Radioactive escrita por Artur, Lucas XVI


Capítulo 11
Capítulo 11 : Fallen


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! Perdão a demora mas tive que estudar para um simulado e isso ocupou muito do meu tempo :s Esse capítulo foi inspirado na música '' Fallen '' da banda Imagine Dragons, se quiserem podem ir lá escutar :)



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Radioactive

Dean agora estava sob cuidados de Lucy, que enrolava carinhosamente o esparadrapo sobre o braço do rapaz, que imergia-se em seus gemidos . Em meio a ação da loira, Dean olhava atentamente Lucy, que demonstrava mais uma vez, toda sua delicadeza .

– Você, sempre se metendo em confusão! – Indaga a jovem caindo em risos, o contrário de Dean, que permanece em silencio absoluto . Lucy cessa os risos enquanto profere novamente:

– O que foi ? Ficou calado ...

– Estou farto de ser enganado, nesse mundo em que vivemos .. não podemos confiar em qualquer um que apareça . Tudo são ameaças . – Ele responde seco .

– Ainda existem pessoas boas, sei que é difícil de acreditar mas, elas existem ! Estão apenas tentando se manter a salvas.. – Rebate Lucy fazendo uma breve pausa completando logo em seguida :

– Como nós .

– Não concordo, essas pessoas .. são fracas, talvez tenha sido melhor eu ficar sozinho como no inicio . – Retruca Dean evitando olhar para Lucy que nada diz apenas termina de enfaixa-lo .

– Você precisa descansar, ou seu lado egocêntrico irá retornar . E eu espero que isso não aconteça . – Lamenta a loira levantando-se saindo de perto do rapaz que fica ali, sentado bastante pensativo .

– Pelo visto vocês brigaram de novo . – Cochichou Quinn aproximando-se de Lucy que acabara de sentar em um banquinho .

– É sempre a mesma coisa, o modo como ele pensa e fala .. – Respondeu cabisbaixa .

– Um dia vamos nos acostumarmos com ele, com o seu comportamento e suas opiniões . Queira ou não ele e a Anne são estranhos aqui, e o mais curioso é que os dois são completamente idênticos ! – Explica Quinn olhando para Dean que estava mais ao longe .

– Pois é .. eu queria saber como foi o dia que eles saíram naquela busca, sempre ouvi falar que duas pessoas egoístas em um único lugar só gera mais confusão . – Questiona Lucy curiosa .

– Você acha que ela gosta do Dean? – Perguntou Quinn .

– Poxa Quinn! Está mais que na cara .

– Hoje eu vou conversar com ela pra deixar vocês dois em paz!! – Exclama a jovem entusiasmada .

– Por favor não faça mais nenhuma confusão . – Retruca Lucy .

O grupo estava unido, pelo menos aparentemente . Ainda foi recente a pequena ameaça humana causada por Sebastian, que poderia muito bem matar Dean que se culpa por ter sido tão burro em confiar em um desconhecido . Agora todos aprenderam que não se deve confiar definitivamente em desconhecidos, principalmente no mundo que vivem, . Quando o inferno sucumbiu a terra .. todos os humanos pagaram por seus pecados, e agora não devem reclamar dos seus destinos .

A lua agora prevalece, todos se esquentam ao redor da fogueira tentando esquecer dos acontecimentos anteriores além das discussões recentes .

– A culpa não foi sua Dean .. – Quebrou o silencio Ryan não obtendo resposta de Dean que apenas continua a comer .

– Nós confiamos em vocês dois . Poderíamos muito bem estarmos errados . – Completou o rapaz e todos ficam o observando .

– Desculpe mas, não estou acostumado com tantas pessoas . – Rebate Dean entrando na barraca .

– Não liga, hoje não é um bom dia para ele . – Consola Lucy à Ryan .

Amanhece, e junto ao sol aquele imenso e misterioso círculo retorna . O que poderia ser o causador de todas essas desgraças que vem se multiplicando por todo o planeta, além de provocar a animalizar todos os sobreviventes com atitudes extremas .

– Somos testados . – Indaga Anne seca, olhando com certa dificuldade para aquele circulo .

– Como assim ? – Pergunta Quinn . Ambas eram as únicas que haviam acordado .

– Você não percebe? Desde que tudo isso começou os nossos atos, as nossas decisões .. os nossos pensamentos, tudo está sendo testado! Acredito que essa vida que estamos vivendo, nos coloca em ocasiões divergentes para sermos testados. Todas nossas ações imaturas irão voltar no futuro contra nós mesmos.

– Bem, você pensa demais! Só quero lhe pedir uma coisa . – Responde Quinn entediada .

