Safe and Sound escrita por Aline Martins


Capítulo 37
Capítulo 37 - Prólogo da Segunda Temporada


Notas iniciais do capítulo

O começo da temporada irá vir lento e pacífico, eu não prometo que não haverão contratempos, mas tudo tem seu tempo.

Eu sei que esse capítulo tá meio parado, mas eu preciso colocar ritmo as coisas novamente :D Espero que entendam. Esse é mais uma introdução - prólogo - da nova temporada, por isso não quis descreve-lo como um capítulo propriamente dito.

Enfim, espero que gostem. (:
Safe and Sound voltando aos pouquinhos!

Vocês conhecem já as minhas outras fics? É de universo alternativo, visita o meu perfil e dá uma olhada ;) Não custa nada s2



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Senti-la em seus braços sempre será o motivo para a felicidade plena e satisfatória. Peeta reconhece que depois de seis meses do ocorrido com Enzzo, ele e Katniss mantiveram-se um pouco atordoados por toda a história que os envolveu, contudo conseguiram planejar uma vida tranquila na Cidade 12 e na Aldeia dos Vitoriosos.

Estar com a sua garota depois de tantos atentados pelas suas vidas é inacreditável para Peeta, no mínimo. Katniss, em seus olhos está a cada dia mais bela e ambos cada vez mais próximos. Apesar de algumas visões do rapaz terem voltado esporadicamente, o casal mantém-se estável e feliz como nunca puderam sonhar ser algum dia.

Sendo obrigado a tomar medicamentos para controlar o veneno das teleguiadas, que ainda percorre seu sangue, Peeta retrocede um pouco seu tratamento e vê-se obrigado a comunicar-se com o Dr. Aurelius em seções por telefone. O loiro tenta avisar Katniss que ela deve adquirir essa rotina assim como ele, contudo é praticamente impossível convence-la a seguir ordens da Sede.

Mellark não contrapõe Katniss, visto que ela possui seus motivos para não exalar confiança gratuita, todavia para Peeta acabou sendo mais tranquilo aceitar a situação em que agora se encontram. Ele sente-se grato por ter alguém como Paylor na presidência, por possuir Haymitch no encalço de tudo e principalmente por ver o quanto a Cidade 12 evoluiu nesse ínterim.

Foram construídos alguns hospitais, postos médicos, escolas e sedes militares. Não se sabe ao certo qual o progresso das obras que estão em andamento, mas já é possível enxergar pelas ruas a felicidade das pessoas ao finalmente conseguirem conquistar um pouco de paz.

Novos empregos foram distribuídos, dessa forma a economia da cidade passou a ser primordial. Os treze distritos se auxiliam da forma que podem, fazendo trocas por seus produtos e negociando vantagens entre si. Peeta não compreende muito de política, mas de qualquer forma vem auxiliando Haymitch em alguns pontos.

Delly e Annie agora trabalham na Prefeitura ao lado de Effie, a verdade é que sem essas três mulheres o prefeito ficaria ensandecido. Todo o trabalho que vem sendo feito só acalenta mais o coração da população e principalmente cria um sentimento novo em Peeta, que o faz agradecer por ter sido escolhido naquela Colheita.

Pensar dessa forma, é algo errôneo talvez, afinal ele foi o escolhido dentre muitos para a morte certa, contudo, Peeta sabe que se se não houvesse ocorrido isso eles não estariam aonde estão agora. Não teriam uma política digna, não veriam a população da Cidade 12 contente e tranquila, muito menos observariam a taxa de mortalidade diminuir drasticamente.

Não existem mais mortes por fome, por miséria, por falta de saúde pública. A população agora é digna de uma vida rotineira, porém saudável. É algo que nem em seus profundos sonhos Peeta ousaria cogitar, na ditadura antiga isso seria visto como morte certa e seria providenciada tortuosamente.

