reclamam e eu rio deles.

– Harry tem certo ímã pra problemas, não se sintam menosprezados.

– Não acredito que ele nem contou pra nós. – Rony se refere a Hermione, ele e eu. Sabe, o ruivo até que tem um certo ponto nisso.

– Então, por isso mesmo. – penso melhor. – Não acho que tenha sido ele.

Rony bufa.

– É, tanto faz. Vamos sair daqui, estou cansado. – ele vai para o salão comunal e todos vamos para lá, esperarmos Harry.

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No dia seguinte, Rony estava ignorando Harry completamente. Aparentemente, os dois haviam brigado durante a noite.

– Eu não acredito que eles brigaram, o clima está horrível. – Hermione reclama enquanto tomamos café.

– Nem me fala. – olho para Rony, que está do meu lado e ao lado de Simas, conversando com ele. Harry, por sua vez, estava ao lado de Hermione, sem falar nada com ninguém. Nenhum deles estava prestando atenção na nossa conversa.

Então, Fleur chega atrás de mim, junto com Krum e Cedrico.

– Ali, chama o Potter para vir com a gente, temos que ir fazer uma matéria com uma tal de Rita Skeeter. – minha prima fala comigo em francês, como aparentemente acostumamos a fazer.

– Ah ok. Ei, parabéns por ter sido escolhida! – lembro e abraço ela, mas logo viro para Harry, falando em inglês de novo. – Harry, você tem que ir com eles, a Rita Skeeter veio fazer uma matéria com vocês.

Ele concorda com a cabeça e levanta, esperando eles na ponta da mesa, perto das portas. Cedrico fica me encarando.

– Oi. – encaro de volta. – Ah, parabéns por ter sido escolhido!

– Obrigado. – ele sorri e volta a franzir a testa. – Desde quando você fala francês fluente?

– Desde que comecei a aprender inglês também. – dou de ombros e olho para os campeões esperando ele na porta. – Vai lá com eles, você tem que dar uma entrevista. Não vai deixar a fama subir a cabeça em. – rio.

– Pode deixar. – ele me dá um beijo na bochecha e vai com eles. Quando volto a comer, Hermione fica me encarando com uma sobrancelha levantada.

– O que foi agora? – resmungo.

– Nada, mas ainda são só amigos?

– Sim! – minha voz sai mais aguda do que gostaria. – Não tem motivos pra duvidar disso.

– Na verdade tenho até muitos.

– Calada. – reviro os olhos e volto a comer meu café.

–--------

Mais tarde, eu estava com Hermione e Gina conversando quando de repente Rony chegou.

– O assunto chegou, a gente continua depois. – brinco e ele faz uma careta para mim.

– Engraçadinha. Mas preciso da ajuda de vocês.

– Interesseiro. – Gina reclama.

– O que foi agora Ronald? – Mione o encara.

– Como sabem, não estou falando com o Harry, mas Hagrid falou para Simas, que falou para Parvati que falou para mim falar para ele procurar o gigante.

Fico com uma expressão confusa.

– Pode traduzir o que acabou de falar? – digo com a testa franzida.

– Hagrid está procurando por Harry.

– Você disse todos aqueles nomes por que mesmo?

– Quieta Gina, vão falar com ele ou não? E tem que falar por quem o recado passou.

Reviro os olhos.

– Vai logo falar com ele, para de orgulho.

– Falou a não-orgulhosa, né Snow? – ele provoca.

– Cala a boca Weasley, pelo menos eu não briguei com ninguém sem um motivo bom.

– Ok! Eu falo o recado, mas parem com isso. – ela se levanta da grama, onde estávamos sentadas quando Rony chegou e agora somos obrigadas a sair. – Sabe aonde ele está?

– Sei, perto do lago. Vamos. – o ruivo fala e sai na frente, com nós três atrás.

De fato, encontramos ele com Neville, reclamando com o coitado. Sério, tenho dó do Neville, ele é um cara legal e não merece o mau humor do Harry.

– Oi Neville! – vou até onde ele está, que é com as pernas dentro do lago, pegando algumas plantas. – O que achou por aí?

– Oi pra você também Alissa. – Harry reclama quando passo direto por ele.

– Desculpa Harry, mas vi de longe seu mau humor, então passei reto. – volto a prestar atenção em Neville, que falava alguma coisa de herbologia. Acho fascinante, mas não entendo nada.

– Simas falou para Parvati que falou para Rony... – ouço Hermione tentando dar o recado. – Que Hagrid está procurando por você.

– O quê? – Harry teve a mesma reação que eu.

– Simas falou para Parvati... – ela gagueja demais. – Não me peça para repetir. Hagrid está procurando por você.

– Então diga a Ronald que...

– EU NÃO SOU UMA CORUJA! – ela grita quando Harry ia pedir para dar uma mensagem. Me despeço de Neville e vou atrás dela.

O clima realmente ficou horrível sem Harry e Rony se falando. Por que grifinórios são tão orgulhosos?