Irremediavelmente Grávida escrita por PepitaPocket


Capítulo 3
Indo em Frente


Notas iniciais do capítulo

Ola sejam bem vindos.
Façam uma boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/469072/chapter/3

Renji sentia a cabeça latejar sabia que tinha passado da conta no saquê, mas seu taichou não o perdoaria se chegasse atrasado. Por isto, com todo o esforço que era capaz saiu de sua cama, depois de sua higiene matinal, foi direto para seu plantel preparava-se para receber um olhar indiferente de seu superior que àquela hora já estaria na mesa fazendo sua papelada, mas tamanha foi à surpresa do ruivo, por não encontrá-lo ali.

_ Onde está o taichou? – Perguntou Renji coçando a cabeça.

_ Você não sabe? Ontem foi à festa dos capitães ele deve ter se esbaldado de saquê, e quem sabe até... – Outro subordinado dissera com um sorriso malicioso, mas tomando cuidado para não falar alto de mais e correr o risco de seu capitão escutá-lo.

_ Mas, do que você está falando, Byakuya-taichou não faz estas coisas?! – Renji disse convicto de sua palavra.

Foi quando o homem citado apareceu no escritório, pela primeira vez com o uniforme amarrotado, cabelos desgrenhados e o rosto inchado do que nitidamente parecia ser um golpe.

_ Byakuya-taichou o que houve? – Uma aura vermelha sinistra apareceu em torno do capitão o que significava que ele não iria dizer o que se passava. E Renji não seria tolo de perguntar uma segunda vez.

#

Para Omaeda e o restante dos subordinados do 2º Esquadrão as coisas não estavam nem um pouco fáceis também. Depois de ficar mais tempo do que de costume em seus aposentos a capitã parecia dispostas a compensar as horas de atraso.

_ OMAEDA! – Gritava a taichou deixando claro para seu fukataichou que se ele não cumprisse suas ordens ele teria uma morte lenta e dolorosa.

_ Taichou! – Resmungava o tenente.

_ Você foi pra festa ontem deveria estar com um humor melhor... _ O gorducho resmungou enquanto acatava uma série de ordens exaustivas.

_ Disse alguma coisa Omaeda? – Perguntou ela com um sorriso psicótico no rosto enquanto estalava os dedos da mão.

O Fukataichou tratou de negar veementemente para em seguida desaparecer do raio de alcance da capitã que estava com o humor mais infernal do que nunca.

#

Dois dias depois, Byakuya e Soifon acabaram se encontrando pela primeira vez. Ela não queria admitir, mas suas pernas bambeavam apenas ao vê-lo, olhando-a de um jeito que ela nunca foi por ninguém. Era preocupação? Arrependimento? Ela não sabia dizer.

A única coisa que ela sabia é que não deveria deixa-lo se aproximar dela novamente. Era constrangedor demais, estar perto de alguém com quem você sabia que havia estado tão intimamente, compartilhando um momento de uma maneira que você não tem a menor certeza como se portou.

Para uma mulher tão perfeccionista, sua atitude de dois dias atrás foi imperdoável. Mesmo sendo humana, Soifon às vezes, insistia em comportar-se como uma maquina. Isto não em absoluto, pois suas bochechas por vezes, lhe traíram avermelhando quando o olhar dele tornava-se mais insistente sobre si.

Byakuya internamente sentiu-se satisfeito quando viu Soifon mesmo que por um instante corando. Significava que ela não era indiferente a ele. Tudo o que o nobre queria era uma oportunidade para conversar com a ex-guarda-costas de Yoruichi, a questão é que ele não sabia o que exatamente queria dizer para a mulher.

Se ele dissesse que sentia muito pelo que aconteceu estaria mentindo, mesmo sabendo que era errado, ele estava satisfeito com a experiência que teve com ela. Embora parte dele o repreendesse por isto, era a parte que dizia que fazer sexo com uma mulher bêbada, não era uma atitude aceitável para um homem que trabalhava do lado da lei.

Esta atribulação de sentimentos apenas piorava quando ele via no reflexo de seus olhos o quanto ela o culpava. Isto foi o estopim, para que no fim da reunião o homem atrevidamente andasse em direção a Soifon que foi alcançada por ele antes que conseguisse apurar o passo.

