Radioactive escrita por Artur, Lucas XVI


Capítulo 28
Capítulo 28 : Turning Tables


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, como vão? Insatisfeitos com o atraso, aposto, entretanto a justificava que vos dou é única e mundialmente compreensível: Avaliações do 3 Bimestre. Prova em si já é um horror, e quando são as do 3 Bimestre ( pra mim é o decisivo ) é pior ainda. Eu e o Artur estavamos tendo prova e nenhum dos dois pôde ceder o estudo para redigir Radioactive. Mas enfim, aqui está! Nossas provas ainda não acabaram, mas a coisa já esfriou bastante, espero que aproveitem o capítulo. Eu não tive muito tempo para corrigí-lo, então peço desculpas antecipadas. Boa leitura!



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O dia estava úmido, havia tido chuva nas últimas quatro horas, mas naquela parte da floresta apenas algumas gotas d'água conseguiam realmente molhar Ryan ou Rose por causa das grandes ramificações das árvores que projetava suas enormes folhas como guarda-chuvas naturais.

– A coisa vai ficar feia se não arrumarmos um espaço para descansarmos e cuidar melhor da sua ferida. - Bradou Ryan enquanto seguia com o braço entre-laçado ao pescoço de Rose, apoiando-a.

– Já limpamos o corte e fizemos um curativo, estou bem. - Respondeu Rose, olhando-o nos olhos.

– Improvisamos um curativo, você quis dizer. - Após, Ryan fez uma pausa na caminhada e deixou Rose só enquanto rumava até uma grande ramificação do galho de uma árvore de grande porte. - Está com sede?

– Ficaria feliz em ter um pouco de água, obrigada. - Disse Rose, juntando-se á Ryan.

O rapaz ofereceu o lugar para a jovem que avançou e observou atentamente as enormes folhas verdes do galho.

– Aquela ali. - Apontou Rose enquanto arrancava cuidadosamente a folha e dobrava-a com cuidado para não deixar que a água acumulada da chuva não derramasse. E bebeu-a. - O sabor é ótimo!

Depois de saciarem sua sede foram expulsos dali por um trio de Walkers que surgiu da parte mais densa da floresta, espantando-os para leste.

– Precisamos parar. - Decidiu Ryan em meio á caminhada.

– Eu posso continuar. - Respondeu de imediato, Rose.

– Não é só por você, precisamos de comida. Vamos para a estrada e vemos o que tem por lá, com sorte ao sopé da estrada deve ter algum casebre. - Instruiu o homem.

– Até um carro serve, só precisamos ficar longe desses devoradores de gente. - Observou Rose, sorrindo.

A chuva então aumentou e passou a ressoar por toda a mata, adjunto ao barulho inconfundível de Errantes - os quais nunca os deixavam de fato -. Andaram mais um pouco durante vinte minutos até que mais á frente perceberam a presença de um corpo estirado ao solo, solitário e imóvel.

Ryan largou Rose e sinalizou para que ela ficasse ali e em silêncio, o rapaz sacou seu canivete e empunhou-o atento enquanto caminhava sorrateiramente até o corpo. A medida em que se aproximava, as curvas do corpo ficavam mais visíveis á Ryan: tratava-se de um mulher, alta e pálida, estava repleta de escoriações e tinha sangue na parte inferior da camiseta lilás, parecia velha, mas respirava...

– Senhora? Pode me ouvir? - Questionou Ryan enquanto se aproximava mais, atento.

Neste momento, a mulher grunhiu algo incompreendível e abriu subitamente os olhos. Olhou sem enxergar. Seus olhos eram brancos e sua face estava marcada por lágrimas rubras de sangue.

– A senhora está bem? Meu nome é Ryan, posso ajudá-la. - Tentou Ryan, parando ao mulher e abaixando seu canivete ao notar a cegueira por parte da mulher ao chão.

A mulher nada respondeu, mas passou a respirar ofegantemente. E quando ofegava, liberava ruídos terríveis e soluçava em uma raiva súbita.

– Ryan? Está tudo bem aí? - Perguntou Rose, aproximando-se ás mancadas.

– Não sei, ela é cega e não me responde. Talvez seja muda também, mas respira. Está viva. - Respondeu o homem quando Rose pôs-se á seu lado.

E então a mulher reagiu, estendeu num movimento rápido seu braço até a perna de Rose e apertou-a, bem na ferida, enquanto ria horrores. Um riso mudo e cheio de dentes amarelos.

– Aí, tá me machucando! - Exclamou Rose, tentando se libertar com um chute.