Hoje é visível ao longe o quanto Peeta é grato veementemente por ter sobrevivo, por ter tido Katniss como sua aliada na primeira e segunda arena, por existir um Distrito ainda capaz de lutar pela liberdade como o treze. Ele bem sabe que foi torturado, sequestrado, machucado, perdeu parte saudável de sua perna, seus familiares e sua identidade, mas hoje reconhece que o preço pago foi justo meramente porque agora ele pode deitar sua cabeça no travesseiro com alguma paz inserida.

Peeta aprendeu também a lidar com o sentimento que nutre desde muito novo, a verdade é que ele viveu para lapida-lo da forma com que Katniss soubesse e aprendesse a aprecia-lo. Mellark instruiu-se a ama-la desde os cinco anos de idade, entretanto seu sentimento era meramente bruto e inocente, longos anos se passaram e cá agora ele se encontra um bobo apaixonado pela pequena menina de cabelos repartidos em duas tranças, mas que agora já é uma mulher provida de ondas formosas em seus cachos cor de chocolate.

Embebecido por seu amor e inebriado por todo o carinho que Katniss retribui, é exatamente assim que Peeta vive agora. Se o dissessem há cinco anos, por exemplo, que hoje estaria com ela dormindo suavemente em seu peito, ele mandaria essa pessoa diretamente para um tratamento intensivo em algum boticário da cidade já que, só poderia estar louca.

Mellark a vê remexer lentamente e colocar sua mão sobre seu peito, não há como explicar as reações que seu corpo possui ao tê-la tão perto de si, seu coração bate descompassadamente falhando uma batida ou duas, suas mãos que sempre foram firmes tremem inquietamente e suas bochechas aquecem pela presença da morena.

Ambos encenaram tantas formas de beijos para as câmeras, mas poucos foram verdadeiros e isso ele tem ciência. Katniss não tinha vontade alguma de senti-lo naquela época, porém hoje pode afirmar com certeza que ela não toca em seus lábios sem que seja uma vontade sua particular. Ela o beija sim, não repetidamente, por ela não ser uma pessoa de demonstrar suas facetas, mas todos são sinceros, verdadeiros e carregados de sentimentos.

Ele a beijaria agora mesmo, todavia não tem vontade de acorda-la. Katniss fica tentadoramente bela enquanto dorme. Peeta afasta-se levemente do corpo e sua amada que está totalmente apoiado ao seu, é possível vê-la resmungar em alguma língua desconhecida e Peeta sorri quando percebe que ela não notou a saída instantânea.

Pelas pontas dos pés, ele desce as escadas e logo se depara com Buttercup transpassando sapeca seu rabo comprido pelo corrimão. Peeta não é de reparar em Buttercup, mas esse gato engordou uns bons quilos durante esses tempos e é impossível não notar. A realidade é que o gato não aparecia já a alguns dias, porém todos compreendem suas distrações. Os animais de Haymitch e as novas plantas da pequena horta que Peeta elaborou são um ótimo atrativo para o dengoso. Para evitar que gato percorresse aquela área, Mellark colocou cercas em volta, mas não é necessário ser algum gênio para descobrir que ele encontra algum jeito de burlar a proteção. Katniss diz que o que Peeta possui de dom para a cozinha tem zero para cuidados com plantas e hortas, mas ele acredita que mesmo com sua implicância, tem feito um bom trabalho.

– Miau para você também, Buttecup. – rebate logo após ouvir a manha que o gato alaranjado libera.

A curtos passos, Peeta caminha para a cozinha ciente que daqui a poucas horas precisará abrir a padaria e o ateliê. Rapidamente apressa o café e as panquecas mesmo que ainda o sol preguiçosamente não alcançou o céu. Ter a responsabilidade de fornecer pães, bolos, tortas e tantas outras coisas para a cidade, o faz acordar antes de qualquer outra pessoa. Peeta precisa preparar-se com antecedência para quando todos acordarem ele já tenha organizado tudo.

