Irremediavelmente Grávida escrita por PepitaPocket


Capítulo 34
Contagem para o Desespero


Notas iniciais do capítulo

Ola sejam bem vindos, façam uma boa leitura.



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Erga a cabeça Soifon! Não se atreva a baixar a cabeça não para esta vaca.

A voz de Suzumebachi soava em alto e bom som na cabeça da taichou que fizera exatamente o que a voz ordenara. Erguera a cabeça, e fingira não ouvir a provocação de sua rival que a fitava com um ódio tão intenso no olhar que a sensação que a ex-guarda-costas tinha era que este se tornara tangível e voava em sua direção na forma de laminas que estraçalhavam diretamente seu espírito.

Mais por um instinto do que qualquer outra razão ela puxara Byakuya para perto de si. Só a presença dele para lhe dar o mínimo de serenidade para dar sequencia aquela noite, que tinha tudo para ser seu deleito. Mikoto andava pelo salão, visivelmente aturdida tudo por que o feitiço virara contra a própria feiticeira.

A ideia era acuar Soifon e faze-la se encolher de pavor, como um dia fizera com Hisana. Mas, ela não era uma pobre coitada vinda de Rokungai, ela tinha algo que ninguém poderia tirar facilmente dela, e isto não tinha nada haver com titulo de nobreza.

Mas, toda vez que mesmo que por acidente seus olhos se encontravam com os de Amaranthine, por alguma razão seu coração se apertava. E ela sabia a resposta, mas esforçava-se continuamente, para jogar o que quer que fosse para um canto escuro de sua mente. Então, o pequeno enxerido mexeu-se dentro de sua barriga, não é que a sensação fosse incomoda, era apenas algo diferente demais, para que aquilo se sucedesse sem que seu semblante sempre tão estoico não mudasse ao menos um pouco.

Essa não era a parte divertida, e sim ver os olhos de Byakuya brilhando de preocupação. No inicio era irritante, mas depois de tantos anos de pura solidão, era bom ter alguém que se preocupasse com ela de maneira genuína.

— Ah, Soi-chan finalmente achei você. – Soifon estava tão distraída em seus pensamentos que demorara a compreender que quem falava com ela era Rangiku radiante num modelito que privilegiava ainda mais as benções naturais que ela recebera isto sempre remetia Soifon a um velho recalque juvenil.

E depois foi difícil para seu cérebro, assimilar a imagem de Rangiku sendo enlaçada por trás por Omaeda, de uma forma tão intima que Soifon corara sem saber se era de vergonha, perplexidade e no fundo bem no fundo um pouco de ciúme.

Maldição, a gravidez estava definitivamente remexendo com suas emoções. Pois, a ideia de estar com ciúme de qualquer coisa relacionada à Omaeda, lhe dava nos nervos. Além do mais, ela não esquecera nem perdoara a forma como seu fukataichou se portou em seu resgate, colocando as necessidades da fukataichou espevitada a frente das suas.

Mas, o que realmente incomodou a pequena taichou foi o tom intimista e informal com que Rangiku lhe dirigia a palavra.

— Are, are, estou de licença, mas ainda estou em uma posição acima da sua. Coloque-se em seu lugar mulher. – Soifon falou dando um sorriso cínico para Mikoto que a fuzilava com o olhar.

Rangiku por sua vez, não se incomodou com a maneira como Soifon lhe tratou, apenas abrira um sorriso enquanto falava em meio a um beicinho:

— Ah, taichou-san não seja assim tão... Tão... – Rangiku procurara uma palavra então Omaeda dissera algo no ouvido da loira.

— Antissocial. – Rangiku dissera de um jeito tão distraído que nem percebeu o jeito que as sobrancelhas da taichou se juntaram, e o olhar perplexo que ela lançara para Omaeda, que guarnecido por Rangiku limitara-se a dar de ombros, como se tivesse feito um comentário casual.

“Aquele idiota esta na minha lista negra.” – Soifon jurara para si mesma.

“Fala como se seu nome não tivesse na lista negra de ninguém”. – A chinesa fizera uma expressão de desdém, ante ao que poderia ser só mais uma ironia de sua Zanpakutou, quando na verdade, ela sabia que o comentário tinha um só significado.