Mas a mulher repreendeu-a com os olhos, um olhar assustadoramente branco. Tirou a mão da ferida e deslizou pelo chão em movimentos descontínuos e irregulares, ignorando a dupla á seu lado.

– Ela te machucou muito? - Perguntou Ryan, preocupado.

Rose só balançou a cabeça, desconfortável. Os dois recuaram e estavam preparados para dar a volta quando a mulher parou de se mexer e sentou-se, olhando sem enxergar para uma árvore qualquer.

– Um jogo, não passa de um jogo, tudo isso aqui! - Gritou ela, sorrindo.

– Desculpe, do que está falando? - Quis saber Ryan, mantendo distância enquanto ajudava Rose a se manter em pé.

– Não seja estúpido, me refiro á tudo isto! Esse mundo podre, essas criaturas podres e não são só os que já estão mortos, os que vivem são tão podres quanto! Todos são! - Exclamou a cega, desfazendo o sorriso em uma expressão dura.

– Há boas pessoas, sempre há. - Tentou dizer-lhe Rose.

– Eu também era uma menina boazinha como você, sua burra! E veja o que ganhei com isso! - Disse, tocando com os dedos os seus olhos sem vida.

– Deixaram-a cega... Eu sinto muito. - Lamentou Ryan.

– Não me deixaram cega, estúpido. - Repreendeu-o. - Eu mesmo fiz isso.

– Isso não te ajuda em nada, seja lá pelo que tenha passado. - Reprimiu-a Rose, educadamente.

– Mas vai ajudar na hora da morte. Ah, se vai! - Riu a mulher, voltando a se deitar sobre o solo gramíneo da floresta.

– Poderíamos deixá-la em um local seguro. - Sugeriu Ryan, prestes á ir.

– Minha filha vai voltar. - Disse esperançosa, mas desfazendo o sentimento logo após. - E quando voltar, quero que veja o que ela fez á mim.

– Não tem sede? Podemos te ajudar nisso, ao menos. - Insistiu o rapaz, dedicado.

–Podem me ajudar saindo daqui! Eu fui uma péssima jogadora e agora pago minha dívida para com este mundo imundo. O engraçado é que não sou a única a estar perdendo... - E fez uma pausa para rir - Eles viraram o jogo contra a humanidade há muitas rodadas atrás e todos nós vamos perder. Agora saiam já daqui seus infelizes idiotas!

E assim foi feito. Os dois seguiram pela trilha natural que aparecera mais á frente até enfim encontrarem a encosta da estrada. O trânsito de Errantes estava moderadamente calmo naquela hora do dia, mas além deles, apenas havia mais alguns carros e mais nada.

Ryan conduziu Rose até um carro de cor branca que parecia estar em bom estado. Ajudou-a á sentar-se no banco do passageiro enquanto contornava o veículo e tentava fazer ligação direta no carro.

– Nos filmes parece tão mais fácil. - Reclamou Ryan, confundido com os fios elétricos.

Depois de quatro tentativas falhas, alguns palavrões e uma paciência esgotada, Ryan levanta-se e bufa em desaprovação.

– Posso tentar? - Perguntou Rose, segurando o riso.

– Não vai ter mais sorte que eu. - Respondeu o homem.

– Posso tentar? - Repetiu Rose, até que Ryan cedeu o lugar á ela.

A jovem não demorou para fazer a junção dos dois fios requeridos funcionar e assim, fazer funcionar o veículo até então inativo, para o espanto de Ryan.

– Okay, você venceu. - Sorriu, derrotado.

– Para onde vamos? - Quis saber Rose, pondo as mãos no volante.

– Seguir a estrada até encontrar uma farmácia, algo do tipo ou uma barraca que supra nossa necessidade de alimento. Seria bom também. - Disse Ryan.

– Seria ótimo. - Disse Rose dando a partida pela estrada.

Durante todo o percurso manteve-se o silêncio entre eles, Ryan parecia preocupado com algo em seus pensamentos enquanto Rose apenas dirigia enquanto seu rosto se afogava em suor decorrente da febre.
O ferimento latejava de dor, e onde a mulher apertara parecia ser a pior parte, incomodava como nunca. Mas a mulher resolveu afastar seus pensamentos da dor e da ferida e virou-se para Ryan.

– Em quê está pensando tanto? - Quis saber Rose, sorridente.

– Em você nos matar por não olhar para a estrada. - Brincou Ryan, fazendo Rose sorrir e voltar á olhar para a estrada.

– Vai me dizer ou não? - Insistiu a mulher.

– É que... E se isso tudo for como um jogo? Um jogo exatamente como a cega disse, onde os Walkers estejam por cima á várias rodadas...

