Cronicas de Hogwarts escrita por Kaline Bogard


Capítulo 1
Capítulo 1 - Uma carta mais que esperada




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CAPÍTULO 01

UMA CARTA MAIS QUE ESPERADA...

O clima estava um tanto estranho... estaria mesmo, ou era seria apenas a imaginação um tanto fértil do garoto sentado a mesa? Não... não era imaginação... havia algo, algo denso e inexplicável... uma forte expectativa talvez...

Discretamente moveu os olhos para o lado esquerdo da longa mesa de jantar, pondo-se a observar seu pai, e patriarca da família Lankester. Tratava-se de Ulises Lankester, homem alto e esguio, com cabelos curtos e negros, mas grisalhos nas têmporas. O rosto era anguloso e firme, mostrando a personalidade forte. Toda a aparência reforçada por dois grandes medalhões de ouro que trazia no pescoço. Podia ser bem assustador, se não aparentasse tanta indiferença.

Contendo um suspiro, o garoto virou os olhos negros para a outra cabeceira, onde estava acomodada sua mãe, única mulher da família. Simonica Lankester era quase tão alta quanto o marido, possuía os mesmo olhos escuros e perspicazes, que neste momento estavam fixos no prato. Os cabelos também escuros eram longos e ondulados, mas estavam presos em uma trança frouxa, sem deixar de ser elegante. O rosto pálido estava levemente maquiado, as mãos delicadas enfeitadas por vários anéis de ouro. Era uma mulher bonita.

Ainda discretamente, o garoto espiou o rapaz sentado a sua frente. Aaron Lankester, primogênito da família e de longe o filho preferido. Mais alto que o pai, com olhos e cabelos ainda mais negros, como se isso fosse possível. Rapaz promissor, que parecia ter herdado todas as qualidades de seus progenitores e nenhum de seus defeitos...

Apertando os lábios, o mais jovem dos presentes voltou a fitar seu próprio prato após ter analisado toda sua família. Ah, faltara ele próprio, é claro.

Seu nome era Andriy Lankester, e ele era o filho caçula de Ulises e Simonica, além de ser irmão mais jovem de Aaron. Ou melhor, uma sombra do primogênito, isso sim.

Andriy tinha o mesmo formato do rosto, a mesma cor escura dos olhos e dos cabelos, longos como os da mãe e lisos como os do pai. A tez parecia ainda mais pálida que a dos demais, mas isso se devia ao fato de que Andriy detestava sol. Não era culpa apenas da genética.

Resistindo a vontade de observar sua família outra vez, Andriy tentou engolir um pouco da comida, mas estava mesmo sem fome.

Quando se sentia ansioso, a fome desaparecia completamente. E o garoto estava mesmo ansioso. E como estava! Em pouco tempo completaria onze anos. Onze anos! E então, seria mandado para a escola secundária...

Bom, estaria longe de seus parentes, mas isso realmente não importava muito. Cenas como aquele jantar estavam começando a cansá-lo. Era sempre tudo tão igual, tudo tão indiferente.

Geralmente não havia trocas de palavras. O silêncio orquestrava todas as refeições. Nem mesmo som de talheres se fazia ouvir. Claro que não, afinal bater o garfo no prato seria extremamente deselegante. E um Lankester podia ser tudo, menos deselegante.

Ingressar na escola secundaria seria uma experiência e tanto! Andriy mal podia esperar.

Infelizmente precisava aguarda pela carta de confirmação. E o problema todo estava ali: a carta nunca chegava!

A cada dia, Andriy se questionava o que poderia estar acontecendo? Não seria bom o bastante? Teria algo errado com ele? Será que não estudaria no mesmo colégio de seu irmão, e onde toda a sua família estudara antes?

Seria ele o primeiro a quebrar a tradição de gerações?

Teria a maldita carta se extraviado?!

Antes que o garoto continuasse com os pensamentos especulativos e pessimistas, a luz dos archotes que iluminava a sala de jantar tremeluziu levemente, e o som de asas quebrou a quietude perfeita do ambiente.

Imediatamente Simonica e Aaron pararam de comer, e ergueram as cabeças, tentando captar aquele som melhor.