— Fale de uma vez o que quer. – Soifon falou sentindo-se a beira de um colapso nervoso, por mais que seu semblante nada transparecesse.

Omaeda que a conhecia como a palma de sua mão, sabia que ela fingia. Parecia ansiosa, nervosa, quase amedrontada. Ele não se lembrava de ter encontrado sua taichou daquela forma alguma vez na vida.

— Eu já disse para não agir desse jeito. – Rangiku falara de um jeito como se ralhasse com uma criança pequena.

— Se não parar com os rodeios vou deixar você falando com as paredes... Ou melhor, dizendo vocês dois. – Ela falara aproveitando a oportunidade para lançar um olhar feio para Omaeda.

— Ah, Omaeda-kun, sua chefa parece estar com ciúme. – Rangiku falara de uma forma displicente, ignorando o olhar psicótico que recebera de volta.

Soifon apertara com força o copo, mais um pouco o frágil cristal iria quebrar, e ela mandaria aquela gente toda pelos ares.

Omaeda limitara-se dar um sorriso sem graça, e lançar um olhar que lhe dizia muitas coisas. Isto fez com que ela se lembrasse do por que sempre batia em Omaeda, por que ela sabia que dentre todas as pessoas na face da terra ele era quem melhor a conhecia, e toda vez que ele buscava seu olhar ela via sua fraqueza refletida em seus olhos.

Aquilo era uma coisa que não podia ser facilmente explicada.

Definitivamente, a gravidez estava mexendo com seus nervos. Fazendo pensar em coisas que nunca pensou antes.

“Nada disso você, esta conhecendo quem realmente é”.

Soifon fechara os olhos com força, sentindo apenas os movimentos desajeitados de seu bebe dentro de seu ventre. Por um momento desejou ansiosamente que fosse somente ela e ele no mundo, e ninguém mais para perturbá-los.

— Algum problema? – Como que por germinação espontânea Byakuya reapareceu e enlaçou a cintura de Soifon do mesmo jeito que Omaeda fazia com Rangiku, fazendo a mulher corar.

— Ah, isto não é para você. – Rangiku falou deslizando o indicador pelo peito do Kuchiki de forma um tanto sexy. – Então, depois de muito revirar na bolsa, ela entregara um bonito envelope amarelo, com dois ursinhos, um com boné e outro com lacinho, e um monte de letras que Soifon não foi capaz de juntar por que Rangiku não parava de se mexer por conta da euforia.

— O que é isto? – Soifon encarara o papel estava mais curiosa, do que propriamente aborrecida. Quem sabe fosse bom ter algo diferente de seus dilemas para se distrair. Mesmo que estas distrações envolvessem as maluquices de Rangiku.

— Não é obvio? O convite para o seu chá de bebe. Saiba que todas as convidadas confirmaram presença. – Soifon fizera uma cara de paisagem.

— Você sabe o que é um chá de bebe não é? – Soifon ficara um tanto desconfortável, pois vasculhara sua mente e nada surgia.

O que Rangiku não disse ao casal aturdido é que aquele era um costume humano que ela estava trazendo com exclusividade para o mundo espiritual, sendo Soifon sua cobaia ideal.

— Espero que isto não tenha nada haver com aquela organização ridícula para mulheres.

Matsumoto fizera uma falsa expressão de ofensa.

— É claro que não. – Ela falara olhando-o como se ele tivesse dito um despautério.

— E apenas um presentinho dado por mim e pelas meninas para a Soi-chan. Que mal pode haver? – A ruiva perguntou jogando os cabelos em sinal de irritação. Ela entendia que Soifon fosse afastada de suas funções como taichou já que suas atividades envolviam a participação de uma milícia mortífera, mas não conseguia compreender esta necessidade de Byakuya isola-la como se fosse uma princesa encastelada.

— Não sei se é uma boa ideia. – O nobre torcera a expressão.

— Tudo bem! – Soifon falara concordando pela primeira vez em muito tempo com sua Zanpakutou um pouco de distração lhe faria bem.

