The Moon Over Me escrita por _TheDarkMoon


Capítulo 5
O Segundo Dia


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me por, neste período de férias, só ter postado dois capítulos contando com este), mas é que tenho muitas fanfics em andamento e foi o que consegui fazer. Demoro também visando um capítulo mais completo e certinho. Espero de verdade que gostem. :)



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Ela começara a procurar por maneiras de fugir, mas, dentro daquela cabine, que antes lhe parecera grande e confortável, e agora lhe parecia minúscula e sufocante, não havia saídas. Com a porta e as pequenas janelas trancadas, ela viu-se solitária e derrotada. Se aquele que lhe parecia a solução para sua liberdade de caminhar e seu possível amor verdadeiro lhe trancafiara ali, ela só podia ter tido uma concepção completamente errônea e tudo o que fizera com aquele contrato fora entregar a sua vida para uma mulher com fama de bruxa.

Jogou-se na cama e deixou que o cansaço a consumisse.

****

Um estrondo a fez acordar assustada. A porta fora escancarada e derrubara alguns objetos. Mas se o barulho lhe assustara, o olhar do homem que entrara no cômodo lhe aterrorizara muito mais. Seus olhos normalmente azuis como miosótis, agora estavam vermelho como o sangue. Ariel se encolheu contra os travesseiros, mas ele muito mal dirigiu seu olhar para ela.

Hook bateu a porta, fechando-a novamente e sentou-se ao piano, fechando os olhos e começando a tocar. Ariel ficara impressionada com sua agilidade e talento, vendo que, mesmo com um ganho no lugar de uma das mãos, ele ainda produzia a música com mais perfeição do que um dia imaginara ouvir. A melodia tempestuosa era cheia de raiva e profundidade, e era como se ela dançasse ao redor de sua cabeça.

Ao perceber que, assim como ela mesmo, o pirata estava distraído, ela levantou-se na ponta dos pés e dirigiu-se por trás dele até a porta, prendendo sua respiração para que não fizesse barulho. Mas para sua surpresa, mesmo com os olhos fechados, o capitão percebera, e se virara rapidamente segurando seu pulso e fazendo um gesto bruto e desafinado com seu ancho em uma das teclas do piano que parara de tocar.

Ele olhou-a bem nos olhos, e ela pôde ver que suas orbes vermelhas começavam a clarear,dirigindo-se gradativamente ao azul, como se sua própria música tivesse lhe acalmado.

– Vejo que se enganou quanto as minhas intenções. – ele ergueu-se e segurou seus ombros, seu gancho gelando a pele da moça. – Espero que compreenda que não lhe tranquei aqui por crueldade. Não, longe de mim. – riu. – Tranquei os outros marujos ou qualquer um que pudesse lhe incomodar do lado de fora. Eu desejava que pudesse descansar em paz. E, pelo visto, assim o fez.

Olhando por esse ponto de vista, de fato, ela não fora incomodada. Mas a jovem, ainda assim, balançou a cabeça negativamente e afastou-se dele, que não desistiu e fez-lhe um carinho no rosto com seu gancho prata e bem lustrado.

– Espero que não permaneça chateada comigo. – a essa altura, seus olhos já haviam recuperado o que Ariel chamaria de humanidade, e, claro, sua beleza. – Ouça, amanhã, apresentar-lhe-ei pessoalmente toda a Neverland que puder. E, por hoje, para seu entretenimento, tocarei piano para agradar seus ouvidos até que se canse. Tudo bem? – ele tomou-lhe a mão e, sem que Ariel fizesse qualquer gesto para resposta, levou-a até o banco do piano, onde ambos se sentaram. – Eu quero que sinta as teclas.

Ariel sentiu a mão e o gancho sobre as seus dedos em um paradoxo agradável, o calor e o frio que lhe mantinham em um equilíbrio. As teclas pareciam brincar sob seus dedos e nem de longe soavam tão bem quanto sob os dedos dele, mas ela estava satisfeita com aquela sensação.

– Eu gostaria muito de ouvir sua voz enquanto toco, mas como não posso, espero que ouvir-me lhe agrade o suficiente.

