Radioactive escrita por Artur, Lucas XVI


Capítulo 2
Capítulo 02 : Battlefield


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, esse capítulo, como dito anteriormente, foi feito por mim, Lucas. E logicamente, o próximo será feito por Artur e postado assim que pronto com previsão para o dia seis deste mês. Bem, espero que gostem de como as coisas estão se desenrolando a história! ;)



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Os dois apressaram-se em sair dali, Dean ia à frente, calado e atencioso em relação á trilha por qual seguiam dentre a mata. Lucy seguia logo atrás, confusa e perdida em seus pensamentos, o sol ainda estava erguendo-se no horizonte e as grandes árvores afastavam os poucos raios luminosos, fazendo-os caminhar em meio á uma escuridão diurna. Após cerca de dez minutos de caminhada tranquila e silenciosa, Lucy parou repentinamente e fazendo Dean parar logo em seguida para encará-la.

– O que foi agora? – Perguntou em um tom ignorante.

– Para onde estamos indo? – Quis saber a jovem garota loira.

– EU estou indo para a rodovia, lá deve ter algumas coisas que me sejam úteis. Agora, você...

– Não é uma boa ideia! – Interrompeu a loira em um tom alarmante.

– E porque não é uma boa ideia? – Questionou Dean enquanto cruzou seus braços e franziu o cenho, irônico.

– Lá é um poço desses errantes! Você vai morrer.

– “Você”? O que aconteceu com o “nós”? – Disse dando de costas com a garota e retomando á caminhada.

– Eu não vou por aí, não vou morrer com você. – Explicou-se a garota.

– E vai morrer sem mim também. – Parou mais uma vez e virou-se para olha-la.

– Olha, eu sei de um lugar seguro. Não é tão perto, nem muito longe. Mas eu não consigo chegar lá, não só. Eu... – Antes que pudesse terminar a frase Dean avançou para mais próximo de Lucy e suspirou desapontado.

– E você quer me usar pra chegar lá, nem precisa continuar.

– Não é isso, é que você não tem ninguém e bem, talvez você pudesse se juntar a nós!

– Nós quem? – Indagou o rapaz com um olhar sério em face.

– Eu tenho um grupo, pra ser mais exata eu vou contar desde o início. Eu e mais um colega estávamos por aqui para reconhecer o terreno, ir em busca de suprimentos ou qualquer coisa que pudesse servir como alimento. Só que demos azar de topar com uma dúzia de errantes, e.. – Mais uma vez foi interrompida.

– E vocês não tinham armas não? – Perguntou impaciente.

– Tínhamos, mas a munição era escassa. Muito pouca. Daria para acabarmos com alguns, mas não o suficiente. Então corremos, tentamos nos esconder mais fomos encontrados, e entes que pudéssemos perceber, havia muito mais deles do antes. Foi assustador. – Lucy fez uma breve pausa, estava visivelmente nervosa e assustada. Lembrar-se daquele momento fez a jovem tremer.

– Você está bem? – Dean perguntou hesitante, não era de seu feito se importar com os outros, mas sentia-se mal por aquela garota, aquela linda garota.

Lucy assentiu com a cabeça e tornou á falar:

– Nós dois estávamos assustados, corremos juntos por algum tempo pela floresta. Mas quando entramos mais na mata, quando as árvores ficaram maiores... Eu-Eu me perdi do meu colega, tentei gritar por ele, e gritei! Mas não escutei resposta, daí corri o máximo que pude para me afastar daqueles malditos Errantes e consegui. Mas eu me senti fraca, e apaguei e aí você me encontrou. – Finalizou o conto, ainda nervosa.

– O lugar seguro, conte-me sobre ele. – Ordenou Dean, impondo um ar de superioridade e ignorância.

– É um a acampamento, literalmente. Fica em uma encosta de um amontoado de pedras, perto do rio. A localização é boa, é escondido e temos barracas suficientes para mais pessoas.

– E quantas pessoas há nesse acampamento? – Perguntou Dean, já sem paciência.

