Arena Sangrenta escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 9
2º Dia: A Arena de Espinhos




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Rachel acordou com o zumbido de uma mosca sobrevoando a sua orelha. O pequeno e incômodo barulho fez a moça despertar de vez. Sentiu a sua pele da bochecha ser espetada por algo afiado e verde. Um filete de sangue partiu do seu arranhão. Tentou se levantar mais ainda, porém teve uma grande surpresa.

─ Não pode ser verdade! O que aconteceu com a arena?

A floresta que antes era tropical virou uma floresta de espinhos! As folhas, flores e frutos viraram espinhos dos mais variados tamanhos. Ela, na noite anterior, preparou um lugar para dormir dentro de uma velha casca de árvore. Agora a árvore virou um imenso emaranhado de pontas afiadas. Qualquer movimento brusco podia feri-la facilmente.

“Droga, como é que eu vou sair daqui assim? Não tem outro jeito” ─ pensou.

Logo Rachel encarou a dor e o sofrimento e começou a se mover para sair daquele emaranhado que mais parecia um palheiro, só que com espinhos no lugar de palha. As pontas finíssimas causaram feridas em seu corpo, principalmente nas mãos e rosto. Com todo o esforço e sofrimento, ela conseguiu finalmente sair daquela armadilha preparada na arena. Logo o seu alívio se tornou em vão quando viu as árvores completamente espinhosas. Era surreal!

...

Os carreiristas ainda continuavam na Cornucópia e ainda estavam na vantagem pois os patrocinadores mandavam a cada meia hora algum pára-queda. Tiger amolava a espada no chão para servir a algum outro tributo. Já era o segundo dia e apenas os cinco primeiros a morrer apareceram no céu e tiveram o som do canhão. Talvez o nível deste ano se tornou mais superior do que nos anos anteriores.

De repente, a pirâmide Asteca começou a tremer. O chão da cornucópia brilhou e repentinamente raios saíram de lá. Dona, Silver e Pearl conseguiram ficar nos degraus, assim como ficou Tiger. Logo os degraus entraram na base da pirâmide formando um tipo de escorregador em direção à água. Os quatro caíram e tiveram que nadar até o leito.

─ Mas que droga. As nossas coisas ficaram naquela pirâmide ─ disse Dona aborrecida.

─ Só pode ter sido obra dos diretores dos jogos. Aquilo não faria isso sozinho ─ disse Silver.

Donatela observou o semblante do seu parceiro. Hollyster parecia sereno, como se aquilo que acontecera não fizesse nenhum sentido negativo para o grupo. A moça logo tomou a iniciativa para a formação de mais um plano.

─ Posso falar com você um instante?

─ O que você quer?

─ Você foi escolhido para ir agora caçar e matar a participante do distrito 12.

─ Você quem decidiu isso? ─ disse visivelmente irritado.

─ Levantem as mãos quem quer que o Tiger assuma a missão ─ os três levantaram. ─ Desculpe baby, você é o eleito.

Tiger não se conformou com a atitude dos demais carreiristas. Mesmo assim, para ele, aquilo tinha um tanto de razão. Ele precisaria acabar com os outros tributos já que praticamente nenhum havia morrido no dia anterior.

Enquanto isso, o caçador do distrito 11 ainda estava na cola da menina do 12. Ele não havia desistido de persegui-la, contudo apenas suspendeu a caçada pois a floresta de espinhos atrapalhou muito.

Rachel encontrou muita dificuldade para passar pelas árvores. Mesmo assim criou coragem e conseguiu sair da floresta densa e ir para um lugar mais arejado, próximo a um córrego. Coletou água e foi buscar comida. Escutou o tiro de canhão, o 1º daquele dia. Logo viu o corpo de uma garota desfalecido por causa de um envenenamento causado por amoras venenosas.

...

─ Olha só Caesar, a moça do distrito 3 comeu amoras-cadeado.

─ Para quem não sabe o que são amoras-cadeado, são amoras venenosas capazes de matar um ser humano em poucos segundos se consumidas em grande quantidade. Dizem que elas são tão venenosas quanto a picada da serpente mais venenosa de todas.

...

No distrito 2, o que mais tem pessoas assistindo, a líder do governo local decidiu  assistir ao evento onde a sua filha participava e já estava confiante de que ela iria ganhar. A prefeita, a pessoa mais rica desse distrito, a pessoa que mais bajulou o presidente de todos os habitantes de distritos, além do povo da capital. Para ela era tudo no preto e branco, tudo ou nada.

Ela mandou chamar a mãe de Tiger para a sua presença. A mulher andou até o escritório da prefeita.

─ A senhora me chamou, senhora Moir?

─ Claro que chamei. Quero que veja aquilo. Olha só, a minha filha decidiu tomar a iniciativa do grupo. O Tiger, a minha Dona e mais dois tributos se uniram para acabar com os demais concorrentes. Até agora nenhum deles morreram. O que acha?

─ Bom, não estou assistindo aos jogos.

─ Que pena. O seu filho não tem nenhum senso de liderança. Acredito que ele não vá durar muito tempo hehehehe e a minha filha nunca sucumbirá. Mesmo assim é uma pena que não assiste, eu dei o resto do dia de folga e amanhã pode folgar.