Andriy sentiu as mãos tremerem de emoção. Aquelas asas... aquelas asas...

Uma grande coruja parda invadiu a sala, rodopiou sobre a cabeça de Andriy e deixou uma carta cair em suas mãos. Depois pousou na cadeira ao lado do garoto, que permanecia vazia.

Tentando controlar-se, Andriy pegou o grosso envelope meio amarelo. Era pesado!

Estava endereçado à sua pessoa, escrito com letras floridas em tinta verde. Imediatamente abriu o papel quebrando o lacre, onde se via um brasão, um leão, uma águia, um texugo e uma cobra em volta de uma grande letra “H”.

Dizia:

 

ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA HOGWARTS

 

Diretor: Alvus Dumbledore

(Ordem de Merlin, Primeira classe, grande feiticeiro, bruxo chefe, cacique supremo, confederação internacional de bruxos).

 

Prezado Sr. Lankester

Temos o prazer de informar que V. Sa. tem uma vaga na escola de magia e bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista de livros e equipamentos necessários.

O ano letivo começa em 1º de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente,

Minerva Macgonagall

Diretora substituta

 

Andriy terminou de ler silenciosamente a carta, sendo observado fixamente por sua mãe e seu irmão. Ambos bruxos de primeira classe, formados naquela escola, que agora lhe oferecia um lugar entre seus alunos.

— É de Hogwarts. Tenho uma vaga... _ o garoto anunciou cheio de cerimônia. A voz tinha o timbre infantil, de quem não entrou na adolescência ainda.

Então Ulises Lankester parou de comer, limpou os lábios com o guardanapo de seda e agitou a ponta de sua inseparável varinha mágica.

Uma pena e um pedaço de pergaminho surgiram a frente de Andriy, e o garoto entendeu que deveria dar a resposta imediatamente.

— Finalmente. _ Ulises sussurrou em sua voz grave e rouca, voltando a se concentrar no jantar outra vez.

Aquele foi o sinal para que Simonica e Aaron perdessem o interesse por Andriy e sua carta, e voltassem a comer silenciosamente.

Sem perder tempo, o garoto começou a escrever sua resposta, aceitando a vaga que lhe era oferecida. Depois estendeu o pergaminho para a coruja parda, que a pegou com as garrinhas e saiu voando a toda velocidade.

Andriy a viu sumir pela janela aberta, seguindo por um caminho oposto ao que entrara, depois começou a comer com apetite quase voraz. De repente sentia uma fome e tanto.

E ali, sentado na sala de jantar ‘íntima’, um cômodo dominado pela mesa para vinte e seis pessoas, mas que acomodava apenas quatro, noite após noite, Andriy Lankester não pode segurar o pensamento que dominou sua mente...

Finalmente”.

 

C.H.

 

Pacientemente Andriy desfilava os olhos negros de um lado para o outro da extensa rua. Estava parado em uma esquina no Beco Diagonal, esperando que seu amigo de infância, e único que tinha, resolvesse seguir o combinado e aparecer por ali.

Andriy combinara com o amigo de se encontrar para poderem ir as compras juntos, afinal Hogwarts pedira uma lista extensa de materiais e tinha que providenciá-los logo.

— Desculpe o atraso, Lankester.

Andriy virou-se para a direita e deparou-se com quem esperava.

— Leverküsen. Cheguei faz meia hora. _ reclamou irritando-se por ver que o outro apenas dava de ombros.

Leverküsen tinha quase a mesma estatura de Andriy, sendo apenas um centímetro mais alto. Possuía olhos castanhos tão claro, que pareciam dourados. O cabelo também era castanho, num tom que beirava o louro mel, ajeitado em ondas leves e curtas.

O recém chegado não estava sozinho. Vinha com uma mulher que se parecia muito com ele. Tinhas as mesmas feições e tom de olhos e cabelo, que também usava curto. Evidentemente era Mariot, mãe de Leverküsen.

— Olá, Andriy. Está animado para ingressar em Hogwarts? Meu filho está. _ declarou com a voz um tanto aguda.

— Mamãe, não comece. Porque não se distrai com alguma coisa, enquanto Andriy e eu compramos todo o material?

