– E para você, eu sou páreo? - Aika perguntou. Não teria jeito, teria que lutar com esse cara antes que o lider chegasse, não conseguiria enfrentar os dois.

– Você é mesmo corajosa, garota. Para me desafiar assim tão descaradamente... - Kemuri levou uma das mãos às costas e desembaiou uma enorme lâmina, que Aika reconheceu como uma Katana.

"Um samurai." – Ela logo deduziu.

Ótimo! Aika não tinha habilidades com armas, apenas o básico com kunais e shurikens, e isso não era o suficiente para enfrentar um samurai. O único jeito seria atacar a distância, e esse também não era seu melhor estilo. Ela suspirou; aquilo seria complicado.

– O que foi? Eu estou esperando. - Kemuri despertou-a de seus devaneios. É verdade, ele não a atacaria, ela teria de fazer o primeiro movimento.

Por um momento, Aika se sentiu uma criança de novo. Costumava jogar xadres com um senhor idoso no País das Ondas quando era pequena, ele sempre deixava as peças brancas (as que começam) para ela. Mas diferente do jogo de tabuleiro, que ela sempre sabia como iniciar, não tinha ideia do que fazer agora.

– Eu até posso esperar, garota, mas se seu plano é tentar se livrar de mim antes de Warashi-sama chegar, é melhor se apressar. - O samurai a chamou mais uma vez. Aika não se importou por Kemuri ter deduzido seu plano, apenas suspirou sabendo que ele estava certo. Fechou os olhos e se preparou.

– Raiton!! Ame kõ sen no jutsu*!

Fez os selos em uma velocidade imprecionante para uma 'novata' e de repente o céu começou a escurecer. Trovões soaram altos por toda a parte antes que um relâmpago cortasse o céu. Relâmpago esse que mirava exatamente em Kemuri.

O samurai conseguiu desviar bem do primeiro, mas logo outros surgiram, um atrás do outro, cada vez mais próximos de acertá-lo. Mas tinha alguma coisa estranha com aqueles raios, e ele soube o que era assim que olhou para a Namikaze. Decidido a acabar com aquela brincadeira, ele não se mexeu quando o próximo raio o mirou.

Aika sorriu ao vê-lo parar de correr, e mais ainda quando ele deixou a katana a postos para bloquear o raio. Aquilo não iria adiantar, ele levaria um baita choque... Ou foi o que ela pensou. Arregalou os olhos com a cena, a lâmina pareceu absorver o relâmpago. A Namikaze não aguentou mais e caiu de joelhos, a respiração ofegante e a testa suada. Aquele era seu melhor ataque a distância, mas era muito cansativo. Transformar chacra em relâmpagos como os desse jutsu não era tarefa muito fácil, e aquele cara ainda conseguia escapar?!

– Uma lâmina que só absorve o que a fortalece. - Kemuri se pronunciou, olhando para sua katana com orgulho e admiração. - Chacra é uma dessas coisas, e devo dizer que o seu é bem imprecionante. - Elogiou, e em sua voz não havia ironia ou arrogância, ele estava sendo sincero. - Foi um jutsu muito bom, porém pouco eficiente, e você poderia ter me atacado com outra coisa que cansasse menos um pouco mais de perto, aquele ataque era para grandes distâncias. - Falava como se analisasse as ações dela para dar uma nota.

– Ok, já chega dessa aulinha. - A ruiva interrompeu o falatório do homem. - Eu já te ataquei, acho que você pode fazer o próximo movimento, não?

O samurai apenas sorriu de canto. - Está bem, então. - Apertou mais a katana. - Se prepare, garota.

Num piscar de olhos, Kemuri avançou com tudo. Aika teve de dar uma cambalhota para escapar da lâmina. E isso acabou se tornando um ciclo vicioso. Toda vez que o homem atacava, a Namikaze se esquivava. Ela bem tentava pegá-lo de surpresa e lhe acertar um chute, mas o outro era rápido, e ela não podia se arriscar muito a receber um golpe da katana.

Depois de alguns minutos repetindo os mesmo movimentos, Aika sentou algo pinicar suas pernaz. Olhou rapidamente para baixo e reparou que era apenas a grama que crescera demais. Isso seria um detalhe sem importância se, nesse meio segundo que se passou, uma pedra bem atrás de si não tivesse passado despercebida, fazendo a ruiva cair para trás.