– Eu e mais duas pessoas. – Respondeu imediatamente.

– Só? Acha mesmo que três pessoas conseguem manter um acampamento erguido e seguro? Faça-me o favor. – Respondeu em tom de deboche.

– É indiscutivelmente melhor que ficar só. – Debateu confiante.

– Eu tenho minha arma, estou bem assim. – Gabou-se Dean.

– E tem munição infinita também? – Rebateu em tom de deboche.

Dean ficou parado e silencioso por alguns instantes, fuzilando-a com os olhos. De algum modo, ela conseguia deixa-lo sem palavras e apreensivo.

Ela é diferente... – Pensou.

– Você vem comigo? – Indagou a loira, rompendo o silêncio.

Dean ficou quieto e por um momento, Lucy perguntou-se se o rapaz havia entendido a pergunta. Até que ele respondeu:

– Vou, sabe seguir uma trilha até lá?

– Sei, vamos. Se nos apressarmos chegamos lá em menos de três horas. – Sugeriu a garota.

Os dois puseram-se em marcha ritmada por entre as árvores, o acampamento não era muito longe. Mas era necessário contornar entulhos de madeira e rocha, tal como evitavam as áreas onde havia errantes, o que de fato consumia o tempo de caminhada.

Viram vários Errantes durante a primeira hora de caminhada, mas estes estavam devidamente separados e em no máximo, duplas. O que causou certo incômodo em Dean.

– Nunca andei tanto tempo sem ser atacado por esses monstros. – Desabafou Dean.

– Para falar a verdade... Nem eu. Isso aqui é bem movimento, se é que me entende. Eles ficam em grupos volumosos por aqui, mas hoje estão tão... tão.. – Explicou, tentando encontrar a palavra adequada á aquela situação.

– Dispersos? – Sugeriu Dean.

– É, estão tão dispersos... Talvez não seja nada demais, vamos.

– Talvez... – Silvou para si mesmo aquela palavra enquanto seguia Lucy.

Caminharam por mais uma hora de trilha iluminada e pouca habitada pelos errantes até depararem-se com um conjunto de árvores frutíferas, tratavam-se de Macieiras e uma Laranjeira.

– Isso! – Comemorou a loira enquanto analisava alegremente a árvore que continha maçãs em seus galhos.

– Estranho... Ela está tão farta de frutos, vocês não tinham visto elas antes – Questionou, referindo-se ás árvores.

– Já sim, mas aqui é tipo o ponto de encontro daqueles Errantes. Talvez eles sejam vegetarianos, haha. – Brincou em uma tentativa falha de conseguir causar risos em Dean.

– Vamos, eu te ajudo a pegar algumas dessas frutas. – Disse enquanto despojava sua mochila encostada sobre o tronco da laranjeira e subia, agarrando-se ás irregularidades do tronco e esgueirando-se até os galhos firmes para recolher as laranjas. À medida que ia recolhendo as frutas, jogava-as no chão para juntá-las depois.

Lucy fez o mesmo, só que em menos tempo e com menos prática. Agarrou-se firmemente em um grande galho principal e limitou-se á chacoalhar os outros galhos menores e detentores das maçãs, fazendo-as cair no chão. Após coletarem uma quantia razoavelmente boa das frutas, desceram das árvores e juntaram as maçãs e as laranjas dentro da mochila de Dean, acomodando-as perfeitamente.

– Já estamos pertinho. – Informou Lucy ao notar o aparecimento do rio por entre as árvores.

– É bom mesmo. – Disse Dean, grosso.

Andaram por mais alguns minutos até poderem vislumbrar uma encosta rochosa e duas barracas armadas em frente á esta sob o horizonte de visão dos dois.

– Lar doce lar. – Brincou Lucy, sorridente enquanto se aproximavam do acampamento.

Dean observou o homem que estava sentado do lado de fora da barraca saltar e correr até Lucy quando a viu chegar, notou também a presença de uma outra mulher de cabelos loiros esbanjar um sorriso em face diante de Lucy.

