Harry Potter em outro ponto de vista escrita por Ruby


Capítulo 25
Prisioneiro de Azkaban- Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

OI, penúltimo cap de hp3, espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/470511/chapter/25

– Como assim você perdeu o mapa? – é a primeira coisa que pergunto a Harry quando chego em Hogwarts. – Eu achei que podia confiar em você!

– Já disse que não perdi, o professor Lupin pegou. – ele abaixa o olhar. O salão comunal da Grifinória ainda estava vazio, não precisava me preocupar de ser ouvida por alguém.

– Pior ainda! – começo a gesticular com as mãos. – Agora vou ter que recuperar o mapa de um professor, não que vá ser difícil, afinal ele não é o professor mais ágil que temos, mas mesmo assim! – dou um tapa de leve na cabeça dele. – Nunca mais te empresto nada precioso.

– Já que falou no professor Lupin... – Hermione se intromete e Rony chega também. – O que acham dele?

– Legal. Ele era amigo dos meus pais. – Harry diz e eu o encaro.

– Nada contra, até gosto das poucas aulas que temos com ele. – Rony dá de ombros.

– Ele tem meu mapa. – respondo de dentes cerrados e encarando Harry.

– Para com isso. – ele me empurra.

– Não! – o empurro de volta. – Vou te castigar até eu conseguir meu mapa de volta.

– Chega! Os dois. – Hermione age como uma mãe e nos separa. – Voltando ao assunto, não acham ele meio... estranho?

– Por quê? – Rony franze a testa.

– Não sei, às vezes acho ele meio aluado, desatento com certas coisas.

– Meio o que? – arregalo os olhos pedindo para ela repetir.

– Desatento. Sabe, ele sempre perde as aulas e quase nunca nos passa lição. – ela da de ombros, mas não repete a palavra que eu queria.

Acho que Harry não percebeu o que ela disse, mas acho que acabei de fazer uma grande descoberta. Há grandes chances de meu professor de Defesa Contra as Artes das Trevas ter sido um maroto.

– Terra chamando Alissa. – Rony estala os dedos na minha cara. Aparentemente fiquei encarando o nada enquanto pensava.

– Tenho que ir. – digo apressada, apontando para a saída do salão e logo saio pelo quadro.

Começo a andar até a sala de DCAT, sem saber como confrontar o professor Lupin. Se ele for mesmo o Aluado, um dos marotos, como vou conseguir essa informação dele? E outra, eu preciso do meu mapa de volta, como vou conseguir?

Fico encarando a porta com a mão no ar, pronta para bater. Vou acabar inventando um jeito de conseguir as coisas, se não der hoje, continuo tentando. Mas que existem grandes chances de ele ser o Aluado, isso ninguém pode negar.

Encaremos os fatos. Meu pai estudou com os marotos, ele era amigo de James Potter. O professor Lupin aparenta ter a mesma idade que meu pai, talvez um pouco menos, e ele era muito amigo dos pais de Harry.

Bato na porta, ainda sem saber o que dizer, e ouço uma voz dizendo para entrar. Abro devagar e vejo o professor tomando café. Pigarreio.

– Aluado? – fecho o punho, me machucando com minhas próprias unhas. Esse foi definitivamente o pior jeito de descobrir se eu estava certa.

– Como sabe desse apelido? – ele se vira, me encarando e franzindo a testa.

– Não acredito que deu certo. – falo pra mim mesma e depois volto a falar com ele, fechando a porta. – Foi um palpite de sorte.

– Você deu o mapa para Harry, não foi? – ele levanta uma sobrancelha.

– Em minha defesa, me convenceram a fazer isso. – paro um pouco de falar e depois fico animada. – Não acredito que você é um maroto! Foi difícil fazer o mapa? Vocês aprontavam muito? Quem são os outros?

Ele ri.

– Não vou contar tudo, mas sim aprontávamos muito. Assim como você e os gêmeos Weasley aprontam. – ele revira os olhos.

– Posso ter meu mapa de volta? – sorrio inocentemente. – Prometo que não vou deixar Harry saber que o tenho.

– Infelizmente não posso devolver.

– Por que não? – reclamo. – O mapa não está “quebrado” como Harry disse, ele deve estar ficando maluco.

– Eu sei que não está quebrado, eu que fiz. – rio. – Mas o ponto é exatamente esse, o mapa nunca está errado. Preciso analisar ele mais um pouco, sinto muito. – o professor Lupin aponta a porta para mim, como se pedisse para que eu me retirasse.

– Posso buscar o mapa amanhã? – tento de novo enquanto abro a porta.

– Talvez. Agora vá para sua aula. – ele responde e eu sorrio enquanto saio. Eu descobri um maroto!

