Arena Sangrenta escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 8
1º Dia: O Sangue Jorra




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/469063/chapter/8

A contagem para a morte havia terminado. A sirene tocou. Tiger, com toda a sua potência física, correu em direção à pirâmide a fim de chegar à Cornucópia. Nenhum participante infringiu a diretriz, portanto não houve “explosão”. Hollyster nadou a lagoa e começou a subir os degraus. Alguns tributos corriam atrás dele, outros simplesmente correram para outras direções. Finalmente ele conseguiu alcançar o seu objetivo.

Muitas armas estavam disponíveis para os tributos. Como ele foi o primeiro a alcançar o local, teve o privilégio de pegar a sua melhor arma, a espada. Donatella foi a segunda e depois os outros dois carreiristas.

─ Que arma vai pegar? ─ perguntou a garota.

─ Uma espada, e você?

─ Arco e flecha. Boa sorte ─ ela saiu atrás dos outros tributos.

Tiger estava se preparando para sair quando um tributo do distrito 5 começou a atacá-lo com um taco de madeira. Ele desviava dos golpes com certa facilidade. Num momento crucial ele deu uma rasteira no outro e se livrou do taco. Os dois caíram no chão, às vezes o tal Ron Martin ficava por cima dele, outra vez era o carreirista... Estava indefinido.

─ Pensa que pode comigo? Eu sou carreirista, cara.

Tiger possuía técnicas de lutador profissional. Conseguiu dar uma chave de perna no pescoço do outro. Matou este quebrando-lhe o pescoço. Ele se levantou e pegou a espada, em seguida algumas outras armas como facas e uma mochila.

Do outro lado da pirâmide, Rachel também correu para chegar ao topo, mas ela estava atrasada, pois viu Jerard correr para o outro lado embrenhando-se pela floresta. Deu para perceber alguns tributos já no topo. Ela parou de correr quando viu os carreiristas perseguirem algumas presas. Seu objetivo era pelo menos pegar uma mochila com suprimentos dentro. Porém viu um cadáver nos degraus da pirâmide com mochila. Ela pegou o objeto quando viu Donatella próximo apontando a flecha para ela.

─ Adeus, garota do 12 ─ ela atirou a flecha, mas o objeto acabou atingindo a mochila que a outra pôs na frente. ─ Droga! ─ Ela correu atrás da Rachel.

Rachel aproveitou para dar um pulo na água e nadar até a margem onde entrou na selva logo em seguida.

Tiger aguardava Dona quando percebeu a presença de um tributo masculino do distrito 10 tentando pegar uma mochila. Era um garoto chamado Jon Jon de cerca de 12 anos de idade. O rapaz se apavorou quando Tiger se aproximou dele com a espada. Tiger estava demorando demais para acabar com ele quando viu uma flecha acertar o peito do rapaz,

─ Demorou demais para matá-lo. Será que está com pena desses vermes?

─ Claro que não. Eu já matei um.

─ E eu dois. Por um triz pego a garota do 12. Aquela lá é mais esperta que uma ratazana no esgoto e mais escorregadia que sabonete em banheira. Já pegou algo?

─ Sim, eu peguei mochila e armas.

Um pára-quedas desceu para o topo da pirâmide. Donatella foi ver para quem seria. Era o primeiro presente dos patrocinadores para Tiger. Ela entregou o pacote, ele abriu e viu um isqueiro e uma garrafa de metal para guardar água.

─ Você tem sorte.

─ Vai servir para abrir uma fogueira e chamar a atenção dos outros tributos.

─ Precisamos acabar com mais deles. Precisamos nos unir com o distrito 1. Acho que este ano os outros estão mais preparados. Olha, outro pára-quedas.

Dessa vez era para Donatella. Um mapa da arena e um pequeno aparelho de GPS.

─ Olha. Pelo menos não corremos o risco de andarmos em círculos e cair na armadilhas de outros.

