Namikaze Aika escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 13
Heranças


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente bonita!!! Voltei com mais um capítulo, saído agorinha do forno!! Espero que gostem!

Boa leitura ^-^



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Aika ainda encarava o corpo da cobra, morta a poucos centímetros dela, virando-se vez ou outra para Kemuri. Por que ele a salvara? Essa dúvida pairava em sua mente até que ela foi maior que o choque, e perguntou:

– Por que fez isso? - Sua voz saiu mais firme dessa vez.

– Isso o que? – Kemuri respondeu indiferente.

– Não se faça de desentendido! – A ruiva brigou, enfim se levantando e ficando frente a frente com o homem. Ele era uns bons centímetros mais alto que ela (o que não era muita surpresa para a Namikaze, que sempre fora baixinha), mas isso não a impediu de encará-lo seriamente. – Podia muito bem ter deixado aquela cobra me picar, ficaria livre de mim em dois minutos!

– E que mérito eu teria se você morresse dessa forma? – Ele indagou. – Não seria uma vitória justa e muito menos honrada.

– “Honrada”? – Aika riu secamente, não acreditando no que acabara de ouvir. – Por acaso já viu as coisas que a sua organização faz? – Ela acabou gritando, de um modo que assustaria qualquer um, mas Kemuri manteve-se imparcial, apenas ouvindo. – Vocês matam homens, mulheres e crianças; destroem famílias; roubam terras e dinheiro que foram conseguidos por outras pessoas com esforço e trabalho duro!! E você ainda quer me falar de honra?!

– Eu apenas sigo as ordens daquele que era o mais confiado por meu mestre. – O samurai respondeu, com o mesmo tom frio de todas as vezes.

Aika ficou muito tentada a puxar os próprios cabelos, tamanha era sua raiva; mas não agiria de modo tão infantil perante um inimigo. Isso e porque uma parte na frase dele a intrigou. Ela sabia mais ou menos o que era um samurai e as leis que eles seguiam. Além de Tsunade, Aika teve muitos outros professores enquanto crescia. Um deles foi um velho samurai já aposentado que passou um tempo no País das Ondas. Samurais só eram samurais quando tinham um mestre, ou serviam alguém ou algum lugar. Aqueles que não aderiam a essas condições, não eram considerados guerreiros.

– Você é um Ronin. – Falou, seu tom saindo acidentalmente acusador.

A expressão de Kemuri finalmente mudou, mas foi para uma completamente irritada. Preparou sua katana mais uma vez e se Aika não tivesse pulado para trás no momento certo, o golpe repentino dele a teria acertado direto.

– Eu não sou um Ronin! – O homem praticamente rosnou. – Eu tenho um senhor, eu o sirvo sem reclamar ou questionar!

– Talvez esteja aí o problema. Você cumpre as ordens de seu senhor perfeitamente, mas será que você acha certo o que faz? – Aika questionou. Parecendo ter atingido Kemuri com aquelas palavras, ela voltou a se aproximar. – Sei que tem bondade em você. Do contrário, por que me salvaria daquela cobra?

– Já disse que não seria algo justo nem-

– Mentira. – Ela o interrompeu. – Você não pensou em sua honra e muito menos na nossa luta quando matou a cobra. - O homem não disse mais nada e desviou seu olhar do dela, indicando que a Namikaze havia acertado.

E Aika conteve um suspiro de alívio ao perceber isso também. Na verdade, ela não tinha muita certeza quanto ao que disse, mas ainda bem que estava certa.

– Você poderia fazer tantas coisas boas. – A ruiva continuou. – Tem uma grande habilidade, e com o bom coração que eu vejo aí dentro, - apontou para o peito dele. – com certeza poderia fazer coisas bem melhores do que ajudar um grupo de bandidos. O que você acha? – Terminou, estendendo sua mão direita para o moreno.

Este estava completamente atônito. Não ouvia alguém falar tão gentilmente com ele desde que perdera a esposa. Foi na mesma época em que perdeu seu mestre. Por não ter mais nada para ele no vilarejo onde vivia, além de lembranças ruins, Kemuri decidiu seguir Akumu Warashi, o antigo amigo mais leal a seu mestre. Na época, não fazia ideia do tipo de pessoa que era Warashi ou do que o grupo dele fazia. E quando soube, já era tarde demais para voltar atrás.

Ele balançou a cabeça, tentando afastar as imagens de sua esposa e seu mestre, que tomaram-lhe a mente.

– Por que está fazendo isso? – Kemuri perguntou, fitando a mão ainda estendida de Aika.

– Hum... – A Namikaze deu de ombros. – Não sei direito. Só quero te ajudar.