Um barulho vindo do quarto ecoa pelo ambiente, como se algo houvesse caído bruscamente ao chão. Katniss toda a vez que acorda derruba deliberadamente alguma coisa o que sempre faz Peeta gargalhar contido. Os passos de sua pequena amada, trazem para si a ciência de que está no horário de concluir o café, mas Peeta já está adiantando e as panquecas estão devidamente postas à mesa.

Katniss não demora muito para se materializar na cozinha com suas calças de algodão cinza e regata branca, ela possui o semblante mais ingênuo e sereno. Seus cabelos soltos em cascata pelos ombros formam ondas uniformes, é possível identificar algumas queimaduras em seu pescoço pela terrível explosão na mansão da antiga Capital, porém Katniss não deixa de ser incrivelmente perfeita aos olhos de Peeta. Ele a olha com admiração e ternura, mesmo com todas as marcas que a fazem ter uma história de vida diferente.

Poderei olhar ela por toda a minha vida e jamais cansar de ama-la e admira-la.

– Fiz panquecas e café, sei que não gosta da bebida, então deixei separado achocolatado. – sorri puxando a cadeira para ela se sentar.

– Que horas vamos hoje para a padaria? – questiona coçando os olhos.

– Seis da manhã já é suficiente, as pessoas acordam às oito horas para trabalhar, então terei tempo de preparar algumas coisas.

– Você só me deixa ajuda-lo na parte administrativa. – ela bufa infantilmente. – Se eu fizesse os pães, poderia ter alguma utilidade.

– Katniss, você sabe que é o amor da minha vida, não sabe? – inquiri com a sobrancelha elevada.

– Eu já sei aonde essa conversa vai chegar. – ela rola os olhos.

– E você sabe que não se dá absolutamente nada bem na cozinha. – ri baixinho. – Sério amor. Não dá.

– Sabe, eu matava esquilos para sobreviver e de vez em quando, muito raramente, conseguia uns veados para o jantar. Agora, eu só cuido da parte administrativa da sua padaria.

– Katniss, você pode voltar a caçar, eu te disse.

– Eu tenho boas lembranças de lá, Peeta. Mas acontece que não sinto vontade de revirar o passado. Gosto do que sempre fiz, ir para a floresta é como um remédio para mim, porém nem tudo é fácil.

– Você quer que eu te leve lá? – ele questiona.

– Não, Peeta. Não faz absolutamente nenhum sentido você ir.

– Eu quero ir. – ele frisa a palavra. – Quero leva-la para passear, por que não fazemos um piquenique? Podemos chamar Gale e Johanna.

– Eu não me sinto a vontade passeando por aí. – ela olha vagamente para a janela. – Buttercup está comendo suas flores.

– Sabia! – vocifera baixinho praguejando o nome do gato. – Maldito, eu tinha cercado tudo.

– Aparentemente não tudo. – ela o encara divertida.

– Nós iremos para a floresta? Nem que sejamos somente nós dois.

– Não sei se vale a pena, Peeta. – o olha incerta. – Não sei se estou pronta para isso.

– Nós vamos juntos, caminhamos por lá somente a passeio. Você leva o seu arco e se sentir vontade de caçar, fazemos isso.

– Você espantará qualquer animal que esteja próximo a nós.

– Talvez eu faça silencio. – ele sorri. – Vamos tentar, ok?

Katniss nada diz e somente franze seu cenho. A verdade é que ela não está preparada para seguir em frente e talvez, Peeta ainda não consiga identificar isso, ela sempre fora complicada para compreender.

– Você vai tomar um banho ou permanecerá de pijamas? – Peeta questiona a provocando.

– Sabe, eu gostava mais do seu censo de humor antes. – ela provoca.

. . .

Estar em seu local de trabalho, sentindo o cheiro inebriante dos pães quentinhos terminando de assar causa-lhe uma ligeira nostalgia a respeito de sua vida. Peeta sempre fora um rapaz muito atido à família e particularmente, sua mãe, sempre se manteve rígida para com seus filhos.

