Radioactive escrita por Artur, Lucas XVI


Capítulo 1
Capítulo 01 : When the end comes


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo da fic espero que gostem :DRadioactive será uma parceria minha com o Lucas, que também já fez outra história de grande sucesso comigo, que foi Vírus, porém ele não quis entrar como co-autor, iremos sempre reversar, uma vez ele e na outra eu .



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Radioactive

Pov. Dean Walt

Era pra ser mais um dia chato e entediante, como de costume do meu cotidiano, acordar cedo, tomar café e perceber que não existia ninguém além de mim naquela casa . Era isso que eu realizava todo santo dia . Meu pai era um policial e sempre vivia ocupado, quando chegava do trabalho eu estava dormindo, e sempre saia cedo no dia seguinte . Minha mãe morreu quando completei doze anos, foi mais uma vítima do câncer de mama, mas queira ou não, foi o melhor para ela, já que não está enfrentando todo o sofrimento que passamos a cada dia, para tentarmos sobreviver nesse mundo devastado, tomado pela raça soberana que agora, eram os errantes, enquanto que nós os humanos, estamos em extinção . Isso se concretiza diante da desumanização e a animalização que o apocalipse nos promove, deixando nossos ideais de lado .

Fiz o caminho para a faculdade, era lá que surgia a parte mais chata da minha vida, ter que conviver com outras pessoas, principalmente idiotas e imaturos . Arranjei uma namorada, não sei como, mas o seu nome era Emily, não sinto nada por ela, muito pelo contrário, para mim ela é só mais uma garotinha que chora quando o namorado não liga, odeio esse tipo de gente . Chorar ? Qual o motivo de desperdiçar o meu tempo com isso ? Devemos enfrentar os obstáculos da vida sem choramingar, e a maioria das pessoas pecam nesse quesito, realmente eu sou um rapaz egocêntrico, não nego isso, nunca neguei, mas acontece que os minhas opiniões são completamente diferente das dos outros .

O que leva uma pessoa a contar todos os seus problemas na vida ? Isso é algo tão comum no dia-a-dia mas é tão irritante , pelo menos para mim, não há necessidade disto . Estava havendo aula quando os gritos começaram, e os idiotas já ficaram curiosos, deve ter acontecido algo , foi isso que pensei mas logo depois os gritos continuaram e a situação começou a ficar alarmante .

– Fiquem calmos ! – Indagou o professor retirando seus óculos e enxugando o suor que escorria por sua testa com suas mãos .

Todos correram para entender toda aquela situação, levantei-me da carteira a qual era a primeira da segunda fila, peguei minha bolsa, não queria mais perder tempo ali, do que adianta continuar na escola se não estamos tendo aulas ? Os corredores estavam uma bagunça, mas isso já era normal, porém havia alunos com manchas enormes de sangue em suas camisetas e mãos .

No pátio, alguns observavam uma garota sendo totalmente devorada por outro aluno creio eu, de inicio fiquei assustado, nunca vi algo parecido, ao me aproximar, notei que era a Emily .

– Ajuda ela .. !! Dean ! – Escutei um berro vindo de trás, era alguém mandando eu ajuda-la, a Emily ela minha namorada, mas naquele momento, eu não poderia fazer nada, na verdade não serviria de nada minha ajuda, nenhuma gota de lágrima escorreu pelos meus olhos, e isso é algo comum, acho que a última vez que chorei foi quando minha mãe faleceu .

Novas criaturas pútridas surgiam em todos os lugares, gritos se ecoavam por todo o local, e pude observar que aquilo não só acontecia na escola mas no lado de fora também .

– É o fim !! – Gritou o zelador com o rádio em mãos, nele pudemos escutar o comunicado do locutor em relação a loucura que estava se espalhando por todo o mundo, neste instante a agonia aumentava, todos queriam ir embora ao mesmo tempo, e foi o que eu fiz .

– Aconselho a todos ficarem na escola, até seu pais chegarem, pode ser mais seguro aqui dentro ! – Exclama o diretor e colocando a frente do portão impedindo que eu e os demais de sair .

– Não posso deixar você passar senhor Walt . – Ele diz balançando a cabeça sinalizando um não, eu retruco com um olhar impiedoso, fuzilando-o . Dou um longo suspiro e digo :

– Você sabe que não manda em mim .

Depois de muita hesitação, o diretor libera alguns alunos, incluindo a mim, fui direto para minha casa e como sempre, não havia ninguém nela, peguei uma arma que meu pai guardava na gaveta do seu armário como proteção, enchi uma mochila preta com alguns mantimentos que possuía, a minha ação seguinte foi a mais estúpidas de todas, sair de casa e ir em direção ao centro de refugiado que estava sendo formado, no que eu pensei ? Só iria ter mais pessoas lá !

Dando os primeiros passos fora de casa, notei a presença de algo estranho no céu, nunca tinha visto algo tão horrendo antes, causava inúmeros arrepios em mim, um grande circulo surgia-se em volta do sol, era enorme e chama a atenção de qualquer um . Acontece, que aquilo não era um fenômeno qualquer e com certeza é o causador de todo esse caos que rapidamente vai se multiplicando .

Fiquei andando por horas até achar um local para descansar por uma noite e ter mais detalhes sobre a localização desse tal refúgio, e isso se repetiu por dias .. três semanas para ser preciso, não foi difícil me virar sozinho, desde que minha mãe se foi, fiquei só, sem mais ninguém . Durante o tempo que fiquei por conta própria nesse apocalipse, não parei para imaginar como estaria meu pai com essa situação toda, mas nem me importo, ele não cumpria seu papel como pai mesmo .