–--------------

“Vamos fazer aula de Adivinhação, vai ser muito legal, melhor do que Runas Antigas.” Isso foi o que Rony e Harry falaram pra mim no começo do ano letivo.

– Odeio vocês. – bufo e me apoio na mesa que divido com Hermione, ao lado dos garotos.

– O que a gente fez agora?

– Me convenceram a fazer Adivinhação. – reclamo.

– Ninguém te obrigou. – Harry rebate.

– Calem a boca os dois. – Hermione bate na mesa.

– Sim senhora. – Harry e eu dizemos juntos e Rony ri.

– Bom dia turma! – a professora chega.

– Bom dia professora Trelawney.

Eu talvez possa ter caído no sono nessa parte da aula, mas só talvez. Ok, definitivamente eu dormi, mas sério é muito chato! Eu acordei quando a professora resolveu verificar a bola de cristal de nossa mesa e a da mesa de Harry e Rony.

– Deixe-me adivinhar, só um palpite. – Hermione chama a atenção da professora e ela nos encara através daqueles óculos gigantes. – Harry vai morrer, ou algum grande acidente vai acontecer.

– Minha querida... – a professora põe uma mão no braço de Hermione. – Desde a primeira vez em que você pisou nessa sala eu percebi que você não tinha o dom para Adivinhação. – ela pega a mão da garota e começa a mexer, enquanto Hermione bufa de raiva. – Você tem os olhos de uma velha, por causa dos livros que lê tão desesperadamente.

A cena a seguir, foi uma que definitivamente nunca mais vou ver, Hermione levantou com raiva, pegou sua bolsa e deu um tapa na bola de cristal, fazendo com que essa saísse rolando para fora da sala, acompanhando sua saída. Todos ficaram comentando, aquilo realmente valeu a aula.

– Eu disse alguma coisa? – a professora Trelawney fica confusa. Merlin, que mulher maluca.

Assim que a aula acabou, saí rapidamente daquela sala junto com Rony, pois Harry quis fazer uma boa ação e devolver a bola de cristal que foi parar no meio da escada. Fomos até o salão comunal onde Hermione estava sentada no sofá esperando-nos, aparentemente mais calma.

– Aquela doida passou dos limites! Como vocês conseguem ficar quietos numa mesma sala que ela? Não ouviram o que ela me disse? Adivinhação é uma matéria inútil, não sei nem porque cursei isso, uma das piores decisões da minha vida inteira. – ela levanta e começa a falar toda nervosa, pelo visto ela só estava “aparentemente” mais calma.

– Ei, nervosinha. – chamo a atenção dela e ela me encara mortalmente. – Por que não vai se trocar, assim como todos nós, para que possamos ir até o Hagrid, em?

Era nossa obrigação ir até o Hagrid hoje, Bicuço seria executado e o grandão ficaria devastado. Ainda não consigo acreditar que Lúcio Malfoy ganhou a audiência, aposto que ninguém comentou sobre o filho dele ter ido provocar o hipogrifo.

– Tá, pode ser. – Hermione engole o orgulho e vai se trocar. Faço um sinal de comemoração com Rony e logo a sigo, para me trocar também. Coloco um moletom vermelho, por conta do frio, uma calça jeans e um tênis.

Logo que Harry termina de se arrumar, já que foi o último a chegar ele demorou mais, nós vamos até a cabana de Hagrid. No meio do caminho, antes dos degraus de pedra que levam até o jardim, meu cadarço resolveu desamarrar.

– Ei, vão indo, já alcanço vocês. – eu falo e eles pareciam relutar. – O que preferem? Os quatro serem pegos se alguém aparecer ou só eu? Consigo me livrar se isso acontecer, vocês não. – uso o argumento de não podermos sair após o pôr do sol, principalmente Harry, tudo por causa de Black.

Me agacho para amarrar o tênis e aproveito para reforçar o nó do outro. Eu ia levantar para acompanha-los, mas vi Malfoy vindo apressado com aqueles dois garotos ao lado e resolvi me esconder atrás de uma parede.

– Aquela sangue-ruim, vai me pagar por isso. – ouço o doninha reclamando sobre, provavelmente, Hermione e coloco o pé bem na hora em que ele passava, fazendo-o cair de cara no chão.

– Opa, não te vi. – dou de ombros e saio andando, para alcançar o trio, que está rindo. – O que eu perdi?

– Hermione socou o Malfoy. Foi brilhante. – Rony explica.

– Ah. – faço uma pausa. – Hoje não é o dia dele então, ouvi ele xingando você e fiz ele ir de cara ao chão. – me dirijo a Hermione e os garotos riem mais ainda.

– Ele mereceu, sabem disso. – Harry passa o braço ao redor de mim e nós começamos a andar em direção a cabana de Hagrid.

