Radioactive escrita por Artur, Lucas XVI


Capítulo 22
Capítulo 22 : My Fault?


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Aproveitando os últimos dias de férias para postar aqui. O capítulo de hoje será focado totalmente no Dean coisa que nos últimos episódios não estava acontecendo.
Veremos uma antiga personalidade ( dos primeiros caps ) retornar, mas também, descobriremos o que ele realmente quer ser, que tipo de pessoa ele deseja ser nesse apocalipse? Um simples rapaz que tenta sobreviver junto ao seu grupo? Ou apenas um homem que busca a sobrevivência em meio a brutalidade?



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Radioactive

Pov. Dean Walt

Tudo que consegui escutar no momento, fora a respiração ofegante de Ryan e Léo que não acreditavam não que viam. O sangue jorrado do pescoço de Rachel escorria pelo carpete do veiculo em inércia, Ryan evitava olhar para o corpo de ambos já estirados no banco do carro. Viro-me para frente, enquanto bufava de ódio e de culpa. Léo murmura algo para si próprio e ainda com as mãos no volante, começa a esbravejar xingamentos desnecessários retornando a dirigir.

É incrível como o sentimento de culpa vai corroendo você aos poucos, mais alguns cinco minutos se passam e logo os enorme muros da Fortaleza podiam ser avistados mais ao longe. Fico cabisbaixo suspirava de angustia. Léo executa uma parada brusca já na frente da comunidade, o loiro desce do veiculo furioso enquanto andeja na direção dos portões batendo no mesmo sem parar.

– O que está acontecendo aqui? Não sabe fazer silêncio? – O homem que fazia a vigia na torre reclama do ato do rapaz que apenas lança um olhar raivoso para o homem.

– Abram essa droga de portão logo, trouxemos um presentinho. – Rebateu Léo enquanto vira-se e andeja na direção de dois errantes que surgiram aos arredores do muro, eliminando-os com facilidade.

– Léo, o que houve? E por que você está tão exaltado? – Questionou Thomas abrindo os portões do muro enquanto surgia junto a Rose e alguns habitantes curiosos.

– Pergunte a ele! Dean tem todas as respostas. – Retrucou o loiro dando de ombros para o líder enquanto seguia para o interior da comunidade. Thomas e os demais nos encaram estranhando toda aquela situação, eis que retiro do carro, o corpo de Rachel em meus braços e caminho cabisbaixo na direção deles que arregalam os olhos fazendo uma expressão de susto e de surpresa.

– Ela se foi. O Kurt também. – Foi o que apenas consegui dizer para Thomas que me encara assustado, volto a andejar para o interior da comunidade, não aguentava mais ver o corpo de Rachel com a marca da bala na testa.

Levo-a para a área onde enterrávamos quem não sobrevivia, o espaço era mínimo mas a quantidade de túmulos era volumosa. Rapidamente Ryan surge no local olhando-me com pena.

– Thomas pediu para irmos no gabinete dele agora. Albert cuidará do velório dela. – Indagou sereno Ryan tocando em meus ombros. Deixo a pobre Rachel sob o chão de areia do espaço e volto junto a Ryan, ao encontro de Thomas.

Adentramos ao gabinete e nos deparamos com Thomas com as mãos na cabeça lamentando a perda de uma amiga. Rose surge no local com os olhos marejados e o rosto um pouco vermelho, ela tenta evitar chorar mas não consegue.

– Como aconteceu Dean, o Léo me disse que você tem todas as respostas para as minhas perguntas. – Foi direto ao ponto Thomas coçando a barba.

– Já tínhamos pego todas os mantimentos suficientes quando escutamos um grito no lado de fora, formos ver quem era e nos deparamos com uma imensa horda que surgia no local. – Comecei a explica quando fecho os olhos e Ryan completa por mim.

– Daí o Kurt foi surpreendido e mordido no braço. Léo queria deixa-lo lá para morrer mas o Dean hesitou, disse que aqui ele poderia ser amputado e não teríamos mortes mas tudo deu errado! Kurt retornou dentro do carro e acabou mordendo a Rachel no pescoço, não pudemos fazer nada ...

– Isso não foi sua culpa Dean. O seu ato foi o mais honesto que já vi desde que essa praga foi jogada contra nós. – Tentou amenizar-me Rose, acariciando o meu ombro direito.