O homem iria protestar, mas a julgar pela maneira como ela o olhou ele sabia que não haveria argumento nenhum no mundo que a demovesse daquela ideia.

— Fique tranquilo taichou-sama... – A loira falara de forma provocante. – A comemoração não tem nada haver com a associação feminina... Mesmo sendo uma comemoração só para mulher... Como prova disto eu mandei a cobrança dos preparativos para seu escritório... – A mulher dissera dando uma piscadinha antes de se afastar com um aceno. – Com isto você não terá como reclamar que não participou.

A mulher se afastou deixando o Kuchiki com uma expressão que dizia que acabara de conversar com uma louca. Desde quando você dá um presente para uma pessoa e manda a conta para o presenteado?

Então, olhara para Soifon os últimos meses não haviam sido nada fáceis para sua pequena abelhinha, quem sabe não fosse uma má ideia um pouco de diversão?

#

— Você esta feliz? – Byakuya perguntara uma terceira vez aquela noite.

— Eu já disse que sim. – A mulher dissera saindo de mais uma de suas distrações. – Agora me deixa dormir.

O homem dera um suspiro em sinal de contrariedade. Sua abelhinha estava lhe escondendo alguma coisa. E isto tinha haver com Amaranthine. E quanto mais pensava na prostituta loira a qual ele nunca deveria ter procurado, ele sentia que tinha de afastá-la de sua família.

Mas, quanto pensava na conversa que tiveram instantes mais cedo com a mulher, o nobre sabia que aquilo não tinha uma solução, ao menos não uma que não envolvesse um derramamento de sangue.

A festa estava barulhenta, desordenada, mas ele tinha de reconhecer que o ambiente tornara-se mais alegre. Graças à presença literalmente da pesada do clã Omaeda, e a própria Yoruichi sabia como ser a “alma da festa” quando queria, graças sua natureza exibicionista e personalidade provocante.

Mas, o centro das atenções dele era outra mulher. E esta não era Soifon, pela primeira vez em semanas.

E sim, Amaranthine, o homem aproveitara-se que Soifon fora interpelada por Rangiku e Omaeda, que formavam o casal mais inusitado da história.

E aproveitara-se da loira que não desafixava o olhar de sua pequena abelha nem por um segundo.

— Que palhaçada foi aquela de Guree no me? – O homem perguntara com a voz mais esganiçada do que desejava.

A mulher lhe encarou visivelmente surpresa por sua inesperada abordagem. Mas, logo seu olhar tornara-se a endurecer. E pensar que na vez que ela lhe procurou, eles pareciam tão cheios de ternura e paixão.

Era fácil mudar a voz. A aparência. Até o próprio comportamento. Mas, que tipo de pessoa altera com tanta facilidade aquilo que irradia de seu olhar?

— Isto não tem mais nada haver com você. – A mulher falou com indiferença. Sua intenção era se afastar, mas o homem a puxara pelo braço, sem paciência para mais joguinhos ou meias palavras.

— Numa coisa você tem razão. – O homem disse com uma imparcialidade que não sentia. – Você não tem nada haver nem comigo muito menos com minha mulher. Por isto, estou lhe dando a última oportunidade para sair de nossas vidas educadamente.

— Ou vai fazer o que homenzinho? – Ela perguntou em um tom baixo, sem esboçar nada além de desprezo pelas palavras do taichou.

— Que foi? O gato comeu sua língua? – Ela quis saber sem nenhuma inflexão na voz. Byakuya não sabia explicar se era esta sua intenção ou ela era naturalmente assim.

Então, num gesto mais ousado, ela levara sua mão até o estojo onde ele trazia Senbonzakura selada.

— Por que não faz como sua concubina? Pega sua espada... – Ela dissera fazendo-o recuar instintivamente para um canto onde eles seriam encobertos pelas sombras. – Antes que se desse por conta, sacava sua espada, a erguia em direção ao pescoço alvo da mulher que grudara seu corpo ao dela, de forma sensual. Então um corte na pele que se rasgara não mais que dois centímetros, fora o bastante para o sangue jorrar.

