Valley West escrita por Bruna Gonçalves


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Hey estranho ou estranha que está lendo a minha fanfic!
Espero realmente que gostem e que deixem um review!

Aproveitem o capítulo!



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Meu despertador não tocou – eu nem mesmo tinha um despertador –, mas eu acordei naquela manhã chuvosa com o som das inconfundíveis e inigualáveis vozes masculinas. Mas, eu pensei, por que raios tem garotos em Valley West?

Levantei-me cambaleante, sentindo um pouco da ressaca e do efeito das drogas e dos cigarros da noite anterior, e caminhei até o pequeno frigobar no canto do quarto, pegando minha vodca camuflada em uma garrafinha de água mineral. A inspetora Effie Trinket logo passaria pelos quartos para acordar o resto das garotas, e eu não podia beber no quarto. Ou em lugar algum da escola. Estaria burlando a primeira regra de convivência do Colégio Interno Valley West.

Coloquei-a na boca, sentindo o líquido gelado descendo pela minha garganta, sentindo, logo depois, a ardência do álcool pelo caminho. Cerrei os dentes e apertei os olhos, querendo parar com aquela sensação horrível, mas completamente prazerosa.

Depois de esvaziar a garrafa e jogá-la na lata de lixo, coloquei meu moletom cinzento e surrado e prendi o cabelo em uma trança malfeita. Peguei minha mochila e saí do dormitório, agradecendo por Enobaria, minha ex-colega de quarto, ter sido expulsa do colégio por ser pega fumando. Muito idiota pensar que Effie não a veria fumando no próprio quarto na hora da inspeção. Bem, nunca gostei dela, e não coloquei minha mão no fogo para protegê-la da expulsão.

Enquanto pensava nisso, não percebi que alguém entrava no quarto ao lado, por isso, bati meu rosto com tudo na porta acinzentada. Caí de costas no chão, e um garoto loiro voltou correndo de dentro do quarto ao local do acidente.

– Ah, meu Deus, me desculpe! – exclamou, tirando os óculos escuros do rosto e estendendo a mão para mim. – Deixe-me te ajudar.

Eu explodi. Realmente não gostava de conhecer pessoas novas, e, bem, aquilo não foi um primeiro encontro muito legal.

– Eu não preciso da sua ajuda! – gritei. – Só tome cuidado com essa porta. – Me levantei em um pulo para encará-lo nos olhos. Aliás, ele tinha belos e grandes olhos azuis.

– Não precisa gritar! – Ele gritou de volta, com as sobrancelhas cerradas. – Estou te pedindo desculpas. Como vizinhos, acho que devemos ter um bom convívio.

– Vizinhos? Afinal, o que você está fazendo em Valley West? É um colégio feminino!

– Não vai muito às aulas, não é? Corionalus Snow, o dono do colégio – Deu ênfase ao “dono”. – abriu o colégio para homens, portanto, somos vizinhos. Prazer, Peeta Mellark, o filho do dono da maior rede de padarias do país. – Estendeu a mão para mim.

– Katniss Everdeen, uma nada na vida que gosta de arco e flecha. – Sorri, ignorando a mão dele.

– Peculiar. – Peeta sorriu. Um sorriso um tanto estranho, o tipo de sorriso que faz você querer bater no dono dele até o cérebro virar purê de miolos.

Coloquei meu dedo do meio entre seus olhos e saí andando, seguindo meu rumo. Não tinha gostado daquele tal de Peeta Mellark, um riquinho da cidade grande. Não nos daríamos bem, e, pelo visto, me irritaria pelo resto do ano letivo.

Mas sair da cama naquela manhã não foi um completo desperdício, já que sabia que Gale, meu namorado, iria me visitar. Corri até a secretaria, onde sabia que ele estaria lá me esperando. E ele realmente estava lá, sentado na cadeira de plástico branca, as mãos nos bolsos e os olhos pousando em algum canto da sala.

Joguei minha mochila no chão e corri até ele, que se levantou para me abraçar. Joguei-me em seus braços e Gale me içou do chão, girando-me no ar e me fazendo rir. Quando paramos, ele me colocou delicadamente no chão e me beijou nos lábios. A partir daquele momento, tudo começou a ficar mais colorido naquele colégio cinzento.

– Como vai, Catnip? – Gale perguntou, seus olhos acinzentados grudados nos meus.

– Muito bem, Gale. Melhor agora que você chegou. – Sorri.

– Quer dizer que Valley West começou a aceitar homens? – Pegou minha mão enquanto caminhávamos até a sala de inglês avançado. – Isso não vai prestar.

– Criaram uma nova regra só para eles: “Nada de portas fechadas depois das oito da noite”. Acha que irão obedecer? – perguntei em tom sarcástico.

– Claro que não. E, aliás, conheceu algum deles?

– Ah, esbarrei em um tal de Peeta Mellark. Um CDF metido a riquinho. Vai ser meu vizinho neste ano.

– Se tiver qualquer problema, pode me avisar. – disse, irritado. – Darei um jeito nele se tentar ser engraçadinho.

– Obrigada, Gale. Mas acho que não vou precisar. – Fiquei na ponta dos pés e abracei seu pescoço.

Ele me encostou em uma parede perto da sala de inglês avançado e começou a me beijar. Estávamos tão completamente em sintonia e desligados do mundo que não notei quando o professor Haymitch ficou nos observando, a porta aberta, todos os alunos nos encarando e fazendo comentários maldosos. Só o percebi parado à nossa frente quando paramos para respirar.

– Pode ir para a aula agora, senhorita Everdeen? – Ele soltou seu bafo de aguardente em meu rosto. Nunca estava sóbrio o suficiente para terminar uma aula inteira, por isso, era um dos nossos professores preferidos.

– Claro. Me desculpe. – disse, pegando minha mochila no chão e colocando-a no ombro, sentindo meu rosto ruborizar. Dei mais um beijinho em Gale e fui para a sala.

Observei todos os lugares, mas o único vazio ficava ao lado de Peeta Mellark. Quis sair dali e desistir daquela aula, mas se fizesse isso a minha bolsa de estudos iria para o além, e precisaria dela se quisesse entrar em alguma faculdade.

Querendo me esconder (sem sucesso), abaixei minha cabeça e sentei-me, sem encarar Peeta. Ele me deu um leve cutucão no ombro.

– Se deu mal? – perguntou em um sussurro.

– Vá se danar, Mellark. – sussurrei também.

Ele deu uma risadinha, o que me causou uma vontade imensa de socar a cara dele. Mas não fiz nada, só fiquei observando o professor escrever frases na lousa com suas letras bêbadas e desconexas.


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Notas finais do capítulo

E aí?
Gostaram?
Eu sei, foi curtinho, mas é só um prólogo, então irei aumentando o número de palavras conforme o passar dos capítulos...
Reviews para a minha auto-estima?
Favoritos?

Beijos
o/