De fato, fora maravilhoso. Ariel teve a impressão de que apenas alguns minutos se passaram, mas pelo cansaço nos olhos de Eric viu que haviam sido horas. Ela pôs uma mão delicadamente em seus ombros e ele voltou-se para ela. O olhar agradecido da moça, fez com que ele entendesse que ela estava satisfeita por ora, e então parou de tocar.

– Espero que tenha uma boa noite, para que amanhã possamos desfrutar de nosso passeio. – ele beijou sua mão e com um sorriso de lado, deixou-a novamente sozinha no aposento.

Quando ele fechou a porta atrás de si, Ariel lembrou-se da raiva que sentira dele por trancá-la e não sabia como sentir após aquilo. Talvez não devesse pensar muito sobre o assunto. Então concentrou-se em escovar seus cabelos e em relaxar seu corpo.

****

Quando despertou, a moça correu para a porta, que, conforme imaginou, estava trancada. Ela bateu na porta, e enfim, o Capitão abriu, com o mesmo sorriso lateral inebriante com que saíra na noite anterior. Smee entrou tropeçando em suas próprias pernas, mas lutando para equilibrar uma bacia com água fervendo que despejou na grande bacia que usava para se banhar.

– Bom dia, madame. Mandei que lhe trouxessem mais água para que possa tomar banho, já que é de costume das senhoras tomar banho todos os dias. De qualquer forma, estarei lhe aguardando.

A moça sorriu e quando ambos saíram do quarto, ela correu animada para o baú com seus vestidos, onde recolheu um azul com mangas leves brancas e um corpete preto para sobrepor. Banhou-se mais rápido do que no dia anterior devido à ansiedade e arrumou-se, escovando suas longas madeiras ruivas e prendendo um laço azul nelas.

Por fim, encontrou o Capitão novamente, que pareceu maravilhado com a sua aparência e Ariel sorriu ainda mais grandiosamente ao perceber. Ele tomou sua mão e a fez dar uma volta:

– Está maravilhosa.

Depois a conduziu até um barco auxiliar, onde ele tratou de remar, conversando com ela. Ele parou o barco em uma das praias e prendeu-o com uma corda em uma das pedras. Auxiliou-a a sair do barco.

– Primeiro, vou levar-lhe à Lagoa das Sereias. Elas são uma graça quando não tentam te matar. Na verdade, elas só são bonitas mesmo, não prestam de qualquer forma.

Ariel sentiu um tremor perpassar seu corpo, sentindo-se insatisfeita tanto por voltar ali, correndo o risco de ser reconhecida, como pelo comentário de Eric, o qual não poderia revidar.

Ela colocou-se atrás dele, que de braços cruzados observava duas delas jogarem água uma na outra. Os rostos de ambas não eram conhecidos para a moça. Mas logo apareceu a loira que lhe fora rude logo no dia em que decidira permanecer em Neverland. Ela prendera uma estrela do mar no rosto de uma e tacara uma concha na cabeça da outra, e logo as duas já estavam a perseguindo, mas a loira nadava bem mais rápido.

Hook deu uma breve risada nasal, e voltou-se para Ariel:

– Parece que você não gostou muito delas, não é?

Ela fez uma careta adorável, franzindo o cenho, negando e fazendo biquinho. Hook deu uma sonora risada, que fez o corpo da moça vibrar, e tomou seu braço, como se fossem um casal da alta sociedade caminhando em calçadas londrinas. Mas, afinal, eram um pirata e uma sereia com pernas caminhando no meio de uma floresta.

– Agora, vou lhe levar para caminhar no ambiente mais amplo e verde de Neverland. A floresta. Também conhecida como o lugar no qual estamos caminhando. – ele parou repentinamente com uma expressão de admiração. – Aqui como pode ver uma árvore. - Ariel riu e apontou para outra, mais a frente, ele andou até lá e assentiu. – Ótima escolha, essa árvore também é bonita. Ajoelhou e recolheu uma flor roxa. – Uma bela obra de arte. – entregou-a para a moça. – E, a obra prima mais bela da ilha: Dill.

Ele rodopiou a moça novamente, que fez uma pequena reverência agradecendo. Ariel sentia-se incrivelmente feliz enquanto eles caminhavam e papeavam – apenas Hook, na verdade – até chegarem ao próximo local – trajeto que demorou um pouco, mas que foi muito agradável.