Trabalhar doze horas por dia era algo maçante na época, contudo essa era a única forma de manter sua família viva. As aulas de manhã serviam para Peeta relaxar e aproveitar para desenhar, sua mãe nunca fora fã de sua arte, pois achava que isso alienava o garoto a ponto dele fugir da realidade e acreditar que pudera seguir uma profissão com seu talento.

Somente a Capital dava valor para arte, isso nunca foi algo bem visto pelo doze já que mal se tinha alimento na mesa. Ter o luxo de possuir um quadro bonito na parede, mesmo que de nenhum valor, era privilégio somente do Prefeito Undersee.

– Você está muito calado hoje, Peeta. – aponta Katniss.

– Somente lembrando-me de algumas coisas. – sorri. – Vou deixar aos cuidados de Troy aqui, você quer ir para o ateliê? Acho que já terminamos de organizar tudo.

– Sim, seria ótimo passar por lá, mas eu não tenho muito que fazer. Você vai pintar?

– Eu só preciso retocar um quadro, se você quiser ficar aqui não tem problema.

– Vou ficar. Você passa aqui depois?

– Eu passo.

O ateliê era sua válvula de escape sempre que lembranças ruins decidiam atormentar sua mente. Peeta amava sua família com tudo o que podia, mas as lembranças das chibatas que recebia de sua mãe não lhe agradavam nem um pouco, isso acabava remetendo a sua tortura na Capital e o Dr. Aurelius o avisou que é perfeitamente normal correlacionar às coisas, porém ele precisa aprender a controlar sua mente. Não existia relação, sua mãe não o torturou, Katniss não é uma bestante, sua vida não é uma memória ruim da Capital.

Em um quadro branco, Peeta pode retratar qualquer emoção que sente no momento. Medo, inquietude, afobação e angustia são os principais que o domam agora, porém hoje ele precisa buscar algo diferente.

Pinceladas leves e escuras contrastam o fundo branco ali encontrado, Peeta viaja em seu mundo particular toda a vez que a inspiração toma-lhe a mente e o corpo. Ele é alguém que difere sua essência, não necessariamente o Peeta que todos conhecem, ali ele pode vestir a máscara que for, retratar detalhes como for, ninguém entenderá o que realmente sente.

A lembrança das palavras de Katniss hoje cedo o permite formar um sorriso torto, ela não estava pronta para seguir em frente, mas de alguma forma estava disposta a tentar. Se ele conseguisse fazer com que ela voltasse aos seus costumes antigos, ela poderia não se sentir tão infeliz da forma que se sente agora. Ele a vê mais contente, em parte por ambos estarem felizes juntos, entretanto falta algo em Katniss. O brilho em seus olhos quando ela realiza o que ama, sua paixão pela caça é algo que nunca morrerá. Ela buscará enterrar seu passado, todavia isso faz Katniss ser quem é, o seu dom. Isso definitivamente é algo que nasce consigo, não é criado e meramente enraizado.

As horas sempre passam depressa quando Peeta está em seu ateliê e logo p relógio marca o horário para buscar sua amada. Ao analisar a pintura inserida, consegue identificar um lindo tordo em uma manhã ensolarada. O rapaz sorri contente com o resultado e deixa o objeto ali, para secar devidamente com o tempo.

Peeta vai até o banheiro e tira a tinta excedente que perdura em seu corpo. Não há a necessidade de se arrumar muito, porque agora ambos vão para a casa.

Fechando o seu ateliê, o rapaz logo se encaminha para a padaria ao lado e sorri contente ao identificar Katniss elaborando os bolos na forma mais atraente possível.

– Você leva jeito para a coisa. – ele diz notando sua namorada atenta aos detalhes.