A mulher pareceu considerar o pedido (na verdade quase ordem) de seu filho. Andriy tratou de ajudá-la a se decidir. Sabia que Leverküsen era filho único, e luxo de seus pais, que o tratavam como se fosse um preciosismo cristal.

— Senhora Leverküsen _ começou com a voz infantil _ ficaremos bem. Não vai acontecer nada a Famelli e eu, enquanto compramos nosso material.

— Hn... está bem, Andriy. Vou tomar um chá, enquanto vocês se divertem. Nos encontramos aqui em duas horas, está bem?

— Certo, mamãe, agora vai... está nos envergonhando.

A loira olhou para o filho como se quisesse reprová-lo, mas mudou de idéia e se afastou.

Visivelmente aliviado, Famelli cruzou os braços e fixou as íris douradas em seu melhor amigo.

— Ela me cansa de verdade. Acha que sou um bebezinho.

— Só temos onze anos, Famelli. _ Andriy declarou pensativo – Somos quase bebezinhos.

— Fale por você, Andriy. Aliás, onde está sua mãe? Veio sozinho?

— Ah, sim. Meu pai disse que tem confiança em mim o suficiente para fazer pelo menos a compra de meu material...

— Hn. Como posso dizer isso sem lhe ofender?

— Dizer o que? _ os olhos negros brilharam curiosos.

— Seu pai é um bastardo.

— Oh, muito sutil mesmo. Tocante, depois de sua intenção de não ofender...

O loiro deu de ombros e descruzou os braços.

— Ora, Andriy, no quesito ‘pai bastardo’ temos um belo empate técnico. Mas, por onde vamos começar? O que quer comprar primeiro?

— O que você quiser.

Famelli balançou a cabeça e deu de ombros.

— Já comprei minhas coisas. Recebi a carta no começo do mês, e mamãe ficou tão eufórica que foi impossível impedi-la de vir aqui, você sabe.

— Oh, recebeu sua carta tão cedo? Porque não me disse nada?

— Você não apareceu em casa, Andriy, nem um dia. E de qualquer maneira, que diferença faz?

— Nenhuma _ o moreno respondeu. Depois pegou uma lista de dentro da capa e correu os olhos por ela _ Uniforme.

Famelli Leverküsen concordou com um aceno de cabeça e ambos caminharam até a loja de Madame Malkin, desviando-se do grande fluxo de bruxos e bruxas. Geralmente o beco diagonal era movimentado, mas naquele dia parecia três vezes mais cheio de gente.

Sem problema algum compraram os três conjuntos de vestes e todos os acessórios pedidos para compor o uniforme. Depois rumaram para a farmácia, onde compraram o material que restava. Andriy ficou impressionado com um caldeirão encantado, que falava informando as variações de temperatura alcançadas durante a preparação de alguma poção, e acabara comprando-o.

Iam para o Floreios e Borrões comprar os livros, mas a loja estava apinhada de gente. Parecia quase impossível entrar no loca.

— O que será?

— Ah, mamãe comentou algo sobre um bruxo famoso estar distribuindo autógrafos em sua autobiografia. Sei lá quem é esse homem, mas parece que entende de Artes das Trevas.

— Oh... como vamos entrar?

Famelli suspirou e fez um gesto com a cabeça.

— Que tal escolher uma varinha antes? Quem sabe o movimento diminui até a hora que a gente voltar?

— Está bem.

A loja do senhor Olivaras estava deliciosamente vazia. O loiro entrou na frente, com Andriy seguindo-o de perto.

Percebendo que tinha alguém na loja, o proprietário aproximou-se um tanto surpreso.

— Senhor Leverküsen...? O que o trás aqui? Algum problema com sua varinha nova? Não creio que seja, afinal, nenhuma de nossas varinhas nunca apresentou defeito. Somos os melhores do ramo.

— Ah, não. Está enganado. Não preciso de uma varinha nova, a minha está perfeita.

— Ótimo. Uma feita de pinho, com crina de unicórnio dentro. Vinte e cinco centímetros, realmente uma beleza. Mas, se não veio por isso, por que foi?