– Aqui, é a Tribo dos Índios. – ele sussurrou. – Selvagens detestáveis. Sem bons modos, só não são canibais porque não tem muita gente nestas terras, e os meninos perdidos são aliados. Não comem as sereias porque elas os comeriam. Desprezíveis. Porém, nos dias de festa é bem interessante observá-los... E aproveitar a distração para uma taque surpresa.

Escondidos atrás das árvores, ela viu as mulheres mexendo em caldeirões e cortando alimentos e as crianças brincando. Pela ausência dos homens, imaginou que estariam caçando e percebeu que talvez não fosse uma boa ideia estar passeando assim sem propósito no lugar de caça deles.

Uma menininha de pele bem vermelha, rosto gordinho, olhos brilhantes e amendoados e cabelos negros caindo sobre os olhos sorriu para ela, mostrando seus únicos dois dentinhos. Ariel sorriu de volta, acenando contente com a alegria e fofura da criança. A indiazinha acenou de volta com seus dedos gorduchos e a jovem teve vontade de abraçá-la e cuidar dela para sempre.

Ariel sentiu um tapa em sua mão e assustou-se. Hook mantinha uma expressão séria bem diferente da que tinha anteriormente:

– Você está louca? Eles são inimigos, fale com um selvagenzinho e logo eles crescem e te matam. Os piores têm mais pressa e simplesmente chamam os pais para fazê-lo. Vamos embora.

Agarrou-a pelo pulso e caminhando rápido, arrastou-a até a praia onde o barco estava. Agora, Ariel percebera o quanto o caminho era longo, pois quando você está sendo arrastada o passeio tende a ser bem menos satisfatório, portanto o tempo costuma passar mais devagar.

Eles entraram novamente no barco, e Eric abriu um pequeno embrulho, onde haviam torradas, geleias, frutas, biscoitos e –é claro – rum. Arel reparou o quanto estava com fome quando se deparou com a comida e sentiu-se grata por ele tê-la trago, embora não conseguisse entender sua vontade intensa de comer algo de carne.

– Não é bem um almoço, mas deve nos saciar o apetite por enquanto. – ele disse, sem olhá-la nos olhos, fingindo concentração em uma torrada na qual passara geleia de morango de qualquer jeito.

A moça comera uma maçã, e depois partira para as torradas, enquanto Hook apenas ignorara as frutas e já avançara para os biscoitos. Quando terminou, ele começou sua parte favorita, que era a bebida.

– Peço que me desculpe se fui muito rude. – deu de ombros, em um gesto displicente para seus modos comuns. – Saio de mim com mais costume do que gostaria.

Ariel assentiu aceitando o pedido de desculpas, e beliscando um biscoito, após já ter saciado sua fome. Depois de beber sua porção, o prata reclamou:

– Smme sempre manda o suficiente para que eu não fique bêbado, mas não para me saciar. – jogou a garrafa no chão dos barco. – Como eu gostaria de mais.

Ariel sorriu ao lembrar-se do que levava sempre consigo: o cantil de rum. Ela puxou a gola da camisa branca e tirou o recipiente. Hook arregalou os olhos e deixou um sorriso revelar o maroto que havia em si.

– Wow! É isso que eu chamo de uma boa dama. – ele beijou as mãos da moça e seu cantil de rum. Até que enfim reparou que o cantil realmente era seu. – Espere. Smee deixou isso car no mar há dias atrás, como conseguiu isso?

Ela deu de ombros e fez um gesto banal com as mãos, como se dissesse “por aí”.

– Cada dia melhor, Dill. Cada dia melhor. – suspirou.

Depois de descansarem ao sol por uns instantes, o Capitão começou a remar por algo que pareceu cerca de uma hora.

– Agora, vou lhe levar em meu lugar favorito em toda a ilha, depois de meu navio é claro. – ele apontou para uma imensa estrutura de pedra negra com um formato um tanto macabro. Fora formada pela erosão de uma forma que quase parecia surreal demais para ser natural, era a forma perfeita de um crânio. – A ilha da caveira. – ele tinha um sorriso bobo no rosto, mas quando seu olhar voltou-se para a moça, deu de ombros. – As senhoritas não costumam gostar, e não é lá muito romântico, se é que isto é um passeio romântico. Mas como prometi mostrar-lhe toda a ilha, aqui estamos nós.

