"Shut up and put your money where your mouth is

That's what you get for waking up in Vegas

Get up and shake the glitter off your clothes, now

That's what you get for waking up in Vegas" Waking Up In Vegas, Katy Perry.

A cada palavra que Katniss dizia, meus olhos enchiam de raiva. Minha visão estava vermelha e embaçada, e aquilo não era um bom sinal. Acho que Katniss percebeu, pois colocou as mãos na minha perna.

– Peeta? – sua voz estava um pouco trêmula. – Você está bem?

Simplesmente neguei com a cabeça. Meus músculos se retesavam e minhas mãos tremiam incontrolavelmente. Ela colocou uma mão na minha testa, arqueando as sobrancelhas.

– Você está frio! – exclamou, começando a tirar o casaco. Colocou-o nos meus ombros, deixando os braços descobertos. Neles, pude ver marcas roxas.

– Katniss – minha voz saiu baixa, quase sussurrada. –, Cato fez isso com você?

– Não foi nada demais, Peeta. Olha, está tudo bem.

E foi então que eu me levantei e comecei a correr até onde Cato estava. Queria matá-lo, sentir o sangue dele nos meus dedos, escorrendo pelas minhas mãos. Quem ele era para ferir Katniss? Além disso, ele estava traindo Clove, uma garota muito legal que não merecia aquilo.

Saí da casa pisando duro, ouvindo Katniss correndo atrás de mim e pedindo para que eu parasse. Mas eu não conseguia para, nem iria parar. Não enquanto Cato se arrependesse de ter nascido e conhecido Katniss Everdeen.

Fui até o jardim, vendo-o brincando com Clove na borda da piscina. Corri até ele, acertando um soco em seu maxilar. Ele caiu na grama, o que só me ajudou. Socava todo o seu rosto, sentindo o sangue pingar na minha camiseta e ouvindo os gritos desesperados de Clove e de Katniss atrás de mim.

Só parei quando senti uma pancada ao meu lado, vendo meu pai se debruçando sobre mim, segurando meus punhos, que não conseguiam relaxar.

– O que você está fazendo, Peeta?! – ele gritou.

– Cato merece morrer! – gritei de volta. – Olhe para os braços de Katniss! Foi ele que fez isso!

– Isso é verdade, Cato? – Clove perguntou, abraçando-o no chão.

– Claro que é! – ainda gritava, a visão totalmente vermelha. – O lábio dele está inchado porque Katniss tomou providências! Ele tentou beijá-la!

– Cato, por favor, me diga que Peeta está ficando louco. – a voz de Clove estava trêmula.

– Não. – Katniss colocou uma mão em seu ombro. – Eu juro por tudo que há de mais sagrado. Ele queria trair você.

– Isso é mentira! – Cato exclamou. – Eu amo minha namorada. Nunca a trairia.

Eu me debatia, tentando me levantar e matar meu primo. Nunca gostei dele como um membro da família, só o aturava. Katniss se ajoelhou ao lado do meu pai, colocando sua mão em meu rosto.

– Peeta, não faça mais besteiras. – ela sorriu levemente, sua voz doce e macia me acertando em cheio. – Está tudo bem. Agora vamos subir. Vou te dar um banho frio e vamos dormir, certo?

– Certo. – minha voz quase não saiu.

Ela me levou até o nosso quarto, me empurrando para o banheiro. Abriu o registro do chuveiro e começou a tirar os jeans e a camiseta hippie que vestia. Estava um pouco tonto, e fiquei lá parado, encarando-a. Katniss ficou apenas de roupas íntimas, tirando minhas roupas. Entramos juntos no chuveiro, a água fria molhando nossos corpos.

– Está se sentindo melhor? – ela perguntou.

– Estou. – sorri.

– Sabia que, mesmo você quase ter matado seu primo e tudo mais, eu até achei fofo o que você fez? – ela sorriu, passando o shampoo no meu cabelo nas pontas dos pés. – Nunca nenhum cara brigou com outro por mim.

– Não aguentei te ver machucada. Cato é um...

Ela colocou o indicador nos meus lábios, me calando.

– Não vamos falar de sua família agora, está bem? – piscou os olhos. – Só vamos... Aproveitar o momento.

E me beijou.

Ah, cara, como eu quis parar no tempo e nunca mais sair daquele banheiro. Porque eu sabia que Katniss não estava me beijando apenas por instinto ou porque estava bêbada demais e não se lembraria de nada no dia seguinte. Nós ficamos lá, nos beijando como se não precisássemos de mais nada, nem do ar para respirarmos.

Tudo estava perfeito.

E, novamente (quase que era uma rotina), dormimos abraçados, só acordando à noite para trocarmos mais alguns beijos.

Aquela era a minha Katniss.

(...)

– Ei! – Katniss me acordou com sua voz risonha. – Mellark, acorde!

Olhei para o relógio digital na cômoda e vi que eram cinco da manhã.

– Está ficando louca? – puxei seus braços, fazendo-a cair na cama e ficar de frente para mim. – Por acaso viu que horas são?

– É claro que vi. – me deu um beijinho rápido. – Por isso que estou te acordando. Se sairmos quando os outros acordarem, teremos que dar explicações. Por favor, levante-se, troque de roupa e arrume a sua mala.

– Vamos viajar? – cerrei as sobrancelhas.

– Estamos em Vegas, baby! – ela sorriu. – Vamos para alguns cassinos nos divertir e beber até desabarmos! Estamos na cidade dos jogos! E, além disso, temos mais esse dia até voltarmos para Valley West.

– Certo, Garota em Chamas! – sorri, me levantando em um pulo. – Vamos incendiar essa cidade!

Peguei Katniss no colo e a girei no ar, fazendo gargalhadas saírem de sua boca.

– Acordar em Vegas. Isso vai ser divertido. – ela disse, terminando de fazer sua trança.

– É. – concordei, fechando o zíper da mala. – Vai ser divertido.