Quando olhou para cima de novo, viu Kemuri lhe encarando. Seus olhos estavam frios e Aika não pôde refrear um arrepio quando o viu erguer a katana e preparar-se. Tudo o que conseguiu fazer foi abaixar a cabeça, mas quando pensou que o golpe viria... Mas tudo o que sentiu foi um vento passar de raspão por si e depois gotas de algo espirando em seu rosto.

Quando abriu os olhos novamente e olhou para o lado, arregalou-os. Morta, cortada ao meio, estava uma Gloydin, uma das espécies de cobras mais venenosas do mundo! O corpo do réptil jasia a centímentros do seu, com toda certeza a teria picado se não fosse... se não fosse...

– Por que...? - Foi tudo o que conseguiu perguntar, em um fio de voz, enquanto voltava seu olhar para Kemuri.

O homem que acabara de lhe salvar a vida.

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De volta a Konoha:

– Hahaha! Sério que a nee-chan fez mesmo isso? - Naruto perguntou, limpando as lágrimas dos olhos de tanto rir.

Nesse momento, ele, Hinata e Kaburada Yumi entravam pelos portões da Vila da Folha. O tempo para voltar do País das ondas foi um pouco maior que o esperado, mas não porque tiveram agum problema, e sim porque, como não havia motivo para preça, Naruto e Hinata se divertiam ouvindo as histórias da mais velha sobre a infância de Aika.

– É sim! Aquela menina... se não havia encrencas para ela se meter, ela criava uma. - Yumi contava, com um sorriso no rosto. - Naquele dia eu falei pra ela o seguinte: "Viu, minha filha? O ditado 'não cutuque onça com vara curta' serve tanto para onças quanto para Pitbulls".

E mais uma vez naquele dia, os três puseram-se a rir.

– Na, na, e como foi que a nee-chan conheceu a baa-chan? - Perguntou o Uzumaki empolgado. Era tão bom e divartido ouvir sobre sua irmã.

– Ahh, essa história é ótima, com certeza uma das melhores. Tudo começou num dia meio nublado quando... Mas olhem só, já chegamos. - Somente quando Yumi falou, que Naruto e Hinata perceberam estar de frente para o prédio da Hokage.

– Mas já...? - Naruto reclamou num muxoxo.

– Não se preocupem, eu conto junto com a Aika-chan algum dia. Pra vocês dois. - A Kaburada sorriu, antes de adentrar o prédio com eles.

– Yoo, baa-chan!! - Naruto cumprimentou, escancarando a porta.

– Gasp... Naruto...?! - Tsunade engasgou com a própria saliva ao ver o neto de concideração ali. Aika ainda não tinha voltado, ekes deveriam ter demorado mais! - Por que demorou tando para fazer algo tão simples, seu idiota? - Mas ela não deixaria transparecer, claro.

– Ahh, nós nem demoramos tanto assim, vai? - O Uzumaki retrucou.

– Você deve ser Kaburada Yumi. - Tsunade ignorou-o, voltando-se para a visitante da aldeia.

– Sou, sim. - Yumi respondeu, repentinamente fazendo uma reverência. - Obrigada, Hokage-sama, por ter aceitado a Aika-chan de volta.

A Senju sorriu e ía dizer que não tinha o que agradescer, quando uma vozinha roubou a atenção.

– Aika? - Um garotinho se pronunciou. Ele estava bem machucado, mas não parecia indisposto. - A moça ruiva boazinha foi...

– Suta-kun! V-você prometeu que ficaria quietinho se eu te levasse para passear! - Gritou uma Shizune desesperada. Olhou para Tsunade que também a encarava como se perguntasse o que ela fazia ali com aquele garoto.

– A Aika-nee-chan foi para algum lugar? - Naruto questionou.

Pronto! Tanto a Senju quando sua asistente não tinham mais o que fazer.

– Sim, ela foi pra minha aldeia, salvar a minha mãe e os outros dos bandidos.

Naruto se virou para Tsunade, seu olhar sério como poucas vezes se via naquele rosto.

– Que história é essa, baa-chan?