Salvadora escrita por Makino07


Capítulo 8
Eu sou Richard Grayson


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!!!! Como eu sempre faço, gostaria de agradecer aos reviews que me deixaram muito feliz e que juntamente com esse clima de feriadão me deram um impulso pra escrever mais um cap, e num intervalo de tempo menor em relação ao último!
Beeeem, esse é um capítulo, centrado no Dick Grayson, um dos protagonistas. Eu ia adicionar como um capítulo extra, uma vez que não tem elementos tão tão tããããããããão importantes pra fic, mas enfim, quis adicioná-lo como um capítulo normal, afinal faz parte do enredo. Nesse cap mostra a passagem de Robin pra Asa noturna. De antemão, peço desculpas aos apaixonados pela história do Dick e que a conhecem tim tim por tim tim. Não sei como se deu essa passagem realmente, mas fiz aqui de forma alternativa na minha fic. Não é um capítulo com muitos diálogos - digno de ser um cap do dick né gente ?! rsrs - e também tá curto, mas espero que gostem e em breve sai um novo capítulo (o roteiro tá esquematizado, falta só escrever). Boa leitura espero que gostem !!!



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Como se Dick e Kory já soubessem, Ravena precisava daquele abraço. Todos os dias, por alguns instantes e em pequenas ou grandes doses ela recebia todo o amor e carinho que não teve durante toda sua vida, até a adolescência. Privada de qualquer demonstração de sentimentos e emoções - até mesmo da de sua mãe Arella - Rachel Roth crescera sabendo que se tornaria uma intermediária para o caos completo na Terra. Filha de um alguém que a usaria e descartaria logo seguida. Que vida era essa? Melhor, isso era vida? Por isso ao encontrar os Titãs, mal demonstrava suas emoções, algo que passara com o tempo. Nos dias atuais, ela sorria, se expressava, e por raras vezes, até fazia comentários bem humorados. Acima de tudo aceitava Mutano e seu jeito cada vez mais.

Richard e Kory também estavam satisfeitos com aquele abraço. De certa forma Ravena era uma das responsáveis pelo fato de o casal estar feliz e resolvido, em seu jeito de ser, é claro. E inconscientemente aquele era um abraço de agradecimento. Também servira como um "boa noite".

Ravena lançou um terno olhar para os dois e logo saiu dali. Koryander já se encaminhava para sala, e o jeito com que andava dando pequenos saltinhos indicava que estava feliz e radiante. Richard percebera, e dava um leve sorriso, modéstia à parte ele sabia que uma parcela daquela felicidade se devia a ele.

– O que achou dos Titãs? - ela perguntou ao líder deitando-se no sofá de cabeça para baixo. Seu tronco estava na parte onde era para sentar, e seus pés estavam cruzados em cima do encosto do sofá, suas coxas se apoiavam onde deveriam estar suas costas. Dick tentou não manter o olhar ali por muito tempo. Tentou.

– Ah... hum ... - começou, confundindo um pouco as palavras em sua mente - Eu gostei deles. Têm habilidades muito interessantes, além de terem bons históricos de luta.

Dick se "sentou" da mesma maneira que Estelar, ao lado esquerdo da moça. Colocou os pés em cima do encosto do sofá, e ao deixar sua cabeça pender do assento deste, logo seu olhar encontrou o da tamareana, que olhava o moreno com olhos curiosos. Num movimento que pareceu durar horas, Richard levou a mão no canto da máscara, e lentamente ele a tirou.

A respiração de Kory se acelerou, ela não acreditava no que via. Desde que conhecera Robin, sempre o via com a máscara, e ela não acreditava que iria vê-lo sem o artefato nem tão cedo. Mesmo com um vontade mais que imensa de pedir para que ele a tirasse, ela nunca iria pedir, pois imaginava que ele prontamente negaria. Ver que de repente ele se desnudaria para ela, ali naquela sala, fora algo surpreendente. Seus olhos eram de um azul que se equiparava à cor do oceano, que estava logo ali fora. Todavia, muito mais do que a imagem estética dos olhos do rapaz, Kory podia ver muito sobre Dick ali. Era quase como se as respostas para as perguntas que ela - e todos os outros Titãs - queria estivessem bem à sua frente. Ele tinha um olhar que trazia tristeza, mas ao mesmo tempo, esperança e força de vontade.