– Você poderia ter evitado tudo isso Dean ... talvez o estrago pudesse ter sido menor. – Começou a indagar Thomas fazendo uma pausa enquanto completa com um tom de voz mais elevado: - Talvez a Rachel estivesse aqui conosco neste momento!

O líder se exalta dando um soco no birô próximo ao mesmo, Rose o encara assustada enquanto apenas fico cabisbaixo, a culpa foi minha e isso era definitivo.

– Estão dispensados agora. – Proferiu Thomas dessa vez um pouco mais calmo.

Um tumulto se aglomera bem de frente ao Centro de Controle da Fortaleza, muitas pessoas gritavam nervosas pareciam reclamar de algo que havia acontecido. Aproximo-me junto a Ryan na direção do local quando enfim, percebo que se tratava dos habitantes encarregados de trabalhar no Centro de Controle.

– Como assim ela se foi?

– Ninguém morre sem algum motivo!

As perguntas logo surgiram e mais ao longe, noto a presença de Anne que me encara bastante séria e firme. Afasto-me vagarosamente indo em direção para a casa que nos foi concebida, Lucy me esperava bastante nervosa a mesma me abraça assim que me vê e logo percebe que eu estava diferente.

– Essa sua cara, o que aconteceu? – Perguntou a jovem sentando-se junto a mim, no sofá da casa.

– É Dean, está na hora de termos mais uma conversinha daquelas! – Ouço a voz de Anne elevar-se no lado de fora. Logo a morena surge abrindo a porta com ferocidade enquanto me encara em pé.

– Você é burro ou o que? Não acredito que você realmente fez isso, achou mesmo que aquele garoto fosse resistir a tempo? – Gritou Anne nervosa.

– Do que ela tá falando Dean? – Estranhou Lucy.

– Lucy, você pode sair por favor? Não foi fazer nada com o seu namoradinho, vamos apenas conversar. – Rebateu Anne bastante inquieta. Lucy se retira do local e logo o show dramático e irônico de Anne começa.

– Você é muito estúpido sabia? Ele já estava morrendo!! – Berrou logo de cara a morena falando lentamente as últimas palavras.

– Eu não podia deixa-lo lá Anne, você tem que me entender! – Rebati ainda sentado no sofá.

– Não tenho que entender nada Dean. Você que tem que colocar nessa sua cabeça que isso aqui é o fim do mundo, pessoas morrem a cada segundo e não podemos fazer nada para reverter a situação! – Exclamou Anne com as mãos em constante movimento.

– É claro que eu sei que isto é o fim do mundo, que estamos com os nossos dias contados, ou você acha que eu sou o Ryan? Que vive comemorando tudo que encontra pela frente como um completo idiota. – Retornei a indagar dessa vez já de pé.

– Não meta o Ryan nessa história! – Interrompeu rapidamente a morena enquanto para alguns segundos para respirar e dessa vez, um pouco mais calma, retorna a indagar: - Você não é o mesmo Dean de antes, a Lucy te mudou. Você está bondoso demais Dean, você está se preocupando com os problemas dos outros e se continuar assim, você irá morrer mais cedo ou mais tarde.

Fito meus olhos em Anne que se retira da casa bastante apressada e trémula. Rachel era companheira de trabalho dela então acho que um vínculo entre as duas estava evoluindo um pouco.

– Seja lá o que ela te falou, não liga. Apenas tente descansar que eu sinto que teremos um grande dia amanhã. – Retornou para o interior da casa Lucy, atenciosa como sempre.

– Soube das mortes e Dean, a culpa não foi sua. Mentaliza isso ok? – Continuou a loira aproximando-se de mim.

– Não Lucy, não adianta. Se não fosse pela minha ideia estúpida a Rachel estaria viva. – Retruquei levantando-se, Lucy apenas segura minha mão impedido que eu saia do local e a deixe sozinha.

– Dean, tudo agora depende das nossas escolhas e nem sempre iremos acerta-las. Sua ideia não foi estúpida, você apenas demonstrou que ainda tem humanidade mesmo nesse mundo acabado. – Lucy insiste olhando-me séria.