– Fica longe do Dean e da Lucy certo? Os dois estavam bem antes, até se aproximaram um pouco mais, depois você começou a brigar com a Lucy . Bendito seja o ciúme !

– O que você está insinuando ? - Rebate incrédula .

– Que você é uma vadia! – Dispara Quinn e imediatamente Anne dá um tapa na loira que abismada diante da ação da jovem, lança um olhar fuzilante .

– Isso é para você deixar de ser sonsa, acha mesmo que me importo com esses dois? Eles não são nada . Acha mesmo que nesse mundo devastado um amorzinho qualquer mudará as coisas? Poupe-me . – Retrucou a morena afastando-se da jovem indo em seguida, em direção à floresta .

– Eles não são nada . Não preciso deles .. sei me virar sozinha! Que se exploda o Dean e todos os outros . – Pensou para si mesma enquanto a raiva eclodia-se no seu interior . Andando um pouco, a morena encontra uma pequena queda-d’água perto do acampamento . Anne rapidamente anda desviando-se das enormes pedras que dificultavam o acesso, escorrega um pouco mas finalmente consegue chegar na pequena piscina formada pela constante queda.

Antes de adentrar, a jovem olha para as aguas atentamente, observando uma mulher totalmente raivosa, que simplesmente não consegue conviver com opiniões distintas. Que estraga todos os laços que faz . Que espanta quem tenta se aproximar ... Que perde todos aqueles que estão ao seu redor .

Via-se o seu próprio reflexo .

Farta de si mesma e de todas suas ações inconsequentes, a morena retira uma faca da cintura apontando-a para sua própria barriga . Chegando ao ápice de seus pensamentos confusos e perturbados, se rende as lágrimas que começam a escorrer interrompendo o ato . Poderia ser tudo, menos fraca emocionalmente .

A jovem então desiste do suicídio inusitado, entrando na pequena piscina ficando em baixo da queda d’agua, deixando a faca cair . Anne começa a passar a mão pelos seus longos cabelos que agora estavam molhados, respirando fundo, suas lágrimas misturavam-se as águas que caiam em direção ao solo mas o inusitado é que no fim, tudo irá cair .

Anne sai debaixo da queda, procurando se tranquilizar um pouco, mas é surpreendida por um errante que tinha sua perna presa entre a abertura de duas rochas, o walker rapidamente se joga no corpo da mulher que grita surpresa . O errante então tenta debruçar-se sobre qualquer membro que estava ao seu alcance, Anne procura a faca na cintura mas não a encontra, lembra-se do que tentou fazer a poucos meninos com ela e agora lamenta sua ação estupida .

Anne tenta de qualquer maneira livrar-se daquele ser pútrido, mas tudo que tentava era inútil, a jovem então repara mais à frente uma pedra de tamanho razoável, não muito grande . Estende o braço direito tanto alcança-la enquanto o que só podia escutar eram os seus gemidos e os grunhidos do errante faminto . Depois de duas tentativas, a jovem consegue alcançar a pedra segurando-a com força e lançando-a ainda em suas mãos, em direção ao crânio daquele verme .

Repetindo o movimento umas três vezes, a mulher consegue sair daquela situação agonizante para si mesma . Sentando-se ali mesmo, decide que deve repensar em seus ideais e suas próprias decisões, mesmo que seja a mais imatura possível .

No acampamento ...

– Quinn ! Ryaan !! – Gritou a garota chamando-lhes a atenção .

– O que houve?- Questiona Ryan nervoso .

– O Dean, ele sumiu .. e a Anne também ! Não encontro os dois em lugar algum . – Responde exaltada .

– Acalme-se . Com certeza ele teve algum motivo, não sairia assim do nada . – Completou Quinn .

– Acontece que ontem ele disse para mim que talvez seja melhor ele ficar sozinho, como no inicio de tudo isso !! – Exclama Lucy colocando suas mãos envolta da camisa que foi dada pelo Dean, estava angustiada em saber que ele talvez tenha partido .

– Se essa decisão foi dele, não podemos interferir . Não vou atrás dele . Não vamos nos separar novamente . – Proferiu Ryan furioso com as mesmices de Dean . Lucy rapidamente se encolhe temendo que o seu amado realmente tenha deixado o acampamento . O silencio predomina entre ambos, enquanto que o único som que prevalece é o de grunhidos e rosnados que se multiplicam intensamente e aproximam-se cada vez mais .

– Vocês estão escutando isso ? – Questionou Quinn .

– Na verdade, não . – Respondeu Lucy dando três passos mais à frente .

– Ei Lucy, onde pensa que vai !? – Grita Ryan que é rapidamente interrompido por Lucy que faz um sinal para diminuir o barulho, Lucy aproxima-se a uma árvore quando finalmente o som fica incrivelmente alto, e o barulho de passos aumentavam constantemente, poderia ser um pequeno grupo ou possivelmente ... uma horda .

