Namikaze Aika escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 3
Flashback On


Notas iniciais do capítulo

Olha eu de volta, gente bonita!! E com um capítulo fresquinho, saído agora do forno!
Aproveitem ^^ E nada de reclamações que está pequeno, ouviram?!



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Dezessete anos antes:

A pequena Aika, de apenas cinco anos, entrelaçava os dedos das mãos enquanto sussurrava baixinho uma letra que estava em sua cabeça a dias. Fazia isso apenas para espantar o tédio e a ansiedade.

Ela ouvia os gritos de dor de sua mãe, Kushina, vindos da sala. A mesma sala onde a ruivinha nascera e agora esperava pacientemente (ou nem tanto) a chegada de seu irmão.

A menina ficara tão eufórica quando recebera a notícia meses atrás. Se Minato não a tivesse impedido, teria saído correndo e gritando a grande notícia por toda a vila. No dia sucessor a esse, Kushina levou Aika para o clã Uchiha, como fazia sempre que podia. Enquanto as mães conversavam, Aika fez questão de esfregar seu futuro irmão na cara de seu melhor amigo e companheiro para todas as horas, Uchiha Itachi, que era apenas um ano mais velho que ela. Aproveitou a oportunidade em que ele estava com Sasuke no colo, um bebê ainda recém-nascido, para tocar no assunto.

Mais um grito vindo da sala se fez ouvido, mas dessa vez não era de sua mãe. Aika pulou da cadeira quando alguém berrou aos sete ventos “Nasceu!!!”.

– Aika. – Minato apareceu na porta, coisa que só fez a ansiedade da garota aumentar. – Venha conhecer seu irmãozinho.

Nem precisava chamar. Aika correu em direção à Kushina, que estava deitada e ofegante, segurando um pequeno bebê. Logo o mesmo estava nos braços da menina, que o acolhia com o maior carinho e ternura. Minato e Kushina sorriam, vendo suas duas crianças mais preciosas juntas. Era como a perfeição da felicidade.

– Olá, Naruto. – Aika falava com a criança em seu braços. Agora ela compreendia o carinho que Itachi sentia por Sasuke, ter um irmão menor, alguém a quem cuidar e zelar o bem, é uma sensação incrível. – Eu sou a Aika, sou sua irmã. – Bastou isso para o pequeno Naruto abrir de leve os frágeis e lindos orbes azuis, focando-os na ruiva. – Oi, maninho.

Porém, o momento felicidade não durou tanto quanto Aika imaginava. Em questão de poucos segundos depois, um agente da AMBU entrou na sala, e por algum motivo Minato ficou rigidamente tenso.

– Aika, vá para casa agora e não saia de lá, não importa o que aconteça. – O Hokage se dirigiu a filha, mais sério do que nunca. A garota nem teve coragem para perguntar, apenas olhou para Naruto, apreensiva. – Vá! – Minato ordenou novamente.

Sem escolha, Aika saiu correndo de lá. Estava confusa e assustada também, o que estava acontecendo? Por que seu pai ficou daquele jeito? Seja lá o que fosse, ela rezava a Kami para que não acontecesse nada, a ninguém!

Distraída como estava e ainda correndo de olhos fechados, acabou esbarrando em alguém.

– Vai com calma Aika, não precisa me atropelar. – Reclamou Itachi, a pessoa com quem a ruiva se encontrara. – Onde está indo com tanta pressa?

– Itachi. – Aika não conseguia responder.

Assim que reconheceu o amigo, pulou em seus braços, dando um abraço forte e desesperado no Uchiha, que ficou sem entender nada. As lágrimas escorriam pelo rosto de Aika em uma velocidade impressionante, ensopando a camisa de Itachi, mal ele não se importou. A amiga não era de demonstrar fraqueza, principalmente em sua frente, e não pôde deixar de lado a preocupação em vê-la tão abalada.

– É melhor ir para casa. Vem, eu te levo. – Itachi se ofereceu, afastando Aika de si com delicadeza.

Pegou de leve a mão da amiga, que somente agradeceu baixinho, e a levou para casa. No caminho, já mais calma, Aika contou tudo para Itachi, terminando a história com a única afirmação que tinha:

– Tem alguma coisa muito errada acontecendo.

O Uchiha apenas concordou com um aceno de cabeça. Nunca vira a ruiva tão séria.

Andaram mais um pouco lado a lado, num silêncio confortável, até que chegaram à casa de Aika. A mesma agradeceu a Itachi e, sem saber direito o por que, fez questão de dizer:

– Eu acho que nunca cheguei a te agradecer, então... obrigada. Por me proteger, por sempre estar ao meu lado e principalmente por ser meu amigo. Obrigada, Itachi. - Finalizou, fitando os olhos negros e arregalados do Uchiha. Como se para chocar o garoto mais ainda, a ruiva o puxou pela mão ainda unida a dela e lhe deu um leve beijo na bochecha. - Vo-você deveria ir para casa agora. - E dizendo isso, entrou. Deixando do lado de fora um Itachi confuso, porém feliz.

