Safe and Sound escrita por Aline Martins


Capítulo 38
Capítulo 38 - Katniss


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer as meninas: Ingrid e Madu Everlak que recomendaram a minha história! Muito obrigada meninas, vocês fizeram esse capítulo vir mais rápido.

Embora eu esteja visivelmente chateada com alguns leitores, eu vou postar o capítulo. Gente, eu tenho quase 200 pessoas acompanhando e recebo vinte reviews no máximo de vocês. Vocês não estão interessados na segunda temporada da Safe and Sound? Se vocês acham que deve acabar pela primeira, eu encerro.

Sério, não é querer ser chata, mas eu posto praticamente um capítulo por dia - eu tenho quatro histórias no Nyah e TODAS são atualizadas rapidamente - e eu não vejo retorno algum dos leitores. Será que vocês estão cansando? Peço desculpas a todos que comentam sempre, mas eu não vou passar a madrugada escrevendo pra não receber um feedback de vocês.

Aproveitem o capítulo.



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Com os passos cuidadosos, Katniss analisa perfeitamente a densa floresta a sua frente. A mata fechada, o cheiro incrível de terra molhada, o barulho dos esquilos percorrendo as árvores sem cautela a fazem fechar as pálpebras pela nostalgia.

Estar nessa parte da cidade a faz repensar de todo a sua vida, em como há alguns anos atrás aquele dia poderia ser qualquer um pelo qual ela buscava alimentos para sua família, ou caçaria apenas para trocar por um pedaço de linho até outra coisa da qual necessitassem.

Sua habilidade não é a mesma dos seus dezesseis anos, época na qual ela vinha somente com Gale esperando que as armadilhas do moreno enclausurassem qualquer animal ou que suas flechas atravessassem perfeitamente o alvo sem comprometer a carne. Seu reflexo é apurado, seus ouvidos mesmo machucados e consertados pela Guerra conseguem captar precisamente cada movimentação na região, suas mãos são mais firmes e menos falhas do que há tempos atrás.

Deveria admitir que de certa forma, quando mais nova, era excelente no que fazia e isso garantiu a sobrevivência de Prim e sua mãe por deveras tempos, mas agora ela consegue enxergar que naquela época talvez não passasse de uma novata perto do que enfrentou nos Jogos.

Atravessar uma flecha no corpo de alguém não é a mesma coisa do que caçar, como Gale a orientou antes de partir para a Capital. Requer frieza, desespero, força e decisão. O momento em que você afirma para o seu corpo que irá assassinar alguém e que isso precisa ser feito em questão de segundos retesa todos os seus músculos e atrapalha a sua consciência.

Marvel vem em mente, como ela sem titubear lançou uma flecha em seu corpo fazendo-o cair imediatamente, agonizando por alguns minutos antes de partir desse mundo. Aquilo não fora mera casualidade, Rue necessitava dessa vingança e a vida dela estava em jogo ali. O que era de certa forma uma piada interna, já que as vidas de todos estavam em jogo ali.

Respirando fundo e tentando se livrar dos Jogos, Katniss prepara uma flecha para lançar em um peru que caminha desanimado pela região. Ele não está tão atento quanto o seu grupo e ela aproveita essa deixa para colocar um sentindo em sua vida corriqueira.

O animal cai e ela soube ter acertado sua presa na região adequada, embora isso não sirva mais como moeda de troca na cidade, algumas pessoas ainda mantém o costume por simples bel prazer. O dinheiro agora é a moeda de troca, trabalha-se, se ganha algumas moedas generosas e isso faz com que a vida caminhe.

Katniss não reclama desse fato; já era dessa forma antes da Revolução tomar partido e iniciar um governo democrático, entretanto agora aparentemente as coisas têm sido mais levadas pelo dinheiro. É algo prático, todos possuem moedas para viver e isso faz a população feliz. É isso que importa, foi para isso que eles lutaram.

– Katniss?

O pulo é inevitável, há tantos anos Gale caminha por aquelas florestas atrás dela e ela jamais se acostumaria. A verdade é que não era esperada a sua presença ali, nem tão pouco que ela recebesse sua companhia.

– Gale. – Katniss ralha ciente de que ele ficará encabulado. – Eu estava sozinha aqui, como descobriu que viria?

