–- ... Desde que se foram, os Gigantes do Norte se renderam de uma vez por todas. –- Caspian anúnciou. –- Depois derrotamos os exércitos da Calormânia no Grande Deserto. –- apontou novamente. –- A paz reina em toda a Nárnia.

–-Paz? –- Edmundo perguntou um pouco surpreso e confuso

–- Em apenas três anos.–- Caspian falou satisfeito

–- E já encontrou uma rainha para você nesses três anos? –- Lúcia perguntou e logo em seguida colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. Diana achou esse gesto suspeito.

Novamente o olhar de cachorro que caiu da caçamba imundou o rosto de Caspian. Lá vem drama, pensou Diana

–- Não, nenhuma se compara à sua irmã

–- Peraí, mas se não há guerras para lutar, nem ninguém em perigo, por quê estamos aqui? –- Edmundo falou confuso.

Quando Edmundo e seus irmão eram convocados á Nárnia, sempre tinha problemas no meio, feiticeiras do mal atacando, papai noel de barba preta invasor ... e coisas assim .

–- É uma boa pergunta. –- Caspian confessou. –- Estou me perguntando a mesma coisa.

–- E pra onde estamos indo?

–- Antes de retomar o trono do meu tio, ele tentou matar os melhores amigos do meu pai e seus aliados mais fiéis, os Sete Fidalgos de Telmar. –- Caspian explicou.

Caspian virou-se para trás e olhou para os desenhos dos fidalgos de Telmar. Caspian achava que poderia encontralos. Os caras eram velhos demais, já deviam estar mortos, enterrados e sepultados, na opinião de Diana.

–- Eles fugiram para as Ilhas Solitárias. Ninguém mais teve notícia deles.

–- E você acha que aconteceu alguma coisa? –- Edmundo perguntou olhando desconfiado para os desenhos.

–- Se aconteceu, é meu dever descobrir. –- disse Caspian.

Um segundo de silêncio dramático.

–- O que fica a Leste das Ilhas Solitárias? –- Lúcia perguntou

–- Terras não mapeadas.–- Dirinian respondeu. Sério, aquele cara era estranho , quando ele não falava você esquecia que ele estava lá, Diana queria pendurar um sino que se coloca em vacas no pescoço dele. Assim saberia onde ele estava. –-Lugares que nem dão pra imaginar. Há contos de serpentes marinhas e bichos piores.

–- Serpentes marinhas? –- Edmundo perguntou em tom de brincadeira, tentando disfarçar os nervosismo .

Diana sorriu maliciosa.

–- Com medo de cobrinhas do mar, reizinho ?

–- Cala a boca, Diana

–- A boca é minha, eu calo só se eu quiser.

^.^

"Onde o céu e o mar se juntam

Doces ondas na espuma

Não duvide, Ripchip,

Para achar o que procuram

Direto ao Leste rumam"

Rip cantava alegremente.

–- Que bonito ! –- comentou Lúcia, se aproximando do rato.

Ripchip se virou assustado e encontrou Lúcia e Diana sentadas do lado dele. Essas duas ainda iriam matar o ratinho do coração !

–- Obrigado –- O ratinho agradeceu –- Uma dríade cantou para mim quando eu era só um filhotinho.

–- E desde então você não parou de cantar essa música irritante –- Diana falou e se virou para Lúcia –- Ele só pode cantar aqui , por que os marinheiros já estão cansados dessa musica, então o mandamos para aqui.

Ripchhip fez uma cara super ofendida.

–-Isso não é verdade!

–- É sim .

–– Eu nunca soube o significado, mas nunca esqueci as palavras. –- O rato continuou a falar , olhando para o mar.

–- O que tem depois das Ilhas Solitárias, Rip? –- Lúcia perguntou, mudando subtamente de assunto.

–- O lugar mais oriental a que se pode chegar é o fim do mundo. O País de Aslam.

Pais de Aslan. Isso era estranho para Diana ouvir. Era estranho saber que o pai dela era o senhor todo poderoso de Narnia e que também tinha um país, só dele.

–- Acredita mesmo que tal lugar exista? –- perguntou Lúcia.

–- Só nos resta acreditar, não é mesmo? –- O rato falou tristemente e Diana revirou os olhos, irritada. –- Você acredita em que o país de Aslan exista , Diana.?

–- Talvez –- A garota respondeu cautelosamente , já tinha passado muitas noites pensando nesse assunto.

–- E será que dá pra chegar lá de barco? –-Lúcia perguntou.

