Irremediavelmente Grávida escrita por PepitaPocket


Capítulo 12
Deixa-me Cuidar de Você


Notas iniciais do capítulo

Ola sejam bem vindos.
Façam uma boa leitura.



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Como se ela fosse o mais delicado dos objetos Yoruichi colocou Soifon sobre o colchão improvisado em que se encontrava.

Logo mais atrás chegou Byakuya, que na pressa acabou enconchando o traseiro de Yoruichi que o havia arrebitado enquanto ela media a temperatura de Soifon.

_ Yoruichi-sama o que houve com seu nariz? – Perguntou a pequena vendo o mesmo tão inchado e com uma faixa nem um pouco estética.

Uma veia saltou na cabeça da shinigami mais velha se fosse outros tempos ela daria um soco naquela pequena cabeça de cogumelo, mas ela já estava suficientemente fragilizada para que ela a expusesse a mais uma preocupação. E só em pensar em todo as reverencias que ela usaria para se desculpar, Yoruichi ficava com dor de cabeça.

_ Você está febril, não gaste energia. – Disse Yoruichi remexendo a bunda propositalmente, para que Byakuya ficasse desconfortável.

_ E Unohana que não chega. – Falou o homem aproximando a mão da testa da pequena que se encolheu o mais longe que pode dele.

_ Estou bem aqui! – Avisou a shinigami médica que raramente era vista sem sua inexpressiva fukataichou. No lugar da mesma estava Zaraki que mais parecia um grande cão encoleirado.

_ Trate de fazer seu trabalho de uma vez. – Byakuya disse com prepotência recebendo um olhar sinistro de volta.

Ele iria insistir, mas uma mãozinha puxara com força seu quimono, assim como a de Yoruichi.

_ Vocês trouxeram o que comer? – Perguntou a Fong com expectativa.

Os dois se entreolharam por um instante, e Yoruichi foi quem teve desfazer o brilho daqueles olhinhos tempestuosos.

_ Desculpe, deixamos tudo com o Ichigo e os outros. – Falou Yoruichi.

_ Vocês são uns inúteis. – Disse a garota caindo no choro, inconformada.

Percebendo o quão patético era seu papel, ela sentiu que precisava ficar sozinha.

_ Vão embora, não quero que me vejam assim. – Disse ela, fazendo um gesto um tanto melodramático.

_ Sinto informar que ninguém vai embora daqui, nossa missão é levá-la de volta para casa. – Yoruichi falou desta vez para o pequeno traseiro levantado em sua direção. A mulher petite estava com a cabeça enterrada em seu obi que servia de travesseiro. Ela sentia-se furiosa por ter se colocado numa situação tão estúpida: engravidado, ferida numa missão, dependendo de terceiros até mesmo para comer. Ela que sempre lutou diante da adversidade, só conseguia chorar como se tivesse colocado pimenta nos olhos. E isto a deixava, furiosa!

Unohana percebera uma mancha vermelha na roupa da shinigami.

_ Zaraki querido espere lá fora. Yoruichi traga uma bacia de água quente. – Esta por sua vez não sabia ao certo onde acharia uma bacia, e muito menos como conseguiria água quente, mas a julgar pelo tom de Unohana era urgente que ela o fizesse, por isto afastou-se num flash puxando Zaraki só para garantir que ele não faria Unohana perder mais tempo do que já havia perdido.

Sem dificuldade Unohana ajeitou Soifon na cama improvisada, atravessando-a na mesma, colocando-a sobre o obi e mais o haori que Byakuya havia gentilmente posto atrás de sua cabeça, sem que Unohana pedisse.

Soifon atreveu-se abrir os olhos, novamente se viu tremendo de frio, e também de medo e constrangimento. Afinal suas pernas estavam abertas diante de uma de suas colegas de serviço, e ainda tinha os olhos de Byakuya mirando-a com atenção.

_ Os pontos abriram teremos de refazê-los. – Anunciou Unohana com sua voz técnica que mais atrapalhava do que ajudava.

_ Onde esta... – Soifon iria perguntar sobre a curandeira que havia a resgatado.