O moreno dos olhos cinzentos senta-se ao seu lado e por um instante o coração de Katniss aperta pelas lembranças. Era dessa forma sempre: Gale atento aos seus passos buscando pregar uma peça quando estivesse distraída, ela ralhando com ele e logo após ele se justificava dizendo que não fizera por mal.

– Peeta disse que estaria aqui. – ele sorri e dá de ombros. – Disse que foi difícil para fazer você sair de casa pela manhã.

O que não era mentira. Peeta havia se esforçado o dobro do que geralmente faz para convencê-la de cumprir a sua promessa de passear pela floresta.

Já era hora dela seguir e fazer o que gosta, mesmo que isso não fosse de certa utilidade ajudar nas economias, Peeta sabia que era necessário. O dinheiro que ambos recebiam de indenização mensal pela presidente Paylor já era o suficiente para seguirem suas vidas. O trabalho de Peeta no ateliê e padaria era puramente distração, visto que eles poderiam viver uma vida só com o pagamento do mês.

– Ele me dedurou certo? – ela inquire com a sobrancelha levantada analisando o peru que havia atirado ao longe.

– Peeta conversou comigo, Katniss. – suspira cansado.

– Sobre o quê?

– Sobre você estar cansada da vida que tem. Eu sei que você quer voltar a caçar, ele também sabe, Johanna sabe, Haymitch sabe. Me pergunto quem não saiba. – solta uma risada. – Simplesmente, vamos fazer isso juntos se quiser, como nos velhos tempos.

– Você não vai voltar para a sua cidade? – questiona sabendo que é algo delicado.

– Não por agora, talvez eu volte, talvez não. O tempo de afastamento do exército termina hoje, tenho algumas coisas para resolver.

Sentados em cima de um punhado de folhas secas, Katniss se questiona mentalmente se aquele teria sido o futuro que levaria se nada tivesse acontecido. Ainda caçando ao lado de Gale, como se nada houvesse.

A realidade toma em seu peito por compreender o fato de que não conheceria Peeta, não do modo que conhece, e isso a entristece imediatamente. Todavia não teria perdido Primrose. Sua doce patinha, o que estaria fazendo agora se estivesse viva?

– Vamos pegar o peru que você arrebatou. – Gale a trás para o presente. – E vamos caçar mais algumas coisas, vou preparar umas armadilhas.

Pelo sol no horizonte, já passa do meio dia e Katniss prepara-se para ir embora. Algumas frutas foram coletadas e ambos argumentam como a floresta mudara levemente de alguns anos atrás. Mais animais a habitam, mais flores e folhas estão dispersas e até mais frutas aleatórias foram plantadas. Ambos riram ao ver que a cerquinha que protegia os morangos que eram entregues ao Prefeito Undersee ainda estava intacta, dando a possibilidade de eles colherem um bocado.

O caminho até a Aldeia dos Vitoriosos foi tranquilo, Gale a deixou nas proximidades de casa enquanto ele virou-se para ir até a casa de sua mãe, Hazelle. A morena ficara com boa parte da caça pela insistência de Gale e somente carregava para deixar tudo arrumado na geladeira.

Katniss entrou e identificou de imediato o silencio por ali. Era estranho estar sem Peeta e por mais que isso parecesse tolo, após a Guerra a preocupação que emanava a sua sobrevivência sempre a assolava. Era comum a angustia bater mesmo quando ela sabia que ele estava tomando banho, por exemplo; agora que ele trabalharia sem a sua presença, ela teria que dar conta dos seus sentimentos e entender que eles estavam livres, finalmente livres.

– Katniss? – uma voz ao longe a chama e não demora a identificar Annie. Prontamente, ela abre a porta.

– Oi Annie, entra. – a morena indica o sofá. - Cadê o Finn?

– Está com a Delly, eu queria vir te fazer uma visita sem ele correr pelos cantos animadamente.

O pequeno Finn havia crescido, aprendendo a andar e fazendo estripulias. Ele arriscava soltar uns sons diferentes e já sabia dizer mamãe. Annie se orgulhava a cada dia e Katniss pôde compreender como deve ser uma alegria imensa para ela ter um pequeno projeto do amor da sua vida caminhando pelas colinas.

– Eu entendo. – Katniss sorriu. – Como estão as coisas?

– O trabalho tem consumido muito de mim, na realidade eu estou cansada. Finnick tem os dentes crescendo e ele chora boa parte do tempo e faz muita manha. Sou mãe de primeira viagem e não compreendo muitas coisas.