Aika deslizou pela porta assim que a fechou. O dia fora corrido, e não apenas pelo que acabara de acontecer. Sua vida estava uma verdadeira correria esses dias, com seus pais se preparando para a chegada de Naruto.

Aika se arrastou até seu quarto, mais precisamente até sua cama. Não estava tão suja e usava um pijama por baixo do simples vertido amarelo. Esticou seu cobertor ao máximo, de modo que ficasse inteiramente coberta por aquele tecido macio e aconchegante, e antes que percebesse adormeceu.

Porém, embora precisasse, o sono não durou muito.

Acordou no meio da noite, suada e gritando. O que havia acabado de ter não podia nem ser chamado de pesadelo, seria gentil demais.

Como se para lhe causar mais pânico, a janela do quarto ao lado fora aberta com uma brutalidade sem tamanho e foi seguida por um alto choro. Por instinto, Aika pulou da cama e abriu a porta de onde seria o quarto de Naruto.

A ruiva soltou a respiração ao notar que era apenas seu pai, com Naruto no colo. mas a indecifrável expressão de preocupação do Hokage fez o pequeno resquício de calma em seu coração sumir.

– Que bom Aika, está acordada. – Minato tentou sorrir para acalmar a filha, mas foi em vão. Nada, a não ser uma prova concreta de que estava tudo bem, poderia aplacar o desespero dentro da ruiva naquele momento.

– Pai, o que significa isso? Onde está a mamãe e por que o Naruto está chorando tanto?? – Aika falava mais alto do que deveria. Não se importava mais se estava piorando a situação para Minato, ela queria respostas e o único jeito de consegui-las seria pressioná-lo. – Por que me mandou sair àquela hora? O que está acontecendo?! Por favor me diga!!

Minato deu mais um sorriso, dessa vez pequeno mas verdadeiro. Sua pequena Aika estava mais forte a cada dia e mesmo naquelas condições, ele não podia evitar o orgulho que sentia por ela. Se abaixou em frente a garota e olhou fundo nos olhos azuis que ela herdara dele. Se não fosse por essa pequena diferença de tons e a preferência pelo cabelo curto, Aika seria Kushina escrita.

– Aika, me escute... – Minato tentou falar, mas a ruiva desviou o olhar. – My Melody... – Ouvindo seu apelido, Aika não conseguiu mais manter os olhos fechados. Fazia tempo que o pai não a chamava assim. - Eu preciso muito que você seja forte agora. Fique aqui e proteja o seu irmão. – Com todo o cuidado do mundo, ele entregou Naruto para os braços da filha, que o recebeu do mesmo modo.

O pequeno loiro pareceu se acalmar apenas por estar com Aika, mas em um momento de tanta tenção como aquele ninguém reparou.

Minato deu uma boa olhada nos filhos, já se preparando para sumir quando teve uma ideia:

– Por que não canta uma de suas músicas para ele? – O Hokage sugeriu.

Um ligeiro brilho passou pelos olhos de Aika. Adorava cantar, e isso poderia acalmar Naruto, e talvez a ela mesma também.

Assim que o pai saiu para sabe-se lá ela onde, Aika deitou Naruto no grande berço que havia no quarto e ficou ao lado dele. O berço era grande o suficiente até para sua mãe deitar ali. Acariciou os pequenos cabelos loiros na cabeça do irmão e começou a cantar uma música que tinha composto e, numa slow verson, era uma perfeita canção de ninar.

– Você gostou? – Aika perguntou para o irmão, reparando que, de fato, a canção o acalmara. – Que bom. Nunca a esqueça então, e sempre que estiver triste, lembre-se dela.

Quando os movimentos de Naruto cessaram, Aika não mediu o tempo até pegar no sono também.

Acordou ainda naquela mesma noite, parecia que não conseguiria dormir de jeito nenhum. Abriu os olhos devagar e viu Naruto ao seu lado. Ia sorrir, mas as lembranças encheram sua mente. Mal desceu do berço e seus pais adentraram o cômodo. Minato trazia Kushina no colo e sua preocupação parecia ter diminuído, nem que fosse um pouco. Ambos pareciam exaustos.

Aika observou o pai deitando sua mãe no berço com todo o cuidado e a mesma não se demorou em aproveitar a companhia de Naruto. A ruiva não se incomodou de ter sido excluída, tinha coisas mais importantes para se preocupar do que um ciúme bobo.

Minato se aproximou de Aika e fez o mesmo que a poucas horas atrás: a encarou nos olhos. Aquele era um sinal dos dois para indicar que o outro falava sério e que o assunto não estava aberto a debates.

