Radioactive escrita por Artur, Lucas XVI


Capítulo 30
Capítulo 30: I'm Radioactive


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores que tanto amamos! Bem, este é o último capítulo da fic! Sim, eu e o Lucas tomamos esta escolha por alguns compromissos pessoais, vestibulares etc. Não teríamos tempo para postara aqui, e foi com muita dor no coração que chego ao fim de mais uma fic minha.

Gostaríamos de agradecer a todos vocês que comentaram e incentivaram a continuação da história, a fic não seria mesma sem vocês. Aos leitores fantasmas ( espero que deem a graça de deixar um primeiro e último comentário. ) Enfim, um enorme obrigado a todos vocês, de coração.



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Radioactive

Dean fita seu olhar arregalado na presença de uma mulher alta, trajando uma camisa regata branca, com cabelos encaracolados e apunhalando uma arma diante de Lucy que estava no chão ainda presa na mobília. O jovem logo apunhala sua pistola e mira na direção da desconhecida, rapidamente, barulhos de passos ecoaram-se pelo abafado local, revelando a existência de mais sobreviventes.

– Calma rapaz, não queremos problemas! – Exclamou um homem alto, de pele clara e uma barba mediana, o rapaz trajava uma camisa social listrada de cor preta e um óculos de grau.

– Dean! – A voz rouca e fina de Lucy soou-se trémula, Dean então muda o trajeto do seu olhar para a loira mas ainda assim, mantinha os sobreviventes na mira de sua pistola.

– Lucy! Você está bem? – Perguntou assustado.

– Duncan e Jayden. Me ajudem a lentar esta prateleira. – Proferiu a mulher próxima a Lucy com uma voz autoritária, logo os homens citados caminham na direção de Lucy com pressa enquanto agachavam-se e faziam uma certa força para erguer a mobília.

Durante o processo, Dean olha de relance para outros dois sobreviventes que estavam próximos ao balcão da recepção da pousada. Um garoto, de aproximadamente dezessete anos apunhalava sua faca com convicção sem deixar sua face séria de lado, atrás dele, uma jovem com os cabelos preso em um rabo de cavalo mediano e uma tonalidade loira, encolhia-se por detrás do rapaz.

– Não se preocupe. – Esbravejou Lucy já de pé, enquanto corria na direção de Dean e o abraçava fortemente. – Ela me ajudou, atirou no errante que tentava me morder.

Dean nada responde, apenas confere se a companheira estava bem e logo retorna a olhar para os demais sobreviventes com firmeza. Logo, Dean lembra-se de Ryan e Rose, e que ambos estavam cercados pela horda próxima ao posto de gasolina.

– Ok, se vocês são boas pessoas, venham comigo! Temos uns amigos que precisam de ajuda! – Esbravejou com urgência Dean deixando a pousada e levando Lucy consigo, os demais sobreviventes se entreolham por um tempo mas, logo decidem ajuda-los. No lado de fora, Ryan ainda estava de pé sob o capô do automóvel, o sobrevivente fincava sua faca no crânio de um ou dois zumbis que se debatiam no carro.

– Ryan!! – Gritou Lucy tendo sua voz ofuscada pelos inúmeros grunhidos dos transformados no local, a loira fica atordoada diante da enorme quantidade de errantes e, apenas acompanha com o olhar, Dean correndo na direção do companheiro apunhalando sua pistola e disparando no crânio dos errantes conforme se aproximava.

– Vamos! – A voz da mulher que salvara Lucy dentro da pousada ecoou-se gravemente, rapidamente ela juntamente aos demais sobreviventes do seu grupo, corriam na mesma direção de Dean, enquanto derrubam os zumbis que rodeavam o carro.

Dean assente com a cabeça em um gesto amistoso ao ver que todos os outros sobreviventes ajudavam a salvar Ryan e Rose, estava última permanecia no interior do carro completamente trémula e abatida. E, após vários disparos e crânios perfurados, eis que Ryan finalmente pôde saltar de cima do carro visto que todos os errantes haviam sido eliminados.

– Obrigado cara, passei um sufoco tremendo aqui. – Agradeceu o rapaz, apoiando-se no carro enquanto respirava intensamente, o suor transbordava pelo seu rosto, sua camisa preta já estava com uma enorme mancha envolta do pescoço.