— Oh, meu tolo Byakuya-kun, você se ilude quando acha que o dinheiro compra tudo. Mas, há coisas que o dinheiro não pode comprar, e uma delas eu vou lhe mostrar.

Então de forma inesperada, a mulher começou a se contorcer e a chorar. Novamente, seu olhar mudou, e parecia um coelhinho acuado, por um predador. O coelho era a mulher imprensada contra a parede e o predador, era ele que de um jeito inexplicável estava com sua espada nas mãos, mesmo sem lembrar-se de como ou quando sacou sua espada.

— Oh, céus o que pensa que esta fazendo Byakuya? – Mikoto aproximara-se fazendo um esforço sobre-humano para não gritar. Mas, a força que ela não pode empregar em sua voz ela empregara em seus braços que o empurraram para uma distancia, grande o bastante para que ele desse com as costas na porta que levava para algum lugar que ele se quer lembrava onde.

Aquilo o fez retornar seu raciocínio. Ou o que sobrara de intacto nele. Sua ideia era simples oferecer muito dinheiro para Amaranthine e convence-la a desaparecer. Mas, então ela virara o jogo contra ele, deixando-o literalmente sem ação.

— Hipnose? Manipulação dos sentidos? Controle de mente? – Poderiam ser tantas coisas, mas nenhuma delas convincentes o bastante para um taichou de seu gabarito ter sido subjugado tão facilmente.

— O que deu na sua cabeça, como se atreve a fazer isto com minha menina, seu monstro? – Mikoto questionava tão enraivecida que o homem quase não a reconheceu. Ela deveria estar mudando alguma coisa em sua cabeça.

De repente foi como se o ar lhe faltasse e tudo instantaneamente começou a girar.

Amaranthine soltara um murmúrio que qualquer um julgaria convincente o bastante. Mas, não para Byakuya que foi forçado de ver sua tia ajudando-a, como se fosse uma pobre vítima quando seu olhar e, sobretudo seu sorriso diziam outra coisa.

E então, a verdade atingiu ao homem como se fosse um soco, tão preocupado em tirá-la de sua vida, que ele não se preocupara com a mais cruel de todas as questões: Quem era Amaranthine? E o que ela realmente desejava?

#

Agora ali no quarto ele sabia que Soifon sabia de algo. Mas, fechada dentro de si, ele não obteria respostas facilmente, não sem correr o risco de destruir o que com tanta dificuldade eles haviam conquistado.

O homem sentara ao lado da mulher. Como se velasse seu sono, sendo que ele sabia que ela não adormeceria, ao menos não profundamente, pesadelos a atormentariam.

O nobre perguntava se neles estaria à resposta que naquele momento ele tanto ansiava.

Ele esforçou-se para tirar aquelas perguntas tolas de sua cabeça. Andara até a cama, e puxara a pequena taichou que estava surpreendentemente em um sono profundo.

Perguntou-se se isto também seria obra também de Amaranthine? – Sentira-se um tolo por conta deste pensamento. Depositara um beijo na testa da mulher a alojara em seus braços, sentindo o conforto de tê-la tão perto de si.

Ele não daria o luxo para aquela mulher de deixa-lo paranoico, se Soifon dormia tranquilamente era por que ela estava começando a entender que ela o amava, e que ele iria protegê-la do que quer que fosse, e então eles viveriam felizes juntos. Agarrou-se com força a este pensamento até que o sono levou a melhor sobre sua mente contundida.

O que nem sua mente genial percebeu é que quando os pesadelos se silenciam dentro da mente é por que eles estão prestes a se tornar realidade.

#

O amanhecer chegara a todo o resplandecer de sua beleza.

Era uma manhã límpida. Céu azul tingido levemente pelas cores do sol que despontava no horizonte. O canto dos pássaros. A leveza da brisa que balançava as belas flores de pessegueiro no jardim. Aquele cheiro inebriante de terra, plantas e orvalho. Parecia uma cena tirada de um conto de fadas...

Se não fosse por aquele GRITO.

Que fora apenas o inicio de uma contagem... A contagem que seria para sempre lembrada como a contagem para o desespero.

Um indício de que Amaranthine dera seu primeiro e derradeiro movimento...


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura e até a próxima.



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