Pearl e Silver chegaram logo em seguida. Ambos decidiram se unir com o distrito 2 para acabarem com a maioria dos tributos restantes.

─ Toda a ajuda é bem-vinda ─ disse Tiger.

─ Conseguiram acabar com alguém? ─ perguntou Dona.

─ Eu não matei ninguém. Eles estão mais espertos este ano ─ disse Pearl.

─ Em compensação eu encurralei uma garota do distrito 4. Mas foi só ela ─ disse Silver.

─ Precisamos ficar atentos. Eles estão mais inteligentes. Vamos fazer o quê, Tiger? ─ disse Dona.

─ Vamos ficar juntos, preparar armadilhas e talvez caçar alguns tributos que derem bobeira. E precisamos ficar perto de algum rio ou ficar por aqui mesmo.

─ Apoiado. Vamos ficar juntos e pensarmos numa solução ─ disse Silver.

Eles olharam para o céu e viram mais três pára-quedas descendo.

...

Rachel conseguiu escapar de Donatella e entrar na floresta. Conseguiu ficar encostada numa árvore. Abriu a mochila para ver o que tinha dentro: corda, um pano de fibra para servir como lençol, uma pequena garrafinha e uma caixa de fósforos. Ela olhou para os lados para ver se havia algum tributo, mas estava sozinha. Olhou no relógio a sua localização quando escutou o estouro dos canhões.

─ E agora escutamos o estouro dos canhões. Esse barulho é familiar, não é Claudius?

─ É claro, Caesar. Marca a morte de um tributo. Foram cinco estouros, portanto são cinco mortos.

─ O que é maravilhoso! Isso quer dizer que os mortos foram poucos pelo menos na correria para a Cornucópia. Estou ansioso que este ano será um dos melhores nos últimos 10 anos.

Caesar Flickerman e Claudius apresentavam o programa ao vivo sobre os jogos. Eles eram muitos conhecidos como os maiores jornalistas de todos os tempos. Sempre que esses dois se juntam, a audiência em todo o país explode.

─ Veremos se a minha aposta está correta ─ disse Caesar.

─ Qual aposta?

─ Que a garota do 12, a Rachel ficará viva até o último dia.

─ Você aposta alto. Ela é um tributo do distrito mais pobre do país, e lá não tem estrutura para formar carreirismo.

─ Mas ela é especial. A única que ganhou nota 12 há anos. Ela é uma caçadora de mão cheia.

Os dois ficaram discutindo. Logo após essa pequena pausa, eles passaram os jogos ao vivo.

Enquanto isso, na sala de comando, Mackenzie observava os hologramas da arena. Ele percebeu que os 19 tributos restantes estavam parados, como se estivessem preparando armadilhas, exceto o grupo dos carreiristas que começavam a caçar os demais.

─ Vamos preparar algumas armadilhas. Está pronta Rod?

─ Sim, senhor. Aqui está o modelo de como ficará pronta a arena no segundo dia.

Mackenzie olhou o formato da arena. Ele ficou satisfeito em ver o que preparou para os tributos no dia seguinte.

Nos Jogos Vorazes, era comum armadilhas acontecerem caso os tributos estejam demorando a morrer. E também os dias por lá passavam rápido como se fossem dias de 6 horas.

...

Estava escurecendo na arena. Rachel ficou segura ao subir numa árvore e ficar uns 10 metros acima do solo. Ela se enrolou numa corda para não cair. O hino da capital tocou pela primeira vez. Imagens apareceram no céu e as fotos dos tributos surgiram. Três garotos e duas garotas.

DISTRITO 4: ANNA RAMIREZ (F)

DISTRITO 5: RON MARTIN (M)

DISTRITO 6: ABRAHIM (F)

DISTRITO 9: CALLOY WILTON (M)

DISTRITO 10: JON JON (M)

Ela assistiu às primeiras vítimas do massacre. Pelo menos estaria mais perto da vitória, à custa da morte de cinco.

