The Moon Over Me escrita por _TheDarkMoon


Capítulo 8
Trombetas


Notas iniciais do capítulo

Boatos de que demorei. Não é boato. É verdade. Mas outra verdade é que fui escrever um capítulo hoje e achei um pronto! Ou seja, o fato de eu não ter postado antes foi puro desleixo meu e eu sinto muito por isso. Tentarei escrever o próximo o mais breve possível. De qualquer forma, espero que desfrutem desse capítulo.



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Muitos dos homens de Hook haviam se estabelecido na Caverna da Caveira. Sobre o paradeiro de outros não era sabido. Talvez nem mesmo as sereias que os haviam devorado soubessem onde eles estavam.

De qualquer forma, Ariel conduziu Anastasya até a grande formação rochosa, onde tinha certeza que o antigo Capitão do Jolly Roger estava. Depois de exercitar todo o seu autocontrole, a parte orgulhosa de sua personalidade praticamente implorou para que ela fosse até ele e mostrasse que ela estava em sua melhor forma, muito bem, obrigada. No início, ela sentira rancor, pois que o homem não lhe fizera uma coisa simples que era tornar seu amor recíproco para que ela não se tornasse um monstro a cada lua cheia. Não levem a jovem a mal... Sereias de dezesseis anos realmente acreditam que tornar um amor recíproco é algo simples. Mas agora que sabia controlar seus instintos, se sentia até grata por não tê-lo beijado.

Elas entraram na caverna nadando em grandes profundidades, para que assim pudessem visualizar bem a situação e colocar suas brincadeiras em prática. Começaram puxando alguns homens para água pelas pernas. Esses gritaram, despertando os outros. Depois, sem dar-lhes tempo de entender o que estava acontecendo, Anastasya e Ariel viraram o barco, derrubando Hook e o resto na água. As sereias coletaram as garrafas de rum que queriam.

– Passei só para lembrar que você ainda me deve uma, Capitão. – Ariel disse, saindo da Caverna com Anastasya logo em seguida.

Os homens xingavam e tremiam de frio. Mas apenas Hook sentia o corpo vibrar numa mistura de raiva e admiração. Havia criado um pequeno monstro e isso o satisfazia de uma forma que nem mesmo ele conseguia explicar.

****

Mas ainda que Ariel se divertisse incomodando piratas e Peter Pan brincasse no Jolly Roger, as coisas não estavam bem em Atlântida. O reino fora convertido em preocupação e tristeza com a princesa desaparecida, e o Rei Tritão tinha suas escamas cobertas de culpa.

– Rei Tritão, temos um rastro. – um guarda entrou nos aposentos reais.

– Onde?! – ergueu-se tomando seu cetro que começou a faiscar.

– Estamos viajando pelos portais e buscando algo que indique a presença da princesa em algum lugar e finalmente achamos isso. – ele entregou uma bolsa ao rei.

Tritão passou os dedos sentindo a textura espessa do material. A mocinha passara dias confeccionando-a com instrumentos humanos que achara. Era de Ariel, não havia dúvidas.

– Para onde leva o portal? – perguntou com sua voz retumbante.

– Neverland, senhor. Neverland.

****

Enquanto as hordas de Tritão discretamente inspecionavam a ilha e se preparavam para buscar a princesa, Ariel e Anastasya passaram o dia a conversar sobre poções, sobre as irmãs reptilianas, sobre a Bruxa do Mar, outros lugares do mundo, e sobre as propriedades maravilhosas do rum – o qual beberam quase todo na Caverna do Bom Marujo. Depois disso, demoraram quase dois dias para saírem novamente do local com alguma sobriedade e noção.

Quando finalmente ficaram bem, Ariel sentiu uma necessidade muito grande de falar com Wendy. Desde a última vez que a vira, as coisas ficaram muito mal entendidas, e mesmo que a menina não acreditasse nela, Ariel queria tentar.

Enquanto Anastasya debruçava-se sobre um pequeno caldeirão e os restos de rum, Ariel mergulhou e saiu da Caverna do Bom Marujo e nadou até a praia. Lá, viu o Jolly Roger, onde Peter Pan, cheio de energia, gritava:

– Não fiquem de moleza, marujos! Aquele que for pego molengando terá que ir para a prancha! – gargalhou. – Não! Pior! Terá que escalar o mastro e se jogar lá de cima até o mar!

Peter debochava dos capitães piratas com excelência. Mas às vezes, debochava tão bem que parecia até pior. E, verdade seja dita, eles já brincavam de pirata há dias, os meninos já estavam cansados e temiam que Peter Pan se esquecesse de parar de brincar.

Quanto a Wendy, essa já se recusava a permanecer no navio. Ela só queria poder deixar de ser a mamãe, e encontrar a sua própria mamãe. Queria ver Naná novamente, e também o papai. E para isso, tomaria até o terrível remédio, e sem reclamar.

