Irremediavelmente Grávida escrita por PepitaPocket


Capítulo 1
Um Jantar Mais Alguns Goles de Saquê


Notas iniciais do capítulo

Ola sejam bem vindos.
Façam uma boa leitura.



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_ Diga a ela que eu não vou. – A mulher petite respondeu com rispidez sem nem ao menos se dar o trabalho de encarar a jovem tenente, que ficava a cada segundo mais desconfortável em sua presença.

_ Mas, taichou... – Tentou Isane.

_ Eu já disse que não, e se não quiser ir pra casa marcada pelo Homonka é melhor sair de minha frente. – Rosnou a capitã fazendo a outra desaparecer quase como um passe de mágica de sua frente.

(...)

Cinco minutos depois, a mulher sentiu uma presença quase maligna dentro de sua sala.

_ Capitã Unohana o que faz aqui? – Perguntou ela suando frio, enquanto a mulher sorria-lhe.

_ Bem, já que você expulsou duas vezes a minha fukataichou daqui, não tive alternativa, a não ser vir pessoalmente convidar-lhe para confraternização anual dos capitães.

A mulher sabia destas festas, onde geralmente a maioria dos capitães soltava a franga e se permitia agir como adolescentes estúpidos e desprovidos de responsabilidades. Nunca compareceu, portanto, tendo orgulho disto já que o único capitão além dela que nunca fora, era Yamamoto.

_ Desculpe, mas eu já tenho planos. – Tentou inutilmente desconversar.

_ Capitã, é feio mentir para os mais velhos. – Disse a mulher com um sorriso sinistro, e um tom de voz semelhante quando se tenta consolar alguém que esta prestes a ser estripado.

_ Eu não estou... – Ela tentou argumentar, mas a reiatsu de Unohana, a fez soltar a caneta.

E quase como se tivesse sido hipnotizada, ela concordou em comparecer, lamentando ter caído no truque uma segunda vez, a primeira vez, teve haver com sua entrada na associação das shinigamis femininas.

_ Ah, e nem pense em não comparecer. – Disse Unohana fazendo-a estremecer dos pés a cabeça, com seu sorriso.

A verdade é que mesmo sendo a chefe da milícia de execução, uma assassina experiente, e um dos seres mais orgulhosos que já existiu no universo dos animes. Ela como todo o resto da Sereitei acabava tremendo frente à aura assassina de Unohana, que sabia como fazer caras durões como Ikkaku literalmente fazer xixi nas calças, apenas por pensar em desafiá-la para uma luta...

Enquanto olhava para janela, um tanto desolada ela sabia que não tinha outra opção a não ser ir.

O que ela não sabia é que no sexto esquadrão certo nobre capitão olhava para a janela, igualmente desolado tentando em vão não descontar em Renji sua irritação, por ter de ir naquele estupido jantar.

Olhou irritado para seu fukataichou que parecia estar rezando uma novena, enquanto limpava o que sobrara da antiga mesa de Byakuya que fora quebrada por Unohana, já que o homem foi muito mais cabeça dura em dizer-lhe não. Sem que seus olhos pudessem acompanhar, a pacífica capitã do esquadrão médico sacou sua espada, e partiu sua mesa em dois dizendo algo sobre...

– Quando acidentes acontecem, realmente não podemos ir confraternizar com os amigos, porém Kuchiki-sama, não sofreu nenhum acidente, ainda...

A mulher se foi e ele perdeu sua preciosa mesa, a simples memória da voz dela, lhe dava calafrios, somente alguém insano como Zaraki para envolver-se com alguém tão assustador... Contudo, o que estava incomodando o taichou era a cara emburrada de Renji enquanto limpava a bagunça.

_ Pare de reclamar Renji, você não está nada mal. – Disse Byakuya levantando-se precisava exigir a presença de seu alfaiate, mesmo não querendo ir aquele inferno de festa, ele precisava estar apresentável.

_ Terei de reorganizar todos os relatórios, eu nem me lembro da ordem deles e ainda esperar os entregadores e... – Parou no meio do caminho quando seu capitão o olhou friamente.

_ Você vai estar melhor do que eu e ponto final. – Disse Byakuya deixando para trás Renji emburrado.

_ Ele acha que me engana. Ele vai para a festa mais quente do ano e me deixa limpando a bagunça que aquela maluca fez... – Então um arrepio súbito passou por sua espinha, decidiu trabalhar quieto antes que sobrasse pra ele também. Não queria nem pensar no que Unohana faria com ele se ela o ouvisse falando mal dela.

#

Soifon nunca foi uma mulher volúvel. Na verdade ela conseguia ser mais estável que uma rocha, que mesmo resistente sofria erosão. Porém, ela arrependeu-se de ter ido atrás dos conselhos de Rangiku, e aceitado usar aquela roupa, tão... Diferente do que ela estava acostumada usar.

