Arena Sangrenta escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 4
Primeiro dia de treinamento


Notas iniciais do capítulo

O treinos antes da arena começaram. O que acontecerá com Tiger e Rachel?



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– Uau! Uau! Uau! Voltamos a apresentar os desfiles dos tributos depois de um ano sem os jogos. Eu particularmente estou eufórico - disse Flickerman. O homem mostrava os seus dentes brilhantes de tão brancos.

– É Caesar, parece que este ano será um dos melhores; pelo menos foi o que eu ouvi falar. Dá para perceber que será uma edição inesquecível e você, claro, não vai perder um dia sequer.

– É claro que não meu amigo Claudius. Os jogos são supimpas, apesar da violência na arena. Espero que não seja igual o ano passado cujo o vencedor decidiu comer amoras venenosas e se suicidar perante os telespectadores.

– Bom, o que importa mesmo é a diversão, não é mesmo?

– E você acha que eu tenho cara de quem gosta de melodrama?... É verdade, eu gosto hahaha... bem, eu estou escutando aqui que o anúncio oficial será feito em cinco minutos, portanto os tributos já devem estar entrando na avenida.

As pessoas ficaram em pé e aplaudiram a entrada dos 24 jovens àquela avenida. Começou do Distrito 1 até o 12. Muitos homens batucavam seus tambores, tochas, arquibancadas e muita pompa; era algo novo para os tributos, em especial os que moravam mais longe da capital.

– Olha só aquele casal. Parecem guardas romanos.

– Claudius, meu amigo, o Distrito 2 todos os anos surpreende no figurino. Posso até parecer convencido, mas a mesma coisa muitas vezes, às vezes cansa.

– Olha só... pesca. Eu gosto disso.

– Não são melhores que os tributos do 1 e do 10... espere um pouco. O que é aquilo no final? É o Distrito 12?

– Caesar, é surpreendente. Olha só.

Rachel e Jared apareceram tanto no comitê presidencial quanto em outros pontos da avenida. As pessoas aplaudiam ambos por estarem de mãos dadas e levantadas; até que algo inesperado aconteceu.

A fantasia preta da dupla começou a ficar branca como num nascer do sol, em que a noite se tornava dia; os detalhes dourados ficaram vermelhos; a capa vermelha transformou-se numa capa dourada, muito brilhante. Tudo isso chamou tanta atenção que os demais distritos ficaram a ver navios. Como poderiam transformar algo simples em um espetáculo visual? Por isso as pessoas jogavam flores na pista quando o 12 passava, este distrito se mostrou diferente.

Mackenzie deu passagem para que o presidente Snow proferisse as boas vindas aos tributos. O velho saiu da sua cadeira e foi até a tribuna saudar os jovens.

– Bem vindos. Sejam bem vindos, tributos. Saudamos a sua coragem e o seu sacrifício. Todos fizeram esforços para estar aqui, parabéns. Desejamos a todos bons Jogos Vorazes. E que a sorte esteja sempre a seu favor.

As pessoas terminaram de aplaudir os tributos. Após os desfiles, Rachel e Jared se encontraram com Ben, Carter e Lady Strawberry.

– Aí que máximo! Fomos os mais lindos de todos - disse Lady bem indiscreta.

– Meus parabéns, queridinha. Provou que não é tão azeda assim - falou Carter.

– Aquilo foi um espetáculo - disse Ben. - Com certeza fomos os mais bonitos e com certeza isso chamará atenção aos patrocinadores.

– Alguém já nos alertou sobre conseguir patrocínio - respondeu Jared olhando para Carter.

– Uma forcinha, além disso a nossa amiguinha aqui não é tão associável assim - Carter olhou para Rachel.

A garota ficou olhando para os quatro a sua frente.

– Eu estou me esforçando, tá legal? Não está sendo fácil para mim - disse áspera. Era o jeito da garota do distrito 12.

– Ok gente, vamos à cobertura. Estou tão entusiasmada que por dentro eu saltito. Aí, vamos - Lady guiou a dupla ao elevador. Um ascensorista os levou à cobertura. - A parte boa de ser o último distrito é que podem ficar na cobertura à vontade.

O elevador abriu, revelando a luxuosa cobertura que iria alojar os dois tributos. Rachel observou como se estivesse num conto de fadas; Jared quase tropeçou no tapete da sala de estar de tão estupefato que ficou.