– Aika, preciso que fique aqui e tome conta de sua mãe. – Aquilo não era um pedido, era uma ordem. E ela sabia que, quando Minato dava uma ordem, não se devia discutir.

– Tem uma coisa ruim acontecendo, não é pai?

O Hokage apenas assentiu. Não tinha como esconder as coisas de Aika, e ele não queria mentir para ela em um momento como aquele. A confiança era essencial.

– Estamos no meio de algo ruim e perigoso, mas vai dar tudo certo. Eu prometo a você. – Minato deu um singelo beijo na testa da filha antes de se levantar.

ele olhou ao redor: Kushina fraca; seu filho recém-nascido; os olhos assustados de sua filha... Andou até o armário, retirando de lá sua capa.

Foi com os olhos brilhando e sua inocência de criança, que Aika assistiu seu pai vestir a capa, como se fosse um verdadeiro herói. E era isso que ele era: seu herói

– Eu volto logo. – A garota saiu do transe ao ouvir a voz grossa de Minato.

– Não... Minato... - Kushina conseguiu, com muito esforço, murmurar, chamando a atenção dos dois. - Tire Aika daqui...

– Mas Kushina- - Minato tentou argumentar, mas foi interrompido.

– Por favor, deixe-a segura. - A ruiva implorou; e como ele negaria algo à sua esposa num momento como esse?

– Mamãe... - Aika chamou preocupada, chegando perto do berço e Kushina segurou sua mão. A menor quase pulou de susto, sua mãe estava gelada e tremia de leve

– Minha garotinha valente... Eu te amo tanto, tanto, tanto, Aika. Nunca duvide disso. - Kushina fitava a filha com os olhos cansados refletindo saudade. Mirou bem os olhos azuis da pequena, dando um pequeno sorriso. Eram iguaizinhos aos de Minato. - Agora, vá com seu pai.

Aika apenas assentiu, quase deixando uma lágrima rolar, e já havia soltado a mão da mãe quando se lembrou:

– Até mais, Naruto. Nos encontraremos logo, maninho. - Sorriu para o irmão, fazendo-lhe um leve cafuné.

Assim que se afastou do berço, a ruiva teve a mão segurada pelo pai, e no tempo de uma piscada, Aika se viu no quintal. Bem ao longe, era possível se ver uma silhueta vermelha com nove caudas balançando.

Reconhecendo o que deveria ser aquilo, a garota arregalou os olhos. Não podia ser, a Kyuubi havia escapado?! Mas como?

Aika nem notou quando seu pai havia feito um jutsu de invocação, só foi se dar conta quando viu um sapo pouco maior que ela e com um grande cesto nas costas, surgir de um monte de fumaça.

– Para que esse sapo, pai? – Aika perguntou, curiosa como a criança que era.

Minato a encarou com um olhar entre seriedade, culpa e saudade. Pegou a filha no colo, como já a muito não fazia, e colocou-a no cesto nas costas do sapo.

– Ele irá te levar para um lugar seguro. – O loiro respondeu, sentindo as lágrimas se acumularem em seus olhos enquanto fitava o rostinho confuso e inocente de Aika.

– O-o que quer dizer? Vocês estão me mandando embora? – Os olhos de Aika se arregalaram.

A culpa apertou ainda mais o coração de Minato. Não queria que a filha pensasse assim, muito menos queria manda-la para longe. Mas era o melhor a se fazer agora.

– É só por enquanto, para garantir que ficara segura. Quando tudo isso acabar, eu e sua mãe vamos pessoalmente buscar você. – Minato, sinceramente, não sabia se estava tentando convencer a garota ou a ele mesmo. – Mas no momento você precisa ser forte, My Melody.

– Tá bem, eu serei, pai. – A ruiva praticamente jurou. – Vou ser a ninja mais forte do mundo e você ficará orgulhoso de mim!

– Eu já me orgulho, mais do que imagina. - Minato sorriu uma vez mais. - Você é minha filha, Aika, e eu te amo. – Dizendo isso, fitou pela última vez o rosto de sua preciosa filha, antes de mandar o sapo embora.

Nos primeiros segundos, Aika constatou que as costas de um sapo não eram o melhor lugar para viajar, mas nem deu importância para isso. Os solavancos do animal não eram nada comparados aos lupes que seu coração dava.

A cada pulo do sapo, a ruiva perdia mais o foco da Kyuubi e consequentemente de seus pais. A última coisa que lembra ter visto foi um sapo gigantesco aparecendo no meio da floresta. E tinha alguém em cima dele.

Reconhecendo quem era, Aika sentiu o peito apertar, as lágrimas se acumularem em seus olhos novamente e num impulso de seu próprio corpo , berrou com todas as forças que tinha:

– PAPAI!!!!!!!

E então, desmaiou.


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Notas finais do capítulo

Prontinho, o que acharam??? Como sempre, estou esperando os reviews. Assim como um carro precisa de gasolina, essa fic precisa de comentários ^^