_ Precisamos conversar. – Disse ele com determinação.

A mulher por um momento o fitou com surpresa, mas logo sua expressão voltou a ficar imparcial.

_ Não há nada para falarmos sobre aquele assunto... – A mulher disse com frieza enquanto dava-lhe as costas.

Porém, novamente foi surpreendida por Byakuya que enlaço sua cintura, erguendo seu corpo pequeno e usando shunpo numa velocidade tão grande que ela só foi entender o que aconteceu quando já estava no escritório dele; sentada sobre sua mesa, com o homem segurando com força os seus ombros e encarando-a no fundo de seus olhos:

_ Eu quero explicar o que aconteceu... – Disse o homem deliciando-se ao perceber o rubor cobrir as bochechas dela novamente.

_ Não tem como explicar uma coisa destas. – Disse Soifon tentando afastá-lo de si.

_ É claro que tem... – Disse ele com determinação. – E você irá me ouvir, senhora. – Disse ele tentando sem sucesso abrandar o tom imperativo de sua voz.

_ É senhorita para você... – Disse ela empurrando-o para longe dela, porém, ele novamente a ergueu e colocou sentada sobre a mesa. Enquanto falava:

_ Não depois daquela noite. - Byakuya viu seu olhar antes surpreso, irritadiço, mudar para o modo psicopata-assassino.

_ Para de repetir isto o tempo todo, ok? Eu só quero esquecer. – Disse ela empurrando-o com força.

_ Eu não quero esquecer, e eu não vou esquecer Shaolin. – Soifon abriu a boca diversas vezes, porém perdera todos os argumentos. Fazia tanto tempo que ninguém lhe chamava pelo seu nome original, que era como se ele tivesse colocado uma sonda nela, e a feito resetar por um momento para o tempo em que era apenas uma menina, uma criança, e não um soldado, nem guarda-costas nem nada que a obrigasse constantemente usar tantas armaduras.

Byakuya viu em seu silencio a oportunidade de dizer o que tanto queria. Com esforço ele havia formulado um pequeno discurso, contudo aqueles olhos tempestuosos o fizeram esquecer todas as palavras que ele tanto queria dizer. E na ansiedade por falar alguma coisa que remediasse aquela situação, ele acabou falando aquilo que há dois dias estava mais fresco em sua cabeça:

_ Você fez um biquinho. – Ela levantou a sobrancelha incrédula tanto por ouvir-lhe dizer aquilo como vê-lo fazer um biquinho com a boca, fazendo um contorno que lhe parecia tão bonito, – E então... – Quando ele ia continuar a sua falha explicação ela o empurrou.

_ Baka, lá eu sou mulher de tá fazendo biquinho? – Ela o interrompeu com rispidez sem dar-se conta que seus lábios faziam o mesmo contorno que ele tanto amara na noite anterior.

_ Está vendo você fez de novo. – Disse ele quase sorrindo para ela que foi quem ficou com uma veia saltando em sua testa.

_ O único que fez biquinho aqui é você. – Falou ela irritada.

_ Mas, foi você que começou. – Falou ele, porém ela o empurrou dessa vez o afastando para mais longe.

_ Ai, já chega imbecil, essa conversa não faz sentido e este falatório está pior que o crack, crack dos biscoitos do Omaeda.

Agora sim o orgulho do homem se partiu em um milhão de pedaços, como ela se atrevia a compará-lo com seu fukataichou com uma fama tão medíocre?

_ Eu não vou ouvir mais nada de você. – Ela alertou fazendo menção de sair, porém ele tentou segurá-la pela cintura, mas na pressa acabou apertando os minúsculos seios da capitã que irritada usou o mesmo golpe que usara para nocautear um colega, durante um treinamento logo que conheceu Yoruichi.

Primeiro nos testículos, depois uma cotovelada certeira no nariz que fez o capitão pender para trás, indo parar em cima de Renji com quem se enroscou de um jeito que não pode ir atrás da mulher para explicar...

Foi quando percebeu que quem sabe ele não tivesse nada a explicar já que ele não estava nem um pouco arrependido.