De fato tudo ali era luxuoso demais para os jovens que viviam há pouco tempo no distrito mais pobre do país. Somente a sala era espaçosa o suficiente para abrigar três sofás, um telão, lareira virtual, móveis de mogno e uma chiquérrima mesa de jantar feita de cristal.

– Bom, espero que aproveitem nesses dias que ficaremos antes dos jogos. Amanhã terá o primeiro dia de treinamento. Acho que são uns... 3 ou 4 dias. À noite do último dia serão as entrevistas. Ai, será uma maravilha. Lavem-se antes do jantar. A Maggye vai acompanhá-los até o banheiro, infelizmente terei que ir. Amanhã o Carter aparece por aqui para dar instruções a vocês. Comportem-se, tchauzinho.

Rachel continuou olhando para os cômodos; entrou no seu quarto e viu uma cama de casal bastante confortável, além de um edredom azul muito macio. Observou a janela de vidro a sua frente, era perceptível uma parte da cidade. Foi até o banho.

Maggye era a empregada que cuidaria da dupla antes dos jogos. Qualquer coisa que eles quisessem teriam que pedir a ela.

Rachel entrou no banheiro. A Capital era conhecida por sua modernidade e ostentação; uma simples coisa como um banheiro era inovador. Um box de vidro, espaçoso cheio de furinhos nas laterais. A garota colocou a palma da mão sobre um sensor, isto fez a leitura; por fim um vapor de água saiu dos furos. Óbvio que a moça achou estranho aquela inovação toda, mas em pouco tempo se acostumou. Relaxou.

– Não posso acreditar nisso...

Ela disse isso quando viu, num pequeno painel próximo ao sensor, algumas opções de vapores. Havia até vapores perfumados, vapor gelado e quente, entre outros.

Jared se sentou à mesa de jantar. Uma infinidade de iguarias e pratos ficaram à disposição deles. O rapaz olhou para Rachel, que estava em pé, parada.

– Vem Rachel. Há muitas coisas deliciosas por aqui.

A garota sentou, continuou séria. Maggye tomou a iniciativa de colocar os pratos, mas foi impedida pelo rapaz que quis se servir.

– É um anel muito lindo. Quem te deu? - perguntou ao ver a garota com o objeto no dedo.

– Era da minha... mãe.

Rachel fitou o seu anel por algum tempo. Pensou que nunca iria conhecer seus pais, sua mãe ou seus familiares. Uma triste lembrança deixada pelo egoísmo de uma pessoa que ela tanto admirava.

...

Tiger lia um livro muito famoso na região. Era um romance contando a história de uma moça que, mesmo enfrentando a resistência de um país, conseguiu derrubar um governo autoritário. O rapaz foi interrompido por Dona.

– Acorda, temos que jantar.

– Em primeiro lugar eu não estava dormindo; em segundo, sei exatamente a hora do jantar porque a nossa mentora havia dito. Agora com licença - falou ríspido. O rapaz se levantou da cama e seguiu a sua colega.

– Você deveria ser um pouco mais educado. Esqueceu que sou sua parceira?

– Até um determinado momento, porque quando chegar o momento certo haverá apenas um vencedor. Estou preparado para vencer.

– Pois você não é o único.

A mesa foi preparada com pratos típicos vegetarianos para Dona, e com muitas proteínas para Tiger. Os carreiristas não recebiam sobremesa, pois poderia influenciar numa piora de rendimento físico, e isso era ruim aos carreiristas que sempre demonstraram competitividade a fim de angariar patrocinadores.

– Você viu aqueles tributos no desfile? - Dona adorava conversar enquanto comia.

– Está falando da Pearl ou do Silver?

– Não, estou falando dos queridinhos do Distrito 12. Os marginalizados, mas que foram muito bem nos desfiles.

– Percebi...

– Tá vendo. Aqueles pobres coitados só ficarão vivos até a contagem regressiva finalizar, pois serão os primeiros a morrer. Eu também não deixei de notar aquela garota... a do 12. Algo nela me deixou inquieta. Não gostei dela.

Tiger escutou a sua colega, mas não falou. Apesar de ser um tanto narcisista por natureza, não gostava de o ser na frente da sua parceira de distrito. Se fosse para se exibir, que o fizesse na frente dos outros. No entanto, concordou com Donatella sobre a garota do 12. Ela passava uma sensação de desconforto.