Famelli saiu para o lado, e então Oliveras pôde ver Andriy.

— Senhor Lankester. Finalmente recebeu sua carta?

Finalmente...

O moreno moveu-se desconfortável, mas o fabricante de varinhas nem percebeu, continuou seu quase monólogo.

— Lembro perfeitamente das varinhas que vendi para seus pais. Hum, Ulises Lankester sempre foi muito exigente... nenhuma varinha queria escolhê-lo... como me deu trabalho. Seu irmão por outro lado, foi fácil, conseguiu uma varinha no primeiro teste... se me lembro bem foi uma de carvalho, com um pouco de poção de Leprechaun, forte, difícil de encontrar... vinte e seis centímetros... obra de arte.

Andriy e Famelli se fitaram. Aquele Oliveiras era mesmo estranho! Enquanto falava, os olhos brilhavam intensamente, e ele nem mesmo piscava, parecendo hipnotizado. Ou talvez estivesse tentando hipnotizá-los...

— Venha aqui, Senhor Lankester. Encontraremos uma pro senhor também, sem dúvidas, encontraremos sim. Mas o que será? Uma fácil, logo de primeira... ou... que tal essa...

Estendeu uma varinha para o garoto moreno, e nada aconteceu.

— Não. Nada disso. E essa? Também não. Essa?

Depois de testar três varinhas e nada acontecer, Oliveiras coçou o queixo e observou Andriy atentamente.

— Talvez... talvez... entendo... o senhor é diferente de seu pai e seu irmão... posso ver claramente agora... e já sei o que precisa...

Foi para o fundo das lojas e começou a vasculhar as prateleiras atrás de uma varinha específica.

— Diferente de seu pai, hein? _ Famelli caçoou _ Isso quer dizer que você não é um bastardo.

Andriy não achou graça.

Oliveiras voltou com uma caixa azul. Tirou a varinha e mostrou para Andriy.

— Cipreste Chorão. Vinte centímetros, feita com escama de Kelpie... tente, vamos lá, não tenha medo...

Andriy recolheu a varinha e fechou os olhos. Imediatamente a ponta da varinha começou a brilhar e centenas de bolinhas azuladas surgiram, começando a girar em torno de seu corpo.

— Eu sabia... _ Oliveiras parecia fascinado _ Nunca erro. Senhor Lankester... essa varinha ajuda a ressaltar habilidades muito particulares em quem a usa. Você deve saber que é a varinha que escolhe o bruxo, não é?

Andriy sacudiu a cabeça balançando. Famelli ficou curioso sobre aquilo.

— Que habilidades seriam essas?

— Ora, senhor Leverküsen... não sabe nada sobre Kelpies?

— Na verdade não.

— Então procure em Hogwarts. Sou um fabricante de varinhas, não professor. Senhor Lankester, esta varinha custa nove galeões. Vai ficar feliz em poder usar um artefato tão bom.

Andriy pagou e guardou a varinha no bolso do casaco. Os garotos iam saindo da loja quando a voz do senhor Oliveiras chegou até eles.

— Senhor Lankester... na verdade foi seu pai quem conseguiu essas escamas de Kelpie. Pelo visto ele sabia que o filho caçula a usaria. Agora, tenham um bom dia.

Entendendo a deixa, Andriy e Famelli saíram da loja sem entender a última frase do vendedor de varinhas.

— Ei, Andriy, não fique com essa cara. Seu pai não fez de propósito.

— Famelli... não comece a...

— Há, há, há! _ o loiro gargalhou _ Cipreste chorão! Seu pai deve achar que você é um bebezinho mesmo! Há, há, há!

— Pare com isso ou vou testar essa varinha em você!

— E vai fazer o que, Lankester? Chorar até me comover?! Uma varinha de vinte centímetros! E feita de cipreste... chorão!

Famelli não era de ficar rindo a toa, mas não podia perder a piada. Andriy estava muito chateado pela varinha, afinal, a maioria era feita de cedro, carvalho ou pinho. Haviam as mogno e salgueiro...

Mas francamente, nunca ouvira falar de uma varinha criada de cipreste chorão! E tão pequena! Porque dentro não podia ter pena de fênix ou escama de dragão? Ou crina de unicórnio como a de Famelli?