– É, parece que as hordas estão se multiplicando cada vez mais. – Pronunciou o um dos rapazes que acompanhava a mulher que salvou Lucy. – Fomos cercados também, e viemos parar lá dentro daquela pousada, você teve muita sorte.

O homem conclui enquanto direcionava seu olhar à Lucy que a agradece novamente. Ryan rapidamente chuta os errantes amontoados em volta do carro deixando a passagem livre enquanto abria a porta e de dentro, retirava Rose, completamente abatida.

– Ela foi mordida? – Perguntou uma jovem loira, também do recente grupo de sobreviventes da pousada.

– Não, apenas foi ferida em uma confusão enorme que houve a alguns dias. – Respondeu Dean, querendo evitar tocar no assunto da Fortaleza, Lucy percebeu e apenas acariciou o ombro do jovem.

– Viemos para cá a procura de remédios. – Esbravejou Lucy, apontando para a farmácia próxima do posto de gasolina.

– Suponho que não tenha encontrado quase nada. – A voz suave e tranquila da mulher que salvara Lucy ecoou-se pelo local. – Meu grupo saqueou todas as farmácias e mantimentos pela redondeza, infelizmente os remédios estão a alguns quilômetros daqui juntamente a uma amiga nossa que é médica. Podemos leva-los se quiserem.

Lucy e Dean se entreolham, o silêncio é predominante diante dos sobreviventes. Após a queda da Fortaleza, todos começaram a desconfiar de tudo que fosse uma ameaça, inclusive pessoas.

– Qual é Dean! – Murmurou Ryan ajudando apoiando os braços de Rose em volta do seu próprio pescoço. – A Rose precisa de ajuda, não podemos ficar aqui parado esperando a infecção se alastrar! Se você não vai, eu vou.

O jovem realiza alguns passos a frente enquanto parava e olhava mais uma vez para Dean, queria certificar-se da decisão do jovem. Lucy segura a mão do rapaz com firmeza enquanto balançava a cabeça assentindo e, por fim, Dean suspira e aceita ir juntamente aos outros sobreviventes.

Os sobreviventes logo se encontram com uma estrada coberta por folhas secas, o que simbolizava o outono. Alguns errantes surgiam mas o grupo conseguia elimina-los com extrema facilidade. Dean ia mais atrás com Lucy ao seu lado e Ryan ajudando Rose a andar ainda com dificuldades, enquanto os outros desconhecidos iam mais a frente guiando os demais.

– É ali! Estão vendo aquela placa? É onde marcamos o nosso acampamento, é por dentro da floresta. Logo vocês irão ver três cabanas enormes quando entrarmos na mata. – Comunicou a mulher, com um tom de voz alto.

Dean e os demais apenas assentiam com a cabeça, e antes que pudessem adentrar na floresta, o corpo de Rose fica imóvel parecendo uma boneca de pano, a ruiva então desmaia nos braços de Ryan que grita desesperado por ajuda, o rapaz deita Rose em seus braços enquanto corria na direção da placa visada pela mulher.

– Entre por ali! Você verá as cabanas, leva-a para a do meio! Mônica estará lá, diga que está conosco! – Gritou a líder do grupo enquanto todos corriam seguindo Ryan. Não demorou muito e logo todos se viam no interior da floresta já no local onde três cabanas de tonalidade verde foram montadas.

– Mônica, ela desmaiou! Foi ferida e está infeccionado, acha que pode ajuda-la? – Perguntou com urgência a líder.

– Claro, coloque-a nesta maca! Irei analisa-la. – Respondeu uma mulher de óculos e jaqueta branca com cabelos castanhos ondulados.

As horas se passaram, e o grupo já estava acomodado. Era de noite e Ryan fazia companhia à Mônica no interior da cabana em que Rose estava desacordada, a médica analisa o corpo da jovem enquanto remexia em inúmeros equipamentos espalhados pelos caixotes do local.

– Ela irá sobreviver? Mônica ..? – Questionou receoso Ryan.