Enquanto andava cautelosamente dentre a floresta, acabei encontrando uma barraca abandonada, alguém fez um acampamento ali e por algum motivo não estava usufruindo do ‘’teto’’ seguro que tinha sobre a cabeça . Durante o pouco tempo que estive nas ruas, acabei que matando alguns daquelas coisas que chamamos de zumbis ou errantes, sempre pútridos e sedento em carne fresca .

Revirando as coisas e os pertences da barraca, noto que existia um corpo estirado ao chão do lado da barraca próximo a uma arvore, o cheiro era muito forte e havia um bilhete ao lado do corpo, não sei o que deu e mim mas acabei que lendo o mesmo por pura curiosidade .

’ Quem possivelmente está lendo este bilhete, deixado por mim, é um sobrevivente que tenta fugir a todos os custos desses vermes que surgem em todos os lugares . Sinto muito em dizer-lhe mas não existe lugar seguro, não existe esperança, pois o inferno sucumbiu a terra e agora, os humanos irão sofrer as consequências de seus atos imundos . Infelizmente não conseguir aguentar mais que isso, perdi minha família e amigos próximos, tudo culpa desse desastre, as minhas atitudes foram as piores possíveis, suicídio, e espero que você não tome o mesmo rumo que eu . Isso é o Apocalipse e todos nós .. estamos perdidos . ‘’

Não tive pena deste senhor, muito pelo contrário, ele foi fraco e é mais uma pessoa que não enfrenta os obstáculos na sua frente. Que se deixar abater pelas suas próprias emoções, tomando medidas trágicas e infantis .

Comecei a caminhar não tão distante da pequena barraca, fui a procura de comida, qualquer coisa serviria, frutas até mesmo animais, porém noto algo estranho estendido no chão úmido da floresta, aproximo-me e reparo que era uma garota, ela eleva sua cabeça ao perceber minha presença mas antes de dizer algo, acaba desmaiando . Minha reação foi a mais estranha possível, não sei o motivo mas acabei que pegando a garota nos braços, levando-a para o acampamento, seu cabelo loiro um pouco ondulado tocava em minha pele, nunca pensei que ajudaria uma pessoa ainda mais nesse apocalipse . Depois de um tempo, a garota acordou, percebo que seu olhar ainda estava desfocado, ela da um suspiro e estranhando, aproxima-se de mim .

Ficamos nos encarando por longos segundos, o silencio se prevalecia entre nós, e só o que se ouvia era os barulhos dos pássaros que rodeavam perante a floresta . A garota senta-se um pouco distante de mim, e com dificuldades diz :

– Você me trouxe para cá ? – Eu acabo respondendo sinalizando um sim com a cabeça, eu segurava minha Desert Eagle, era fácil de arranjar essas armas de grande porte, meu pai sempre manuseava elas .

– Sou a Lucy... – Ela indaga depois de um tempo em silencio e eu respondo : - Dean Walt .

Ela fixa seus olhos claros nas frutas que estavam ao meu lado, eu percebo e entrego-as para a garota que pega agoniada devorando a mesma, com certeza estava morta de fome, ela abocanha a fruta sem piedade e depois de perceber da indelicadeza que fez, acaba que se acalmando um pouco, estava mais que nítido sua timidez .

– Então Dean ... quantos anos você tem ? – Ela pergunta e eu não respondo, a garota persiste e completa :

– Tenho 18 .

– Vinte . – Acabo que respondendo realizando um suspiro, isso era mais que entediante e incomodante . Fico observando a pistola enquanto tento quebrar o silencio que persistia em prevalecer diante de nós .

– Eu fiquei em uma casa na árvore .. – Ela responde porém as lágrimas que escorreram pelos seus olhos a interromperam . Eu reviro meus olhos azuis, ver alguém chorar é algo torturante para mim, pois queira ou não .. eu acabo menosprezando sem intenção alguém que consegue demonstrar seus sentimentos .

– Mas uns idiotas queimaram ela . – Ela continua falando mais e mais de sua vida, acho que ela achou que tinha liberdade para falar tudo então decidi interrompe-la .

– Tenho cara de ser seu psicólogo ? Não quero saber dos seus problemas .

– Nossa ... – Ela diz se encolhendo, eu realmente não merecia isso .

Escureceu, e fomos dormir, pelo menos eu tentei já que a cabana era minúscula e dormir duas pessoas nela era quase impossível . No outro dia, acordo com os gritos da loira .

Me levanto rapidamente saindo da cabana ainda xingando-a com os meus pensamentos, peguei a pistola e no lado de fora, ela estava sendo encurralada por um errante que tentava a todo custo devora-la . Aproximo e atiro no seu crânio, estourando seus miolos fazendo seu corpo mole cair no chão, a garota me olha assustada eu estendo a mão para ajuda-la enquanto uma expressão séria surgia na minha face .

– Eu não consegui dormir ... fiquei um pouco incomodada e acabei saindo da barraca, fiquei aqui por alguns minutos mas fui surpreendida por este miserável . – Ela tenta se explicar, dou-lhe as costas enquanto pego minha mochila, ela olha pra mim estranhando minha ação e eu indago :

– O tiro que eu dei irá atrair mais deles .

Essa garota fez algo dentro de mim despertar, não sei o que é mas nunca senti algo assim antes, ela realmente era bonita, mas definitivamente não estou perdidamente apaixonado por ela. Isso eu tenho certeza ... pelo menos eu acho .


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