Afinal de contas, todo aquele ambiente macabro era belo. Era incrível para Ariel imaginar que era natural, e a iluminação dentro do local divergia entre o brilho azulado da água na pedra e da luz vermelha do sol da manhã entrando pelas frestas que seriam os olhos da caveira. Ariel sorriu para demonstrar que gostara, e Hook ficou satisfeito com essa demonstração.

– Está aí algo que me surpreendeu. Uma dama gostando desse lugar.

Seus olhares se encontraram e o pensamento de um beijo passou pela mente de Ariel. Ela não poderia forçar o beijo, pois assim, possivelmente, não seria de amor verdadeiro, mas ela o queria tanto. Ele se aproximou, e a moça sentiu seu coração disparar. Fechou seus olhos esperando, sentindo sua respiração próxima a seu rosto. E como se aquilo estivesse perfeito demais para ser verdade, o barco virou.

O pirata xingou e, ainda na água desvirou o barco e subiu nele, ajudando a menina a subir logo após.

– Você nada bem. Melhor até do que eu, eu diria. – ela tremia de frio. – Aqui é mais frio que lá fora, vou levar-lhe a um lugar melhor.

Depois de ceder-lhe a jaqueta preta que usava – que, apesar de molhada, era o tecido menos encharcado que havia ali. -, Hook pôs se a remar novamente, saindo da Ilha da Caveira. Por todo o trajeto, Ariel pôs-se a pensar no quanto aquilo fora algo azarado. A menos que não fosse obra do azar. Agora que pensava assim era óbvio: eles estavam em cima do mar e não há lugar melhor para uma sereia agir do que lá. As servas de Úrsula viraram o barco. A bruxa não queria que ela conseguisse o beijo do amor verdadeiro, ela queria que fosse sua serva.

Ariel sentia a raiva avermelhar seu rosto, quando o barco encostou na areia. Quando deu por si, Eric já estava “ancorando-o” em uma pedra com uma corda.

– Acho que essa é uma boa praia para se descansar. Achoq eu ninguém conhece esse lugar além de mim. E Peter Pan, porque aquele moleque é um demônio e os demônios tendem a saber demais... – sua feição ficava completamente mudada quando falava do garoto. Seu cenho estava franzido e os olhos cerrados. Mas quando olhou para Dill, seu corpo pareceu relaxar involuntariamente. - Podemos assistir ao pôr do sol. – a moça olhou-lhe espantada já que poucas horas passaram desde o almoço, o que o fez sorrir. – Se tem algo bom nesta terra, é que em Neverland nós temos muitos sóis, muitas luas, e, absolutamente, muitas estrelas, mais estrelas do que qualquer outra terra que visitei. As estrelas brilham de dia e de noite, não que os sóis também não as sejam, mas acho que você consegue me entender.

Ele começou a retiras as botas, a camisa e o cinto com as armas e tudo mais. Vendo-o fazê-lo, Ariel achou uma excelente ideia para se sentir menos molhada, e, assim que saiu do barco, retirou o corpete, os sapatos, o laço e o vestido. Assim que ia retirar a camisa branca, ouviu a voz que sempre lhe assustava e encantava os ouvidos:

– Sei que disse que ninguém aparece por aqui, mas, você vai mesmo fazer isso? – ele cruzou os braços com um sorriso brincalhão em seus lábios. – Isso não é muito comum para uma madame.

Ariel não entendia bem. Em Atlântida e na maioria dos reinos de sereias e tritões não havia tantos pudores como os humanos possuíam. As vestimentas eram como decorações para seres e situações especiais, e, por estar com ele, a moça acha que era e que vivia situações especiais. Mas agora, que o via tirar parte das vestimentas, não compreendia porque não podia tirar também.