_ Prefere os cuidados dela aos meus? – Mesmo que a resposta fosse diferente Soifon não era louca de dizer algo que contrariasse a assustadora mulher. Ela escondeu o rosto entre suas mãozinhas calejadas. Não que ela fosse admitir isto, mas não estava disposta por passar por aquele doloroso procedimento de novo: o colo do útero é uma das partes mais sensível da mulher, sobretudo com uma agulha deslizando pelo mesmo. O procedimento era mais delicado por causa de um bebezinho intrometido que estava crescendo ali sem ser convidado a fazê-lo.

O tremor de seu corpo fragilizado diminuiu quando sentiu a pressão de outro corpo envolver o seu.

_ O que esta fazendo? – Perguntou Soifon mais constrangida do que irritada.


_ Eu não vou sair de seu lado nem por um segundo. – Disse o homem com a voz baixa e sensual, fazendo-a sentir um arrepio em sua espinha.

Ela quase cedeu, mas ficou receosa de baixar sua guarda novamente e ficar sozinha para juntar os cacos como da última vez. Confiança era algo difícil para a estoica capitã. Depois de Yoruichi ter saído, ela tornou-se incapaz de confiar em qualquer outra criatura que não fosse ela própria.

Por isto o empurrou dizendo com certa brutalidade.

_ Acho que já fez o bastante, agora é melhor que fique longe de mim. – Disse Soifon feliz por tê-lo afastado alguns centímetros, contudo ela emburrou-se quando o corpo dele colou-se ao seu mais uma vez como se tivesse uma espécie de imã colado ao mesmo.

_ Não me trate como único culpado. Colocamo-nos nessa situação juntos, e é assim que devemos ficar... – Falou ele com a voz mansa, a única pessoa que o fez ficar daquele jeito era Hisana, mas ver Soifon naquele estado o dobrava mais ainda, seria por causa de seu bebê, ou era um sentimento mais profundo do que o desejo por aquele corpo pequeno e quente?

Unohana levou a mão à barriga da shinigami mais jovem, não sentindo nenhuma alteração significativa na reiatsu da criança, a médica concluiu que deveria agir rápido. Ao contrário dos bebês humanos, que dependem de células para se formar, um bebê shinigami precisava de uma grande quantidade de reiatsu para desenvolver-se, a falta de fluxo de reiatsu denunciava um problema em seu desenvolvimento. E apenas de olhar o colo do útero da pequena ela já sabia do que se tratava.

De repente Byakuya sentiu um rosto molhado recostar-se em seu ombro, este era o máximo contato que ela se permitiria para com ele, ainda assim era como se tivesse dado um grande avanço.

Yoruichi chegou com a bacia de água e quase a virou quando viu Soifon e Byakuya tão próximos, quase como um casal de namorados unidos para enfrentar uma delicada situação. Pensar nisto fez que ela quase virasse o objeto que ela teve que percorrer tantos quilômetros para conseguir, se não fosse a deusa do flash se quer chegaria a tempo.

_ Yoruichi-san eu precisarei de sua colaboração. – Disse Unohana apontado para um estojo com vários objetos imantados numa luz que os mantinha protegidos dos microrganismos.

A morena fez o que foi solicitado, embora no fundo por uma estranha razão quisesse estar no lugar de Byakuya. Contudo, afastou tal pensamento, e tratou de fazer o que Unohana solicitou.

Soifon não queria, mas acabou soltando um murmúrio de dor quando o procedimento iniciou-se. Este sessou quando Byakuya segurou com força sua mão e disse ao pé de seu ouvido:

_ Vai ficar tudo bem, acalme-se. – Embora da outra vez, ela não se lembrasse de quase nada, tudo parecia melhor apenas por ter alguém segurando sua mão. Alguém dizendo coisas ao pé de seu ouvido, coisas que aquela menina tonta e sonhadora do passado escondida em algum canto de sua mente tão fechada, suspiraria em ouvir.

Por quarenta minutos, as mãos ágeis e experientes de Unohana faziam o procedimento, a concentração da shinigami só era quebrada para chamar a atenção da Yoruichi causada pela distração que a cena lhe provocava.

No fim tudo terminou, Zaraki saíra para perseguir um pobre carneiro. Depois de tudo o que aconteceu, ele precisava despedaçar qualquer coisa que fosse. Nem que fosse um inocente animal. Yoruichi aproximou-se com cautela de Soifon indagando:

_ Tudo bem com você? – Perguntou ela acarinhando sua cabeça. Soifon arrepiou-se com aquele contato, antes de fazer um sinal afirmativo com a cabeça.