– Não deveria ligara para ela, é louca. - Disse Rose.

– Mas faz sentido. E se for mesmo um jogo nós estamos perdendo feio. - Disse Ryan, melancólico.

– Então, meu caro, é hora de virarmos o jogo. - Falou, sem tirar os olhos da estrada.

– Parece mias fácil falar do que fazer. - Observou Ryan.

– Isso já é outro assunto. - Bradou Rose, perdendo o fôlego aos poucos.

Por mais cansada que estivesse, por mais dolorido que o ferimento pudesse estar ou por mais difícil que estivesse para respirar, Rose continuou a deixar de lado a necessidade cuidado e decidiu prosseguir.

– Você está bem? - Perguntou Ryan ao perceber a enorme quantia de suor que a mulher transpirava.

Rose sequer teve fôlego para responder, a ruiva foi desacelerando gradualmente o carro até pará-lo no acostamento da estrada.

– Deus, você está horrível! - Disse Ryan enquanto retirava o cinto de segurança de si e de Rose e tratava da troca de assentos. - Deve ter infeccionado.

Ryan pousou a palama da mão esquerda sob a testa de Rose e apenas alguns segundos foram suficientes para detectar a ardente febre.

– Você está queimando de febre, temos que achar antibioticos já! - Disse Ryan, acelerando o carro novamente.

A estrada se desfez vagarosamente em uma ladeira pouco sinuosa, mais á frente Ryan pôde ver três casebres praticamente idênticos e uma mediana quantia de Errantes em frente á eles.

– É para lá que nós vamos, se segura! - E avançou.

...

– Eu não sei quem deixou a pobre coitada lá, mas teve seus motivos e não adianta debater sobre. - Disse Dean, autoritário e dando fim ás tentativas de Lucy de condenar a pessoa que havia posto a menina transformada no porão da pequena casa.

A loira olhou-o tímida e baixou sua cabeça, em obediência.

– Eles ainda estão aqui... - Informou Lucy enquanto espreitava o lado de fora através da rachadura na porta de madeira. - Não vão embora nunca?

– Uma hora elas vão sim. - Respondeu Dean, fechando a porta do porão e limpando sua arma após tê-la usado para dar fim ao corpo transformado da criança. - Enquanto isso, comemos.

Dean abriu a mochila e retirou de lá um saco transparente com três fatias de pão e um pote meio quebrado de geleia, distribuindo-os sob a madeira do chão do casebre.

– Você não vem? - Perguntou Dean, passando geleia em uma das fatias de pão.

– São as últimas? - Questionou a loira enquanto se aproximava de Dean e sentava-se á seu lado, tomando em mãos também um pão e melando-o de geleia.

– São as últimas fatias de pão sim. Mas ainda temos outras porções de comida, meio cereal, dois enlatados e duas fatias de carne seca. - Indicou o rapaz, comendo.

– Carne seca que com certeza já passou da validade. - Observou Lucy, mordiscando seu alimento aos poucos.

– Quando sairmos daqui vamos procurar mais alimentos, tá bom? - Garantiu Dean.

– E quando é que vamos sair daqui? - Perguntou Lucy, incomodada.

– Não sei quando e nem como, mas vamos. - Disse, dando uma última mordida na sua fatia de pão.

– Eu espero que sim. - Concordou, também dando fim á seu alimento e iniciando uma nova conversa. - Eu andei pensando em voltarmos pela estrada...

– Não vamos voltar para a Fortaleza, é loucura. - Disse, ríspido.

– Não é para a fortaleza, é só para procurarmos pelos outros. Vamos lá, sei que você está preocupado também! - Animou-se a loira.

– Eles sabem se cuidar bastante bem, o Ryan tem a Rose e a Anne tem sorte se estiver viva. Fora que estamos cercados por Walkers, então espero que a Sr. Amor ao próximo perceba que primeiro temos que nos salvar e depois pensar nos outros, certo? - Respondeu, irônico.

– Certo, não falo mais nisso com você. Até porque você não se comove com nada, tem o emocional de uma pedra, humf. - Disse Lucy, aborrecida.

– Nossa, me ofendi. - Brincou Dean, sorrindo.

A loira mostrou-lhe o dedo do meio e se virou para olhar o movimento do lado de fora do casebre.
A movimentação dos Errantes estava a mesma, mas além de seus grunhidos Lucy ouviu um tênue barulho o qual a loira não reconheceu de imediato, o que a fez franzir o cenho em desconfiança, chamando a atenção de Dean.

– Viu alguma coisa alarmante? - Perguntou o rapaz.