– É, pode se dizer que sim. – ela espalma suas mãos humildemente pela vestimenta. – Acho que já podemos ir embora, o pessoal lida com tudo e fecha o restante.

– Sim, eu quero te levar a um lugar. Espere-me aqui. – ele fala animadamente.

Sem tempo para contrapor, Katniss se senta na mesa aguardando Peeta voltar. O loiro, busca na dispensa a cestinha de pães que daria perfeitamente para fazê-la ser uma cesta de piquenique. Com uma toalha estendida na parte do forro, Peeta coloca alguns pães, tortas, bolachas e biscoitos distribuindo igualmente. Na cozinha, separa o que já encontra-se gelado, um litro de suco de morango natural e alguns cubos de açúcar.

Katniss aguarda impaciente na recepção mas elabora um sorriso ao ver a intenção do seu namorado.

– Um piquenique. – ela sorri. – Já fizemos isso antes.

– Eu me recordo. – o loiro puxa-a pela cintura. – Vamos?

A caminhada até a floresta não é muito demorada como previsto. Katniss encontra um local adequado para ambos repousarem enquanto um barulho sereno do lago repousa a região. A realidade é que com uma das explosões sobrepostas da Capital, a floresta fora levemente modificada nessa parte e uma pequena represa de água parada se encontra ali. Haymitch, quando soube, aproveitou os recursos para interligar o pequeno abastecimento ao rio mais a frente, tornando assim a água limpa e com alguns peixes.

– Eu gosto daqui. – comenta Peeta quebrando o silêncio.

– É novo, de certa forma. Modificado pelo homem. – Katniss dá de ombros um pouco alheia àquilo tudo.

– Você está se sentindo a vontade? – questiona o loiro.

– Com você aqui, sim. É fácil até. – ela sorri, mas Peeta percebe que a felicidade não alcança seus olhos.

Lentamente, Peeta se aproxima de Katniss acariciando agora seus cabelos. Ela cede, sem muito esforço e sorri para ele em agradecimento. A realidade é que talvez, não existissem palavras para expressar um momento de paz e calmaria entre eles, portanto eles contentam em simplesmente sentir um ao outro e ouvir as batidas frenéticas de seus corações.

– Sou grato por ter você em minha vida. – diz Mellark. – Na verdade, eu não esperava que conseguíssemos.

– Mas conseguimos. – ela implica. – E isso é bom.

Suas orbes azuis cintilantes encaram o cinza pleno de Katniss e em algum momento ele sabe que terá seus lábios junto aos dela. Esse é uma das partes preferidas do loiro, poder senti-la sem as câmeras e sem nenhum truque embaixo da manga. Katniss, atualmente, é ciente de todo o seu sentimento e lidar com ele não parece ser uma tarefe tão errônea.

Devagar, Peeta segura o rosto de sua amada pelas mãos e mordisca seu lábio inferior puxando para si. Ela sorri com a deliciosa sensação e sem muito querer prorrogar o beijo, toma Peeta em seus lábios com todo o carinho e afeto que possa conseguir.

Não existe nada além dos pássaros e o canto minimalista que provocam, as arvores fazem uma brisa suave percorrer suas peles, causando um arrepio além do beijo agora inserido. Pela juventude, ambos sabem que suas vontades não são somente cessadas com um humilde beijo, mas a preparação para algo tão aquém do contato singelo deverá ser prorrogado para o tempo decidir.

Com a respiração já ofegante, Peeta se afasta e encara Katniss que está com as bochechas rosadas e ele sorri contente ao ver que tem esse efeito sobre ela.

– Eu poderia passar um milhão de anos admirando você. – graceja enquanto ela por fim, decide deitar em seu colo.

– Um milhão de anos é demasiado tempo.

– Sim, é. Mas nunca vai ser o suficiente.

– Para nós dois?

– É, para nós dois.

