Arena Sangrenta escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 3
Os Preparativos na Capital


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocês. Espero que gostem.



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A mulher que presidiu a colheita no distrito 12 levou os tributos para um carro de luxo para que fossem até a estação que ficava ali perto. Eles pegarão o trem que irá para a capital. Rachel olhava pela janela do carro o cenário enquanto Jared tentava disfarçar o choro. Claro que ele poderia ter alguma habilidade, mas são 24 competidores e só um sobreviveria. A mulher conversava animadamente.

Eles saíram do carro e logo entraram no vagão de entrada. Assim que a porta se abriu eles ficaram maravilhados com o luxo que era aquele lugar. Poltronas, mesa farta com doces e alimentos, decoração fina além de um jogo americano caríssimo. A mulher pediu para que eles entrassem e se sentassem nas poltronas.

– Enfim espero que gostem da nossa viagem. São cerca de 320 quilômetros por hora, mas anda macio, nem sentimos que o trem está em movimento. Pois bem a viagem durará cerca de um dia. Escutem, mesmo que vocês fiquem por pouco tempo podem se deleitar. Tudo isso foi feito pra vocês. Bom meus lindos podem me chamar de Lady Strawberry de agora em diante. Agora eu verei se o mentor de vocês está por aí - ela sai se rebolando e com o típico leque na mão.

Rachel ficou calada até que escuta uma voz.

– Você é a afilhada da verdureira não é? Por que se voluntariou?

Rachel ficou calada apenas olhando para o garoto. Certamente o conhecia na escola local por dar aulas de música às crianças. É uma pena que uma pessoa tão boa quanto ele foi parar no pior lugar que uma pessoa entre 12 e 18 poderia ir.

– Por que eu quis - respondeu friamente.

A porta se abriu e um homem apareceu. Ele era moreno claro com longos cabelos pretos amarrados em um rabo de cavalo e usava óculos escuros. Além disso tinha um cavanhaque peculiar e vestia uma roupa social praticamente preta. Se espreguiçou e olhou para os dois adolescentes.

– E então vocês dois são as próximas vítimas? - perguntou colocando um pouco de uísque no copo.

– Somos os tributos... - respondeu Jared confuso.

– Tributos é sinônimo de vítimas. Enfim - sentou no sofá - espero que não me deem trabalho demais como nas edições passadas, porque essa história de mentor já me encheu o saco.

– Se não quer ser mentor então porque ta aqui? - Rachel.

– Pelo luxo, pela comida... o papo tá legal, mas eu vou voltar pro meu quarto, porque eu ainda não matei o meu sono. Logo sou uma pessoa que precisa dormir muito. Até mais meus queridos - saiu deixando os dois sentados ali.

Rachel não acreditou naquilo. Jared tentou puxar conversa com ela a respeito do que ela achou do mentor. Ambos ficaram conversando um pouco. Já estava anoitecendo, ela resolveu dormir mais cedo.

No dia seguinte ela acorda e escuta conversas vindas do lado de fora do quarto. Ela olha e vê o rapaz conversando com o mentor. O homem já estava sem os óculos agora com um estranho tapa olho no lado esquerdo e com cabelos soltos. Ela saiu e viu Lady Strawberry ajeitando a peruca um pouco mais a frente. Ela decide se sentar ao lado deles para entrar na conversa.

– Soube que você foi voluntária porque quis. Qual foi o motivo?

– Decidi que a minha vida não vale nada. Não tenho ninguém no meu distrito. Quis me suicidar porque descobri que minha ex-madrinha acabou com a minha vida, mas como enfiar uma faca no peito seria algo doloroso e inútil eu preferi morrer nos jogos - Jared olhou impressionado com a resposta dela.

– Pois eu aposto que você mudará de ideia, eu tenho certeza. Bom já que está aqui eu tava explicando ao seu coleguinha o Jario...

– Jared - o próprio corrigiu.

– Isso mesmo esse nome aí - ele boceja - fogueiras não são uma boa escolha. Atrai a morte mais rápido. Agora se quiserem viver então precisam de suprimentos, facas, fósforos etc. Isso só vem dos patrocinadores.

– Patrocinadores? Você pode nos explicar quem são eles? - perguntou o rapaz.

– São aqueles que salvarão a tua pele. Pronto ficou claro?