– Não é bem isso, acho que ouvi alguma coisa. - Começou a loira, ainda tentando identificar o barulho que se envolvia com a mistura dos grunhidos de Walkers. - Alarmante ou não, aí eu não sei.

– Vamos, deixe-me ouvir. - Dean avançou e Lucy cedeu-lhe espaço á porta para ouvir do que se tratava.

Apesar do barulho estranho ficar mais audível a cada instante, os grunhidos também aumentaram em decorrência disso, tornando mais dificil a compreensão da situação.

– Se os Walkers estão reagindo, então não são mais deles. - Concluiu a loira, afastando-se da porta. - Mas o que pode ser?

Dean observou pela rachadura um pouco, até que o Errante que estava á sua frente deslocou-se e abriu visão á Dean que pode ver do que se tratava.

– Carro! - Gritou Dean, inseguro.

– Carro? Quê carro? - Perguntou Lucy confusa.

E a seguir tudo passou-se muito depressa, Dean afastou-se da porta com um salto e caiu sobre Lucy, afastando-a também dali, enquanto que proporcionalmente um carro invadia aquele território em alta velocidade, levando consigo os Errantes que estavam de plantão rente ao casebre e também metade do próprio casebre, deixando um grande buraco aberto na madeira.

– Esse carro, cof cof. - Respondeu Dean, levantando-se e ajudando Lucy a se recompor.

Os Walkers que outrora estiveram á guardá-los agora jaziam em tiras de carne e pedaços irregulares de membros sob o solo, Dean e Lucy saíram pelo buraco feito pelo veículo e foram encontrá-lo mais á frente, parado e com a pintura branca manchada com o vermelho de sangue.

– Tome cuidado, atrás de mim. - Disse Dean, sacando sua arma e certificando-se de que ela estava carregada.

A poeira enfim baixou em um silvo até a floresta ao lado e então a porta do motorista do veículo se abriu, barulhenta e lenta, de onde saiu uma figura alta. E conhecida á seus olhos...

– Ryan? - Quem reconheceu-o foi Lucy.

– Oh, vocês estão por aqui também é? - Disse o rapaz, atordoado pelo impacto.

– Seu intelecto expressa o quão péssimo motorista você é. - Cuspiu Dean, guardando a arma. - Podia ter nos matado.

– Olá para você Dean, mas que bela tarde não? Estou muito feliz em te ver também, e sim, estou vivo! - Respondeu Ryan sem disfarçar o sarcasmo ou desgosto da voz.

– O que estava pensando em fazer? - Continuou Dean.

Ryan comprimiu os lábios e olhou-o como se estivesse o fuzilando, mas deteve-se ao se lembrar de seu prioridade.

– Apenas me ajude aqui com a Rose. - Disse, indicando o banco do carona.

Rode estava consciente, mas transpirava muito e ainda sim estava ardente de febre. Ryan tirou cuidadosamente do carro e Dean ajudou-a a erguê-la de pé e ajudá-la a andar até o casebre.

– O que aconteceu com ela? - Perguntou Lucy, repousando gentilmente a cabeça da ruiva sob o chão mas não sem antes colocar uma mochila para o conforto.

– A perna dela, ela se machucou quando me salvou lá na fortaleza. - Indicou Ryan, limpando o suor do rosto de Rose com um pano úmido.

Lucy desatou a faixa improvisada do curativo e analisou-a por um tempo, preocupada.

– Ela foi mordida? - Foi Dean quem perguntou.

– Ela disse que não sentiu ninguém mordê-la, mas não temos certeza. - Respondeu Ryan.

– Quanto tempo faz que ela ganhou esse corte? - Continuou Dean, sem tirar os olhos de Rose que permanecia acordada.

– Quase um dia. - Falou Ryan.

– Uma mordida já a teria matado, mas isso também está matando-a. Infeccionou, e como o corte é grande... - Lamentou Lucy, observando o ferimento.

– Vai ter que amputar? - Perguntou Ryan, melancólico.

– Não se tivermos anti-bacterianos eficientes aqui para ela. - Respondeu a loira, certa.

– E vocês tem isso aqui? - Questionou Ryan, esperançoso.

– Não. - Admitiu Dean. - Mas podemos olhar os outros dois casebres do lado e conferir a sorte.

– Vamos logo então, Lucy você fica aqui. - Instruiu Ryan antes de ir. - Eu não vou deixar você morrer Rose, fica tranquila.

– Que discreto... - Resmungou a ruiva, ofegante.