─ Desculpe, senhora Moir. Eu não costumo assistir aos jogos. Eu acho isso antiético e violento.

─ Ah sim. São raras as pessoas que têm essa sua visão de ética. Por isso admiro muitíssimo você. Porém, se não nos conformarmos com a atual situação do país e tivermos esperança, quem vai livrar Panem deste atual sistema de governo? Acredite, só nos resta os jogos para termos esperança. Pode ir.

Lola saiu da frente da prefeita e foi se recolher, pois já era noite.

...

Rachel, que antes vera uma garota comendo amoras venenosas, teve a sorte de encontrar a sua mochila. Dentro do objeto havia uma faca dentada, seria ótimo ter uma arma como aquela. Outra coisa que havia naquilo era repelente e batoque. Mesmo não precisando, resolveu guardá-lo para alguma conveniência.

Alguns metros dali ela ouviu algo se mexendo entre as folhas secas caídas no chão. Depois aproximou-se vagarosamente até ver um menino de 12 anos preso numa rede de pesca. Alguém havia armado aquilo no dia anterior, mas com a nova arena a pessoa não pôde voltar para abatê-lo. Rachel não foi assim que o viu, pois previu que alguém o colocou como armadilha. Depois que teve a certeza que ninguém estava de campana, ela foi ajudá-lo.

O menino era um garotinho do distrito 3, sua parceira foi a que morreu comendo as amoras venenosas. Ele era ruivinho e com sardas no rosto. Seus olhos castanhos eram bem grandes.

─ Obrigado por me salvar... ─ ele ficou nervoso. ─ Você vai me matar?

─ Não. Como posso te matar se eu te salvei? Agora me diz, quem foi que te prendeu aqui?

─ Eu tava com a minha parceira de distrito, a Berry. Ela disse pra eu esperar quando escutei o canhão e corri nesta direção. Foi aí que a armadilha me pegou.

─ Entendo ─ Rachel ficou pensando. ─ Garoto, você não viu um rapaz do meu distrito? O tal Jared?

─ Vi sim, ele estava por aqui perto do córrego. Mas isso foi ontem. Mas ele foi para a direção da Cornucópia onde os carreiristas estão.

─ Quer dizer que os carreiristas estão lá?

─ Sim, os quatro.

Por um breve momento, Rachel pensou no carreirista do distrito 2. Foi uma vaga lembrança ainda quando estava hospedada em Capitol.

─ Bom, já que você não me oferece ameaça e sua colega morreu, pode fazer companhia pra mim?

─ Sim.

─ Enfim, vamos chegar perto da Cornucópia só pra ter certeza que aqueles idiotas estão lá. Se sim a gente volta.

─ Certo.

─ A propósito qual é o seu nome?

─ Leon Valdez. Sou do distrito 3.

Ambos foram até próximo ao lago da pirâmide. Rachel usou a grande faca para ir cortando os galhos espinhosos que apareciam pelo caminho. Leon foi logo atrás dela. Eles ficaram ainda na floresta vigiando o lago. Este estava normal, nada alterado. Apenas a pirâmide que aparentemente não havia mais degraus.

─ Ali estão eles ─ disse Rachel ao ver os carreiristas pelos menos uns cinquenta metros de onde estava.

─ O que faremos?

─ Não podemos fazer nada, por enquanto. Apenas esperar.

O grupo dos carreiristas ficaram às margens do lago. O único que não estava era Silver. Depois de alguns minutos, ele veio trazendo notícias.

─ Eu tenho ótimas notícias. Consegui ver mais dois tributos naquela direção. São bem fraquinhos, mas com essa dificuldade na arena, eu preciso da ajuda de vocês.

─ Tiger eu vou com a Pearl e o Silver. Pode ficar?

─ Claro que sim.

Os três saíram e deixaram o companheiro só. Tiger aproveitou a areia úmida para se deitar e relaxar. Os degraus da Pirâmide Cornucópia voltaram ao normal. Era a chance de ouro que Rachel e Leon precisavam.

Eles caminharam lentamente e vagarosamente nadaram até a base sem que a água fizesse barulho. Eles subiram sempre com cuidado e olhando para o carreirista desatento atrás. Seria maravilhoso pegar armas e mantimentos sem a ajuda dos patrocinadores.

Enquanto isso, Donatela havia contado para Silver que usasse um pretexto para deixar Tiger sozinho.

─ O que vamos fazer com ele? ─ perguntou Silver.

─ Em breve mataremos Tiger. Antes, porém, caçaremos aquela garota do distrito 12. Assim que o próprio Tiger matá-la nós o mataremos.

─ Olha, um pára-quedas ─ disse Pearl.

─ Com certeza deve ser o que eu sempre quis.

O objeto caiu no chão revelando algo parecido com um aparelho de GPS.

─ O que é isso? ─ perguntou Silver.

─ O localizador de tributos. Temos acesso em tempo real de onde está algum tributo. Vou escolher... Distrito 12... Feminino. Não é possível!

─ O que diz aí? ─ perguntou a outra.

─ Aqui diz que a garota do 12 está na Cornucópia.

Agora que Dona pode ver os movimentos de Rachel, o que vai acontecer? Rachel, tome muito cuidado. O inimigo está se aproximando!


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