Irremediavelmente Grávida escrita por PepitaPocket


Capítulo 33
Uma Frágil Aliança


Notas iniciais do capítulo

Ola sejam bem vindos.
Façam uma boa leitura.



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_ Onde esta sua amante? – Mikoto perguntara imperturbável.

Já Byakuya sentia como se estivesse descendo numa espiral de olhos vendados até o inferno.

_ Primeiro de tudo ela não é minha amante. – O homem dissera tentando transparecer uma imparcialidade que não sentia, ali diante de todo o conselho de seu clã. – E sim minha futura esposa.

Mikoto por sua vez, não se surpreendera com suas palavras. Limitara-se a dar um sorriso de desdém, enquanto lançava um olhar resoluto para Amaranthine, e isto fizera com que os pelos da nuca do nobre se eriçassem.

_ Sendo assim, aproveito para a deixa para dizer que não vejo motivo para este jantar. – O homem dissera, dando um olhar mordaz para Amaranthine, que não se intimidara com sua reação, apenas lhe dera um sorriso que muitos considerariam meigo. – Dadas as circunstancias não pretendo seguir o processo habitual.

Byakuya se referia à apresentação das candidatas. O processo de seleção. A estipulação do dote. O encontro de formalização. Os preparativos para a cerimonia. E enfim, a noite de núpcias.

Justo os dois capitães mais formais haviam quebrado um sem numero de protocolos e partido direto para a concepção do herdeiro. Era um jeito mais do que moderno de fazer as coisas. E Byakuya não esperava que a velharia do conselho entendesse isto.

_ Se eu não o conhecesse tão bem eu diria que esta querendo esconder sua noiva de nós. – A palavra proteção, quase deslizara pela língua do homem, que se limitara a bebericar seu champanhe.

_ É evidente, que ela não esta a altura de nossa casa, mas com certa domesticação pode ser que ela não nos cause problemas. – Mikoto falara com frieza.

Byakuya sentiu um calafrio ao imaginar a cena de sua tia tentando acolherar Soifon. Mas, limitara-se em dar um sorriso cínico.

_ Tem coisas minha tia que ao falar parecem fáceis, mas na prática não são executáveis por muitas razões.

_ Então admite que sua mulherzinha seja um caso perdido. – Mikoto deliciava-se com a confissão de culpa.

_ É você quem esta expondo as coisas desta forma. – Ele dissera de um jeito imparcial.

_ E você Byakuya o que acha? – Mikoto jogara a isca, mas o olhar de Byakuya desviara-se para a recém-chegada.

Amaranthine estreitara os olhos ao ver que Soifon se aproximava numa Yukata preta com detalhes em bordo, os cabelos estavam soltos, presos por uma tiara com minúsculas pérolas, no rosto nenhum resquício de maquiagem, mas os olhos cinzentos brilhavam tanto e suas bochechas estavam rosadas que qualquer pintura ali estragaria o efeito.

_ Boa noite. – A jovem taichou falara com educação, deslizando os dedos para sua barriga protuberante.

Byakuya fora o único que se levantara levando-a até o acento vago a sua direita. Rukia por sua vez acabara de chegar, usando um vestido amarelo florido com um bolero branco por cima.

_ Espero que não tenha esquecido os bons modos Rukia. – Mikoto falara para a Kuchiki menor que não se intimidou ante a provocação.

_ Gomensai, minha senhora. – Ela fez uma reverencia primeiro para Mikoto depois para o restante dos que se encontravam na mesa. – Estive ocupada com minha cunhada, por isto peço desculpas pela demora.

Ela dissera aproximando-se para ocupar seu lugar a mesa.

_ Esta jovem ainda não faz parte de nosso clã. – Mikoto falara com irritação.

_ Mas, meu sobrinho já faz, então onde cabe o filho cabe à mãe não é mesmo? – Rukia quis saber franzindo o cenho.

_ Contando que seja seu sobrinho mesmo não é? – As palavras de Mikoto tinham um duplo sentido. Rukia não fazia parte daquela casa então logo não poderia ter nenhum parentesco com aquela criança, ou então Mikoto insinuara maliciosamente que Soifon estava dando o golpe na barriga em Byakuya.

Byakuya estava com vontade de pegar sua tia pelo pescoço, contudo para sua sorte Soifon ocupara-se logo com o salmão grelhado acompanhada de salada, que nem prestou atenção no falatório de sua tia.

A mulher olhava seu alvo favorito, com uma sobrancelha arqueada. Era assustador ver alguém tão pequeno comendo com tanta voracidade.