– Como consigo patrocinadores?

– Passa aquele pote por favor - Jared entregou o frasco ao homem. Ele abriu e pegou a primeira azeitona e comeu.

– Que droga de mentor a gente foi arrumar. Fala logo! - disse ela.

– Pra que tanta pressa assim azedinha? Temos todo o tempo do mundo...

Ele pega mais uma azeitona e joga pra cima para apanhar com a boca. Ela rapidamente pega a faca, joga cravando a azeitona na parede a poucos centímetros da cabeça do mentor. O jovem que assistia e a mulher ao fundo ficaram chocados.

– Ai que maus modos! Isso é de prata - disse Lady.

– Caramba - o homem retira a faca da parede - você assassinou uma pobre azeitona imperial. Meus parabéns. Querem uma dica de ouro? Para arrumar patrocínio significa que o seu coração tem que ser doce o suficiente para convencê-los. Ou seja tem que fazer as pessoas simpatizarem por você. E nesse exato momento minha querida você está igual um limão - falou comendo mais algumas azeitonas.

– Olha só eu acho que a gente está chegando. Dá para ver a capital daqui.

Jared se levantou e foi para a janela. Rachel também se levantou e viu bem ao fundo a silhueta dos prédios. Eram enormes. O homem se levanta e vai na direção do outro vagão.

– Prazer sou Carter. Agora eu vou me arrumar para o abate. - ele levou um pedaço de torta e o pote de azeitonas.

...

O trem do distrito dois parou bem em frente ao terminal ferroviário. Estava lotado de pessoas excêntricas e coloridas. Donatella se levantou e foi olhar pela janela. A garota acenava para as pessoas. Já Tiger continuava sentado, de braços cruzados e com os pés sobre a mesa. Não precisava se exibir tanto, pois acreditava piamente nas suas habilidades para conseguir patrocinadores.

Os pacificadores ficaram em frente a porta de saída do trem. Os carreiristas saíram por uma passarela cercada por pessoas atônitas afinal era o melhor distrito que estava ali. O mentor deles era uma mulher morena clara, cabelos pretos e que já havia sido campeã dos jogos.

Tiger olhou para as pessoas que torciam. Olhavam para ele como se fosse uma pepita de ouro. Claro que os carreiristas eram cobiçados pela plateia que só estão ali para verem o circo pegar fogo.

Enfim eles entraram num prédio enorme atrás de uma praça com uma grande piscina. O lugar abrigaria os tributos, mas tem uma parte que faz a lavagem das pesssoas primeiro.

– Agora vocês ficarão sob a custódia dos profissionais - disse a mulher que presidiu a colheita no 2.

– Tiger olha só - disse Donatella pela primeira vez depois de muito tempo. Ele se virou e viu os carreiristas do Distrito 1. Um rapaz alto, com traços orientais e uma garota afrodescendente. Bastante peculiar.

– Venham por aqui - disse uma mulher com cabelos vermelhos.

Ambos tiveram que entrar numa cabine para retirarem a roupa. Eles colocaram um avental azul igual de pacientes de um hospital. Tiger saiu e foi guiado para um outro local que era parecido com vários leitos de hospital. Havia macas e pessoas com máscaras e uniformes. Ele achou estranho. A mulher pediu para que ele fosse ao banheiro. O local era pequeno o suficiente para caber uma pessoa. As paredes tinham furinhos e deles saiu água. Muito estranho, saía até vapor de água. Depois de vinte minutos um ar quente saiu do mesmo local que a água secando-o, daí ele vestiu o avental e foi para uma maca preparada para ele.

– Quanta coisa - ele estava de bruços, pois recebia uma boa massagem nas costas com um aparelho específico. Deu até sono.

Tiger teve poucos procedimentos por dois motivos, era homem e vivia num distrito mais limpo. Levaram-no para uma sala onde secavam sob uma luz branca. Apesar de esquentar a luz não o bronzeava. Naquele mesmo dia teria o desfile dos tributos.

...

Rachel se encontrava deitada sob a luz secadora quando uma pessoa chega até ela. Era um homem com cabelos loiros com um corte estilo rockabilly, com um brinco na orelha esquerda e com uma estranha tatuagem de uma pequena espada logo abaixo do seu olho direito. Ele vestia um terno cor gelo e uma camisa preta por dentro.