– Eu cuidei a Prim quando ela era nova, mas não peguei exatamente essa fase. Minha mãe não tinha a depressão para assola-la então eu limitava-me a aproveitar somente a parte boa de ter uma irmã mais nova.

– Sua mãe tem ligado? – Annie questiona ciente que aquele era um assunto delicado, mas Katniss parecia se abrir com ela algumas vezes.

– Sim e não. – sorri tristemente. – Ainda é difícil para ela manter uma didática com o hospital e conciliar a vida pessoal, eu não acho que ela tenha uma vida pessoal, aliás. Ela também não se sente preparada para vir e eu não forço, estou cansada de pedir coisas as pessoas.

– Você tem a nós. – Annie se aproxima pegando as mãos de Katniss. – Eu com os remédios consigo me manter estável emocionalmente, até crio o meu filho. – ela dá de ombros. – Você tem a nós e somos a sua família.

– Eu sei disso e agradeço.

– Eu sei que sim. – Annie suspira. – Aliás, amanhã teremos o casamento da Effie, você vai com o Peeta ou podemos marcar de irmos todos juntos?

– Vamos ver. Eu preciso conversar com ele e...

A porta da entrada faz um barulho alto indicando que alguém havia entrado. Katniss fecha os olhos e aperta fortemente as mãos de Annie que suspira aliviada e ela finalmente, abre os olhos.

– Oi Katniss, eu cheguei mais cedo para o almoço, queria saber se você não quer passar a tarde comigo...

Katniss não permite deixa-lo falar e se joga em seus braços. Feliz por tê-lo ali, pela angustia do mau pressentimento assolar a sua vida. Ele está bem. Ela repete seu mantra particular acalmando seu coração atormentado.

– Ok, eu gostei dessa recepção. – ele diz sorrindo depositando um beijo terno em sua testa. – Está tudo bem?

– Eu estava preocupada com você, é estranho passar o dia sem te ver e agradeço o convite, eu vou sim. – a morena sela os lábios nos de Peeta e rapidamente se desvencilha. – Annie está aqui.

– Olá Annie. – ele a cumprimenta com o braço direito enlaçado a cintura de Katniss. – Como vai?

– Bem, obrigada. Vim conversar com vocês sobre o casamento de Effie, os preparativos, ela está meio atordoada com tudo.

– Claro, o que quer saber? – Peeta senta ao lado de Annie.

– Vocês estarão lá mais cedo? Precisamos ver o que faremos e se vamos todos juntos.

– Iremos todos juntos, é só marcar adequadamente. Já deixei um aviso que amanhã a padaria se manterá fechada. Então, está tudo certo.

– Ok, eu não vou me demorar muito, amanhã cedo eu passo aqui. E a respeito do bolo, você já o tem pronto?

– Sim, está gelando a essa hora. – ele sorri.

– Então eu vou embora, nos vemos amanhã. – ela se vira para Katniss. – Fica bem, ok?

Apenas assentindo positivamente Katniss fecha as portas. Peeta está com sacolas nas mãos referentes ao almoço e ambos preparam a mesa para se alimentarem. A conversa flui tranquilamente, Peeta comenta como foi seu dia através da padaria, Katniss diz como foi sua caça com Gale e ele sorri feliz por tudo encaixar-se bem. O loiro diz que recebera ajuda do novo funcionário e a elaboração do bolo de casamento de Haymitch e Effie. Aparentemente ele está feliz com a festividade e Katniss apenas limita-se a ficar feliz pelo casal.

De mãos dadas, não demora a chegar ao centro. A padaria com diversos fregueses enquanto Uriel atende a todos com a sua paciência tremenda. Peeta envolve o avental em sua cintura e com a sua simpatia toma a direção do seu negócio.

Horas se passam enquanto a correria não diminui, Katniss vê que Peeta está sobrecarregado e passa a ajuda-lo no atendimento. Distraída com uma senhora idosa simpática, os ouvidos de Katniss percebem algumas risadas vindas do estabelecimento e logo nota serem de Peeta e de uma moça em questão.

A loira de olhos verdes não parece ser da cidade doze, em vista das suas vestimentas serem bem elaboradas e os cabelos perfeitamente arrumados. Suas roupas são deveras ousadas de acordo com o costume local e Katniss franze o cenho, sentindo algo estranho em seu corpo, como se seu peito queimasse ao perceber a completa estranha sorrir deliberadamente para Peeta.

