Irremediavelmente Grávida escrita por PepitaPocket


Capítulo 25
Reunião de Família




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O fim do dia se aproximara tão lento quanto chegara, mas para Byakuya passara depressa, isto por que ele não tinha ainda dado conta de todo o seu acumulo de serviços, e ele ainda não tinha encontrado uma maneira de fazer os soldados da Onmitsu Kidou treinarem.

Esta seria uma boa oportunidade para você falar com ela.

Esta é uma boa oportunidade para você ficar calada.

Sempre quando você fala assim não resolve nada porque você age como um menino mimado e cabeça-dura.

Eu tenho meu orgulho sabia?

Nesse caso o orgulho não vai te levar a nada nem no campo profissional nem no campo amoroso.

Senbonzakura tinha razão. Yamamoto não ficaria nem um pouco feliz quando soubesse como as coisas estavam indo na segunda divisão, pior ainda na Onmitsu Kidou, mesmo sendo uma subdivisão fora do controle do Soutaichou, as ações da milícia eram vitais para o funcionamento da Sereitei, isto por que eles eram uma força tarefa especializada em agir nas sombras.

Eu estou cansado de tentar me aproximar e ser espancado.

Naquela noite você não teve a menor dificuldade.

Não seria porque ela estava bêbada?

Não seria por que você não ficava tão na defensiva?

Agora me chama de covarde!

O que hoje lhe falta é um pouco mais de naturalidade. Quando age sendo você mesmo sem pensar no que é certo ou no que é dever, você quase chega lá.

Byakuya lembrou-se quando Unohana realizou o procedimento para evitar o aborto no quanto Soifon esteve perto ao seu lado.

Depois a forma como ela o olhou quando ele a defendeu de sua tia Mikoto.

E naquelas semanas de convivência... Toda vez que ele agia sem pensar, movido apenas pelo instinto, melhor dizendo pelo desejo como se estivesse com Hisana.

Estes pensamentos duraram apenas um instante... Pois Byakuya preferia acreditar que aqueles momentos foram resultado de uma baixa na efervescência hormonal da jovem futura mamãe.

#

Byakuya entrara na pequena casa em silencio. Isto equivalia o tanto que as tabuas do chão rangendo permitiam.

Além do silêncio, o perfume tão característico da jovem taichou, não passou despercebido.

Imagens pecaminosas de uma Soifon banhada e sexy o esperando invadiram sua mente. Mas, logo ele balançou a cabeça afastando estes pensamentos.

Uma das razões da jovem odiá-lo era por que ela acreditava que ele era um tarado pervertido o que nem de longe era verdade, Shunsui mesmo o tranquilizou a respeito, e sobre ser um cafajeste aquele homem deveria saber, caso contrário não haveriam tantos boatos a seu respeito. E também tinha Ukitake... Foi só quando Byakuya percebeu que estava redemoinhando sua entrada em casa.

O que não deixava de ser patético.

Entrara de uma vez na sala, com passos vigorosos, mas pisara tão duro que a madeira abaixo da sola de seus sapatos ruíram, e sua perna afundara com tudo até seu pé ser calçado pelo madeiramento de um dos alicerces da casa.

Tentara inúmeras vezes tirar sua perna do lugar, mas como última alternativa acabara segurando-se numa das cortinas da casa, o que foi uma péssima ideia, já que assim que ele puxara o tecido o vão que sustentava a cortina veio a baixo, mas o mais triste de tudo é que de algum jeito inexplicável a janela veio a baixo junto.

Se o shinigami já não estivesse tecnicamente morto teria morrido de uma forma ridícula.

Mas, no fim ele conseguira sair do buraco em que caíra ainda mais irritado do que estava, mas preferia ter ficado lá quietinho.

Dentro da sala o encarando havia vários homens sendo que no centro se encontrava Soifon lindamente trajando um quimono violeta florido, com os cabelos soltas cercada por um homem e uma mulher de meia idade.

Ele não precisava ser o prodígio que era para saber que acabara de pagar o pior mico de sua vida, bem na frente de seus prováveis sogros e do conselho que poderia ser seu maior inimigo na hora de formalizar sua união com sua pequena taichou.

Quem a via ali sentada tomando chá e ouvindo as coisas que a mulher ao seu lado dizia não imaginava o quanto aquela mulher podia ser perigosa, sanguinária seria a palavra.

Agora, o que restava a Byakuya era reunir o resto de sua dignidade e continuar encarando todos com expressão de paisagem.