Peeta compreende o grau de amadurecimento que o relacionamento deles equiparava, era algo fora do comum um casal tão jovem com uma afinidade repleta e antiga. Talvez, fosse pelos acontecimentos enfadonhos que ambos passaram e isso só tende a envelhecer suas almas, porém o padeiro requisita em sua mente quando seria o tempo certo para pedir que ela fosse para sempre sua. Katniss Everdeen Mellark. Ele gosta de como isso soa.

– O casamento da Effie é semana que vem. – Katniss diz trazendo-o para a realidade.

– Daqui a pouco ela surge em nossa casa dizendo sobre o seu grande, grande, grande dia.

Katniss gargalha abafado e encara o loiro de baixo para cima.

– Fico feliz que ambos estejam bem.

– Não tem como não ficar, não é? Eles merecem essa paz.

– Com toda a certeza. – ela afirma e Peeta vê seu olhar ficar distante.

Ambos ficam um tempo intactos e a deriva de tudo aquilo. O som das árvores remexendo com o vento, da água cristalina trepidando por alguma estripulia de um peixe, da respiração contínua do casal inspirando o oxigênio puro da floresta.

– No que pensa? – Katniss questiona.

– Em nós. – ele sorri simplesmente. – A muito tempo quero te fazer uma surpresa e pretendo que isso não demore mais.

– É algo bom?

– Provavelmente, acho que você vai gostar.

– Estou ansiosa, então.

Em algum momento seria necessário dar esse passo e agora ele se sentia pronto. Elaboraria com carinho um dia para esse acontecimento porque ela merece todo o romantismo que ele a tanto guarda em seu coração. Mostrar a ela os quadros, pedi-la para ser sua durante o resto de suas vidas causava-lhe, de fato, um tremor constante nas mãos. Entretanto, ele conversaria com Effie e tem certeza que ela daria uma ideia digna e criativa.

Finalmente, Peeta teria a coragem para dar um passo à diante, mesmo que Katniss ainda estivesse insegura, ela sempre estaria. Nunca iria em frente se não fosse uma ideia ou proposta de Peeta, então isso tranquilizou seu cenho e a preocupação invicta.

– Vamos embora, temos que descansar. – Peeta propôs e Katniss assentiu.

– Amanhã vou vir caçar. – ela diz por fim.

– Jura? – ele questiona sorrindo.

– Sim. – ela sorri genuinamente de volta.

– Isso é ótimo, fico feliz.

– Não foi tão atordoante quanto pensei que fosse. – ela dá de ombros. – De certa forma, senti uma paz de espírito.

– Fico feliz, amor. – ele beija sua testa já com a cesta nas mãos caminhando para fora dali em direção a sua casa.

. . .

A noite caíra resplandecente pelo horizonte, o por do sol que Peeta tanto amara agora está límpido e belo trazendo um tom alaranjado e rosado ao céu. O casal está abraçado na varanda da frente admirando mais um dia indo embora.

– É bom ver que estamos bem, sabe? – sibila Katniss.

Peeta nada diz, apenas abraça ela mais forte contra seu peito fazendo-a suspirar por sentir sua presença. Junto com suas palavras, era somado o carinho de viverem em paz consigo mesmos. Katniss, acima de tudo, não relutava mais contra seus sentimentos e Peeta, mantinha-se esforçando seu físico e mente ao máximo para permanecer estável e saudável para ela.

Com a noite chegando, a promessa de mais um dia para perdurar em suas vidas ia se concretizando. Nada e nem ninguém poderia tira-los da bolha de felicidade existente no momento.

Singelamente, ambos se deitaram na cama e como sempre, Peeta aplacando os pesadelos de Katniss que por hora apareciam. Com os braços envoltos de sua amada e seu coração acalentado pelo amor, nada mais ele poderia esperar a não ser um sono tranquilo ao lado da mulher que tanto amava e que um dia, iria de ser sua para o resto da vida.


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Notas finais do capítulo

Estavam com saudades de mim? Pois é, eu estava com saudades de vocês!

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