– Kory, se você quiser... - ele quebrou o silêncio. Que era apenas verbal, pois naquela troca de olhares, um diálogo já havia se iniciado.

– Dick - ela o cortou - não precisa dizer nada, não precisamos falar sobre nós dois se você não quiser - ela continuava mantendo seu olhar no olhar do rapaz. - eu conheço você.

Dick sorriu. Ele agradecera mentalmente por não ter que conversar. Era um rapaz muito franco e sincero, e ás vezes temia a forma com que usava as palavras sem pensar. E Estelar era o que ele chamava de "pessoa magoável", o que dificultava ainda mais o diálogo entre eles dois, uma vez que o rapaz poderia a qualquer momento "jogar" seus dizeres francos e duros, sobre um determinado assunto. Mas ele queria demonstrar seus sentimentos e provar pra Koryanders que ele poderia fazê-la feliz, e isso não seria com palavras. Ele não era assim com seus pais Mary e Jonh, nem com Bruce e Alfred. Era melhor com gestos e decidiu mais uma vez apostar nesses.

Com sua mão esquerda acariciou o rosto de Estelar. Escorregou-a desde as têmporas da moça até seus lábios um pouco volumosos, e levemente passou seus dedos em torno deles. Dick estava ansioso por beijá-los e Kory facilitou seu anseio ao virar seu tronco para o rapaz. Num movimento complicado, logo os dois estavam "corretamente" deitados no sofá. Agora Dick tinha total acesso ao rosto da moça ruiva e não demorou para puxá-lo de encontro ao seu.

Com os corpos colados, Dick inclinou sua cabeça para beijar a moça. Seu beijo nela era voraz e ao mesmo tempo sentimental. O jeito com que demonstrava seu amor por ela era físico, mas não menos romântico. O grau de intensidade de seu beijo era quase equiparado a seus sentimentos pela alien, embora por vezes o beijo ficasse mais calmo e terno.

Os dois abriram os olhos e mais uma vez verdes e azuis se encontravam. A tristeza que por um momento Estelar podia ver, agora estava ocultada pela felicidade daquele instante. Vira o rapaz sorrir duas vezes, um sorriso em sua boa e outro em seus olhos.

Os beijos se repetiram até um certo horário daquela noite.

– É melhor você ir descansar - Dick disse segurando o rosto de Kory - amanhã temos treino...

– Tudo bem, estou mesmo cansada. Mas vou logo dizendo que se eu não estivesse, eu não acataria suas ordens, e continuaria aqui com você - ela respondeu sorrindo, sendo a velha e insistente Estelar.

– Eu sei disso - ele sorriu em resposta - você é persistente...

Kory se levantou, e Dick caminhou com ela até a porta do quarto magenta. O quarto era convidativo, e Dick não podia negar a vontade de entrar e passar a noite ali com a moça, mas não o fizera. Com sua colega de equipe, ele queria fazer tudo diferente, mesmo que fosse chamado de careta. Estelar merecia um homem que soubesse respeitar uma princesa. Mesmo que a princesa fosse insistente... A moça abrira a porta e logo entrara, Silkie já estava em cima da cama e não dormia até que sua dona chegasse. Estelar parou mais uma vez nos olhos de Richard, aquela imagem ficaria em sua cabeça, e ela o olhou pela última vez como se dissesse "obrigada pela abertura". Desejaram-se uma boa noite e logo Richard se dirigia a seu quarto.