Sem compreender o que fazer em seguida, Katniss termina de atender a senhora simpática e lança olhares de reprovação a moça que somente a encara divertida ignorando sua expressão e distribui sorrisos como se fossem algo comum da sua personalidade.

Em um súbito movimento, não aguentando mais analisar aquilo, a morena retira o avental do corpo e encaminha-se até Peeta depositando uma das mãos em suas costas, mostrando a ele que ela chegara.

– Oi meu amor. – ele sorri beijando castamente sua testa. – Essa é Kimberley, ela estava viajando pela cidade quatro para aprender trabalhar com o jornalismo e agora voltou para ficar no doze, ela nasceu e cresceu aqui.

– Hum. – Katniss somente assente e a loira dos olhos enigmáticos sorri livremente.

– Prazer em conhecê-la, Katniss. – a entonação do seu nome soou com certa falsidade e desprezo, todavia Peeta parece alheio a aquilo tudo.

– Ela estudou conosco, você não lembra? – questiona o loiro.

Katniss não era devidamente atenta às tietes da sua escola, tampouco as que prestavam atenção em Peeta. Ela sabia que naquela época ele possuía certa atenção redobrada das mulheres, mas ao ver o garoto de longe, com várias meninas em sua volta, só fazia seu estômago embrulhar de enjoo pensando no quão fútil o garoto do pão poderia ser.

É verdade que ela quebrara a cara ao conhecê-lo melhor nos Jogos, compreender que ele era popular somente por ser quem é; sua voz rouca, bela e cheia de discursos enigmáticos fazia qualquer garota se encantar pelo loiro dos cintilantes olhos azuis. Menos ela, que estava à deriva daquele universo, que jurava a si própria nunca se apaixonar por alguém.

– Não me lembro de você. – pontua com certa acidez na voz.

– Eu me lembro de você. – a loira não diminui o sorriso do rosto. – A menina que havia fisgado o coração de Gale Hawthorne.

Cutucar na ferida de Peeta parecia ser a estratégia da desconhecida. O loiro retesou os músculos em reflexo, mas relaxou no momento em que Katniss segurou a sua mão, mostrando a ele que era somente algo bobo a se dizer, que ela o pertencia assim como ele a pertencia e que nada e absolutamente ninguém poderia dizer o contrário.

A vontade de buscar seu arco na árvore oca era quase ensandecida pela raiva que sentira da presença da mulher. Enfiar em uma flecha em seu peito parecia uma opção.

– E agora ela fisgou o meu coração. – Peeta soltou a frase mais rápido do que ela.

Katniss estava preparada para dizer poucas e boas, mesmo que a sua característica antiga era manter-se em seu canto, ignorando a tudo e a todos, agora não parecia o momento para isso.

O loiro se aproxima beijando o topo da sua cabeça sentindo que sua amada estivera irritada com o comentário inoportuno.

– É o que parece. – Kimberley diz dubiamente. – Eu adorei a nova padaria, Peeta. Seus pais ficariam orgulhosos de você.

– Eu agradeço imensamente. – ele sorri e Katniss rola os olhos pouco se importando se seria visto. – Foi trabalhoso chegar aonde cheguei e agradeço por ter alguém como Katniss ao meu lado.

– Sim. – ela solta fechando um pouco o rosto. – Para lembrar os velhos momentos em que nós conversávamos animadamente nos intervalos das aulas, você me daria a honra de uma entrevista?

Katniss busca respirar e inspirar fundo, algo que Cinna havia a ensinado para momentos de tensão. Não era possível o que estava acontecendo ali, poderia ser somente fruto dos seus ciúmes infundado, mas a verdade é que Kimberley possuía certo interesse em Peeta e isso era inegável. Ele poderia estar à deriva, pouco notando como estava facilmente caindo na armadilha da sua ex-colega de sala, no entanto mesmo Katniss sendo inocente no quesito relacionamento, entendia que não precisava de experiência para ver interesses aonde existiam.

– Eu não acho que seja uma boa ideia. – intromete-se Katniss. – Nós estamos em uma época nada favorável e dar entrevistas para a Sede é algo que não nos diz mais respeito. Então, se nos der licença.

– Ora Katniss, não seja rude. – a moça sorri. – Eu só vou pegar o seu namorado emprestado por alguns instantes, não é algo muito demorado.