– Não sei, é muito imprevisível. Ela desmaiou e pode muito bem retornar como errante a qualquer hora, não sabemos se a infecção já se alastrou pelo corpo dela. – Respondeu a mulher ajeitando os óculos. – Ah, pode me chamar de Moni, todos me chamam assim.

No lado de fora, uma fogueira de tamanho mediano foi montada com algumas pedras grandes em volta da mesma. Todos estavam em volta da mesma aquecendo-se enquanto a líder remexia uma galho com alguns peixes em volta dele.

– Arranjamos esses peixes em um rio hoje mais cedo. E como disse, fomos surpreendidos por uma horda e fomos parar lá naquela pousada. Me chamo Olívia, você é Dean certo? – Apresentou-se a mulher com a voz firme. Dean apenas confirma com um balançar de cabeça.

– Esses são Jayden e sua filha Amber. – Apresentou Olívia para o homem de camisa social listrada e uma garota loira de casaco jeans e botas acinzentadas. – Billy, o namoradinho da Amber, e aquele é o Duncan. Não se preocupe, ele está fazendo a vigília da noite.

– Vocês são lindos juntos. – Disse gentilmente Lucy à Amber e Billy que estavam abraçados em volta da fogueira.

– Obrigada. – Agradeceu a adolescente gentilmente.

– Você, é a líder deste grupo? – Questionou Dean franzindo o cenho enquanto Olívia o encarava com um sorriso em face.

– Não no inicio. – Respondeu a mulher dando uma pausa para suspirar. – Meu marido nos guiava mas, ele foi pego por uma horda a uns quatro dias. Desde então senti a necessidade de continuar o trabalho dele, acho que estou conseguindo.

– É claro que está, nem lembro da última vez que comi peixe! – Brincou Billy retirando um peixe do graveto e o abocanhando com alvoroço, todos riem enquanto Lucy tocava nas mãos de Dean, o mesmo a encara sereno até que a loira o abraça apertado.

– Fico feliz que estamos todos juntos novamente e termos encontrado essas pessoas. Ryan, eu e você! Juntos como antigamente. Só faltou a Quinn ... – Sussurrou Lucy fazendo uma pausa como se evitasse algo mas logo completando em seguida: - E a Anne.

– Elas morreram? – Perguntou Jayden, intrometendo-se na conversa de ambos.

– A Quinn sim entretanto, não sabemos se Anne está viva ainda. – Respondeu Lucy, entristecida.

– Ela está morta. – Disse ríspido Dean. Lucy o olha como se a esperança do jovem estivesse se esgotado, como se o mesmo estivesse retornando aquele tempo de antes. O silencio retorna a prevalecer e só o barulho das brasas da fogueira se ecoava.

– Vocês são um casal? – Pergunto Olívia, em relação à Dean e Lucy, a loira responde um sim sinalizado com a cabeça. – Não parece, você é bem calado .. Dean.

– Já estou acostumada com isso, pode apostar. – Brincou Lucy arrancando alguns sorrisos de Dean, a loira então aproxima sua face do rapaz realizando um rápido beijo sendo interrompido por Jayden.

– Vamos parar com isso! Daqui a pouco a Amber fará a mesma coisa com o Billy! – Exclamou o homem coçando a barba enquanto todos riam ao seu redor.

I’m waking up to ash and dust
I wipe my brow and sweat my rust
I’m breathing in the chemicals

Pov. Anne

Os últimos dias tem sido os mais complicados para mim. Me separei do meu antigo grupo no ataque da Fortaleza, vi o Albert e a Selena morrerem na minha frente além de voltar para a estrada com um estranho, bem, nem tão estranho assim. Minha cabeça estava uma confusão, tentava esquecer o Dean e os outros mas logo as lembranças voltavam, era tão mais fácil antes de conhecer eles! Tive que me adaptar a esta nova fase, Logan era um companheiro especial, ele me entendeu e pela primeira vez, não fui vista como uma arrogante e egoísta por alguém.

A fabrica onde contei sobre o que fiz com minha filha para o Logan foi invadida por alguns errantes, tivemos que fugir imediatamente sem almejar nenhum lugar sequer. Voltamos para a estrada, não era tão ruim quando se tem alguém engraçado e carismático ao seu lado. Logan realmente me deixava mais feliz, ele me mostrou um outro caminho para se seguir neste apocalipse.