Tiger preparou uma fogueira pequena a fim dos quatro se aquecerem pois a arena estava muito fria. Pearl e Silver dormiram nos sacos de dormir enquanto Dona ficou acordada ao seu lado.

─ O que achou dos jogos deste ano?

─ Não sei. É estranho, mas pra mim está sendo fácil. Apesar do número de mortos ter sido pequeno.

─ Realmente os distritos estão cada vez mais espertos. As crianças e adolescentes estão treinando por conta própria. E aí, quando será a caçada?

─ Hum?

─ A caçada. A garota do 12?

─ Ainda não pensei nisso. Ainda não pensei nela.

─ Tiger, por favor. Agora não é tempo para sentimentalismos. Precisamos acabar com aquela cretina antes que ela ferre com a gente.

─ Deixa que eu tomo conta disso amanhã.

─ Certo.

Perto dali, Jared ouvia a conversa do grupo enquanto se escondia sobre uma árvore. Ele decidiu ir atrás de Rachel para avisá-la do perigo iminente.

...

Ainda era por volta das 18 horas do mesmo dia em que começou os jogos. Snow chegou em seu palácio e sentiu falta do seu filho, nora e da sua netinha. Chamou o mordomo para saber do que se tratava a repentina ausência.

─ Cadê as pessoas desta casa?

─ Senhor, eles foram para o centro da cidade.

─ Fazer o que lá?

─ Eles foram assistir aos jogos.

─ Não entendo o meu filho. Pra que ir lá para o centro se aqui podemos assistir? Afinal o que tem de especial nesses jogos?

─ Eu não sei, senhor. Eles apenas disseram que algo chamou muita a atenção deles. Algo que está nestes jogos que nunca houve em outros antes deste.

─ Odeio quando não fico informado. Para mim meias palavras não são suficientes. Amanhã eu converso com eles para saber o que está acontecendo. Prepare a minha banheira, por favor.

─ Sim, senhor.

...

Rachel ouviu um barulho, ela acordou e verificou nos lados. À primeira vista não havia ninguém por perto. Porém, ela ouviu um sussurro vindo de trás da árvore. Ela imediatamente acordou e ficou em pé sobre o galho. Desceu. Ficou atenta a todos os lados, mas não via ninguém. Imediatamente correu na direção do rio que corria perto dali. Ao sentir um leve obstáculo no seu pé, parou. Foi verificar, era uma linha de náilon bem fina e transparente. Distanciou-se, jogou uma pedra e uma armadilha para mutilar ursos apareceu bem à sua frente. Por sorte não foi pega.

Ainda estava noite. Era um breu sem nenhuma lanterna aparentemente ficava bem mais difícil. Conseguiu pegar água, beber e guardar um pouco na garrafinha. Estava com fome, precisava comer algo senão morreria de inanição.

Havia alguns lagartos do tamanho de um gato doméstico. Antes de tudo isso, quando fugiu de Donatella, a moça pegou a ponta da flecha que estava cravada na mochila e fez uma arma com um pedaço de madeira, assim fez uma lança. À noite, perto do rio, ela capturou uma presa com a pequena lança envenenada, fez uma pequena fogueira e comeu o animal quase cru. Mesmo no seu âmago sentindo nojo, ela continuou comendo a carne crua.

Após isso ela bebeu água e foi fazer suas necessidades fisiológicas. Voltou para floresta onde iria procurar algum abrigo para se proteger das adversidades da arena e dos tributos. Caminhando pela floresta enegrecida pela noite, ela parou por um momento e olhou para algumas árvores ao seu lado. Pensou ter visto uma sombra pulando de galho em galho. Continuou o seu trajeto.

Sobre o galho de uma árvore estava um tributo do distrito 11, um rapaz. Conseguiu se camuflar com lama preta para ficar imperceptível à noite.

─ Garota esperta, quase me pegou. Porém, quando baixar a guarda, eu a matarei sem pestanejar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Arena Sangrenta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.