– Me ajudar a perder o resto de minha honra? – Ele a interrompeu. Aquela conversa já estava começando a irritá-lo.

– Você já perdeu toda a honra que tinha quando se uniu a esses bandidos. – Aika respondeu, com seriedade a altura do tom do outro. – Mas eu sei que ainda não é tarde. Se você realmente quiser, vai poder mudar esse quadro!

– Cale-se... – Mandou o moreno. Sentia a cabeça latejar, aquele turbilhão de dúvidas só aumentava sua raiva.

– Não! Você ainda pode voltar atrás e tomar um caminho que seu mestre gostaria. Acha que ele está orgulhoso do que você se tornou??

Aquela foi a gota d´agua para Kemuri. Ele não viu mais nada, não ouviu mais nada. Tudo o que havia em sua mente era a trajetória de sua Katana até aquela ruiva que queria cortar ao meio.

– Eu disse para CALAR ESSA BOCA!!

Aika viu a lâmina em sua direção e como fez de todas as outras vezes, se esquivou. Mas infelizmente, talvez pela surpresa do ataque, não foi rápida o suficiente dessa vez e a lâmina da katara conseguiu lhe rasgar as pernas. Kemuri deu um macabro sorriso de satisfação ao ver as pernas da garota com um corte único e enorme que sangrava bastante.

“Droga! Vou ter sorte se só tiver cortado umas quatro veias.” – Aika pensou, sentindo uma grande quantidade de sangue escorrer. Mas ela não olhou para o ferimento. Agora que tinha sido atingida, não podia dar mais chances para o inimigo.

– Eu não ia te matar, garota, juro que não ia. – Kemuri começou, admirando o sangue em sua katana. – Mas quem sabe eu não corte fora essa sua língua!! - E dizendo isso, a atacou mais uma vez.

A situação estava complicada para Aika. Kemuri agora atacava pra valer, mais rápido e sem parar de investir em momento algum. Os machucados nas pernas acabaram diminuindo sua velocidade e a dor latejante ás vezes a desconcentrava.

Essa desconcentração era o motivo de alguns leves cortes em seu braço e um pequeno em seu rosto. Ela estava perdendo velocidade e temia a hora em que não fosse rápida o suficiente para escapar.

“Espera. Mais rápida... é isso!” – Uma ideia estalou na cabeça da Namikaze.

Em questão de um momento, ela pegou de sua bolça ninja duas bombas de fumaça e as atirou contra o chão, fazendo uma enorme nuvem de fumaça subir. E fazendo Kemuri perder a visão de tudo ao redor, inclusive dela.

– O que essa garota está planejando? – Ele se perguntava. Sabia que ela não fugiria, com certeza não, por isso era arriscado ficar ali parado. Mas ele não se faria de bobo zanzando por aquela névoa até acerta-la.

Um movimento perto dele o tirou de seus pensamentos. Rapidamente preparou a Katana, mas mal fez menção de se mover e sentiu outro movimento atrás de si. E mais um. E outro! E mais três!! Vinham de todas as direções, uns mais perto outros mais longe. Kemuri já estava ficado tonto quando a fumaça começou a se dissipar e ele viu, meio embaçado, o que parecia ser uma kunai. Não conteve um sorriso. Ela estava tentando acertá-lo??

– Ah, garota tola. – Murmurou para si mesmo, quando a fumaça finalmente baixou e viu Aika a poucos metros de si. Mas ao contrário do que ele esperava, ela não parecia surpresa por vê-lo inteiro. – Então? É só isso que tem pra mim?!

Aika estreitou as sobrancelhas e fez menção de que iria correr. Kemuri se preparou, a ruiva vinha em sua direção, mas quando ela deu um terceiro passo... Puf! Aika simplesmente sumiu aos olhos do Samurai.

Este arregalou os olhos, surpreso. Mas nem teve tempo de se questionar como ela havia feito aquilo, pois sentiu aguem lhe dar uma rasteira e caiu com tudo no chão. Enquanto caia, só conseguiu ver o voltou da ruiva, que logo voltou a sumir.

Mais uma vez, Kemuri não teve tempo nem para pensar e logo recebeu um chute no estomago que o jogou longe. E outra vez só viu um vulto de Aika passar por ele e sumir.

E foram assim mais várias vezes. O Samurai até se levantava, mas a ruiva desaparecia e reaparecia tão rápido que ele só sentia a dor de um soco quando já tinha sido arremessado novamente por um chute.

Foi quando ele já estava cambaleante que Aika surgiu bem em sua frente e lhe deu uma voadora que o fez chocar fortemente contra uma árvore. O baque foi tão forte que Kemuri acabou não se aguentando e deixou-se escorregar pelo tronco até ficar sentado. Abriu um pouco os olhos, sentindo seu corpo todo dolorido, e viu a causadora de seu estado se aproximando, agora andando calmamente.