Só que estava quase de desfez quando vira que Matsumoto e Omaeda estavam muito bem acomodados a mesa, e ao seu lado a família Marechiyo com seu tamanho nada proporcional, a senhora Marechiyo por sua vez olhava feio para a ruiva espremida num tomara que caia vermelho, era um mistério como uma mulher daquele tamanho cabia dentro de um vestido tão pequeno.

_ Não se importe minha filha, homens são assim mesmo. – A senhora Fong falara ao pé do ouvido de sua filha. Soifon tinha muita semelhança com sua mãe, que apesar de tudo era mais alta, e tinha um rosto um pouco mais fino, os olhos eram negros... A origem de seus olhos cinzentos eram de sua avó, que podia ter parado sua herança apenas nos olhos, mas ela precisava ter lhe deixado a baixa estatura de brinde também.

Uma das coisas que ela mais desejava para seu filho era que ele fosse alto, como Byakuya,

Encarara o homem agora todo encoberto de pó, mas ainda com sua habitual antipatia. Mas, só de olhar em seus olhos ela sabia que ele estava puto da cara.

E você contribuiu muito para isto.

Soifon tratou de ignorar Suzumebachi e ouvir o que sua mãe tinha a escutar.

_ Homens não resistem a mulheres como aquela, nem mesmo seu fukataichou... Quem dirá o Kuchiki! – Foi então que a pequena notou que Byakuya estava encarando Matsumoto, mas interpretou o feito das maneiras mais erradas possível.

Ah, eu sabia você não quer que outra devore caixa de ovos.

Soifon imediatamente avermelhou o que foi uma droga, já que foi no exato momento que seu pai se apresentou.

Era o mesmo das lembranças de sua infância, só que mais velho, com cabelos grisalhos preso num rabo de cavalo. Os olhos puxados e o mesmo rosto em forma de coração.

_ Byakuya Kuchiki, nunca imaginei encontra-lo em uma situação tão incomum.

Nem Byakuya jamais imaginou se apresentar assim aos avós de seu filho. Primeiro, sem estar devidamente casado e muito menos sendo engolido por uma casa velha caindo aos pedaços. E ainda todo desgrenhado como estava, por tudo isto e mais um pouco Byakuya não conseguia identificar ao que seu provável futuro sogro se referiu com tal colocação.

_ É um prazer conhecê-lo Furagu Fong. – O homem disse em tom cortês.

_ Mas, o senhor me conhece fiz sua escolta em seu primeiro casamento. – Se ele não tivesse sido treinado desde pequeno para lidar com situações assim, teria ficado vermelho por causa de sua gafe.

O homem por sua vez não se importou.

... – Byakuya abriu a boca para falar, mas foi calado pela fala de seu sogro, que ao contrário do esperado regulava com sua altura, além do mais ele tinha uma convicção e ao mesmo tempo uma frieza que impactavam qualquer um, até mesmo o próprio Byakuya.

_ Eu já me coloquei a par da situação. O nobre tem sido muito gentil em ter conduzido as coisas até aqui, mas acredito que seja a hora de você se retirar. – O homem falou sem nenhuma nota de emoção, o que fazia com que Byakuya tivesse dificuldade de compreender o que o sujeito queria dizer.

_ Gente como você não se ocupa com gente como nós, conhecemos o nosso lugar senhor Kuchiki. – Quem falava era uma idosa também de olhos puxados, mas de expressão mais serena, ainda assim Byakuya esperava não ter de vê-la uma segunda vez, pois tinha algo de intimidante em seu modo de falar.

_ Com Shaolin não é diferente... – Furagu lançou um olhar de censura para sua filha, e Byakuya inesperadamente vira Soifon encolher.

_ Um comportamento destes vindo de uma mulher é impensável. Deitar-se com um homem e ficar grávida... Ainda mais de um nobre.

... – Byakuya abriu a boca de novo, mas foi calado mais uma vez dessa vez pelo velhinho de olhinhos puxados, mais baixo que Soifon, um bigode trançado até os pés, careca, ali sentado a impressão eu se tinha é que ele flutuava sobre a almofada.

_ Nosso clã precisa de um futuro líder. Se essa criança for um menino será treinado para ocupar o lugar.

Byakuya sentiu um calafrio na espinha ao ouvir a palavra treinamento para assumir uma posição. Seu filho seria submetido as mesmas coisas a que ele foi submetido, ou seja, ele corria o risco de não ter infância, e isto assustava mais o nobre do que a perspectiva de ter seu filho tomado de si antes de nascer.