O primeiro dia de treinamento seria muito difícil para qualquer tributo. Eles ficariam frente a frente, uns com os outros, e receberiam instruções da treinadora chefe; também ficariam perto das armas que iriam usar na arena.

– Em duas semanas, 23 dos que estão aqui estarão mortos. Apenas um ficará vivo, e será aquele que levar a sério os meus conselhos durante todos esses quatro dias, principalmente agora. Em primeiro lugar, não briguem entre si, pois a arena existe para isso. Quatro exercícios serão obrigatórios; o resto será individual; e no último dia podem treinar livremente com seu mentor. Atenção: cada um aqui quer achar algum meio para sobreviver, seja matando o outro, seja escondendo-se do oponente. Contudo, eu posso afirmar categoricamente que outros fatores poderão acarretar à morte de vocês. 30% por desidratação, 10% por infecção e 5% por outros fatores dependendo da arena. A exposição ao sol, frio e fome matam tanto quanto uma faca.

Rachel não parava de olhar os outros tributos, em especial Tiger. Jared tentava se concentrar o máximo possível nas explicações da treinadora. Os carreiristas olhavam entre si e riam dos demais. Às vezes Tiger fitava Rachel para ter certeza do que Dona falara na noite anterior.

Os tributos foram levados até o salão de treinamento. No alto havia uma sacada com o diretor dos jogos e alguns patrocinadores. As armas ficaram penduradas e os pacificadores sempre de prontidão.

– Faremos em primeiro lugar os exercícios de equilíbrio, depois os de resistência, inteligência e por fim aulas de luta. Em seguida eu libero vocês para usarem livremente as armas e afins.

Tiger se cansou dos exercícios obrigatórios e deu graças pelo começo dos individuais. A primeira coisa que fez foi pegar uma linda espada de aço para treinar com os bonecos. Um dos técnicos instruía o jovem.

– Sabe manejar essa espada?

– Perfeitamente. Sou o melhor em espadas do meu distrito. Posso dar conta disso aqui sem ajuda.

Os bonecos ficaram em movimento o tempo todo; mesmo assim o rapaz golpeou todo os seus alvos nas partes mais precisas.

Rachel ficou em outro local, aprendendo a fazer uma fogueira. A garota prestava atenção nos carreiristas e como eles manejavam as armas.

Pearl era perita em lanças; Silver, por ter ascendência japonesa, manejava as katanas, estrelas e facas; Donatella manjava nas facas; Tiger era o especialista em espadas.

Como seu mentor havia dito, eles não podiam mostrar suas habilidades perante os outros tributos, até mesmo como forma de precaução. Como Rachel era perita em arco e flecha, foi instruída a usar a habilidade na frente dos organizadores.

Tiger parou de treinar quando viu Rachel. Ambos se olharam por alguns segundos. Ambos tinham algo em comum, mas não sabiam.

Enquanto isso, Donatella observava a garota do distrito 12 olhar o seu parceiro. Não entendia o porquê dela o estar fitando muito. Pensou que seria por medo ou poderia ser uma oponente habilidosa que guardava o seu segredo até a arena; portanto foi até os outros carreiristas.

– Então, você quer que nos juntemos a fim de acabarmos com aquela guria? - perguntou Pearl.

– Ela não me parece grande coisa - disse Silver.

– Aí que está. Ela passa ingenuidade, passa-se por vítima, mas no fundo deve ser alguém muito habilidosa. Eu percebi em todo o treino que ela ficou nos observando o tempo todo. Aquela carinha de sonsa não me engana.

– Cadê o Tiger? Ele sabe disso?

– Pearl, ele está treinando. Não se preocupe, ele vai ter que aceitar caçá-la na arena, afinal somos do mesmo distrito e carreiristas.

– Bom, pra mim tudo bem. Será até divertido brincar de caçador - disse Silver.

Tiger chegou para perto da sua parceira e perguntou o que ela estava aprontando. A moça decidiu que contaria no jantar, e que ali não era o momento adequado.

Após o treinamento, todos foram aos apartamentos. Tiger ainda estava curioso para saber o que Dona aprontava.

– Diz logo de uma vez!

– Vamos caçar a garota do distrito 12. Você vai nos ajudar quer queira ou não.


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Notas finais do capítulo

Desculpem o hiato, mas juro que retomei esta fic. Um bom domingo a todos. ;/



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