– Katniss pode ir comigo? Eu acho que é mais viável você entrevista-la do que a mim.

– Não, eu quero entrevistar você. – ela sorri com os olhos brilhando encarando o garoto do pão.

– Olha, você passa aqui e veremos o que podemos fazer.- Peeta diz gentil. – Agora, eu preciso terminar de atender os clientes.

– Não tomarei mais seu tempo. – ela sorri. – Volto na próxima semana e marcamos algo. Até logo, Katniss.

O alívio de ver a silhueta bem elaborada da loira partindo para fora da Mellark’s era quase como água gelada em um dia de verão. Peeta a encara docemente, tentando compreender o que houve e Katniss limita-se a dizer que após o expediente, conversarão em casa.

Guardando o último bolo na extensa geladeira, Katniss prepara-se para ir embora. Com a sua bolsa transversal habitual, separa as chaves em mão e parte com Peeta para o mais depressa que pode dali.

Sem saber muito o que fazer, tinha a ciência de que precisava conversar com Peeta sobre o comportamento de Kimberley e isso a amedrontava em partes. Não era comum, já que passou pelo o inferno, sentir medo de trocar umas palavras com Mellark, mas isso é algo íntimo dos dois, é onde se cruza a linha em que ela tem alguma influencia sobre ele da mesma forma que ele tem sobre ela, é como dar um passo ao relacionamento que era meramente uma troca de beijos e noites um confortando o outro pelos pesadelos.

– E então? – Peeta diz colocando a chave no mezanino e logo retirando o casaco dos ombros. – O que você queria conversar comigo?

– É sobre a Kimberley. – diz de uma vez, cansada de enfrentar seus demônios pessoais.

– O que tem ela? – ele questiona com a sobrancelha levantada.

– Ela gostou de você no colégio? – Katniss pergunta tentando ser evasiva.

– Não, eu não acho isso. – ele suspira sentando-se ao sofá. – O que te faz pensar isso?

– Você não vê nas entrelinhas, Peeta? – diz um pouco impositiva. – Ela me tratou diferente lá, foi cínica e sabe-se se lá o quê mais.

– Katniss, - ele sorri. – você está com ciúmes?

– Ciúmes, Peeta? – bufa impaciente. – Talvez, mas vamos concordar que houve algo ali.

– Ela é desse jeito desde que a conheço, não acredito que ela tem um interesse em mim. – Peeta se aproxima segurando o rosto da sua amada. – E mesmo se estivesse, eu não tenho olhos pra outra pessoa se não você.

– Não me parece já que com aquela garota era somente risadas e conversas tolas.

– Nós nos recordamos da época da escola, não houve nada demais. Acredite, eu nunca faria algo para magoar você, Katniss.

– Eu não me magoei, Peeta. Eu só achei que você deveria saber que existem outras pessoas que podem vir a ficar interessadas em você.

– Claro, eu sou simplesmente o padeiro mais bonito da cidade.

– Deixa disso, Mellark. – ralha. – Estou sem paciência para suas jogatinas.

– Você está precisando de um bom banho, um jantar que só eu sei preparar e vários beijos. – ele sorri alcançando sua boca. – Assim. – Peeta encalça seus lábios aos dela em um beijo rápido, mas delicioso. – E assim.

Katniss não soube dizer se horas ou minutos se passaram dentre os beijos carinhosos que Peeta distribuía em todo o seu rosto e lábios. Ele parecia saber exatamente como livrar a sua carranca ou como apartar seus medos e temores. Ele era o que havia de melhor em seu dia e em sua vida e mesmo que demorasse a perceber, agradecia mentalmente por poder usufruir disso tudo.

Peeta preparou o banho para Katniss na banheira repleta de sais e outros apetrechos, naquela noite ele fez um jantar todo especial, tratou ela com todo o amor e carinho que pôde reunir, como se demonstrasse que aquela seria a vida ao lado dele e que nunca, jamais, ele trocaria o que tem para se aventurar em algo.

Não precisou de mais palavras e de mais explicações, Katniss sabia que seu ciúme era reflexo da sua insegurança e deixou os pensamentos irem embora ao deitar-se no peito de Peeta que golpeava o coração fortemente; batidas que soavam como música para o seu ouvido, melodia que a fazia dormir tranquilamente em uma noite sem sonhos ruins para atormentá-la.


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Notas finais do capítulo

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