Valley West escrita por Bruna Gonçalves
Notas iniciais do capítulo
Olá, tributos!
Como estão?
Estou postando esse capítulo porque estava muito ansiosa para colocá-lo aqui, está bem? Mas, provavelmente, não postarei mais nada nessa semana.
Aproveitem o capítulo!
P.S.: NÃO ME MATEM!
Deixamos um bilhete para o pai de Peeta para que ele conversasse com Rue e Tresh sobre Pliny, mas, antes, fui até o quarto de Cato, acordando-o com um belo soco no maxilar. Apesar de Peeta ter feito a mesma coisa no dia anterior, não me segurei.
Corremos soltando risadinhas animadas até um esportivo preto. Peeta colocou as malas no banco de trás e pulou no banco do motorista, girando a chave e colocando os óculos escuros. Ele me disse que aquele carro era dele, mas ele não quis levá-lo à Valley West.
– Para onde você quer ir primeiro? – perguntou, se virando rapidamente para mim.
– Para qualquer lugar que tenha comida. – Coloquei a mão na barriga, sentindo meu estômago roncar. – Estou com fome.
– Está certo. – Sorriu levemente, me dando um beijinho rápido.
Sorri também, pensando em tudo que mudou em apenas algumas semanas. Quando o conheci, Peeta era apenas um vizinho de porta irritante, em desconhecido que eu não queria conhecer. Mas, naquele momento, éramos só nós dois no mundo, duas pessoas felizes à caminho de uma viagem inesquecível.
Fiquei observando o nascer do sol, o céu começando a adquirir o tom certo de azul. Comecei a imaginar se Peeta percebia aquelas coisas também, se ele também via coisas que mais ninguém conseguia perceber. Como se lesse meus pensamentos e dissesse sim, ele pegou minha mão depois de trocar a marcha.
– Você está bem? – perguntou. – Está tão quieta.
– Estou bem, sim. – Virei-me para ele. – Só estou pensando. Qual é sua cor preferida. Peeta?
– Minha cor preferida? Acho que... Acho que é laranja.
– Tipo os cabelos da Effie? – Pendi a cabeça para o lado. Apesar de Effie Trinket ser uma mulher adulta, era louca por cores diferentes nos cachos.
– Não. – Soltou uma risadinha. – Um laranja menos intenso. Como o pôr do sol que eu pintei. – Ficou em silêncio por um tempo. – E sua?
– Verde. Essa cor me lembra do tempo que eu e meu pai saíamos para acampar com Prim e minha mãe.
– Preciso conhecer sua família. – Sorriu de canto.
– Não sei... – murmurei. – Estou meio distante dela, ultimamente.
– Precisamos resolver isso. – Peeta falou, decidido. – Sua família mora em Winchester, certo?
– Sim. Mas... O que você está pensando em fazer? – Cerrei as sobrancelhas.
– Vamos dar uma passadinha lá. Estamos bem perto, mais ou menos uma hora para chegarmos. Depois vamos direto à Las Vegas.
– Bem, Peeta, eu já te disse que você é uma pessoa muito legal?
– Sinceramente? – Arqueou as sobrancelhas. – Não.
– Ótimo. Nunca vou te dizer isso. – Sorri.
– Também te odeio.
Ele fez um biquinho, o que me fez apertar seu lábio inferior.
(...)
A cidade não tinha mudado nada desde a última vez que eu fora para lá. As mesmas árvores, os mesmos moradores, as mesmas escolas, as mesmas crianças pulando no parquinho da praça central. Paramos no café que eu e minha irmã costumávamos parar todas as manhãs para comermos as panquecas do Moe, um cara gigantesco e tatuado que fazia os pedidos.
Quando entrei pela porta de vidro e ouvi o sino, corri até o balcão, onde Moe preparava alguns sanduíches. Quando me viu, soltou um sorriso e me abraçou.
– Katniss! – exclamou, ainda sem me soltar. – Ah, você não sabe o quanto eu senti sua falta aqui!
– Também estava com saudades de você, Moe. – Sorri. – Essa cidade não mudou nada.
– Quer dizer que não está triste com o que aconteceu? – O sorriso dele sumiu.
– O que aconteceu? – perguntei, sentindo Peeta enlaçar o braço na minha cintura.
– Ah, bem... É que estávamos sentindo a sua falta, e sua família estava mesmo muito triste. – Ele ficou em silêncio. – Vou fazer os seus pedidos. O que querem?
– Bem, o de sempre. Para nós dois.
E Moe correu para dentro da cozinha como se quisesse acabar logo com aquela conversa. Eu e Peeta nos sentamos em uma mesa perto da vitrine. Comemos as panquecas com melado, as capuccinos e as torradas rapidamente, e, depois de pagar a conta e me despedir de Moe, fomos em direção à minha casa.
Todas as casas da rua, todas mesmo, estavam com flores de primrose nos canteiros. Quando chegamos até a porta da minha casa e tocamos a campainha, minha mãe abriu a porta. Mas ela não estava feliz. Seus olhos estavam vermelhos e inchados e lágrimas caiam deles.
– Katniss? – Sua voz saiu mais como um sussurro, seus olhos assustados. – O que aconteceu? Você não estava em Las Vegas?
– Mãe? Está tudo bem por aqui? – Olhei para os lados, tentando olhar para dentro da casa. – Onde está Prim?
– Ah, querida, nós precisamos mesmo conversar. Entre, por favor.
– Não enquanto você não me dizer o que está acontecendo!
– Katniss...
– Tudo está meio esquisito por aqui. Até Moe ficou com um papo estranho para cima de mim, e algumas pessoas me olhavam com dó.
– Katniss... Vamos conversar lá dentro. – suplicou. Pegando minhas mãos. – Aí você e seu amigo entram e tomam um chá.
– Não. Me diga o que está acontecendo, agora!
– Está bem! – As lágrimas começaram a cair com mais intensidade. – Prim está morta!
Aquilo me acertou em cheio como um soco no estômago ou uma facada no coração. Prim, a pessoa que eu mais amei, a pessoa que me tirou do chão quando nosso pai morreu na explosão, a única pessoa que me importei ao ponto de começar a trabalhar aos doze anos para sustentá-la. Prim, minha irmãzinha querida, minha pequena patinha, estava morta, enterrada em algum lugar do chão, inalcançável.
Vomitei todo o café da manhã no gramado, e comecei a correr até a rua. Só queria fugir dali, encontrar minha irmã no parquinho da praça. Tudo até que um carro me atingisse e eu perdesse a consciência, caindo em uma escura e fria zona de medo.
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Hehe, acho que vou receber xingamentos nos reviews...
O que acharam?
Vão querer me matar mesmo?
Beijos
o/