– Não quero ter humanidade, ela não serve para nada nos tempos atuais. – Respondi seco e ríspido dirigindo-me para o quarto onde descanso a maior parte da noite.

O dia logo raiou e fui acordado pela Selena que avisa sobre o velório de Rachel e Kurt que também teve seu túmulo cavado. Visto minha jaqueta, a claridade incomoda os meus olhos mas logo me acostumo com a luz do sol numa hora daquelas. Andejo junto a Selena a caminho do enterro, parece que todos acordaram antes de mim.

– Dean, não se preocupe com o Léo. Soube do que ele queria fazer e já expliquei que isso não é a coisa certa a se fazer, mas cada um pensa e age como pode nesse apocalipse. – Indagou Selena colocando sua franja lateral por detrás da orelha, estava envergonhada diante do ato repugnante que Léo pretendia fazer.

Não a respondo, apenas fico em silêncio observando as pessoas que me olhavam com olhares tortos e julgadores, me sinto um pouco deslocado mas logo sou amparado por Ryan que como de costume, é um completo idiota.

– Mal superamos a perda dos que foram vítimas da invasão dos errantes e logo surgem mais duas mortes, dessa vez eles eram mais que especiais para mim, principalmente Rachel. Que conseguiu deixar o Centro de Controle estável durante dias, e se lá está estável, a Fortaleza em si fica estável. Ela nos ajudou bastante na evolução de tudo isso que temos hoje, de toda a nossa administração. – Discursou Thomas pondo-se a frente dos demais.

– O Kurt não tinha família. Foram mortos no massacre do hospital, você já ouviu falar nesse caso né? – Cochichou Ryan próximo a mim.

– Sim. – Foi só o que respondi. Nos primeiros dias da epidemia, os hospitais ficaram lotados era o único lugar onde as pessoas se sentiam seguras ... pura ironia do destino. Homens armados invadiram todos os hospitais das proximidades e simplesmente atiraram em todos que nele estavam, mataram os vivos.

– Ela era sábia, dava conselhos exemplares para todos nós. Além de sempre fazer tudo pelo bem da Fortaleza, lamento muito em tê-la perdida. – É a vez de Rose discursar por fim.

– Não vai querer falar Dean? Eu acho que você deve. – Atiçou Anne fazendo todos me olharem, obviamente todos os habitantes da Fortaleza já sabiam do ocorrido. De inicio eu encaro Anne por alguns segundos mas logo decido falar algo, me posiciono a frente dos demais enquanto todos me olhavam atentos.

– É tão simples assim? A burrice do ser humano em julgar as ações dos outros? Eu sei que estamos em um apocalipse mas ainda assim, esses erros tolos persistem em prevalecer. Ninguém aqui já tomou uma escolha e descobriu da pior maneira possível que não foi a certa? O que eu fiz, foi pelo bem de todos daqui. O Kurt não estava morto, não ainda ... tive a decisão de traze-lo para cá, de dar uma chance de viver mesmo que seja mínima. Tivemos que correr esse risco mas infelizmente a Rachel foi a vítima de tudo isso. – Expliquei olhando atentamente para cada um dali, dou uma pausa e fito meu olhar em Lucy, que se encolhe no meio da multidão desviando o olhar.

– Talvez o Léo esteja certo. O Kurt estava morrendo, vamos joga-lo na horda e sair ilesos de tudo isso! Agora eu pergunto, isso é ser correto? Deixar um garoto que se contorcia de dor no meio daqueles vermes é correto? Se for, não sou digno de sobreviver a tudo isso. – Dou uma pausa escutando Rose indagar para Thomas :

– Esse rapaz sabe convencer as pessoas, ele tem um ótimo senso de liderança. – A voz dela se ecoa mais distante e logo termino por fim minha indagação.

– Hoje nós criamos nossas próprias regras tentando nos adaptar nesse caos mas não sabemos se essas regras são as que definitivamente, nos deixarão vivos. Agora eu retorno a perguntar, a culpa é minha?


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Notas finais do capítulo

É, não teve nada de ação/suspense mas como disse no início da 2° temporada, capítulos assim seriam necessários. Mas os próximos serão perfeitos já tivemos uma previa e nossa, tenho certeza que vão amar!

Lucas postará dois capítulos seguidos, depois retornaremos a Artur-Lucas



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