– C-como...? Como você fez isso? – Ele perguntou, com certa dificuldade.

Aika não respondeu, apenas pegou uma de suas kunais que estava no chão e a mostrou para Kemuri. Pela segunda vez naquele dia, o moreno arregalou os olhos. Ele conhecia todos os heróis do mundo ninja (teve de aprender quando entrou para a Akumu) e só sabia de uma pessoa na história que usou aquelas kunais de três pontas.

– O jutsu do Raio Amarelo de Konoha... O Hiraishin no Jutsu. – Deduziu, e Aika confirmou com um aceno de cabeça. - Como você o aprendeu?

– Isso não importa agora. – Ela declarou. Fez alguns selos rápidos e de repente um buraco no chão se abriu, engolindo kemuri até não restar nada além da cabeça para fora. – Mas talvez eu te conte. Se, depois que tudo isso acabar, você ainda quiser voltar comigo. – E sorriu amigavelmente.

Kemuri só a observou enquanto ela ia na direção do armazém que ele fazia tanta questão de proteger. Agora? Não mais. Não depois desse encontro com uma ruiva tão intrigante.

– Ahm... Ei! Garota! – Aika parou e voltou-se para o homem semi-enterrado. Ele, por sua vez, desviou o olhar. – Limpe bem e deixe uma compressa molhada por uns dias e eles logo vão sumir.

A Namikaze sorriu, entendendo que ele se referia aos ferimentos. Agradeceu com um aceno de cabeça e voltou a andar em direção ao armazém.

Ela se espantou quando chegou perto da porta e ouviu vozes. Ou melhor, eram gritos! Com toda a força que ainda tinha, arrombou de vez a porta e se deparou com uma visão horrível: Dentro do lugar havia um longo corredor de celas. Nessas estavam, desde crianças machucadas até idosos deitados de tão fracos. Todos ali pareciam em agonia, principalmente as crianças, de quem a Namikaze percebeu serem os gritos que ela ouviu.

– Moça, moça! Nos ajude por favor! – Gritou uma menininha, a primeira a notar a presença de Aika.

Os outros também começaram a pedir, implorar por ajuda, então A Namikaze não perdeu mais tempo. Concentrando chacra em seus punhos, ela saiu quebrando cela por cela.

Quando arrebentou a última, cansada e ofegante Aika parou e olhou ao redor. As pessoas saíam, mas a maioria ia apenas para um estoque de remédios e voltavam para as celas. Muitos não conseguiam se mexer, por isso os que conseguiam voltavam para tratá-los.

No meio daquela bagunça uma garotinha que carregava vários rolos de ataduras acabou tropeçando. Um dos rolos foi até o pé de Aika, que o pegou.

– Aqui está. – Ela devolveu o rolo para a menina. - Você precisa de ajuda? – Perguntou, e a mais nova apenas assentiu. Elas chegaram em uma cela e a garotinha logo correu para perto de uma moça.

– Seiza-sama, eu trousse as ataduras! – Falou a pequena, entregando os rolos para a mulher.

– Obrigada, querida, nós vamos precisar. – A moça agradeceu. Aika a olhou bem. Ela conhecia aqueles cabelos castanhos e aqueles olhos verdes de algum lugar.

– Ahn... com licença? – Ela chamou a mulher, que pelo visto se chamava Seiza, e perguntou. – Por acaso você tem um filho chamado Suta?

– Suta?? – Seiza quase gritou. Correu até a ruiva e a olhou, aflita. – Você conhece o meu menino? Viu ele? Ele está bem?

– Fique calma. – Aika pediu. – Suta está bem, está em segurança na aldeia da folha. Foi graças a ele que soubemos do ataque ao vilarejo de você.

Seiza suspirou aliviada. Esteve tão preocupada com seu filho.

– Obrigada. Muito brigada mesmo. – A morena agradecia limpando os olhos marejados. – Ora, mas... o que foi isso? – Perguntou, apontando para os ferimentos da Namikaze.

– Ah, isso não é nada. – Aika fez pouco caso.

– Mas claro que é, isso pode infeccionar. Venha, deixe-me pelo menos limpar os machucados.

A Namikaze já estava para aceitar, afinal aqueles cortes estavam feios mesmo, mas antes que pudesse responder, um berro foi ouvido do lado de fora. Não foi preciso muito para sabem de quem se tratava.

– CADÊ A NINJAZINHA QUE SE ATREVEU A ATACAR O MEU BANDO!!

O líder da Akumu havia chegado


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