Aos poucos Richard se dava conta da dimensão de seus sentimentos pela ruiva. Sempre a vira como uma muher bonita e atraente, mas nunca imaginara algo além disso. E agora ele estava ali, deitado na cama pensando nela, até lembrara da letra de uma música que ouvira uma vez: "(...) parecia inofensiva, mas te dominou (...)". Talvez no contesto da música, a letra nem se encaixasse no que estava vivendo, mas para Dick retratava seu momento atual.

Estelar o fazia querer ser o melhor que ele podia, não só como homem, mas também como pessoa. Não era como se ele estivesse numa crise de identidade, mas havia mudanças no seu jeito de ser nos últimos dias. Agora ele não era mais tão individualista e cabeça dura, estava mais aberto a conselhos e passava mais tempo ouvindo seus amigos. Continuava sendo o típico ariano ardente, impulsivo, corajoso e espontâneo, mas agora controlava um pouco mais os seus defeitos. Quando não estava "encucado" com os problemas de heróis, ficava divertido e gostava de ver filmes de comédia, embora não assumisse perto de Mutano. Era um bom dançarino e gostava de cantar em karaokês, mas não tinha habilidades para isso, o que arrancava risadas dos outros Titãs. Uma pessoa que agora era feliz, mesmo que ás vezes passasse por dilemas internos.

O simples fato de pensar em seu "novo eu", o fez lembrar de Mary e Jonh, e como gostaria mostrar a eles o quanto havia amadurecido. Se lamentava todos os dias por causa do acidente nos trapézios sabotados de seus pais, e mesmo tendo apenas nove anos na época, o rapaz sentia uma parcela de culpa pela morte deles, coisa que Ravena vinha há muito tempo tirar da cabeça do homem. Embora esse fato fosse um argumento para a tristeza que assolasse Dick, também era a roda que impulsionava sua determinação e coragem, uma vez que sempre queria proteger assiduamente aqueles que amava. Não queria passar uma imagem de desproteção, principalmente para Estelar. Seus pensamentos iam se esvaindo com o passar da noite. O sono viera e fora bem recebido, o dia seguinte seria cheio e cansativo , então Dick não fez nenhum esforço para continuar acordado.

O dia amanheceu e após um café descontraído, se iniciava mais um treino de combate. O primeiro dos Titãs temporários. Eles demonstravam suas habilidades de forma brilhante, ás vezes lutando contra robôs e máquinas, ás vezes lutando entre si, e até contra os Titãs permanentes. Yanca fazia questão de sempre estar perto de Dick, lutando com ele corpo a corpo e pedindo dicas de lutas, o que ele atendia prontamente. Ravena olhava a cena com desdém e cara de nojo. A mulher de cabelos castanhos claros - levemente loiros - por vezes reparava o olhar da mulher de cabelos quase violetas. Ravena também podia perceber que Eddy, entre uma luta e outra, olhava para o desempenho de Yanca. Focava a moça e em uma das vezes quase se machucara no treino. A empata levantou uma sobrancelha com a ironia presente ali.

Num dos movimentos de luta, pôde-se ouvir o som de um tecido rasgando. A cor deixou o rosto de Dick ao perceber que o tecido que havia rasgado era o de sua roupa, e bem na parte traseira. Todos perceberam o ocorrido e caíram na gargalhada.

– Acho que está na hora de aposentar esse uniforme - Disse o ciborgue entre uma risada e outra.

– Esses e todos os outros né?! Você tá muito colorido - Mutano fez a observação também rindo.

– Vocês vão me pagar, idiotas - Dick respondeu sorrindo, porém sem graça.

Yanca "derretia-se" ao ver o sorriso desconcertado do líder ao sair da sala de treinamento tentando tapar o buraco em sua calça, com as mãos e com a capa. Ela apaixonava-se cada vez mais. Com a total dispersão, o treinamento havia acabado. Os Titãs foram para a cozinha ainda gargalhando do ocorrido, ficaram fazendo suposições de como seria se estivessem numa batalha real no meio da rua. Se não fosse trágico, seria cômico com certeza.