A menina viu mechas vermelhas se aproximarem lentamente da água e soube de quem se tratava. A sereia saiu da água e, com um pouco de esforço, arrastou-se pela areia até conseguir sentar-se ao lado da criança.

– Eu queria me desculpar pelo que aconteceu. Nunca foi minha intenção... – Ariel começou.

– Sei que não foi. – Wendy interrompeu com surpreendente e contraditória delicadeza. – Por um momento eu pensei que fosse proposital, mas Hook disse que usaria você. Acho que entendi o que aconteceu. Eu só não entendi quando você ficou cinza e com aquelas unhas... E por que sua voz voltou.

– Essa é a pior parte da história... – primeiro, pensou um pouco em como explicaria, depois, começou. – Depois que me tornei uma sereia de Neverland, achei que não tinha muito a perder, então fiz um trato com a Bruxa do Mar. Ela tomaria minha voz e eu ganhara pernas para conhecer a ilha. Eu poderia ficar com a voz e as pernas para sempre depois se eu beijasse alguém com que tivesse por mim o amor verdadeiro; mas se eu falhasse, eu seria sua serva e voltaria a ser uma sereia de Neverland. E esse tipo de sereia, se torna terrível durante as noites de suas Luas Cheias. Entende?

– Acho que sim. – olhou para Ariel com um carinho misturado com um pouco de pena. – Hook... Ele era o moço que tinha me falado, não era? – Ariel assentiu tristemente, e a menina continuou. – Sinto muito.

– Está tudo bem. Fui até o covil dele ontem e joguei-o na água enquanto dormia.

Wendy riu um pouco, mas seus olhos logo se perderam no horizonte.

– Você está triste, mamãe? – Ariel perguntou e Wendy abaixou sua cabeçinha, levando-a às mãos.

– Não quero mais ser a mamãe. Eu quero a minha mamãe! – chorava com saudades.

– Posso chamá-la de Wendy se preferir assim. – Ariel abraçou-a.

– Eu só quero ir pra casa.

– Não chore. Peter vai levá-la para casa. – acariciou seus cabelos.

– Ele não vai não. Só quer saber de brincar. Nem lembra mais de mim, mas não quer me levar pra casa! – levantou a cabeça com ar magoado.

– É claro que ele lembra. Ele só está sendo um menino bobo. – e então Ariel teve uma ideia. – Wendy, pare de chorar. Hoje você será a bucaneira Dill e você vai conquistar aquele navio!

– O quê? – perguntou surpresa.

– Vá lá, conquiste o navio, e ordene que ele lhe leve para casa. Mostra pra ele como uma menina consegue o que quer.

– Isso é... – seus olhos se encheram de expectativa. - fantástico!

Ariel sorriu e voltou para a água, com a menina logo atrás. Wendy segurou-se em suas costas e rapidamente chegaram ao navio pirata. A criança subiu através das cordas com certa dificuldade e pegou um chapéu de pirata abandonado em algum canto para reforçar a farsa.

– Eu sou a bucaneira Dill e eu vou conquistar esse navio! – gritou.

Logo, as crianças se animaram e começaram a brincar com todo o fôlego novamente. Ariel observava tudo com os olhos brilhantes e um desejo oculto de querer participar também. Divertiram-se até o pôr do sol, quando Wendy finalmente conquistou o navio e determinou que a brincadeira parasse. Pediu para voltar para casa pela última vez, e Peter, um pouco contrariado, mas com um sorriso no rosto, disse:

– Você conquistou esse direito.

A menina estendeu o chapéu de capitão para Pan, que o colocou na cabeça e deu ordens para sininho, que começou a despejar pó de fada em todo o Jolly Roger. Ariel afastou-se e observou a embarcação começar a flutuar. Quando ela já estava a uma altura considerável, viu Wendy acenar-lhe, e devolveu a saudação com lágrimas nos olhos. Wendy voltaria para casa.

****

Tentando não pensar muito em sua própria situação, Ariel dirigiu-se até a Lagoa das Sereias. Primeiro, esperou que houvesse alguns cochichos, mas isso não aconteceu. As sereias não se importavam com quase nada, na verdade.

Deitou-se sobre uma rocha e viu a Primeira Lua Cheia subir. Porém, o fenômeno nem terminara de acontecer até um grande alarde começar. Ouviu o som de trombetas. Trombetas de concha e coral cristalizados, um tipo raro no mundo, porém comum em Atlântida. Ergueu-se rapidamente, e saltou na água.

– ... O Rei Tritão! – foi tudo que Ariel conseguiu ouvir.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

OBS: Se você não foi engolido por uma sereia, não tem desculpa para não deixar um comentário. Por favor.



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