O rapaz sorriu e saiu ás pressas junto á Dean até o casebre ao lado. Ryan aproveitou a corrida e impactou-se de um só vez contra a porta de madeira do casebre, ruindo-a. Porém com o impacto Ryan foi naturalmente ao chão, e com a abertura da passagem dois Errantes precipitaram-se de dentro da casa e caminharam instintivamente contra Ryan que estava mais próximo e ao chão, com finalidade de abocanhá-lo.

– Você nunca pensa nas consequências? - Resmungou Dean enquanto disparava contra o crânio do Errante á frente e depois contra o crânio do segundo, finalizando-os em instantes. - Vamos logo.

Ao adentrarem perceberam que o casebre continha apenas um saco velho de dormir roxo e uma geladeira enferrujada e tombada horizontalmente sob o assoalho de madeira da residência.

– Nada por aqui, vamos ver no outro. - Concluiu Dean, desanimado.

– Espera um pouco. Uma geladeira tombada dá um ótimo armário. - Disse Ryan enquanto caminhava apressadamente até o armário improvisado, abrindo-o cuidadosamente.

Seu interior estava desprovido de quaisquer tipos de alimento ou bebidas, mas uma de suas pratilheiras continha meia dúzia de diferente remédios para diferentes finalidades.

– Bingo! - Exclamou Ryan enquanto os recolhia.

– Você é muito sortudo. - Disse Dean, ajudando a empilhar os seis remédio sob os braços de Ryan.

– Eu não, a Rose. - Corrigiu-o Ryan.

Dean tomou a frente e conduziu Ryan em segurança de volta para onde Lucy esperava com Rose. A ruiva já estava desacordada e sua respiração mantinha-se irregular e fortemente arfante. Ryan apressou-se em entregar os frascos de remédio a Lucy.

– Algum destes serve? - Quis saber Ryan enquanto Lucy revirava os frascos em busca de informações para determinar a utilidade deles em Rose.

– Esse aqui deve servir. - Disse a loira, já abrindo o frasco.

– Como assim "deve" servir? - Quis saber Ryan, nervoso.

– Fica calmo Ryan, é que esse não é uma versão muito forte de antibiotico, vai servir até encontrarmos outro mais adequado. - Explicou-lhe Lucy.

– Você sabe bastante sobre isso. - Notou Dean, satisfeita.

– Tudo graças ao Albert. - Disse Lucy, deixando transparecer um sorriso ao lembrar-se do gentil idoso que lhe ensinara as técnicas básicas de primeiros-socorros. - Vou usar a tampa do remédio como recipiente mesmo, levantem a cabeça dela.

E assim o fizeram, sentaram-na e abriram a boca da ruiva enquanto Lucy despejava o liquido do remédio lábios á dentro emu ma única grande dose do medicamento.

– Tomara que sirva. - Rezou Ryan.

– É, espero que sim. Vamos embora daqui. - Ordenou Dean, levantando-se do solo e ajudando a loira também.

– Embora? A Rose acabou de tomar o medicamento, já vão nos abandonar? - Gritou Ryan, confuso.

– Não seja burro, você atraiu mais Walkers para cá com seu estúpido barulho. E também fez um buraco enorme na parede, não vamos ficar aqui e esperar a Rose reagir ao remédio. - Cuspiu em resposta Dean.

– Vamos todos, Ryan. - Explicou gentilmente Lucy, sugerindo em seguida. - Vamos para a casa que ficamos antes da fortaleza, há o posto de gasolina pertinho que deve ter uma farmácia.

Ryan suspirou aliviado e junto á Dean pegou Rose nos braços e depositou-a no banco de trás do carro, com a cabeça sob o colo de Lucy, que já estava dentro do veículo.

– Eu dirijo. - Disse Dean, impedindo Ryan de se sentar no banco do motorista.

– E porquê? Posso saber? - Disputou Ryan.

– Claro que pode, olhe para o que fez ao casebre e olhe também o que fez ao carro. - E fez um pausa para indicar a lataria amassada.- Eu dirijo.

Dean deu ré no carro e contornou os casebres até entrar definitivamente na estrada. Dirigiu o carro em velocidade constante e alta, atento como nunca, o que fez Ryan sorrir.

– O que foi agora? - Aborreceu-se Dean.

– Estamos começando a Virar o jogo. - Disse Ryan, satisfeito.

– Que papo é esse? - Insistiu Dean.

– Nada Dean, nada... - Sorriu Ryan,lembrando-se do que a cega havia lhe dito.

E assim foram os quatro. Dean atento á estrada, Ryan atento á suas alusões com a cega e ilusões referentes á Anne, Lucy atenta á seus pensamentos sobre o lugar para onde estavam indo e Rose... Rose atenta a segurar-se á vida.

Não vou soltá-la. Não vou morrer agora, estamos começando a virar o jogo...


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