– Vamos parar um pouco, estou cansado! – Sua voz grossa ecoou-se abafada. Viro-me e vejo Logan deitado no meio da estrada com as mãos em volta da cabeça.

– Não acredito nisso, vai ficar ai mesmo? Não irei fazer nada se um errante aparecer e te abocanhar! – Respondi, tento não parecer ríspida e seca mas, simplesmente não consigo.

– Sem essa, você precisa de mim. – Ironizou Logan enquanto elevava seu tronco e esboçava um enorme sorriso em face. Mesmo soando arrogante as vezes, Logan nunca me criticara por isso, era como se ele me entendesse tudo que sinto e que penso.

– Vamos Logan, se levanta! Nem estou tão cansada assim. – Supliquei e logo o mesmo ergueu-se e já andejava ao meu lado, transpirando intensamente. Avistamos algo no final da pista, era uma enorme grade pontiaguda de tonalidade preta com alguns aberturas entre as estacas de ferro da mesma.

– Acho que encontramos uma moradia! – Exclamou Logan, correndo na direção do local. Suspiro um pouco e logo o acompanho apunhalando meu facão. Logo estávamos de frente as grades principais a qual era rodeada por muros não tão altos que já estavam coberto por plantas laterais.

Logan me olha silencioso mas seu olhar já diz tudo. Ele segura as grades um pouco tortas com força, fita seu olhar no interior do local mas não enxerga nada. Minha atenção é voltada para uma placa caída no chão, dizia ‘’Bem-Vindos à Vila Greenville’’.

– Acho que isso era um vila, será que foi dominada? – Questionei ainda observando a placa.

– Não saberemos se não entrarmos! – Respondeu empolgado enquanto subia pelas grades com esforço e já se encontrava do outro lado, hesito um pouco mas acabo fazendo o mesmo. Nos víamos já no interior do local, existiam pequenas casas espalhadas pelo terreno, não era muito grande, muita gente humilde vivia aqui.

Algumas casas estavam destruídas, outras permaneciam intactas. Logan não consegue esconder a enorme satisfação de encontrar um local aparentemente seguro para nós dois.

– Vamos olhar por ali, depois entraremos em todas as casas e eliminaremos todos os zumbis que surgirem. Vamos limpar esse local. – Disse decidido o mesmo enquanto me olhava determinado e me puxava pelos braços.

Avisto um poço de água mais ao longe, porém, o local onde o mesmo se encontrava estava totalmente infestado de errantes, e por sorte nenhum percebeu nossa presença.

– Esse lado está cheio deles, podemos ficar do outro lado em uma daquelas casas. –Sussurrou Logan, cauteloso.

Retornamos o caminho até chegar em uma casa, optamos por entrar e rapidamente dois transformados surgem na sala e andejam na nossa direção. Logan toma a liderança e atinge o primeiro com sua barra de ferro, dou apoio decapitando o outro com meu facão.

– Vou olhar lá em cima, tenta não causar problemas por aqui, certo? – Esbravejou Logan, faço uma careta enquanto observo ele subir as escadas vagarosamente. As horas se passaram e a casa já estava completamente limpa de qualquer andarilho.

Sento-me no sofá enquanto suspirava intensamente, estava exausta de tanto andar afinal, passaram-se cerca de 2 ou 3 dias depois que saímos da Fortaleza. Logan estava estirado no outro sofá, precisávamos de um descanso depois de passar por tanta coisa.

– Essa vila, eu acho que vi um arsenal nas localidades infestadas, poderemos ir lá amanhã acho que conseguimos eliminar todos eles. – Pronunciou Logan enquanto fazia uma pausa e começava a me encarar atentamente.

– Você não sente falta do seu antigo grupo? Digo, eles eram seus amigos certo?

– Eles são o passado Logan, quero esquecer isso. – Respondi tranquila, suspiro enquanto fecho meus olhos e acabo adormecendo.

Fui acordada no dia seguinte por um barulho de disparos um pouco abafados, eles se multiplicaram e logo eu estava acordada, procuro o Logan e o mesmo estava na janela observando tudo visivelmente nervoso.