– Por Deus, você está bem. Graças a Deus! – Exclamou o homem de aparência não mais velha que Dean, abraçando Lucy enquanto aguardava a outra loira juntar-se á comemoração.

Eles ainda não me notaram. – Pensou amargamente enquanto olhava aquela cena que julgava patética.

– Tá, é eu estou bem. Agora, me deem espaço. – Suplicou Lucy.

– Hu? E quem é esse aí? – Indagou a outra loira, desconfiada.

– Aah, ele é o Dean. – Respondeu Lucy.

– Dean Walt. – Completou Dean, prosseguindo. – Prazer.

– Sou Quinn e esse é o Ryan. – Apresentou-se Quinn e indicou Ryan.

– Ele me ajudou, depois que nós nos separamos eu corri tanto que fiquei fraca e apaguei... Se não fosse o Dean eu estaria morta. – Explicou Lucy.

– Não exagera, eu só fiz o que qualquer um faria. – Tentou amenizar Dean, desconfortável com aquela situação.

– De qualquer forma, agradeço por salvar a Lucy. De verdade. – Proferiu Ryan. – Pode ficar conosco, somos poucos, mas o suficiente. Pode se instalar na barraca da esquerda, seja bem-vindo! – Continuou, sorrindo.

– Grato. – Foi apenas o que Dean disse antes de rumar até a barraca indicada. As barracas não eram enormes, mas havia nelas espaço suficiente para duas, até três pessoas dormirem. E Dean ficou grato por isso.

Dean ficou deitado durantes algumas horas sobre o fino colchão que havia sido forrado sobre o chão da barraca, pegou-se pensando em como estaria seu pai agora e como seria se sua mãe ainda estivesse viva. Mas logo afastou os pensamentos e resolveu ir lá fora, o resto do pequeno grupo estava sentado próximo á uma pequena mesa improvisada com galhos, nela estavam as frutas coletadas anteriormente.

– Fizeram um bom trabalho coletando as frutas. – Propagou Ryan, com o mesmo semblante feliz de sempre.

Sem responder nada, Dean sentou-se entre Quinn e Lucy e pegou uma maçã, degustando-a lentamente. Com sua exceção, todos conversaram sobre como fariam para conseguir mais comidas fora frutas e até soltaram algumas piadas para descontrair, todos, até Dean estavam distraídos, embora que com coisas diferentes. A conversa atingiu seu auge quando ouviram um ruído familiar para todos e o barulho irregular de passos sobre as folhas secas e galhos. Esperaram atentamente até terem certeza do que se tratava, um ser banhado em sangue e de uma aparência transfigurada cambaleou em direção ao grupo de sobreviventes, faminto.

Após a certeza do convidado indesejado, Ryan ergueu-se do chão e colocou sua faca em riste. Aguardou até que o errante estivesse perto o suficiente e então cravou a lâmina sobre sua cabeça em um único movimento. Passou-se apenas poucos segundos até que as forças que mantinham o ser reanimado em pé se esvaírem, fazendo-o despencar sobre o solo, finalmente morto.

Dean assustou com aquela situação, embora Ryan tivesse dado conta do penetra, ele notou que as duas garotas sequer levantaram-se para prestar ajuda ou tentar aniquilar o errante. Foi então que notou o sorriso simpático de Ryan e resolveu levantar-se para tomar satisfação.

– O que diabos foi isso?

– Não esquenta, uma vez ou outra um desses aparece por aqui. Sempre solitários, nada com que precisa se preocupar. – Manifestou-se Ryan.

– Isso é seguro pra você? – Indagou de forma ríspida, encarando Lucy.

– Relaxa cara, eles só aparecem de vem em quando... Apesar de que... – Disse a garota, relutante...

– Apesar de que isso tem se tornado mais comum. – Completou Quinn, levantando-se também.