–- Bom, só existe um jeito de descobrir. –- Ripchip falou animadamente. –- Eu só espero que um dia eu ganhe o direito de ver

O rato se voltou a cantar e as garotas se sentaram num mais lugar afastado.

–- O que você acha que estamos fazendo em Nárnia ? –- A rainha perguntou .

Diana não fazia a menor ideia, mas estava tendo visões estranhas esses dias . A garota não achava que Aslan os mandou para Nárnia só para matarem a saudade , tinha alguma coisa por atrás disso ...

–- Não sei Lú –-Confessou –- Mas estou tendo visões estranhas...

Lúcia estava com a expressão preocupada.

–- Mas já que estão aqui é para aproveitar, certo ? –- A princesa falou, se forçando a parecer despreocupada.

–- É –- A rainha concordou.

–- Então Diana, você já arranjou algum príncipe para casar ? –- Lú perguntou animada.

A mais velha fez uma careta. Diana não estava muito afim de casar, e não tinha a menor vontade de virar uma dona de casa. Todas as mulheres casadas que ela tinha conhecido haviam virado seres que só cuidam da casa ( Diana não tinha muito talento para limpar casa, quando tentou arrumar seu quarto, ela quase conseguiu por fogo nele acidentalmente ) e se dedicam ao marido. Resumindo, a garota não queria casar.

–- Não. Eu não quero casar.

Lúcia olhou chocada para a menina.

–- Você não quer ter filhos e um marido ?

A princesa fez uma careta.

Filhos só serviam para te engordar, fazer você ficar feia e deixar seus peitos caírem, na opinião da menina.Diana não queria engordar, ficar feia e muito menos ficar com os peitos caídos, e além disso ela não gostava de crianças.

–- Não quero ter filhos.

Lúcia a olhou como se ela fosse um alienigena .

Então de repente, as garotas ouviram barulho de espadas se chocando e desceram para ver o que estava acontecendo. Edmundo e Caspian estavam treinando.

–- Seu irmão arranjou alguma coisa para fazer –- A mais velha comentou.

–- É

Edmundo e seu irmão lutavam bem, Diana tinha que concordar com isso.

Foi uma luta rápida, ficou em empate . Edmundo com a espada apontada para o peito de Caspian e outro com a espada apontada para o pescoço do rei .

–- Ficou mais forte, meu amigo! –- Caspian comentou depois que a luta acabou .

–- É o que parece –- O mais novo comentou, mas no fundo estava orgulhoso de si mesmo.

Então Diana teve uma excelente ideia.

–- Edmundo que tal uma luta ? –- A garota perguntou.

Edmundo queria sumir do mapa. Na última vez que lutou com a garota, ele apanhou feio e quase ficou depressivo. Ele pareceria bobo perante a tripulação se recusasse a luta, poderia parecer que estava com medo de uma garotinha. Mas se ele aceitasse ... Bem na última vez ele passou vergonha na frente do seus irmão , o que era bastante ruim, mas na frente de uma tripulação inteira ...

–- Tudo bem –- Edmundo concordou contra-a-gosto.

A garota puxou as adagas de prata do cinto e andou lentamente na direção de Edmundo.

–- Está com medo ?

–- Não.

–– Que bom ! que não está com medo, reizinho

Edmundo odiava aquele apelido, só isso.

A menina atacou rapidamente, se o rei não fosse rápido, ele estaria com uma bela cicatriz no rosto. Edmundo sabia que Diana não pegava leve nas lutas, por mais que fossem só um treinamento.

Ele atacou ela e a menina se esquivou rapidamente dando um sorriso malvado para o garoto. O garoto atacou com força e velocidade, arrancado a adaga direita da mão da garota

O rei sorriu confiante. Mas o sorriso durou pouco, Diana pegou a adaga no ar.

Cara, ela era rápida demais .

–- Não vão se matar –- Caspian brincou.

Edmundo conseguiu fazer a garota recuar até a parede. Ele fez um movimento em falso, conseguiu agarrar o pulso da menina e a pressionou na parede .

O garoto estava prestes a começar achar que tinha ganhado. Diana bateu o punho da outra adaga na mão dele o fazendo soltar sua mão. A princesa deu um golpe na direção do pescoço do menino no mesmo momento que ele colocava a espada na direção dela.

–- A luta está empatada –- Caspian interrompeu prevendo que ele podiam se matar nessa luta.

–- Até que você ficou melhor, reizinho