– Que bom que você acordou. – Começou a afirmar pegando sua barra de ferro. – Ouvi gritos e disparos, pode existir mais pessoas aqui. Pega sua faca e vamos!

Fico atordoada, não sabia o que fazer. Logan abre a porta e a clarão invade meus olhos, o incomodo logo passa, na vila os caminhantes já estavam mais dispersados diante dos disparos, dou alguns passos até aproximar-me de um enquanto cravo meu facão no cérebro do mesmo, Logan corre na direção oposta, e apenas o acompanho com o olhar.

– Ali! – Ele grita apontando para a grade principal, um homem estava sendo cercado do outro lado dos muros, Logan tenta ajuda-lo gritando para entrar mas, um grito de dor desesperado se ecoou, era tarde demais.

– Espera Logan! – Corro na direção dele desviando de alguns zumbis que se espalhavam pela rua da vila. O homem do outro lado do muro já havia sido dominado, não se ouvia nenhum grito, apenas o barulho dos errantes se debruçando das entranhas do rapaz.

Logan repentinamente para de andar, ficando de frente a grade de ferro e após aproximar-me um pouco, noto que outros zumbis forçavam a queda do portão. Logan me olha de relance, ele inspirava intensamente, seus olhos fitavam-se nos transformados que passavam seus braços por dentre as brechas das grades.

– Não podemos fazer nada Logan ... – Sussurrei tocando no seu ombro, ele nada diz mas eis que um ruído se ecoou, e vinha da grade. Logo as brechas se aumentaram e a quantidade de errantes também, Logan mais ágil, me empurra para o lado quando viu, que o portão não aguentaria.

A grade vai ao chão e desesperado, Logan grita para que corresse. Ele apunhalava uma pistola, e acertava nos errantes mais próximos, seguro minha faca com convicção enquanto fincava-a nos primeiros que adentravam aquela parte da vila.

– Agora Anne, corre! São muitos! – Berrou Logan já desistindo de elimina-los enquanto corria na direção oposta dos transformados que nos perseguiam.

– Vamos ter que sair daqui! – Gritei nervosa. – Aqueles zumbis do outro lado da vila logo serão atraídos para cá!

Logan fica cabisbaixo por alguns segundos, parecia estar temendo algo iminente, ele fecha os punhos enquanto trincava os dentes. Logan vira-se para o lado dos errantes que nos seguiam e corria na direção dos mesmos.

– Não Logan! – Gritei desesperada.

– Essa é a única saída! O outro lado está infestado, devemos que enfrentar estes daqui! – Respondeu ele atirando nos caminhantes, dou um suspiro mas definitivamente era a nossa única opção, não poderíamos correr o risco de nos encontrarmos com a outra horda da vila e ficarmos cercados.

Acabo correndo na direção dos zumbis que nos seguiam, ajudando-o a elimina-los. Meu facão perfura diversos cérebros mas, a quantidade de errantes só multiplicava. Demos a volta enquanto os vermos ainda persistiam em nos seguir até que chegamos na entrada principal onde o portão havia cedido.

Mas, antes que pudéssemos nos safar desta situação, não notamos a presença de um errante próximo que acaba agarrando o braço esquerdo de Logan, mordendo-o com alvoroço. Um grito rouco e grosso se ecoa e quando me viro, vejo-o agachado com um ser pútrido mordendo seu membro, não acredito no que vejo, meus olhos se arregalam enquanto Logan sangrava intensamente.

– Logan!! – Berrei em meio ao desespero, o mesmo saca sua arma e atira no crânio do verme que devorava seu braço e ombro direito. Logo, os outros zumbis que nos seguiam se aproximo, corro ficando na frente de Logan enquanto eliminava-os com o meu facão.

– Não precisa fazer isso ... – A voz de Lougan soou com dificuldades. – Você tem que sair daqui, os outros já estão aqui. – Concluiu Logan apontando para a outro direção, a horda enorme de zumbis que dominara aquela área da vila já caminhava na nossa direção, e o estrago, seria grande.

– Não posso te deixar aqui, não consigo! – Exclamei em meio as lágrimas, agacho-me verificando seu estado, Logan apenas me olhava com aquele seu olhar sereno e pacifico, ele balança a cabeça em um gesto de positividade, aproxima seu rosto do meu com dificuldades enquanto dava-me um último beijo.