Depois de um tempo se dispersaram e foram ver TV. Fred, um dos irmãos, permaneceu na cozinha, seu olhar vazio chamou a atenção de Garfield.

– Hey, cara. Tá tudo bem? - O metamorfo começou, colocando a mão no ombro do rapaz.

– Sim, está - o rapaz o olhou.

– Você não está com uma cara muito legal - Mutano se sentou ao lado dele.

– Só uns fatos da vida...

– Se quiser conversar, pode contar comigo - o verde lhe ofereceu um sorriso que pareceu convidativo.

– Eu... eu gosto de uma moça, Samantha, ela mora perto da minha casa - Fred sorriu - ela é especial pra mim.

– O que há de errado nisso, meu chapa? Tem uma "mina" envolvida, isso devia ser felicidade - Mutano brincou e logo viu o olhar perdido de Fred murchar.

– O Frank também gosta dela...

– E ele sabe que você também...

– Não! - Fred olhou rápida e desesperadamente pra Garfield - Ele não sabe, nem nunca irá saber... Eu quero que meu irmão seja feliz com ela.

– Mas você devia pelo menos conversar com ele sobre isso Fred...

– Você precisa ver o jeito como ele fala dela... Eu não consigo, nunca consegui. Mas essa é uma coisa que vai morrer comigo. Pra mim nada é mais importante que o Frank. Eu sou o mais novo, mas sinto que devo protegê-lo, pelos meus pais. Isso também significa fazer uns sacrifícios, pela felicidade dele...

Mutano mirou o rapaz, admirou-se com seu amor fraternal, era algo que ele de imediato sentira ser muito forte, só pela forma como Fred falara. Embora achasse que aquela situação em específico, ele devesse compartilhar com Frank. Mas esse era o estilo de Mutano, lutar pelo que queria. No momento ele queria entender o que Ravena sentia por ele - e ele sabia que ela sentia algo -, talvez isso o ajudasse a compreender o que ele mesmo sentia. Deu uma leve abraço em Fred junto com um sorriso e foram caminhando para sala onde os outros estavam.

Em sua sala, Richard tirava a roupa, amaldiçoando-a. O pensamento que há muito vagava pela sua cabeça, agora vinha à tona. Embora, fosse um motivo bobo para uma mudança aparentemente brusca, o acidente na sala de treinamento foi só o estopim para algo que o rapaz já planejava fazer há tempos. Ele tinha outro traje. Era um novo uniforme que faria dele também, um novo Richard Grayson. Richard sabia que algum dia não usaria mais aquele traje de Robin. Além de tê-lo acompanhado por muito tempo, ele também trazia a Dick o pensamento de ser a sombra do Batman, designação que ele não mais queria há muito tempo. Após sua briga com Bruce, ele deixara a mansão e resolvera trabalhar por conta própria, não queria mais ser o Robin, embora o fosse por muito mais tempo depois de sua partida. E agora mesmo depois de reconciliar com o homem-morcego, ele queria mesmo era ser o Richard e assumiria um novo codinome.

Ele surgiu na sala deixando todos sem fala. Vestia um uniforme preto que cobria todo seu corpo. Não tinha capa, mas no peito estava estampada uma grande ave azul. A roupa era um pouco justa, mas não intimidava Richard, pois para ele o que importava é que ela lhe dava mobilidade e agilidade, e também, ele não se importava muito com que iriam pensar. Como esperado, ele mantinha a máscara, e ela dava o toque final àquela figura que a maioria das mulheres julgaria como sexy.

– A partir de hoje gostaria que vocês me chamassem de Asa Noturna.


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Notas finais do capítulo

Bom, gente é isso! qualquer dica ou toque, gostaram ou não, podem falar. Qualquer crítica será aceita, afinal os escritores precisam estar sempre melhorando e fazendo o melhor pros leitores, desde já obrigada por lerem! Abraços!!!



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