#

Era fim de tarde e Byakuya ainda estava andando como um zumbi sem rumo nas ruas da Sereitei. Parecia Renji que sempre ficava passeando no lugar de fazer seu trabalho, mas a verdade é que olhar para os papéis não lhe ajudava em nada, pelo contrário ele se irritava por não estar prestando atenção no que deveria estar fazendo.

No lugar disto esteve por quase uma hora espionando a taichou do 2º esquadrão treinar seus recrutas. Ela era dura, imparcial, por vezes até cruel, e ele tinha a impressão que os últimos acontecimentos envolvendo sua pessoa contribuíram para que este lado assustador dela fosse reforçado.

Porém, nada disto fez a mulher menos atraente para ele. Não com a lembrança dela, em seus braços com seu membro entre suas pernas num vai e vem frenético. A descoberta do quão doce e frágil poderia ser aquela mulher, sobretudo, no momento do sexo mexeu profundamente com ele.

Era como se ela fosse virada do avesso, e mostrasse uma faceta que poucos tinham a oportunidade de conhecer. E o problema é que as lembranças dela em seus braços voltavam a sua mente a todo instante como um flash e ele só consegui pensar numa coisa:

Repetir a experiência. – E ele achava este tipo de coisa condenável. Deu um suspiro frustrado.

E o mais triste de tudo é que não havia ninguém no mundo com quem ele pudesse falar. Este era um tipo de coisa que apenas quem sabe um pai, pudesse orientar seu filho, mas ele não tinha mais seu pai e este mesmo que fosse vivo, apenas o repreenderia por se deixar levar por tentações selvagens.

Quando estava perdendo a esperança, encontrou alguém, com quem pudesse falar, o problema é que ele nem acreditava que estava prestes a fazer isto.

#

_ Ora, ora, o que temos aqui? Nosso nobre capitão decidiu juntar-se a plebe... – Disse Shunsui erguendo o chapéu e sorrindo languidamente.

Perguntava-se se este sorriso estaria no rosto se fosse ele quem tivesse transado com Soifon. Provavelmente estaria mais largo do que nunca, Shunsui é um conquistador, e estar com uma das mulheres mais difíceis da Sereitei, para tipos como ele era como ganhar a cruz de malta.

_ Oh, deixe o nosso colega Shunsui-taichou... – Falou Ukitake, servindo-lhe uma xícara de café (para eliminar qualquer resquício de álcool da corrente sanguínea). – Pelo que podemos perceber ele esta passando por um mau momento. – Não que Byakuya fosse admitir, mas no fundo admirava a sensibilidade de Ukitake. Ficava feliz por sua irmã estar em seu esquadrão, sabia que ela estava em boas mãos.

Shunsui ficou quieto apenas com o olhar mostrou que estava disposto a ouvir.

No fundo eles sabiam do que se tratava. Todos os capitães que estiveram naquela festa o viram levar Soifon para casa. Depois no dia seguinte, a Sereitei inteira viu a capitã saindo de sua casa, pisando duro, deixando-o com a marca de um golpe, que ele não teve como explicar, nem era preciso, todos sabiam o que havia acontecido.

Por isto o nobre juntou toda coragem de que era capaz e disse quase num rompante.

_ Eu me sinto mal... – Confessou.

_ Mas, por que homem, a pequenina é tão ruim de cama assim? – Perguntou Shunsui, mas Byakuya o fulminou com o olhar. Assim como Ukitake, que mostrou que o caso não era para piadas. O pomo de adão de Byakuya subia e descia, enquanto ele tentava vencer a barreira do constrangimento e dizer o que tanto lhe afligia:

_ Este é o problema eu gostei. – Disse ele, não acreditando que estava tendo essa conversa com eles.

_ Não entendi. – Disse Ukitake.

_ Hisana, e eu tínhamos nossos momentos. Mas, era diferente. – O homem segurou a barra do quimono constrangido. – Eu tinha de me conter em todos os sentidos por conta de sua saúde e também de sua educação, porém não foi assim com Shaolin. – Disse ele lembrando-se nos mínimos detalhes o que unicamente ele poderia lembrar.