O mesmo foi interrompido pelos grunhidos dos zumbis que já se aproximavam intensamente, Logan dá um suspiro enquanto pedia para que eu fosse e sobrevivesse a todo custo.

– Obrigada... – Surrei ainda chorando, ele me fita com um sorriso de lado. Ergo-me e corro na direção da saída, passo por cima do portão que outrora foi derrubado enquanto o olho pela última vez, a horda já havia tomado conta.

Passaram-se alguns minutos, e a mesma horda de antes já me perseguia, queria ter tido mais tempo com o Logan, ter agradecido por ter me mostrado um outro lado meu, que posso ser outra pessoa. Mas, infelizmente não tive tempo, e logo a horda me alcançaria.

I’m waking up
I feel it in my bones
Enough to make my system blow

Pov. Dean Walt

A fogueira já estava diminuindo, Lucy permanecia ao me lado apoiando sua cabeça no meu ombro. Todos estavam em silêncio, apenas Ryan conversava com a Mônica no interior da cabana, Rose ainda não tinha acordado do desmaio e a situação começava a se tornar crítica.

Olívia era uma boa mulher, sabia liderar seu grupo nos ofereceu ajuda mas ainda assim, mantém sua guarda continuando a fitar seus olhos em nós. O grupo dela era bem dinâmico e unido, pelo menos foi o que aparentou, talvez tudo fosse diferente se nós fossemos unidos desde o início, as vezes penso que o culpado de toda esta situação foi eu, e essa minha arrogância de sempre.

– Ei Duncan, você já está ai a uma hora. Não acha que é hora de descansar? – Perguntou Jayden fazendo sua filha Amber despertar.

– Você ainda não entendeu, Jay? – Indagou o rapaz olhando de relance para o companheiro enquanto retornava seus olhos na dimensão da floresta ao nosso lado. – Devemos ficar atentos a toda hora, esses vermes surgem como baratas.

– E também estou dando cobertura aqui! – A voz de Billy se ecoou um pouco mais distante dali. O jovem apunhalava um rifle enquanto caminhava para direita e esquerda, Ryan logo surge de dentro da cabana fazendo nossa atenção voltar-se para o mesmo.

– E então, como a Rose está? – Perguntou Lucy, levantando-se. Ela demonstrava uma enorme preocupação para uma pessoa que nem conhecemos direito, Rose apenas no levou para a fortaleza, e só.

– Moni acha que pode controlar a situação, está bem instável. – Respondeu Ryan bastante aflito, ele suspira um pouco e logo retorna a falar. – Rose ainda está desmaiada.

Lucy o abraça tentando consola-lo, sinto que Olívia ficou apreensiva diante da situação, somos estranhos e Rose colocava em risco todos nós. Amber caminha na direção de Billy cedendo o lugar para Ryan.

– Esse lugar, conhecemos bem ele certo Lucy? – Questionou Ryan com um largo sorriso em face, enquanto observava toda a mata ao nosso redor. Lucy dá um suspira, fecha os olhos por alguns segundos enquanto responde:

– Sim, éramos só eu você e a Quinn. Nós três contra esse mundo devastado. – Sua voz estava leve e delicada, como se aquilo trouxesse lembranças boas e más. Lucy me olha de relance enquanto focava seu olhar na fogueira.

Se eu nunca tivesse conhecido ela, talvez a Quinn estivesse viva, e a Anne teriam encontrado eles tornando-se um boa integrante do grupo, mas quem dera se tudo fosse como quiséssemos. Olívia se levanta e ao mesmo tempo que a morena iria pronunciar algo, um rosnado abafado pode ser ouvido por todos nós.

Nos entreolhamos em silêncio, Olívia franziu o cenho e logo depois, um grito alto e potente atraiu a nossa atenção. Todos se levantam enquanto barulhos vindo de dentro da cabana onde Rose era tratada, se ecoou posteriormente.

– Moni!! – Berrou Olívia correndo na direção da cabana, fazemos o mesmo enquanto Duncan permanecia no lado de fora, fazendo sua vigília.