_ Estão esquecendo-se de um detalhe se essa criança for uma menina? – Quem falara foi a Matsumoto que ao ter a atenção para si, dera um sorriso de orelha a orelha, erguendo o copo com o último resquício de saquê que lhe restava:

_ Aye... – A mulher disse soltando um soluço muito esquisito e recostando a cabeça no ombro de Omaeda, que fazia cara feia para os beliscões que sua mãe sem muita discrição lhe dava.

_ Impossível... Não serei amaldiçoado uma segunda vez com uma menina... – Furagu falara de um jeito impassível, e aquilo só serviu para aumentar o desconforto de Soifon, que sentiu em seu ventre a criança remexer-se, o que era inédito, já que até agora ela o sentia vibrar, não algo literalmente deslizando pelas paredes de seu útero.

_ Otou-san... – Soifon saíra um pouco de sua posição quase inerte, sua mãe levava a mão ao seu ombro, mas fora Byakuya que tomara a atenção.

_ Já chega. Se isto é tudo o que vocês tem a dizer peço que saiam da minha casa agora. – Byakuya falou esforçando-se ao máximo para não sacar sua espada e cortar a cabeça daquele sujeito que ousava em insinuar que ele deveria ficar longe de seu filho, que ele não teria nenhum direito a voz na educação do mesmo, que não o veria crescer... E pior ainda, estava desrespeitando a mãe de sua criança, a mulher que ele desejava tomar como esposa... A mulher que ele queria de todas as maneiras mostrar o quanto amava.

_ Esta não é sua casa. – Uma velhinha dissera com a voz tão apagada que Byakuya não a identificou entre os nove visitantes.

_ Minha casa é onde minha mulher e meu filho estão. – Soifon engoliu em seco perplexa pelas palavras do taichou.

_ Essa criança pertence ao Clã Fong. – O homem falou com frieza.

_ Essa criança pertence a mim e a Soifon. Fomos nós que a fizemos e somos nós que vamos cria-la.

_ O conselho do Clã Kuchiki não... – Byakuya o interrompeu com um gesto das mãos.

_ Por acaso sua filha já colocou o conselho de meu clã em seu devido lugar acho que é minha vez de devolver o favor. – Byakuya disse fazendo um sinal em direção a porta, mas todos olharam para o buraco do chão.

_ Se os senhores não saírem eu enterrarei cada um de vocês bem ali. – Byakuya falou de um jeito bem psicótico, pelo menos alguma coisa ele estava aprendendo com sua convivência com Soifon.

_ Você não tomara a mão de minha filha. – Furagu disse em um tom cortante.

_ Você já perdeu sua filha no instante em que a considerou uma maldição, Soifon é uma mulher sim, mas isto não a torna menos capaz de tomar suas próprias decisões.

Furagu fez menção de sacar sua espada, mas sua esposa o deteve com um gesto rápido.

_ Eu disse que esta reunião era uma perda de tempo. – A mulher falou em um tom bastante frio.

_ Nós já perdemos todos nossos filhos. Alguns para a morte... E outros... – Olha para Soifon para quem lhe dá um sorriso enigmático. – Para a vida. Aceite isto. – A mulher falara depois de olhar no fundo dos olhos de seu companheiro, e então saíra, sendo seguida pelo conselho.

Furagu olhara mais uma vez para Soifon que pela primeira vez na vida erguera a cabeça para aquele homem e sustentara ao seu olhar...

Eu sempre disse que você não precisava deixar de ser mulher para poder encará-lo. Suzumebachi.

Agora trata de comprar algumas roupas melhores...

Suzumebachi.

... Este seu quimono esta um pouco surrado demais para o meu gosto.

Suzumebachi.

A Zanpakutou como sempre tivera dificuldade em parar de tagarelar, mas parara chocada ao ver que pouco a pouco a alma de sua mestra começava a se iluminar, ainda não estava totalmente claro, mas o frio lentamente começava a se dissipar.

Suzumebachi você vem me dizendo muitas coisas...

Soifon pensara olhando para o homem que se afastava em direção aos seus aposentos.

E eu sempre disse que você deveria me escutar.

A Zanpakutou dissera afastando-se da mente de sua mestre, ciente de que a mesma tinha coisas mais importantes com que se ocupar.

Afinal uma segunda chance na vida acontece quase sempre. Mas, uma segunda chance de o amor acontecer num coração ferido... Pode acontecer e a pessoa nem perceber, e Soifon por pouco muito pouco não deixou passar a oportunidade de fazer tudo diferente.


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