_ E você ainda espera domesticá-la Mikoto-sama? – Amaranthine puxara o coro e muitos dos presentes riram diante da piada que nem Byakuya nem Rukia acharam graça.

Soifon por sua vez remexera-se na cadeia ciente de que ela era alvo de uma piada sem graça.

_ Oh, senhora vejo que ela é capaz de ter alguma compreensão limitada do que falamos. – A pequena enrugara a testa.

Quando um esboço surgira no rosto de Mikoto.

_ Que foi? Vai guinchar como um animalzinho assustado? Ou vai atacar como uma fera? – Amaranthine quisera saber enquanto erguera ao alto a taça para o brinde que não fora acompanhado por todos da mesa.

Contudo, o sorriso de triunfo do rosto da loira se desfizera quando a taça se espatifara em mil pedaços. Um hachi voara num ponto certeiro fazendo com que o cristal se desfizesse com facilidade.

_ Are, are uma rameira do seu tipo nunca poderia puxar o brinde de um clã tão nobre e impecável como este. Alguém aqui esta deixando seus padrões decair, senhora Mikoto? – Deslumbrante em um vestido lilás, estava Yoruichi com um sorriso tão perverso quanto o de Amaranthine.

_ O que faz aqui? – Byakuya quis saber, antes que Mikoto conseguisse se recompuser.

_ Colocando esta gente no lugar coisa que você não fez. – Yoruichi falara dando de ombros.

Ela pegara direto da bandeja o morango e mordiscara de um jeito sensual. Um dos integrantes para lá de senil, quase tivera um infarto, quando a ex-capitã, puxara sem nenhum pudor a barra do vestido, revelando a coxa bem torneada.

_ Eu tinha tudo sobre controle. – Byakuya falara direcionando para a pessoa errada sua irritação.

_ Mais um pouco Soifon iria chutar o traseiro de todos eles meu querido. Então adeus qualquer chance de matrimonio entre vocês dois.

_ Até parece que você esteja torcendo para que isto aconteça.

_ Se a situação fosse outra eu seria obrigada a concordar com você. – Yoruichi falara com ar de quem sabe muitas coisas, Byakuya por sua vez tinha de reconhecer que ela sabia, por ter mais experiência, sobretudo na arte de andar nas sombras.

_ Se atreve a chamar minha dama de companhia de rameira quando se comporta feito uma. – Mikoto falara reassumindo o controle da situação.

Yoruichi apenas dera um sorriso em sinal de zombaria. Ela que sempre achou que os velhos de seu clã fossem insuportáveis, se via obrigada a reconhecer que os da família Kuchiki eram mais irritantes.

_ E pensar que um dia você alegou que eu era a mais indicada para ser a esposa de seu adorado sobrinho. – Yoruichi falara de um jeito pedante.

_ Não posso fazer nada se as pessoas mudam. Você um dia parecera uma pessoa digna de uma honra desta magnitude.

_ Ai, esta uma coisa que eu nunca me preocupei em ter. Dignidade. Ponderação. É tudo uma chatice. – Yoruichi dissera olhando diretamente para Mikoto.

_ Eu soube de sua aventura no mundo dos humanos. Mas, poderia ter levado aquela dali antes que me trouxesse problemas.

_ Soifon não tem mais nada haver com Yoruichi. – Byakuya apressara-se a dizer.

_ É como dizem! Quando o diabo vai deixa o secretário... – Mikoto falara demonstrando irritação, sobretudo quando sua cadeira fora empurrada, e ela quase vira sua face quase empurrada para uma torta de limão.

A causa disto fora à chegada de Mareka Omaeda e de seu marido Marenoshin Omaeda, seguido de seus filhos Marejirousabu e Mareyo Omaeda e não menos importante Marechiyo Omaeda e sua noiva Matsumoto Rangiku, num modelito tão voluptuoso que os olhos de Mikoto chegavam a doer.

O clã literalmente da pesada, não escondera o apetite voraz.

_ Quem convidou vocês? – Mikoto perguntara olhando com horror para o decote de Rangiku.

_ Eu. – Soifon pela primeira vez se acomodara. E a julgar pela forma que estava sentada, ela demonstrava tanta altivez em sua postura quanto Mikoto.

_ Que foi achou que eu fosse um animalzinho sem cérebro que faria exatamente o que você manda? – Soifon perguntara tentando bebericar o vinho, mas tendo este tirado de seu alcance por Byakuya que recebera um olhar perverso de volta.

_ Faça-me favor, de você eu nunca esperaria nada menos do que um festival de horrores! – Ela falara olhando com desdém para os integrantes do clã Omaeda.