Adentramos na cabana, e logo fito meu olhar em Rose, transformada em um daqueles seres pútridos, mordendo o pescoço da médica do grupo de Olívia, que revirava os olhos enquanto ecoava seus imensos gritos de sofrimento e dor. Lucy evita olhar para aquela cena, noto que Ryan ficara paralisado enquanto Jayden abraçava sua filha Amber.

– Alguém tem que fazer algo! – Exclamei olhando para todos. Olívia então toma possa da liderança, a morena afasta Rose com um chute enquanto puxava Mônica para um lado, afastando-a da transformada.

– Rose, não. – Choramingou Lucy.

Dou alguns passos a frente enquanto retirava uma faca estendida no chão, seguro-a com firmeza e quando já andejava na direção de Rose pretendendo por um fim no seu sofrimento, eis que Ryan segura meu punho com força, ele me olha com convicção enquanto assentia com a cabeça.

Entrego-lhe a pequena faca, Ryan andeja na direção de Rose que estava jogada ao chão, ela tenta se levantar e ir na direção de suas presas mas, Ryan é mais rápido chutando-a novamente e fazendo-a cair no chão. Ele eleva a faca olhando fixamente para a ruiva que grunhia intensamente.

– Até mais, Rose.

Um único movimento é feito, Ryan ao lado do corpo de Rose nos olha com um olhar entristecido, ele ainda tinha uma esperança em relação à Rose, mas tudo desmoronou. Lucy me olha, sua pele clara realçava seu rosto vermelho de tanto segurar as lágrimas.

– Sinto muito Moni. – A voz de Olívia ecoou-se desta vez, um disparo é feito assustando todos nós, Mônica estava estendida no chão com seu crânio perfurado pela bala, seu sangue já escorria meu solo da floresta, todos ficamos em silencio, Amber era consolada pro Billy e por Jayden até que o grito de Duncan prevaleceu.

– Ei pessoal! Zumbis!! Por todas as partes!! – Gritou o homem que logo depois, começou a disparar na direção dos invasores. O grupo estremeceu, o nervosismo era visível na face de todos eles, Olívia pega várias armas de dentro de uma caixa e entrega para todos do seu grupo.

– Vamos fazer o que sabemos de melhor, sobreviver. – Enalteceu ela entregando-me uma arma de alto porte, nos retiramos da cabana e logo ficou visível a imensidão de andarilhos que se espalhavam pelas localidades.

Duncan ia atirando nos mais próximos, o homem se vira ao notar nossa presença mas em um deslize, também é mordido no pescoço, sendo rapidamente tomado pelos demais errantes.

– Droga Duncan! Isso é uma horda? – Berrou Billy disparando nos demais transformados que cercaram a área.

– Parece que sim, devem ter sido atraídos pelo disparo! – Respondeu Amber, apunhalando sua singela pistola caso houvesse a necessidade de se defender.

A cor verde que predominava diante das árvores e plantações, deixou-se levar por um tom acinzentado e sem vida dos caminhantes que dominavam o lugar quase que por completo, era uma horda enorme, provavelmente da mesma quantidade que invadiu a Fortaleza, ou maior. Ryan começa a atirar ao lado de Olívia, não tivemos nem a chance de lamentar a perda de Rose, Lucy estava logo atrás de mim, também com sua arma.

– Tome cuidado! – Exclamei enquanto dava alguns passos a frente e disparava na direção dos errantes. Começo a ficar preocupado quando dois zumbis agarram Billy, mordendo-o em diversas partes do corpo, o garoto gritou intensamente, mais do que qualquer um.

– Billy! – A voz de Amber se ecoou, a loira corre na direção do amado, Jayden tenta impedir a filha mas a garota é cercada por inúmeros errantes e, sem chances de se defender, acaba sendo mordida também.

Fiquei perplexo com a facilidade de que todos estavam sendo cercados e acabavam sendo mordidos, uma aglomeração de zumbis ficava ao redor daqueles que já foram dominados, enquanto os demais continuavam a vir na nossa direção.

– Dean! – Ouço Lucy gritar, viro-me sem entender até que percebo do que se tratava, Lucy estava sendo cercada pelos errantes enquanto procurava um novo pente para recarregar sua arma, mas a mesma estava sem munição extra.