– É, mas não deixa se ser apenas um deles. Estamos seguros aqui, acreditem. – Disse Ryan uns instantes antes de ser surpreendido pela aparição de um novo Errante, e mais outro e outro... Como ironia que o destino propôs mais ou exatamente uma dezena de errantes emergiu dos altos arbustos do local, cambaleando em ritmo desigual rumo aos sobreviventes.

Enfurecido pela validade das promessas e Ryan, Dean limitou-se a sacar sua arma e carregá-la, a ponto de disparar contra alguns dos errantes que haviam invadido o local, variando seus tiros assim que um dos seres Reanimados tombava. Quinn limitou-se a ficar parada e empunhar um facão em mãos, usando-o para perfurar o crânio de todo e qualquer errante que se atrevesse á ir de encontro a ela. O mesmo não era feito por Ryan, que avançava contra os errantes deslocados do grupo maior, cravando sua faca afiada sobre a cabeça dos indesejados. Mediante àquela cena de matança, Lucy enfim levantou-se do chão para também combater os penetras quando foi surpreendida por uma dupla de Errantes que se debruçavam sobre ela, tentando mordê-la. Lucy resistiu o quanto pôde, sem ajuda devido ao caos em que aquilo se tornara, viu-se encurralada quando perdeu as forças dos braços e um dos errantes precipitou-se atentar abocanhar seu pescoço. Antes de tal ação se concretizar, ergueu sua perna direita na altura da barriga do errante, chutando contra uma árvore e detendo-o por alguns instantes enquanto tentava se afastar do outro individuo reanimado.

Quando sentiu suas costas impactarem-se de leve contra o tronco de uma árvore e os dois seres carnívoros de outrora alcança-la, sentiu-se perdida, e por mais que lhe parecesse inútil, continuou a lutar contra os dois errantes. Olhou para os lados na esperança de que algum dos seus companheiros pudesse ajuda-la, mas nada viu. Nem humano e nem errante. Estava realmente prestes á morrer... Estava... Tudo o que ouviu foi o som grave de um disparo e o corpo de um dos errantes caírem perante seus pés, esperançosa, esperou um outro disparo para ajuda-la, mas surpreendeu-se ao ver Dean empurrar o errante restante contra o chão e pisotear sua cabeça até sua face ficar totalmente irreconhecível.

Quando tomou nota da situação, observou vários errantes estirados sobre diversos pontos do acampamento e seus três colegas em pé, arfantes.

– Isso parece seguro agora? – Indagou Dean dando ênfase á primeira palavra, por mais que estivesse certo sua pergunta não veio tão cortante ou soou como ignorante.

– Isso, não... Como? Era por isso que elas estavam tão dispersos... Estavam se aglomerando lá. – Deduziu Lucy, apontando para o local de onde os errantes haviam saído.

– Que bosta! Não era pra isso ter acontecido, que merda! – Exaltou-se Ryan, raivoso.

– Não adianta chorar pelo leite derramado, Ryan. O que vamos fazer agora é o que importa. – Lamentou Quinn. E antes que pudesse ser dita qualquer palavra sobre isto, novos sons foram ouvidos por todos do acampamento. Os passos agora estavam regulares, mas a expectativa era de que mais errantes estavam por vim.

– Fiquem atentos... E preparados. – Alertou Ryan em sussurro enquanto apalpava sua lâmina.

O trio de sobreviventes foram pegos de surpresa quando uma mulher não muito mais velha que Lucy saiu dos arbustos, sua face estava limpa embora suas roupas estivessem negras e parcialmente rasgadas. Ela demonstrava não estar cansada, apenas assustada ao ver que ali estava um grupo de humanos, realmente humanos. Apesar do contentamento interior, a mulher de cabelos negros recém-chegada ergueu uma pistola, direcionando-a á Dean, que a imitou sacando também sua arma rumo á mulher. Todos espantaram-se, inclusive a mulher de cabelos negros, estava evidente na face de todos que o que eles menos queriam naquele momento era mais uma batalha.

As armas permaneceram em riste e o silêncio silvou de forma lenta e duradoura sobre aquele que outrora fora um acampamento e que agora assemelhava-se á um campo de batalha...


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