Foi só quando ela percebeu que estava praticamente aninhada no colo de Byakuya. Era imperdoável ver sua preciosa Yoruichi-sama presenciando uma cena tão inadequada por isto tratou de afastar Byakuya que relutou em fazê-lo, mas acabou obedecendo quando sentiu aquele pezinho terrível pressionar-lhe dolorosamente a virilha.

_ Tira suas mãos de mim, seu tarado. – Disse ela mostrando que a velha Soifon estava retornando a cena de novo.

_ Eu não sou tarado. – Defendeu-se Byakuya.

A mulher ia abrir a boca, mas foi interrompida quando os dedos dele pressionaram seu queixo. E com uma voz rouca e sensual ele dissera:

_ É você que me deixa tão desejoso. – Talvez a mulher tenha mudado de cor três vezes antes de reagir.

Qualquer uma em sã consciência beijaria Byakuya, mas Soifon era diferente de toda e qualquer mulher que tenha existido na vida do homem. Tanto que ela o golpeou com tanta força que dessa vez, ele se vira deslizando no ar e caindo lá fora de costas com as pernas para o ar num banco de areia.

Contudo, o perfume dela estava impregnado em sua pele, e apenas isto o deixava feliz a ponto de sorrir.

_ Eu estou com fome! – Reclamou a chinesa depois de observar o homem viajar até bem longe de seu corpo.

_ Isto é ótimo, sinal que seu corpo esta se recuperando. – Atestou Unohana em sua habitual calma.

_ Mas, eu quero comida. – Disse Soifon cada vez mais inquieta.

Yoruichi observou em volta, e tudo que vira foi alguns restos de peixe e casca de banana.

_ Er... Daqui a pouco Ichigo esta aqui com os mantimentos. – Disse Yoruichi finalmente percebendo que eles não chegaram.

_ Vocês querem me deixar com fome, me deixar fraca pra eu me casar com Byakuya. – Ralhou a mulher olhando para fora tentando adivinhar para onde o mar ficava.

_ Não diga bobagem. Por mim você nunca casara com ele. – Disse Yoruichi completando o pensamento “nem ninguém”.

Soifon deveria ter prestado atenção nas palavras de sua mestra, mas acabou se atentando para a chegada de um homem robusto, que trazia sobre os ombros algo que em outros tempos faria seu estomago revirar, mas agora seu estomago faminto até agradecia.

Sobre os ombros Zaraki trazia o carneiro sem vida. Isto resolvia uma parcela dos problemas do grupo. Já que Soifon não era a única integrante faminta do grupo.

Byakuya ressurgira como se nada tivesse acontecido.

_ Perfeito, quem cozinhara? – Perguntou o homem habituado a dar ordens.

Todos se entreolharam então com um soco na cabeça dele Soifon respondeu.

_ O único que tem o dever de me alimentar aqui é você. Então cozinhe. – Uma veia saltou na cabeça do homem.

_ Impossível! Homens não cozinham. A menos que eles sejam da plebe. - Por um instante a pequena capitã surpreendeu-se pelos ideais um tanto machistas do pai de seu filho, mas logo ela mostrou-se irredutível.

_ É você que vai cozinhar ou você. – Disse ela com determinação.

_ Por que não pede para Yoruichi fazê-lo? – Sugeriu o homem.

Yoruichi não tinha muita experiência com a cozinha. A terra era um lugar que oferecia alternativas muito mais atraentes do que perder horas numa cozinha esquentando a barriga no fogão. Contudo, se fosse para o bem de sua pequena abelhinha ela até se arriscaria a cozinhar.

_ Yoruichi sama não vai gastar suas lindas mãos cozinhando para mim. – Disse Soifon.

O homem iria se negar, contudo as palavras de Zaraki o fizeram repensar sua posição.

_ Colocou a criança na barriga da mulher agora aguenta. – Soifon era sua família, ninguém iria cuidar de sua família em seu lugar. Mesmo que isto envolvesse a difícil tarefa de cozinhar um carneiro numa fogueira a tempo de satisfazer a faminta mãe de seu filho.

_ Então eu revelarei a secreta arte da culinária do clã Kuchiki. – Anunciou o capitão com determinação. O que ele não sabia é que nem a secreta arte da culinária de seu clã o salvaria do que aconteceu a seguir.


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Notas finais do capítulo

Obrigada e até o próximo.



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