Ao notar a presença de inúmeros errantes se aproximando, a loira se apoia na árvore evitando o possível contato com os walkers .

– Droga, Quinn ... Ryan ! Walkers !! – Proferiu em sussurro mas os dois só entenderam do que se tratava quando os errantes começaram a invadir o acampamento .

Ryan e Quinn logo apunhalaram suas armas deixando os errantes se aproximarem . A cena foi incrível, uma extrema quantidade invade o acampamento com ferocidade intensa . Os disparos começam, e errantes eram derrubados . Lucy se encolhia perante a arvore evitando chamar a atenção dos vermes que se preocupavam com a carne fresca dos outros, mas a loira é surpreendida por outro errante que surge atrás da árvore envolvendo seu braço no pescoço da jovem que grita desesperadamente .

Anne voltada da queda d’agua depois de tanto pensar e rever suas próprias ideologias . Estava determinada em realmente mudar seu modo de encarar as coisas, ela sabe que sozinha ... não consegue ir muito longe . Andando ainda um pouco molhada, encontra na volta para o acampamento, Dean com uma mochila andando cabisbaixo . A morena começa então, a estranhar toda aquela situação .

– Dean ? – O rapaz levanta a cabeça lentamente e quando se depara com a jovem, dá um longo suspiro .

– Onde você vai ?? – Ela persiste, o rapaz simplesmente a ignora como se ela não estivesse ali, seguindo seu caminho em frente.

– Você .. você vai nos abandonar é isso ? – Anne indaga indignada ficando na frente do rapaz parando-o com a mão em seu peitoral . Dean fica encarando-a em silencio absoluto .

– Sem a menos se explicar .. ou se despedir ? – Completa tristonha .

– Não consigo conviver com pessoas diferentes , opiniões diferentes . Agora saia da frente que preciso ir . – Respondeu seco .

– E você acha que é fácil para mim também ? Não sei se você lembra do nosso beijo naquele dia e da nossa discussão mas .. temos os mesmos pensamentos! Nós dois somos pessoas egocêntricas e temos que admitir isso .. machucamos os sentimentos das pessoas sem nenhuma intensão ...

Anne discursa olhando-o profundamente em seus lindos olhos azuis, já o rapaz nada diz, apenas ficou parado e calado mediante as palavras da jovem que continua a indagar .

– Sozinha, meu pensamento focaliza em alguém . Deixo-o livre, e de repente meu coração aperta. Mas não estou triste, pelo contrário, deixo escapar um sorriso. Quando te vejo sinto coisas estranhas, mas boas. Quando falo com você minha cabeça pensa direito, mas minhas palavras saem embaralhadas, e minhas mãos ficam suando. Então por isso .. você não pode ir embora Dean .

O rapaz fecha os olhos, parece concentrar-se em algo . Vira-se na direção contrária, começando a andar de volta para o acampamento, Anne o olha mais atrás dando um suspiro aliviada pondo-se a andar junto ao rapaz . Já próximo ao acampamento, Anne brinca :

– Eu sabia que iria te convencer .

– Estou voltando pela Lucy . – Rebate o jovem deixando a morena totalmente paralisada e surpresa . Dean falou completamente sério e isso deixou Anne completamente abalada, mas logo a situação é interrompida pelos gritos de Lucy que agora estava ao chão com dois errantes em cima da mesma .

Ryan e Anne se viam encurralados pelos demais walkers o que dificulta ajudar a jovem . Dean e Anne correm ao local enquanto que Dean grita :

– Cuida da Lucy, tenho que salvar os outros!

Anne parte em direção a loira que lutava contra os errantes . Ao aproximar-se, a jovem afasta os dois derrubando-os pegando em seguida uma faca ficando-a em seus respectivos crânios. Dean pega sua arma efetuando vários disparos que começam a derrubar um por um os vermes que encurralavam os demais .

O grupo se reúne apreensivos e ao ver que Lucy estava bem, Dean efetua um longo abraço em Lucy que surpresa, dá um sorriso enorme mas, esse breve momento de felicidade é quebrado pela chegada e mais transformados que foram atraídos pelos disparos, o grupo então se vê necessitado a fugirem dali, ou morreriam .

Um acampamento que durara a tanta coisa finalmente cedeu levando junto à si, os sobreviventes que se viam literalmente ao chão, sem nenhum rumo ou esperança. Agora, todos eles caíram diante dessa ameaça mortal mas, a maior glória dos humanos não reside no fato de nunca caírem, mas sim em levantar sempre depois de cada queda


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