E ainda tinha aquele penteado, que a fazia lembrar que ela não tinha o cabelo curto, seu legítimo cumprimento ia até abaixo dos ombros. Finalmente livrou-se de suas tranças e para completar Rangiku atrevera-se a borrar seu rosto sempre livre de maquiagem... Este sempre foi o ponto forte da capitã, então a própria Rangiku apenas enfatizou seus olhos já tão expressivos com um lápis e usou um brilho nos lábios finos e um pouco de corretivo, para disfarçar algumas marcas de batalha.

Porém, todos os pensamentos da mulher petite, assim como dos demais convidados foram interrompidos por sua chegada. Unohana foi a primeira a vê-la, e também a fazer aquela expressão de nítida surpresa ao notar o modo que ela estava vestida. A mais jovem não imaginava o quanto estava bem, dentro daquelas roupas femininas, permitindo que as pessoas ao seu redor vissem um lado que ela talvez nunca tenha tido a oportunidade de mostrar para ninguém.

_ Shaolin, que bom que chegou... – Disse Unohana exuberante em um vestido vermelho, que realçava seu já muito bem dotado colo. Isto deixou Soifon desconfortável, já que esta era a parte em que ela fora menos privilegiada pela natureza.

Unohana a conduziu para sala, onde todos já se encontravam. Zaraki era a única ovelha desgarrada que usava uma jaqueta estilo motoqueiro e calça jeans, até Shunsui estava dentro de um smoking e também Ukitake que parecia tão diferente com os cabelos presos.

Mayuri não estava de maquiagem, mas usava um terno branco, porém sua excentricidade ficava por conta de um grande girassol na lapela que ele propositalmente lhe ofereceu dizendo:

_ Bem vinda à noite dos horrores. – Disse ele.

_ Oh, isto é tão animador. – Ela respondeu em tom de zombaria.

_ Ah, capitã, ou melhor, dizendo... – Shunsui atreveu-se a aproximar-se da menor e dar-lhe um beijo em sua mão. – Shaolin Fong, é muito bom ter a companhia de uma dama que seja solteira esta noite.

A mulher não sabia o que responder perto do que foi um galanteio. Mas, tratou de tirar as mãos das garras daquele homem que ela entendia ser uma bela dor de cabeça. Komamura estava caído num canto apenas duas taças de bebida derrubaram o homem-lobo ou homem-coiote, ou seja, lá que bicho ele fosse.

A mulher levantou a sobrancelha ao ver Genryuusai sentado numa mesa com seu inseparável fukataichou, o único soldado de patente menor a um capitão que teve autorização para entrar na festa, sentado ao seu lado, tomando o que ela reconheceu como sendo chá. O velho a cumprimentou apenas com a cabeça, a mulher enrubesceu ao ver que o comandante-geral, estava olhando para suas pernas.

Ela não sabia se era constrangedor ver seu chefe olhando suas pernas, ou o fato de suas pernas sempre tão finas e pouco atrativas estarem chamando a atenção de alguém. Então no fim seus olhos encontraram os dele: Byakuya Kuchiki, o único que usava um tradicional quimono azul marinho que trazia o emblema de seu clã nas costas, ele ao contrário dos outros capitães tomava apenas chá.

Por um instante ela achou que ele a encarava, porém quando focou em sua pessoa ele parecia tão entretido com o jogo de porcelanas, que ela considerou que talvez os detalhes decorativos da louça fossem mais interessantes do que ela.

#

A festa para alguns era divertida para outros, monótona. Havia música, havia petiscos, havia bebida, havia pessoas que se enturmavam apenas Shunsui, Ukitake e Unohana que conseguiam a custo manter algum clima de confraternização e outros que apenas ficavam em seu conto.

Não se pode dizer nada de Zaraki, porém a bebida deixava o homem alto o bastante, para achar que tinha de degolar todos os presentes, então foi devidamente preso em uma barreira de Bakudou. Mayuri logo se entreteve fazendo algum experimento maluco com as bebidas de vodca, cachaça e outras que ela nem conhecia... Porém, ele passou em um aparelho que no fim explodiu.

Ela estava tão entediada que percebeu apenas quando braços fortes a ampararam salvando-a do impacto forte da explosão.

_ Byakuya-taichou... – Ela disse com as bochechas rubras, raramente se via tão apertada nos braços de um homem.

_ Você está bem? – Perguntou ele, olhando-a com atenção, apenas para buscar algum ferimento. Aquilo pôs a mulher nervosa, enquanto os olhos dele deslizavam pela extensão de seu corpo, quase como uma maquina de raios-X.

_ Pare de me olhar desse jeito. – Pediu ela mais alto do que deveria e virando-se para o lado oposto do homem.

Byakuya a encarou por um instante surpreso, mas no fim esboçou um meio sorriso. Era peculiar uma mulher querer esconder-se dele, isto por que a cada esquina apareciam garotas sempre buscando desculpas esfarrapadas para esbarrar nele e quem sabe obter uma mínima atenção que fosse do nobre. Porém, elas não obtinham sucesso, eram escandalosas e oferecidas demais. Byakuya era um homem que apreciava exatamente aquilo que Shaolin estava apresentando desde que chegara a festa, recato.