Logo que batemos na porta, vimos que o gigante parecia assustado e nervoso.

– Não deviam estar aqui, falei para não virem!

– Bom te ver também Hagrid, estava com saudades. – entro na cabana. – Você sabe que nunca damos ouvidos pras regras ou o que as pessoas falam.

– Nisso eu tenho que concordar com você. – ele fecha a porta e pega um pote. – Ei Rony, tome mais cuidado com seus animais.

– Perebas! – o ruivo abre o pote e vê o rato que supostamente deveria ter sido devorado por Bichento, o gato da Hermione.

– Acho que você deve desculpas a alguém. – ela fala pra Rony.

– Claro, quando eu vir o Bichento eu peço desculpas. – reviro os olhos com a briga de sempre e vejo um pote na mesa, bem bonito até.

– Por que não o soltamos? – Harry olha para Bicuço.

– Não podemos, iam saber que eu o soltei e Dumbledore ia ficar com problemas. Um grande homem Dumbledore, grande homem. – Hagrid encara Bicuço também.

Eu ainda estava prestando atenção no pote, e ia tirar a tampa para ver o que tinha dentro, quando de repente, ele quebrou. Solto um gritinho de susto.

– Juro que não fiz nada. – vejo uma pequena pedra no meio da areia que tinha dentro daquele pote e mostro para Hermione.

– Ai! – Harry reclama de dor, também foi atingido por alguma coisa. Assim que olha para fora, pra ver quem foi que atirou, vê o diretor, o Fudge e o carrasco vindo. – Eles estão vindo.

– Rápido, pela porta dos fundos. Não podem ficar aqui, vão. – Hagrid nos expulsa e nós saímos cuidadosamente, para não sermos vistos.

Vamos correndo até as abóboras e nos agachamos atrás delas, nos escondendo e esperando eles entrarem para podermos voltar ao castelo. Ouço um barulho atrás de mim, vindo das árvores, e por um momento achei ter visto uma pessoa. Hermione ficou encarando também.

– O que foi? – Harry pergunta, tentando ver alguma coisa.

– Pensei ter visto... nada, esquece. – ela começa a andar. – Vem, eles entraram, vamos.

Subimos os degraus de pedra e chegamos ao topo da colina, bem a tempo de Bicuço ser executado. Só observei até o carrasco levantar a foice, fechei os olhos depois disso e ouvi os corvos voando. Sinto alguém me abraçando.

– Ei, já passou. – era Harry.

– Perebas! Você me mordeu! – Rony reclama e eu abro os olhos de novo, vendo o rato correndo e o ruivo correndo atrás.

Quando finalmente o pega, estava perto do Salgueiro Lutador. Arregalamos os olhos.

– Rony, vem pra cá, rápido. – aviso, mas ele parecia mais assustado do que nós, e apontava para nossas costas.

– Harry, foge, é o Sinistro! – olhamos para trás e vemos um grande cão preto, rosnando para nós. Ou pelo menos achei que era para nós, porque ele conseguiu pular-nos e atacar Rony, arrastando-o pela perna até a entrada secreta embaixo do Salgueiro. – Socorro! Me ajudem!

Hermione e Harry se entreolham e saem correndo em direção à árvore, que os ataca e começa a levantá-los e tenta acabar com eles. Sabia que ia me arrepender disso, mas resolvo tentar entrar ali, do jeito mais idiota possível.

– Gerônimo! – grito, não sei porquê, e começo a correr em direção à entrada. Quando a árvore ia me acertar no estômago, eu me jogo no chão, deslizando e caindo com força no chão. – Ai, ai, ai. – reclamo de dor quando caio de costas em um pequeno degrau que havia ali. Não acredito que funcionou, segunda coisa idiota que eu faço e funciona.

Levanto e dou uns passos adiante, para o caso dos dois conseguirem vencer a árvore e caírem ali. De fato, eles conseguem. Harry cai e Hermione cai em cima dele.

– Desculpa. – ela fala enquanto levanta.

– Sem problemas. – ele me encara através dos óculos. – Como você fez aquilo funcionar? A gente quase morreu ali em cima!

– Nem me pergunte, achei que ia morrer fazendo aquilo, mas até que deu certo. Tirando a parte que torci o pulso, provavelmente. – percebo a dor no local, devo ter machucado quando deslizei. Olho para o corredor escuro. – Vamos?

– Mas não sabemos onde vai dar! – Hermione se desespera.

– Sabemos sim. – digo em uníssono com Harry e começo a andar, até chegar à entrada da casa mais mal assombrada da Grã- Bretanha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ficou meio sem final mas é que era pra ser um cap só e acabou dando +4000 palavras, então tive que dividir. Deixem reviews! Posto o próximo no maximo em 3 dias