Mesmo uma feita de poção de Leprechaun. Andriy não fazia a menor idéia do que poderia ser um maldito Kelpie! Queria gritar de raiva, porque era tão azarado?

Você é diferente de seu pai e seu irmão”.

Claro, era apenas um bebê chorão!

— Calma, Andriy. Parei com as piadas. Que tal vermos aqueles livros? Acho que a Floreios e Borrões já deve ter esvaziado.

O moreno não disse nada. Notou chateado que Famelli ainda se divertia por causa da sua varinha, mas deixou passar. Não adiantava brigar mesmo. Olhou para a lista de livros, feliz porque as compras chegavam ao fim. Estava sentindo-se cansado. Detestava andar no sol, e o dia estava quente. Queria voltar logo para casa.

— Andriy, você está bem?

— Hn? Ah, sim, porque?

— Nada. É que essa sua cara de fantasma me assusta as vezes. Cada dia parece mais branco.

— Impressão sua.

— Sei. Um dia vai ficar transparente.

— Famelli, não seja ridículo.

— Ta. Só me preocupei. Talvez Hogwarts seja um fardo para alguém que vai usar uma varinha de... cipreste chorão!

Andriy revirou os olhos e suspirou pesado. Quando notou o risinho debochado nos lábios do loiro apertou o passo e saiu pisando duro em direção a loja de livros, que realmente estava ais vazia aquela altura dos acontecimentos.

Famelli continuou rindo enquanto via o amigo se afastar. Depois balançou a cabeça e o seguiu mais devagar.

— Andriy... eu me preocupo mesmo. _ confessou baixinho, falando consigo mesmo _ Você é diferente de seus pais... eu sabia disso, só... não percebi que era tão evidente... _ Famelli tinhas as palavras de Oliveiras bailando em sua mente.

Em pouco tempo estariam em Hogwarts. E então... chegaria o momento de ver o quanto aquela afirmação era verdadeira.

— Aí estão vocês, garotos!

Mariot Leverküsen encontrou-se com Andriy e Famelli no local combinado. A loira tinha nas mãos um saquinho de jujubas e balas de caramelo.

— Pra você, Andriy. Parabéns pela vaga em Hogwarts!

— Obrigado, senhora Leverküsen. _ o moreno tentou equilibrar a pilha de livros enquanto estendia a mão para pegar os saquinhos.

— Quer que acompanhemos você até sua casa? Famelli pode ajudá-lo com os livros.

— Sim senhora.

— Ótimo! E eu aproveito para tomar um chá com sua mãe. Faz tanto tempo que não converso com Simonica!

— Sim senhora.

— Mamãe, sabia que a varinha de Andriy tem apenas vinte centímetros e é feita de cipreste chorão?!

— Oh! _ a loira cobriu os lábios com as mãos, tentando esconder o sorriso. _ Que fofinho!

Andriy revirou os olhos e sentiu vontade de chutar a canela de seu melhor amigo, mas ao invés disso fitou Mariot com os olhos negros brilhando.

— Senhora Leverküsen... sabe o que é um Kelpie?

A mulher colocou o dedo no queixo e ficou pensativa.

— Acho que esse é o nome de um cavalo-do-lago. São demônios aquáticos poderosos e quase indomáveis... poucos peritos bruxos se atrevem a estudá-lo.

— Oh. _ Famelli parecia impressionado. Então dentro da varinha feita de cipreste chorão havia uma escama de um demônio tão perigoso?

— Mas o que esse demônio faz?

Mariot deu de ombros. Não era ta entendida assim no assunto.

— Não tenho certeza. Pelo que me lembro, ele é mestre em transmutação... sim, acho que é isso... o Kelpie mais famoso da história bruxa é o Monstro do Lago Ness... claro, os trouxa desconfiam de sua existência mas nunca podem ter certeza. Kelpie é o demônio mestre dos disfarces...

Andriy ficou impressionado. Mudar de formas era uma coisa que, definitivamente, o atraia, claro, nascido na família Lankester, também tinha que ser um mestre dos disfarces, para ter sobrevivido por tanto tempo...


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