– Lucy!! – Gritei desesperado torcendo para que ela pudesse sair daquela situação ilesa, infelizmente um errante surge por trás e abocanha seu braço direito, o mesmo se repete com outro zumbi que avança na direção do outro braço, e por fim, mais um errante abocanha seu pescoço, cessando os seus gritos de vez.

Fico paralisado, tudo que consigo escutar eram os disparos feitos pela Olívia, Ryan e Jayden, meus olhos fixam-se na imagem de Lucy sendo dominada aos poucos, seus lindos olhos verdes me fitavam, ela não gritava, pelo contrário, sorriu como se estivesse satisfeita de tudo que fez e viveu.

Uma raiva se eclode dento de mim, atiro na direção de todos os zumbis que estavam em cima de Lucy, um chega bem perto de me morder mas, acaba sendo derrubado por Ryan que grita intensamente:

– Vamos Dean! Não podemos fazer nada agora, temos que sair ou morreremos!

Dou de ombros agachando-me ao lado do corpo estirado de Lucy, ela olhava fixamente para cima, sua respiração sessou, perdi minha amada. Quando me dei conta, as lágrimas já escorriam pelos meus olhos, nunca pensei que choraria por alguém, ainda mais nesse apocalipse.

– Vamos Dean, devemos superar as perdas! – Foi a vez de Olivia gritar, ela estava ao lado de Ryane e Jayden, ambos tentando se afastar dos restantes dos zumbis. Eles insistiram mas, acabaram correndo e fugindo da horda que já dominara o acampamento por completo,

Ergo a cabeça de Lucy um vento forte balança seus cabeços dourados, minha visão fixa-se na sua blusa rosa-claro, a mesma que lhe entreguei a muito tempo atrás. As lágrimas só aumentaram e antes que a mesma pudesse retornar como um deles, saco minha arma e acabo disparando no seu cérebro.

Levanto-me sem desviar meu olhar nela, os zumbis remanescentes da horda já tentavam me abocanhar, disparo na direção dos mesmo, e por fim, caminho na direção oposta da horda, ultrapassando os limites do acampamento.

I’m breaking in, shaping up
Then checking out on the prison bus
This is it, the apocalypse

Eu estava sozinho novamente, assim como no inicio de toda essa praga, lembro-me de caminhar pela floresta e encontrar uma linda garota fraca e cansada, Lucy, mas isso não passou de lembranças, eu estou sozinho do jeito que era pra ter sido desde o inicio. O único culpado pela morte de Lucy e os demais sou eu. Uma claridade surge no alto, o sol já se predominava e aquele circulo que vi nos primeiros dias do apocalipse, desapareceu. Consigo sair da floresta e encontrar uma estrada, que provavelmente me levaria a lugar nenhum, mas mesmo assim, continuei a caminhar mesmo que não tivesse um rumo.

É como Lucy disse antes, sou radioativo. Minhas esperanças se esgotaram e por isso Lucy e os demais estavam mortos, estava com medo e receoso e isso alastrou-se pelos demais. No inicio não acreditava nessa afirmação de Lucy, mas agora, começa a fazer sentindo.

Um barulho estranho ecoou-se vindo da floresta, viro-me já erguendo minha arma na direção das plantas a qual se mexiam, e eis que surge uma mulher de cabelos pretos e lisos, pele clara e olhos azulados, bastante suja e pútrida, roupas rasgadas e um olhar fuzilante, um rosto familiar para mim o que só confirmava o quanto sou culpado pela morte de todos, ela caminha na minha direção sem acreditar no que via, esboço um sorriso lateral enquanto assentia com a cabeça, estávamos juntos novamente, e quem sabe desta vez, eu possa mudar todo esse percurso que fiz, sem ser, radioativo.

Welcome to the new age

To the new age

I'm radioactive

Radioactive


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Notas finais do capítulo

Sei que deve ter ficado corrido e enorme, mas acontece que iriamos esticar a fic e tive que resumir todos os acontecimentos neste último capítulo! Enfim, espero que tenham gostado não só do cap mas de toda a fic no geral, agradecemos novamente a todos vocês!

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