Como ele não reclamou mais, pelo contrário, pareceu muito contente com sua decisão, permaneceu usando apenas a camisa branca e grande, quase como um camisolão. Sentia-se bem mais confortável assim. Ele tomou a mão da moça e guiou-a até um canto da praia, onde as altas pedras viravam areia e a vegetação começava a rarear devido ao terreno arenoso não propício à sua sobrevivência. Sentaram-se ali, onde Hook apoiou as costas na pedra e Ariel apoiou-se em seu peito.

– No lugar de onde eu vim, havia apenas um sol e uma lua. – suspirou nostálgico. – Quantos sóis haviam na sua terra?

Ela olhou-o nos olhos e balançou a cabeça tristemente. Nenhum. Nas profundezas do oceano, não há sol, não há luz, não há estrelas. Há o brilho de alguns peixes luminescentes e a iluminação construída pelos sereianos, mas o céu era algo que ela descobrira em mundos bem diferentes do seu.

– Se não havia nenhum, sinto-me honrado por mostrar-lhe o meu céu.

Ele acariciou-lhe o rosto e ambos os olhares voltaram-se para o brilhante sol vermelho que se punha, deixando o céu com tons em laranja e amarelo misturando-se ao azul. Os cabelos ruivos de Ariel ficaram ainda mais belos ao serem iluminados por aquela luz e Hook não sabia se sentia-se mais tentado a olhar o sol ou a moça.

Assim que o primeiro sol se pôs, o segundo sol atingiu o topo do céu. Ariel tinha um sorriso esplendoroso quando seu rosto voltou-se para o Capitão.

– Agora vejo que o primeiro sol é meu favorito, porque o vi se pôr em sua companhia.

Os olhos de ambos faiscavam suas íris azuis. Seus olhos, que apesar de terem cores tão semelhantes, tinham um brilho muito distinto. Mas ainda assim, eram sempre atraídos pelos do outro.

Ariel sentiu seu corpo quente e, por um momento, parecia que não havia nada além deles. Não havia mar onde alguém pudesse atrapalhar ou lugar movimentado. Finalmente, ela fechou seus olhos, e assim ele também o fez. E então...

– Peamos! Pegamos! – gritos de alegria explodiram de algum lugar não muito distante. – Deixe só o Capitão ficar sabendo! Vai urrar de alegria! – a voz era indubitavelmente de Mr. Smee.

Hook sentiu a fúria subir-lhe o rosto por terem-lhe interrompido, mas ergueu-se e colocou a camisa branca. Jogou a jaqueta no barco e chamou Dill para o barco, pois eles não sabiam que estavam ali, e se dependesse dele, nunca ficariam cientes da existência daquele lugar.

– Sinto muito, Dill, mas pelo visto teremos que voltar.

****

Ao menos o motivo de todo o estrondo valera a pena: Sininho fora capturada. Oh, aquilo compensara o fato de seu plano capturando Tigrinha não ter dado certo. Afinal, Tigrinha era só uma princesa conhecida de Peter. Mas Sininho não, era sua fiel companheira. Ela sabia sobre o esconderijo de Peter, e mesmo que este plano não funcionasse, ainda poderia trocar a vida da fada pela do garoto. Soava maravilhoso. Soava perfeito.

Após deixar Dill em seus aposentos e checar se a fada estava bem presa, Hook passeava em círculos sozinho pelo convés após o pôr do último sol. Agora tudo parecia caminhar para os perfeitos conformes. Conseguiria se livrar de Pan e seus companheiros aspirantes às hordas infernais, dominara Neverland, descobriria um jeito de SAR daquela terra e conquistaria muitas outras. E ainda teria Dill, que apesar de não ser a dona da voz que embalava sua mente, era tão bela quanto, se não fosse mais, e era uma companhia adorável.

Ah, tudo estava perfeito. E, então, a voz.

Por um momento pensou que fosse sua imaginação, mas ele podia perceber ela variar com o som do vento. Correu para a borda do navio mais próxima da praia e a viu. Cabelos escuros ao vento, silhueta esguia, um vestido claro e... Um colar. Um colar que brilhava intensamente. Brilhava tanto que não conseguiu desviar os olhos. Era ela.


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Notas finais do capítulo

Comentários sempre bem vindos para críticas construtivas, incentivos, opiniões sobre o capítulo etc. Até logo.



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