Quando ele estava indo se afastar ela o puxou pela mão com mais força do que o necessário fazendo seu rosto bater em seu peito.

“Kuso esse maldito precisava ser tão alto” – Bem ao fundo ela ouviu a voz de Suzumebachi falando algo sobre até um Bonsai ser maior do que ela, mas ela resolveu ignorar.

_ Eu fiz algo que parece engraçado? – Perguntou ela, atiçando a curiosidade do homem que nunca tinha reparado na capitã como a maioria dos presentes na festa. Shunsui por sinal não tirava os olhos dela, porém a mulher fugia dele como se fosse um Hollow devorador de shinigamis, e de certa forma ele o era.

_ Não. – Mentiu ele com a expressão mais séria e deslavada que sabia fazer.

_ Então por que esta rindo de mim? – Perguntou ela numa sinceridade que ele não estava habituado. Em seu mundo as pessoas mentiam o tempo todo, tudo o que diziam era sempre o oposto do que elas realmente pensavam. Porém, com a estourada capitã isto parecia ser algo tão diferente, ela dizia a verdade, por cada poro, por cada atitude, por cada olhar, parecia-lhe tão transparente naquele momento... Inexplicável era a palavra.

Isto o atraia? Não, era apenas algo que pudesse fazer aquela noite ser um pouco melhor.

_ Eu não estou rindo de você. – Disse Byakuya em um tom de voz baixo, mas não havia tanta altivez misturada em suas palavras. – Estou rindo para você. – Ele explicou-lhe.

Ela abriu a boca pra dizer algo, mas sentiu a garganta secar de repente, e então ela atacou o garçom que trazia o primeiro copo de um líquido que o nobre reconheceu ser a bebida mais forte que havia naquele raio de festa...

_ Não deveria... – Disse ele, mas ela o cortou.

_ Não me diga o que fazer.

Byakuya deveria ter se afastado naquele momento, porém, havia algo na pequena capitã que não permitiu. Ledo engano ou grande acerto? Só o tempo iria dizer.

#

Quinze minutos depois...

Byakuya se via carregando Soifon em seus ombros, a mulher se debatia, o amaldiçoava, esperneava, fazia de tudo um pouco, porém o homem era bom em ignorar as pessoas, sobretudo quando elas estavam completamente bêbadas.

_ Eu já falei que você é um idiota, Byakuya-bo. – Disse Soifon, estando tão parecida com o jeito de falar de Yoruichi, que ele sentiu um calafrio.

_ Sim, você já disse que eu sou idiota, imbecil, estupido, e tantas coisas que se fossem parte de um mantra eu teria sido transformando em um jumento. – Disse ele pensando em como abriria a casa dela.

Bastaram dois copos daquela bebida, e Soifon começou a dançar e bater palmas como uma louca, depois do momento da euforia chorou em seu ombro e antes de tudo ficar pior Unohana ordenou que ele a mandasse para casa. Na verdade a taichou do quarto esquadrão a levaria, mas considerando o que aconteceu com sua mesa logo cedo, preferiu evitar um problema maior...

_ O que esta fazendo seu tarado? – Perguntou ela o empurrando com força quando sentiu as mãos dele apalpando suas costelas e sua bacia. Ele irritou-se com aquilo se pudesse deixava-a sozinha no meio da noite, mesmo sabendo que iria chover. Infelizmente, seu avô ensinou-lhe ser um cavalheiro.

_ Onde esta a chave? – Perguntou ele.

_ Não sei. – Ela disse depois rindo de algo que ele não achava graça.

Tanto faz – Disse ele pensando em simplesmente arrombar a porta, mas ela novamente o acertou dessa vez fazendo-o rolar escada abaixo.

_ Como você se atreve a arrombar minha casa? – Disse ela em uma pose muito estranha de defesa. Porém, ela ficava engraçadinha daquele jeito, quer dizer ela deveria se soltar mais. Ao menos era isto que passava em sua cabeça, mas o homem afastou aqueles pensamentos, quem bebeu era ela não ele, então eles precisavam apenas de uma pessoa agindo, pensando, sendo um ser completamente estranho.

_ SOCORRO, LADRÃO! – Quando ele menos esperava ela começou a gritar, logo a Onmitsu Kidou estaria a sua volta, não que eles o machucariam, eram randons infelizes, mas ele não queria prestar contas com a recém-reformulada Central 46.

Por isto, apenas por isto, avançou sobre a capitã, que ainda bêbada, o fez brincar alguns minutos de pega-pega, antes de enfim ele conseguir cobrir sua boca e levá-la para casa. Ele o fez apenas por que era um cavalheiro e não por que estivesse estranhamente atraído por aquela mulher.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura e até o próximo.