_ Oh, olhe isto Mareyo. – Rangiku chamara por sua cunhada de forma espalhafatosa. A garota aproximara-se com os olhos brilhando e as bochechas rubras, reflexos de sua admiração. – Se você não quiser acabar velha e enrugada que nem ela não haja como uma má amada.

_ Como é que é? – Mikoto questionara escandalizada enquanto levava as mãos instintivamente aos cabelos muito bem penteados.

_ Não ouça o que esta aberração da natureza tem a dizer Mareyo... – A Senhora Omaeda puxara sua filha tão escandalizada quanto Mikoto.

_ Sua mãe acabará com os cabelos brancos logo, logo Mareyo... – Rangiku falara com um sorriso gentil, mas seu olhar era malicioso.

_ E a culpa disto é tua sua purgante... – A mulher dizia inconformada... – Dando um soquinho no Fukataichou de Soifon que estava com as bochechas cheias de tudo que via pela frente. – E sua também por ter o dedo podre. – Então acertara o ombro do marido: - E sua por não fazer nada.

_ Ah, querida eu estou muito feliz pela escolha de nosso filho. – Dissera ele olhando descaradamente para o colo avantajado de Rangiku.

_ Também. – Seu outro filho juntara ao coro, para desespero da nobre senhora, que se afastara bufando quase arrastando a mesa consigo.

Mikoto empertigara-se, sem saber ao certo do que fazer. Decidira-se por dar sinal aos músicos para que eles tocassem uma sinfonia alegre pela qual ela não se contagiava.

_ Ira perder o noivado de seu sobrinho. – Soifon tornou a falar em tom de provocação.

_ Como é? – Mikoto perguntou sem esconder o horror.

Quando soubera da convocação para o jantar de apresentação, Byakuya decidiu se poupar de mais aborrecimentos, e convencera Soifon a aceitar uma aliança, para por fim a todo tipo de especulação.

_ Byakuya você não se atreveria a passar por cima da promessa que me fez quando Hisana morreu. – Mikoto falara entredentes aquela era sua última cartada. Contudo, a taichou do segundo esquadrão parecia ter lançado um feitiço que o deixara tão imprestável que não lembrava nem de suas promessas.

Byakuya a ignorou puxando Soifon pelas mãos. A chinesa lançou um olhar em particular para Amaranthine, que lhe sorriu com tanta maldade que a pequenina estremecera ante a intenção assassina.

_ Adoraria que fosse de outra forma. – Byakuya se desculpou enquanto colocava o mesmo anel com o qual ela pedira em casamento uma vez, e ela recusara.

_ Até parece que alguma vez eu tenha pretendido me casar de qualquer forma. – Soifon dissera dando de ombros, tentando disfarçar o mal-estar.

Byakuya beijara sua mão de forma casta alegando para si mesmo o quanto amava aquela mulher.

_ Hei, não é assim que se beija sua futura esposa. – Então na ponta dos pés Soifon o puxara para si, atraindo-o como um imã poderoso até seus lábios, trocando um beijo voluptuoso e provocante, indiferente a plateia que observava o ato em choque.

_ Me leve de uma vez para o quarto. – Ela sussurrou ao pé do ouvido dele.

Os pelos de Byakuya se eriçaram.

_ JÁ CHEGA! – Mikoto falara com frieza. – Eu repudio esta atrocidade. – A mulher falara sem esconder o próprio asco.

_ Ponha-se daqui para fora. – A mulher ordenara com frieza.

_ Caso contrário? – Soifon provocara.

_ Aguarde e verá... Guree no Me. – Um calafrio percorrera a espinha de Soifon, quando Amaranthine de forma inesperada tomara a palavra, de repente foi como se o ar faltasse em seus pulmões, enquanto sua mente já não mais visualizava a mulher ameaçadora que se colocava a sua frente, e sim o carpo franzino e ensanguentado de uma pequena garotinha que chorava.

_ Não pode ser é você? - Soifon perguntara mais para si do que para qualquer outro, contudo o sorriso de Amaranthine fora toda a resposta que obteve.

Ao mesmo tempo era tudo o que ela precisava saber. Era tudo o que ela não queria saber. Um erro vivido uma segunda vez, representava nada menos do que uma maldição. Ela lembrara as palavras de sua mãe enquanto sua mão deslizava pelo seu ventre, num instinto de proteção que ela já não sabia se seria o bastante para protegê-lo do que estava por vir.


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Notas finais do capítulo

Obrigada e até a próxima.



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