_ Amar uma mulher com toda a força de meu ser, mudar as posições, acaricia-la, tocá-la, deixar que também o fizesse, ir até o limite... – Pensou ele tentando colocar em palavras. – Era algo que eu achei que era coisa de vassalos. Mas, ao vivenciar isto eu senti que era algo incrível. E agora eu não penso em outra coisa que não fazer de novo e de novo... Céus, eu deve estar louco... – Disse ele com certa amargura, mas esta se desfez no instante em que a mão de Shunsui caiu em seu ombro. E Ukitake lhe sorriu:

_ Você é um homem saudável criatura. Nada mais normal, do que querer liberar toda a energia com uma mulher igualmente saudável.

Então Ukitake surpreendeu-o coçando a nuca.

_ Até eu antes da doença tive meus momentos. – Admitiu.

_ Na verdade você tem os seus momentos quando a doença não o aflige. – Falou Shunsui em sinal de provocação fazendo Ukitake corar.

E então para tentar quebrar o embaraço de seus companheiros Shunsui fez um brinde que serviu apenas para piorar a situação:

_ Um brinde ao sexo quente.

#

Três semanas depois Soifon voltava de mais uma seção de treino com seus recrutas. Ela não gostava de ter de admitir, mas ela sentia sua reiatsu diferente. Ela ultimamente estava tendo dificuldade em canalizar sua reiatsu, que parecia insistir em concentrar-se em seu abdômen, sendo que ela precisava desta energia nos braços e nas pernas, ou nunca finalizaria seu shunko.

Maldição – Isto deixava a capitã ainda mais razinza, sobretudo ao deparar-se com o homem de quem fugira nos últimos tempos. E para sua completa desolação, suas bochechas a traíram ficando rosadas quando os olhos dele caíram sobre ela. Ela não sabia por que, mas toda vez que ele a olhava parecia que ele a estava vendo sem roupa, e isto era constrangedor.

_ O que faz aqui? – Perguntou ela tentando abreviar o máximo aquela visita. Quem sabe fosse algum assunto importante, relacionado a alguma missão.

_ Vim lhe propor casamento. – Disse ele estendo-lhe uma caixa onde identificou uma pedra de topázio amarelo. Aquilo a fez enrubescer mais ainda, aquele homem havia se dado conta de que sua cor favorita era o amarelo, sendo que até Yoruichi que conviveu com ela vários séculos insistia em achar que a cor favorita dela era rosa. Mas, não foi a joia que a surpreendeu, ela precisava ouvir novamente para ter certeza:

_ Você o que? – A mulher perguntou em choque.

_ Estou lhe oferecendo casamento. – Disse ele com firmeza. Se fosse qualquer outra pessoa ela duvidava, porém Byakuya naquele sentido estava sendo previsível.

_ E por quê? – Perguntou ela tentando desconversar.

_ Não me faça dizer o porquê aqui na frente de todos seus subordinados. – O rubor reapareceu no rosto dela, quando viu a maioria dos seus subalternos observar a curiosa cena do Kuchiki estendendo uma joia para sua capitã.

Ela fez um sinal para que eles saíssem. Após alguns instantes ela respondeu em um tom seco, que nada mais era do que uma tentativa de defesa.

_ Não precisa.

_ Mas, eu a violei. Deixe-me reparar. – Disse Byakuya não percebendo o quanto aquilo era antiquado.

_ Não precisa. – Ela repetiu um pouco mais ríspida.

Foi quando ele se calou vendo que ela tinha algo importante a dizer:

_ Pode ter sido minha primeira vez com homens, mas eu já tive experiências com... – Ela não conseguiu terminar por que a vergonha não deixou, mas Byakuya fez um gesto de que entendera.

_ Ainda assim... – Ele estreitou os olhos, mas ela fez um gesto negativo com a cabeça. Byakuya evidentemente não iria implorar. Seu orgulho jamais permitiria.

No fim ele saiu de lá tentando convencer-se de que tudo estava resolvido, mas ele ainda não estava satisfeito.

Acabou tomando um rumo diferente de sua casa, estava na hora de tirar a prova algo que ficara em sua mente desde que conversara com Ukitake e Shunsui. Quem sabe fosse hora de experimentar um pouco mais dessa coisa de como Shunsui mesmo falou: sexo quente e esquecer esta história de compromisso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura e até o próximo capítulo.