– Você deve ser a Rachel, tudo bem? Disseram-me que você foi voluntária do mais distante distrito. Por que fez isso?

– Eu tava chateada com a minha vida, mas percebi agora que fiz um erro - disse sem olhar para o homem.

– Não se desespere. Eu sinto muito por ter tomado essa atitude precipitada, mas agora é tarde. Então eu vou te ajudar da melhor forma possível para que fique linda e chame a atenção das pessoas.

– Como assim senhor?

– Primeiro me chame de Ben. A partir de agora eu serei o seu estilista pessoal - ele senta numa cadeira próxima - então hoje a noite vai começar o desfile dos tributos. Muitos assistirão. É crucial chamar atenção porque a primeira impressão sempre conta mais. No desfile eles costumam representar os distritos, mas não quero ser mais um clichê. Quero fazer algo ousado e que seja lembrado. Já te falaram de arrumar patrocínio?

– Sim, mas sou tímida demais para fazer as pessoas gostarem de mim.

– Veremos. Está pronta?

Ela fez um sinal positivo com a cabeça. Agora era o momento de se arrumar.

...

– Senhor Mackenzie o que achou dos tributos deste ano?

– Acredito que neste grupo terá muitos competidores acirrados, porque dizem que desta vez os melhores de cada distrito vieram. Agora é difícil dizer num ponto de vista normal, precisamos ver como serão no treino e na arena.

– Então você está confiante que haverá um grande espetáculo?

– Sim por que não? A arena vai ser a maior e mais competitiva já criada, o distrito 12 tem uma voluntária, outros distritos começaram a seguir o exemplo do 1 e 2 fazendo academias. Isso dá vontade de ver o quanto antes esses jovens na arena.

– Você disse que teríamos supresa. Ainda não nos contou. Alguém aí quer saber pessoal? Hahaha

– O presidente autorizou que, em casos extremos, poderá haver até dois vencedores - o público fez um OH. - Em casos extremos. Continuamos com a meta original de um vencedor.

– Agradecemos ao senhor por esta entrevista - disse ele cumprimentando o outro - Kurt Mackenzie, Idealizador Chefe dos Jogos Vorazes.

...

Tiger se ajustava mais um pouco com a sua fantasia. Os estilistas fizeram a fantasia igual de uma armadura romana. A pseudo-armadura era dourada com partes prateadas. O rapaz usaria um capacete de soldado e a moça uma coroa de folhas douradas. Enquanto se arrumavam para ir a carruagem ele sente a presença de alguém naquele lugar. Era uma sensação estranha. Não gostava daquilo.

– Tudo bem Tiger? Ei garoto olha só quem eu achei por ali - disse Donatella na companhia dos outros dois carreiristas. Como era de se esperar a moça era negra, olhos castanhos e cabelos lisos com franja bem estilosa. O rapaz era descendente de orientais, forte, não tanto como Tiger, e seus cabelos caíam sobre os olhos.

– Oi eu sou a Pearl - disse a moça com um grande sorriso.

– Eu sou o Silver.

– Prazer sou Tiger. Então vocês são carreiristas iguais a nós?

– Sim somos do distrito 1. Fui voluntária juntamente com o meu amigo aqui. Soube que vocês dois também se voluntariaram. Com certeza um de nós irá vencer os jogos.

– Valeu Pearl e Silver. Prazer em conhecê-los. Que tal uma aliança? - Tiger.

– Claro - disseram.

Depois de algum tempo em espera chegava o momento em que os tributos iriam desfilar na avenida. Era emocionante. Menos de dez minutos para isso acontecer. Tiger e Dona já estavam sobre a carruagem preparados para o evento. Ele esperou os dez minutos que mais pareciam dias.

Rachel vestia uma fantasia preta e com detalhes dourados com muitos brilhos. Atrás dela havia uma capa vermelha que ajudaria na performance. Jared também estava com o mesmo tipo de fantasia. Ambos tinham coroas em suas cabeças.

– Está pronta? - Jared.

– Sim eu to.

– Ótimo então os dois sabem o que fazer. Quero vê-los brilharem naquela avenida. Será magnífico - disse Ben.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Mereço reviews? Valeu por ler tenha uma boa noite e até a próxima. ^^



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